Geoffrey West é entrevistado no Roda Viva para uma discussão sobre o futuro das metrópoles e o crescimento urbano, e traz teoria surpreenden...
Geoffrey West é entrevistado no Roda Viva para uma discussão sobre o futuro das metrópoles e o crescimento urbano, e traz teoria surpreendente para muitos.
Quanto mais uma cidade cresce, mais ela trará problemas. Certo? Errado. Pelo menos em números relativos.
É o que pensa Geoffrey West, físico britânico que veio ao Brasil participar do projeto cultural Fronteiras do Pensamento e falou aos entrevistadores do Roda Viva.
Para West, você poderia comparar as cidades aos seres vivos. Os unicelulares gastam uma quantidade de energia proporcionalmente maior do que os seres superiores. Um animal pluricelular gasta cerca de 25% menos em relação a um ser mais simples.
Ou seja, poderíamos pensar que a medida que o organismos fossem ficando mais complexos, seu gasto energético seria multiplicado pelo número de células. Mas há um melhor aproveitamento o que mostra um sistema onde o conjunto é melhor do que a soma das partes.
Assim ocorre com as cidades.
O físico então prossegue com a explicação:
Partindo de um visão filosófica, típica de um físico, que é a de tentar criar um lei geral que sirva para todas as cidades do mundo, podendo assim orientar sua política. Geofrey West, em seus estudos, conseguiu obter o seguinte padrão:
Ou seja, se uma cidade passar de 100 mil para 200 mil habitantes, ou de 1 milhão para 2 milhões, ela economizaria 15% em termos de infraestrutura.
Assim, toda cidade funciona como um ser vivo. Só que um ser vico que dobra de tamanho não dobra o seu consumo de energia. Precisando apenas de 75% do dobro de energia inicial. Uma economia de 25%. Sendo, nesse sentido, um sistema mais eficiente do que uma área urbana.
A razão para isso é que todos os organismos são sustentados por redes. Temos sistema circulatório, respiratório, digestivo etc. Temos essas redes em células, em baleias e até em ecossistemas inteiros. Mas a matemática por trás dessas redes é uma só. Por isso há essa mesma economia independente da forma de evolução da espécie.
De modo similar, quando olhamos para os índices socioeconômicos, as cidades parecem reproduzir o padrão de economia de 15% a cada dobra, independentemente de sua história, cultura, e posição no globo.
Antes de terminar, West ainda faz sua previsão para o crescimento da população mundial.
As idéias de West já andaram por aqui por meio de sua palestra no TED.
Fonte: CMAIS, TED: A matemática surpreendente de cidades e corporações
[Visto no Brasil acadêmico]
Quanto mais uma cidade cresce, mais ela trará problemas. Certo? Errado. Pelo menos em números relativos.
Sim. Eu creio que tem sido uma visão tradicional de cidades, por muito tempo, que muito dos problemas são devido ao tamanho das cidades, as cidades desenvolvidas no século XIX e XX.
Geoffrey West. Físico
É o que pensa Geoffrey West, físico britânico que veio ao Brasil participar do projeto cultural Fronteiras do Pensamento e falou aos entrevistadores do Roda Viva.
Para West, você poderia comparar as cidades aos seres vivos. Os unicelulares gastam uma quantidade de energia proporcionalmente maior do que os seres superiores. Um animal pluricelular gasta cerca de 25% menos em relação a um ser mais simples.
Ou seja, poderíamos pensar que a medida que o organismos fossem ficando mais complexos, seu gasto energético seria multiplicado pelo número de células. Mas há um melhor aproveitamento o que mostra um sistema onde o conjunto é melhor do que a soma das partes.
Assim ocorre com as cidades.
Sistematicamente, quanto maior a cidade, mais eficiente ela é.
Geoffrey West
O físico então prossegue com a explicação:
Ao comparar uma cidade contra a outra em termos de tamanho, sistematicamente, a cidade maior é mais eficiente no seguinte sentido: Você precisa, por exemplo, menos postos de gasolina per capita. Precisa de menos ruas per capita. E, em geral, precisa de menos infraestrutura per capita.
Partindo de um visão filosófica, típica de um físico, que é a de tentar criar um lei geral que sirva para todas as cidades do mundo, podendo assim orientar sua política. Geofrey West, em seus estudos, conseguiu obter o seguinte padrão:
Cada vez que você dobra o tamanho de uma cidade, ela economiza 15% per capita.
Ou seja, se uma cidade passar de 100 mil para 200 mil habitantes, ou de 1 milhão para 2 milhões, ela economizaria 15% em termos de infraestrutura.
Isso acontece, essencialmente, do mesmo jeito que toda vida funciona. Toda biologia funciona assim, mas na biologia a economia é maior, é de 25%.
Assim, toda cidade funciona como um ser vivo. Só que um ser vico que dobra de tamanho não dobra o seu consumo de energia. Precisando apenas de 75% do dobro de energia inicial. Uma economia de 25%. Sendo, nesse sentido, um sistema mais eficiente do que uma área urbana.
A razão para isso é que todos os organismos são sustentados por redes. Temos sistema circulatório, respiratório, digestivo etc. Temos essas redes em células, em baleias e até em ecossistemas inteiros. Mas a matemática por trás dessas redes é uma só. Por isso há essa mesma economia independente da forma de evolução da espécie.
De modo similar, quando olhamos para os índices socioeconômicos, as cidades parecem reproduzir o padrão de economia de 15% a cada dobra, independentemente de sua história, cultura, e posição no globo.
Antes de terminar, West ainda faz sua previsão para o crescimento da população mundial.
A cada dois meses, há uma São Paulo de pessoas aparecendo no mundo. O crescimento não para e, até 2050, deve haver mais de 10 bilhões de pessoas vivendo no planeta.
As idéias de West já andaram por aqui por meio de sua palestra no TED.
Fonte: CMAIS, TED: A matemática surpreendente de cidades e corporações
[Visto no Brasil acadêmico]
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