Jorge Caldeira e a História da Riqueza no Brasil

Entrevistado no Roda Viva, o historiador Jorge Caldeira mostra como seu novo livro que reconta a história do Brasil já nasce como um novo cl...

Entrevistado no Roda Viva, o historiador Jorge Caldeira mostra como seu novo livro que reconta a história do Brasil já nasce como um novo clássico.

Comparando o governo Geisel com o governo Lula, conservadores do Século XIX com marxistas radicais do século XX, tupinambás com outros povos ameríndios, Caldeira mostra independência ideológica em sua análise econométrica da história brasileira em uma releitura dos últimos cinco séculos de costumes, práticas comerciais e evolução patrimonial do Brasil.






Jorge Caldeira: Esse livro contradiz muito a história que tem não só nos livros escolares mas na faculdade até nos cursos de superior de História porque ele não usa o que é a coisa mais comum em todas as linhas historiografia tradicional que é um conceito chamado de economia de subsistência.

Quer dizer o seguinte: Sociedade de índio e Caboclo não produz riqueza. Só consegue produzir o necessário para subsistir, sobreviver. Essa noção é comum desde o pensador mais conservador do século 19 até o marxista mais radical do século 20. Era um negócio inabalável.

O quê que desmentiu isso? Os números. Como é que se chegou a números? Pegando o censo, documentação de negócios, de pessoas, inventários, testamentos. atas, enfim, a documentação existente e processando em banco de dados. Aí se descobriu que o tamanho da economia era muito diferente do que se supunha – imensamente diferente. Os períodos estão todos nesse livro, então não é 1, nem 2 e nem 3. Fica tudo meio de ponta cabeça.

(...)

J. C.: A diferença do Geisel e do Lula é que o Geisel era um  ditador e o Lula foi presidente da república. Foi o Congresso da nação que apoiou aquilo com ampla maioria da população apoiando só que a aposta era a mesma e deu igualmente errado. Nós estamos pagando a conta com uma segundo recessão e somando tudo a China tem uma economia muito maior que o Brasil e um setor privado muito maior que o Brasil.

Fonte: Roda Viva
[Visto no Brasil Acadêmico]