Cientista político, Alberto Carlos Almeida, analisa a campanha presidencial de 2014, a dicotomia nordeste e sudeste e a importância do PMDB ...
Cientista político, Alberto Carlos Almeida, analisa a campanha presidencial de 2014, a dicotomia nordeste e sudeste e a importância do PMDB no equilíbrio de forças.
O vídeo a seguir reproduz a entrevista ao Manhattan Connection logo após as eleições e realça as possíveis tentativas de conduzir as respostas do especialista. Posições ideológicas à parte, sua análise é muito importante para entender o momento político brasileiro e suas várias vertentes.
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Lucas Mendes:Alberto Carlos Almeida, cientista político, diretor do Instituto Análise e autor de vários livros, dentre eles, Cabeça do Brasileiro e a Cabeça do Eleitor. Bem-vindo Alberto.
Alberto Carlos Almeida: Obrigado.
Lucas Mendes: Seu best-seller, Cabeça do Brasileiro, saiu em 2007 se não me engano.
Alberto Carlos Almeida: Exato.
Lucas Mendes: Que cabeça o brasileiro tinha naquela época e o quê que mudou?
Alberto Carlos Almeida: Ela vai mudando devagarzinho, né? Porque tem muito a ver com a escolarização da população. Na medida em que vai avançando a escolarização todo mundo anda junto. Então isto vai modificando. Eu vou fazer uma atualização do livro com novos dados nacionais com as mesmas perguntas e a gente vai ver isso com uma lupa. Exatamente o que aconteceu. Mas certamente foi isso. Uma mudança geracional. A medida que você troca gerações. Gerações mais velhas, menos escolarizadas, por gerações mais jovens e mais escolarizadas tem essa mudança.
Diogo Mainardi: Alberto, você disse que vai fazer uma atualização do Cabeça do Brasileiro. Não seria o caso de fazer um Cabeça do Paulista e um Cabeça do Cearense? Acho que nunca houve uma distância tão grande, pelo menos em relação a expectativas de governo, quanto agora.
Alberto Carlos Almeida: Uma das coisas que eu utilizo muito para prever resultado eleitoral, e isso funciona bastante. Nada funciona 100%. Mas se alguma coisa que funciona muito bem, é a avaliação de governos. ISso serve para governos estaduais, prefeituras e governo federal. Dada a avaliação da Dilma, a Dilma começou a eleição com algo em torno de 30% de ótimo e bom e terminou com 40%. Dada essa avaliação era muito difícil ela perder. E a avaliação do governo dela no nordeste é maior que em São Paulo. VocÊs mencionaram no primeiro bloco, os indicadores econômicos. O nordeste cresce muito mais que em São Paulo.
(...)
Aconteceu com todos. Fernando Henrique, Lula... Então, as pesquisas que vão acontecer agora no final do ano (2014) vão mostrar uma queda do ótimo e bom do governo Dilma. Porque é o efeito midiático da campanha e isso é normal.
Caio Blinder: Você coloca no seu estudo... O seu mentor é o Roberto DaMatta, que é sempre esse choque entre o arcaico e o moderno. Digamos, o nordeste é o arcaico. Você diz que você vê uma evolução, uma mudança. Não colide isso com o fato de que um partido como o PT, tem esse controle, esse arrocho, uma máquina pública tão forte, no nordeste. Vai demorar muito tempo que o eleitor do nordeste se livre das amarras desse partido que deu o básico, para ele na gestão.. que começou com Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma. Como vai ser essa colisão do antropológico, do arcaico e do moderno, com o controle político da região pelo PT?
Alberto Carlos Almeida: Esse é um tema que eu gosto muito, meus pais são nordestinos, eu sou, fui criado no Rio, moro em São Paulo, sou casado com uma catarinense, tenho dois filhos que nasceram no Rio e um em São Paulo, então, eu tenho de tudo na minha vida pessoal, tá?
O quê que acontece? É o interesse próprio.
Bordeaux, na França, famosa pelos vinhos, ela vota no partido socialista de maneira sistemática. Andaluzia, da Espanha, vota no PSOE de maneira sistemática. Então essa divisão regional existe. E ela tem uma correlação com pobreza e não pobreza.
EUA também, quando a gente vê a apuração de qualquer lugar nos EUA, a região mais pobre vota nos democratas e as menos pobres votam nos republicanos. Então, o Brasil tem isso idÊntico a todos os países do mundo.
Caio Blinder: É o contrário. Desculpe. O nordeste brasileiro é o sul americano.
Alberto Carlos Almeida: Os EUA é diferente. Você tem que olhar estado por estado. A região estado por estado. Não dá para fazer essa divisão regional. Lá é muito misturado.
Então, você pega as áreas, geograficamente, mais rarefeitas, tem menos gente, são mais ricas. Que é o meio-oeste americano. Se você quiser pegar áreas, tá?
O PT é mais votado em uma área geograficamente menor só que tem uma maior população lá. São idênticos. Eu já estudei todos esses mapas. Então, você tem um padrão de votação previsível. Alemanha a mesma coisa. São Paulo tem um precedente na Alemanha. A Baviera, desde a segunda guerra mundial, nunca elegeu um governo de esquerda. Então, digamos assim, ou São Paulo é Baviera ou Baviera é São Paulo, tanto faz. Do ponto de vista do comportamento eleitoral, existe essa semelhança. Aí pega aquela área de Hesse, que é uma área mais industrial, trabalhadores mais pobres, vota sistematicamente no SPD alemão. Então, digamos, lá é o nordeste deles. Então todo país tem essa divisão. Isso é algo inteiramente normal.
(...)
A disputa está bem estruturada no Brasil. ISso é muito importante para o bom funcionamento da nossa democracia. Por isso que nunca vai virar uma Argentina. Porque é possível alternância do poder. Esta aí o resultado: 4 pontos percentuais de diferença. Faltou muito pouco para haver alternância do poder. Na Argentina não tem resultado assim.
O Brasil tem, o PMDB permite que todo mundo complete o mandato presidencial.
Ricardo Amorim: A gente pode exportar o PMDB para eles, então.
Alberto Carlos Almeida: Eles não sabem, mas eles precisam do PMDB.
Veja o vídeo para saber mais.
Fonte: YouTube
[Visto no Brasil Acadêmico]
O vídeo a seguir reproduz a entrevista ao Manhattan Connection logo após as eleições e realça as possíveis tentativas de conduzir as respostas do especialista. Posições ideológicas à parte, sua análise é muito importante para entender o momento político brasileiro e suas várias vertentes.
Clique para tocar. ← Retrocede → Avança Espaço Pausa/Continua ↑↓ Volume
Lucas Mendes:Alberto Carlos Almeida, cientista político, diretor do Instituto Análise e autor de vários livros, dentre eles, Cabeça do Brasileiro e a Cabeça do Eleitor. Bem-vindo Alberto.
Alberto Carlos Almeida: Obrigado.
Lucas Mendes: Seu best-seller, Cabeça do Brasileiro, saiu em 2007 se não me engano.
Alberto Carlos Almeida: Exato.
Lucas Mendes: Que cabeça o brasileiro tinha naquela época e o quê que mudou?
Alberto Carlos Almeida: Ela vai mudando devagarzinho, né? Porque tem muito a ver com a escolarização da população. Na medida em que vai avançando a escolarização todo mundo anda junto. Então isto vai modificando. Eu vou fazer uma atualização do livro com novos dados nacionais com as mesmas perguntas e a gente vai ver isso com uma lupa. Exatamente o que aconteceu. Mas certamente foi isso. Uma mudança geracional. A medida que você troca gerações. Gerações mais velhas, menos escolarizadas, por gerações mais jovens e mais escolarizadas tem essa mudança.
Diogo Mainardi: Alberto, você disse que vai fazer uma atualização do Cabeça do Brasileiro. Não seria o caso de fazer um Cabeça do Paulista e um Cabeça do Cearense? Acho que nunca houve uma distância tão grande, pelo menos em relação a expectativas de governo, quanto agora.
Alberto Carlos Almeida: Uma das coisas que eu utilizo muito para prever resultado eleitoral, e isso funciona bastante. Nada funciona 100%. Mas se alguma coisa que funciona muito bem, é a avaliação de governos. ISso serve para governos estaduais, prefeituras e governo federal. Dada a avaliação da Dilma, a Dilma começou a eleição com algo em torno de 30% de ótimo e bom e terminou com 40%. Dada essa avaliação era muito difícil ela perder. E a avaliação do governo dela no nordeste é maior que em São Paulo. VocÊs mencionaram no primeiro bloco, os indicadores econômicos. O nordeste cresce muito mais que em São Paulo.
As pessoas votaram baseadas no bolso. No interesse próprio. Nisso o eleitor nordestino é idêntico ao eleitor paulista.
Alberto Carlos Almeida. Cientista político
(...)
Tradicionalmente, o quê que acontece, passada a eleição, a avaliação do governo piora.
Aconteceu com todos. Fernando Henrique, Lula... Então, as pesquisas que vão acontecer agora no final do ano (2014) vão mostrar uma queda do ótimo e bom do governo Dilma. Porque é o efeito midiático da campanha e isso é normal.
Caio Blinder: Você coloca no seu estudo... O seu mentor é o Roberto DaMatta, que é sempre esse choque entre o arcaico e o moderno. Digamos, o nordeste é o arcaico. Você diz que você vê uma evolução, uma mudança. Não colide isso com o fato de que um partido como o PT, tem esse controle, esse arrocho, uma máquina pública tão forte, no nordeste. Vai demorar muito tempo que o eleitor do nordeste se livre das amarras desse partido que deu o básico, para ele na gestão.. que começou com Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma. Como vai ser essa colisão do antropológico, do arcaico e do moderno, com o controle político da região pelo PT?
Alberto Carlos Almeida: Esse é um tema que eu gosto muito, meus pais são nordestinos, eu sou, fui criado no Rio, moro em São Paulo, sou casado com uma catarinense, tenho dois filhos que nasceram no Rio e um em São Paulo, então, eu tenho de tudo na minha vida pessoal, tá?
O quê que acontece? É o interesse próprio.
Se você pegar os mapas eleitorais dos diversos países do mundo. Eles tem exatamente a configuração que o nosso mapa eleitoral tem.
Bordeaux, na França, famosa pelos vinhos, ela vota no partido socialista de maneira sistemática. Andaluzia, da Espanha, vota no PSOE de maneira sistemática. Então essa divisão regional existe. E ela tem uma correlação com pobreza e não pobreza.
EUA também, quando a gente vê a apuração de qualquer lugar nos EUA, a região mais pobre vota nos democratas e as menos pobres votam nos republicanos. Então, o Brasil tem isso idÊntico a todos os países do mundo.
Caio Blinder: É o contrário. Desculpe. O nordeste brasileiro é o sul americano.
Alberto Carlos Almeida: Os EUA é diferente. Você tem que olhar estado por estado. A região estado por estado. Não dá para fazer essa divisão regional. Lá é muito misturado.
Então, você pega as áreas, geograficamente, mais rarefeitas, tem menos gente, são mais ricas. Que é o meio-oeste americano. Se você quiser pegar áreas, tá?
Por exemplo, na Flórida, você pega o mapa de votação da Flórida, em torno de Miami é que os democratas são maciçamente votados. No restante da Flórida, não. Então você vai pensar, então a área geográfica é menor. Mas tem mais gente lá. Se você pegar o mapa do Rio de Janeiro é idêntico.
O PT é mais votado em uma área geograficamente menor só que tem uma maior população lá. São idênticos. Eu já estudei todos esses mapas. Então, você tem um padrão de votação previsível. Alemanha a mesma coisa. São Paulo tem um precedente na Alemanha. A Baviera, desde a segunda guerra mundial, nunca elegeu um governo de esquerda. Então, digamos assim, ou São Paulo é Baviera ou Baviera é São Paulo, tanto faz. Do ponto de vista do comportamento eleitoral, existe essa semelhança. Aí pega aquela área de Hesse, que é uma área mais industrial, trabalhadores mais pobres, vota sistematicamente no SPD alemão. Então, digamos, lá é o nordeste deles. Então todo país tem essa divisão. Isso é algo inteiramente normal.
(...)
A disputa está bem estruturada no Brasil. ISso é muito importante para o bom funcionamento da nossa democracia. Por isso que nunca vai virar uma Argentina. Porque é possível alternância do poder. Esta aí o resultado: 4 pontos percentuais de diferença. Faltou muito pouco para haver alternância do poder. Na Argentina não tem resultado assim.
A Argentina, desde 1930, só o partido peronista completa o mandato presidencial. O grande problema da Argentina é esse: Não tem o PMDB.
O Brasil tem, o PMDB permite que todo mundo complete o mandato presidencial.
Ricardo Amorim: A gente pode exportar o PMDB para eles, então.
Alberto Carlos Almeida: Eles não sabem, mas eles precisam do PMDB.
Veja o vídeo para saber mais.
Fonte: YouTube
[Visto no Brasil Acadêmico]
Resumindo: Só pobres, favelados, nordestinos e gentalha em geral votam nessa quadrilha chamada pt.
ResponderExcluirVocê é burro e racista... Lixo... se mate...
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