Pesquisador japonês coloca conceito de telepresença por intermédio de outra pessoa em prática e usa tecnologia para que um humano possa se p...
Pesquisador japonês coloca conceito de telepresença por intermédio de outra pessoa em prática e usa tecnologia para que um humano possa se passar por outro em eventos sociais.
A telepresença já é uma realidade em muitas situações específicas, como em reuniões corporativas e aulas por meio de webconferência. Também existem robôs remotamente controlados que se prestam a esse papel conforme já mostramos aqui. Nos cinema é um tema recorrente em várias produções como pode ser visto em Avatar, onde corpos geneticamente construídos serviam para levar humanos a terem uma experiência etnográfica em meio à espécie Navi de Pandora, ou em Substitutos, onde eram androides que serviam de avatares que nunca envelheciam para que os humanos pudessem estar em qualquer lugar do mundo real sem sair de casa. Isso apenas para fitar em dois exemplos.
Muito embora já haja robôs que tentam levar a cabo essa tarefa com a tecnologia de hoje, sabemos muito bem que, apesar dos esforços da Boston Dynamics, o mais próximo que estamos de ter um corpo nos substituindo em outros para que possamos interagir com ambientes remotamente é com outro ser humano levando nosso avatar para passear.
O chamado Chameleon Mask ("Máscara de Camaleão") é um produto exibido a poucos dias na conferência EmTech Asia em Singapura que foi apresentado como um “Uber Humano”. Ele permite que um indivíduo “esteja” em dois lugares simultaneamente para que possa ir a um compromisso onde não poderiam estar presente fisicamente, informa o site da companhia.
O protótipo foi criado por Jun Rekimoto, dos Laboratórios da Sony, sendo uma espécie de “Uber humano”, que leva o rosto do usuário (por meio de vídeo conferência) para onde você quiser. E tudo sem androides autômatos! O procedimento é todo feito auxiliado por um ser humano (de verdade, que provavelmente será pago para isso) que irá até o local.
Já imagino as questões legais e não tão legais:
Não vejo a hora de mandar meu substituto para a fila do Detran. Pensando bem... melhor, não. Vai demorar tanto que eu provavelmente teria que vender o carro para pagar a “substituição”. Talvez eu mande meu substituto ao Rio para o blog poder cobrir a intervenção federal na segurança. Dessa forma, talvez eu possa subir o morro e entrevistar militares, policiais, moradores, traficantes, milicianos... 😔
Entrando mais na parte técnica, esse experimento é um estudo sério cujos artigos acadêmicos podem ser consultados abaixo e no site oficial. E é mais sofisticado do que simplesmente um tablete sobre o rosto de alguém.
O Chameleon Mask prevê uma linha de comunicação pública (por meio da qual o diretor pode interagir diretamente com outras pessoas) e uma privada que permite uma conversa com o substituto que só ele pode ver e ouvir. Assim, enquanto uma câmera detecta a face do diretor deixando-a enquadrada no tablete frontal. Outra câmera mostra, por exemplo, a mão do diretor sobre uma tela mostrando o que o substituto está vendo. Assim, o diretor pode rapidamente instruir por gestos o que o substituto deverá fazer quando estiver escolhendo uma roupa em uma loja, por exemplos.
As mãos do diretor são destacadas do fundo por meio de uma superfície polarizada – usada em monitores LCD – aplicada sobre a câmera que filma as mãos do diretor cujas imagens são sobrepostas diretamente na visão do substituto que – por meio dessa realidade aumentada – consegue perceber exatamente o que o diretor quer que ele faça.
O diretor poderá entrar em modo privado e falar de modo que só o substituto poderá ouvir. Mas como as pessoas poderão achar estranho ver o avatar no tablete mexendo a boca sem emitir som, o Chameleon Mask possui um modo de script, onde o diretor digita instruções e comentários para o substituto.
Pelos dados levantados na pesquisa é uma experiência bem melhor do que aquela conseguida com robôs de telepresença.
[Visto no Brasil Acadêmico]
A telepresença já é uma realidade em muitas situações específicas, como em reuniões corporativas e aulas por meio de webconferência. Também existem robôs remotamente controlados que se prestam a esse papel conforme já mostramos aqui. Nos cinema é um tema recorrente em várias produções como pode ser visto em Avatar, onde corpos geneticamente construídos serviam para levar humanos a terem uma experiência etnográfica em meio à espécie Navi de Pandora, ou em Substitutos, onde eram androides que serviam de avatares que nunca envelheciam para que os humanos pudessem estar em qualquer lugar do mundo real sem sair de casa. Isso apenas para fitar em dois exemplos.
Muito embora já haja robôs que tentam levar a cabo essa tarefa com a tecnologia de hoje, sabemos muito bem que, apesar dos esforços da Boston Dynamics, o mais próximo que estamos de ter um corpo nos substituindo em outros para que possamos interagir com ambientes remotamente é com outro ser humano levando nosso avatar para passear.
O chamado Chameleon Mask ("Máscara de Camaleão") é um produto exibido a poucos dias na conferência EmTech Asia em Singapura que foi apresentado como um “Uber Humano”. Ele permite que um indivíduo “esteja” em dois lugares simultaneamente para que possa ir a um compromisso onde não poderiam estar presente fisicamente, informa o site da companhia.
O protótipo foi criado por Jun Rekimoto, dos Laboratórios da Sony, sendo uma espécie de “Uber humano”, que leva o rosto do usuário (por meio de vídeo conferência) para onde você quiser. E tudo sem androides autômatos! O procedimento é todo feito auxiliado por um ser humano (de verdade, que provavelmente será pago para isso) que irá até o local.
Já imagino as questões legais e não tão legais:
- O diretor (nome dado pelo pesquisador ao usuário que aparece no rosto do substituto) dá uma cantada em uma mulher e o substituto vai embora. Isso é assédio?
- O diretor dá uma cantada e por causa da cantada a mulher faz amor e engravida do substituto. Quem é o pai? Haverá guarda compartilhada entre os três?
- Poderemos votar assim?
- O diretor presencia um crime e depois alega que o rosto no tablete era uma gravação. Isso é falso testemunho?
- Um ex-BBB pode colocar uma gravação que fica sorrindo o tempo todo e com isso ir à varias festas de 15 anos simultaneamente?
- Um substituto que tirar uma foto do avatar com um smartphone ainda poderá chamar a foto de selfie?
Não vejo a hora de mandar meu substituto para a fila do Detran. Pensando bem... melhor, não. Vai demorar tanto que eu provavelmente teria que vender o carro para pagar a “substituição”. Talvez eu mande meu substituto ao Rio para o blog poder cobrir a intervenção federal na segurança. Dessa forma, talvez eu possa subir o morro e entrevistar militares, policiais, moradores, traficantes, milicianos... 😔
Entrando mais na parte técnica, esse experimento é um estudo sério cujos artigos acadêmicos podem ser consultados abaixo e no site oficial. E é mais sofisticado do que simplesmente um tablete sobre o rosto de alguém.
O Chameleon Mask prevê uma linha de comunicação pública (por meio da qual o diretor pode interagir diretamente com outras pessoas) e uma privada que permite uma conversa com o substituto que só ele pode ver e ouvir. Assim, enquanto uma câmera detecta a face do diretor deixando-a enquadrada no tablete frontal. Outra câmera mostra, por exemplo, a mão do diretor sobre uma tela mostrando o que o substituto está vendo. Assim, o diretor pode rapidamente instruir por gestos o que o substituto deverá fazer quando estiver escolhendo uma roupa em uma loja, por exemplos.
As mãos do diretor são destacadas do fundo por meio de uma superfície polarizada – usada em monitores LCD – aplicada sobre a câmera que filma as mãos do diretor cujas imagens são sobrepostas diretamente na visão do substituto que – por meio dessa realidade aumentada – consegue perceber exatamente o que o diretor quer que ele faça.
From IoT to IoA (Internet of Abilities)? Check out the “human Uber” example discussed at #emtechasia pic.twitter.com/ojIzkrPtv5— Haley Ross (@haleylaurenross) January 31, 2018
O diretor poderá entrar em modo privado e falar de modo que só o substituto poderá ouvir. Mas como as pessoas poderão achar estranho ver o avatar no tablete mexendo a boca sem emitir som, o Chameleon Mask possui um modo de script, onde o diretor digita instruções e comentários para o substituto.
Pelos dados levantados na pesquisa é uma experiência bem melhor do que aquela conseguida com robôs de telepresença.
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- Referências (saiba mais)
- Kana Misawa and Jun Rekimoto. 2015. ChameleonMask: Embodied Physical and Social Telepresence using Human Surrogates. In Proceedings of the 33rd Annual ACM Conference Extended Abstracts on Human Factors in Computing Systems (CHI EA ’15). ACM, New York, NY, USA, 401-411. PDF
Kana Misawa, Jun Rekimoto, Wearing Another’s Personality: A Human-Surrogate System with a Telepresence Face, ISWC ’15: Proceedings of the 19th International Symposium on Wearable Computers, Osaka, Japan, 2015.PDF
Kana Misawa, Jun Rekimoto, ChameleonMask: A Human Surrogate System with a Telepresence Face. Siggraph Asia’15: Emerging Technologies, Kobe, Japan, 2015.
三澤加奈,暦本純一,ChameleonMask:人の存在感を提示する仮面型テレプレゼンスシステム,日本ソフトウェア科学会インタラクティブシステムとソフトウェアに関する研究会(WISS2015)*
* Kano Misawa, Junichi Komioto, Chameleon Mask: um sistema de telepresença de tipo mascarado que apresenta a presença de pessoas, um grupo de estudo em sistemas interativos e software da Japan Society for Software Science (WISS 2015) [Traduzido pelo Google Translate]
[Visto no Brasil Acadêmico]
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