Os telefone celulares parecem estar por toda parte. Ricos e pobres, com algumas diferenças de funcionalidade e design, possuem o seu. Apesar...
Os telefone celulares parecem estar por toda parte. Ricos e pobres, com algumas diferenças de funcionalidade e design, possuem o seu. Apesar disso, o desafio é fazer um aparelho acessível para os portadores de deficiências como os cegos, surdos e mudos. Conheça algumas ideias para suprir essa lacuna.
Touch Messenger da Samsung: texting em Braille para invisuais
Os celulares já são quase onipresentes no mundo todo. Vai chegar um dia que haverá mais celulares que pessoas na Terra. Mas para os deficientes visuais, surdos e mudos a comunicação móvel ainda não os contempla.
O máximo em termos de acessibilidade que a maioria dos telefones trazem é um ponto ou traço em relevo posicionado sobre a tecla 5 para possibilitar teclar o número.
Como muitos usam o telefone celular enquanto estão dirigindo, ou seja, enquanto não podem ver, creio que há esperança de melhora no padrão da acessibilidade no ar.
Programas para smartphones que permitem discar e até acessar algumas funções por meio da voz já podem ser instalados em aparelhos mais avançados.
O próprio buscador Google já possui um produto (Pesquisa por voz no celular em português) que permite realizar buscas falando as palavras do critério de pesquisa (e funciona bem).
Mas o resultado ainda é textual, o que faz com que os cegos tenham que lançar mão dos leitores de tela para celular. O problema é que tais softwares são caros e ainda não descobri nenhum que fosse gratuito (e em bom português). Um dos mais conhecidos e conceituados é o TALKS da Nuance, que é representado no Brasil pela Laratec, com o inconveniente de só trabalhar com o caquético Symbian e modelos de celulares Nokia (veja lista).
É fato que os celulares possuem cada vez mais recursos tecnológicos e telas tão avançadas que trazem características "aparentemente" inúteis para pessoas sem visão, mas que maravilham os que podem ver.
Assim ocorre com a alta definição de imagem, grande disponibilidade de cores e operação por toque direto na tela (touch screen com nomes fantasias como Retina Display que parecem provocação) mas que podem, em contrapartida, serem melhores aproveitados pelos surdos/mudos, parecem afastar os telefone móveis da função básica de enviar e receber ligações, o que vem excluindo cada vez mais os invisuais.
A indiana Spice lançou em 2008 na Mobile World Congress, um telefone de baixo custo com teclas em Braille e sem tela que quando você pressiona uma tecla, ele fala o número, e quando você pressiona a tecla de chamada, ele diz o número discado.
Possui dez teclas de atalho para números memorizados, e poderia chegar no varejo por menos de US$ 20.
A remoção da deixa claro que ele é apenas um dispositivo de voz, disse o chefe de desenvolvimento da Spice, Anuj Nangia.
Mas para que os visualmente deficientes pudessem praticar o "texting", ou seja, enviar e receber mensagens digitando e lendo, a Samsung lançou em 2006 um protótipo vencedor de prêmios mas que ainda não vi nem sinal de que será vendido.
Como ficaria a palavra "hi" (oi, em inglês) no Touch Messenger da Samsung
Trata-se do "Touch Messenger", um aparelho interessante que possui o teclado em forma de duas matrizes de (grandes) pontos em relevo para permitir que se digite texto em Braille com as duas mãos, como fazem os adeptos do "texting" com visão. Além de possuir um display que mostra até 14 caracteres em Braille cujos pontos podem ser sentidos.
Já que falamos de telefones que não estão à venda, vou mencionar alguns projetos:
Voim significa ver em coreano. E é um conceito de smartphone para o cego que inclui navegação da rota, reconhecimento de palavras e identificação de objetos, que são exibidos em braille em uma tela de silicone ou transmitidos como sinais de áudio através do fone de ouvido bluetooth destacável. Ainda um sonho dos Designers Youngseong Yeom Kim & Eunsol.
O Tactility possui teclado baseado em Braille. Desenhado para fazer e receber chamadas, o celular especial possui um orifício na parte inferior, permitindo que os usuários pendurem o telefone ao redor de seu pescoço para a acessibilidade fácil e rápida. Além disso, bonito de se ver e ser tocado, podemos defini-lo como sexy?
Seguindo nessa trilha das viagens dos designer, Seunghan Song exibe o seu celular-conceito Universal Phone. Usando milhares de micropontos ele tanto poderia ser usado por cegos como por que enxerga.
O designers da LG também já lançaram vários conceito de telefone para invisuais, mas o que mais gostei nessa ideia do LG Surface é o fato de mostrar as horas com dois pontos (um como ponteiro de horas e o outro de minutos). O aparelho é pensado como um relógio de pulso que possui uma telefone celular destacável com teclado em Braille.
Andrew Mitchell também fez seu estudo sobre um dispositivo móvel. O estiloso Squibble possui teclado que desliza ostentando botões para digitar caracteres em Braille. Seu display usa 779 motores ultra-sônicos que fornecem feedback táctil o que possibilita ler textos em Braille e sentir figuras simples. Cada ponto iluminado também fornece indicação visual. Possui bluetooth, entrada USB e vem com uma caixa de metal externo, para uma sensação mais rígida.
Voltando para o mundo real, um relato aprofundado sobre a experiência de um deficiente visual sobre qual a melhor tecnologia disponível para cegos elegeu um inesperado aparelho para tal finalidade: o iPhone.
Austin Seraphin só enxerga borrões de cores, no entanto ele relatou com entusiasmo como foi gratificante a experiência com o Touch Screen do iPhone, usando o leitor de tela VoiceOver (já usado nos Macs).
Sim, você leu bem, tela sensível a toque para cegos. Toque em um item para ouvir, tocar duas vezes para ativá-lo, passe os três dedos para rolar a tela.
Depois que você pega o jeito, pode tocar e manter o dedo encostado enquanto toca em outro local, isso é usado para entradas mais rápidas. Ele também tem um rotor que você ativa girando seus dedos como em uma discagem.
Com um duplo toque com três dedos você liga ou desliga a fala. Com um triplo toque com três dedos você desativa a tela e a câmera.
Câmera? Para um cego? Sim, e isso foi um dos recursos mais sensacionais que Austin descreveu. Depois de baixar o software Color Identifier que usa a câmera e fala os nomes das cores captadas por ela. Assim ele descobria nomes de cores surreais como Laranja Atômico, Cósmico, Verde Hippie e Ópio.
Foi surpreendente quando ele ligou o aparelho às três da madrugada e estranhou que ele só dizia cores escuras. Aí ele se lembrou que para haver cores precisa haver luz.
Foi muito bom apontar para o céu e "ouvir" cores como "Horizonte", "Espaço Exterior" e muitos tons de cinza e branco.
É claro que a interface do aparelho serviu para outras coisas, digamos, mais sérias.
Sua mãe também percebeu o significado daquele aparelho.
Embora considere o iTunes um problema. E ele foi taxativo:
Com certeza esse aparelho deixou a vida de Austin mais colorida. Espero que a tecnologia faça o mesmo pelos demais desabilitados.
Fonte:
Spice Mobile's Phone for the Blind - GearLog
Samsung’s Braille mobile phone - Coolest Gadget
A Blind User's Profound Review of the iPhone
Os celulares já são quase onipresentes no mundo todo. Vai chegar um dia que haverá mais celulares que pessoas na Terra. Mas para os deficientes visuais, surdos e mudos a comunicação móvel ainda não os contempla.
O máximo em termos de acessibilidade que a maioria dos telefones trazem é um ponto ou traço em relevo posicionado sobre a tecla 5 para possibilitar teclar o número.
Como muitos usam o telefone celular enquanto estão dirigindo, ou seja, enquanto não podem ver, creio que há esperança de melhora no padrão da acessibilidade no ar.
Programas para smartphones que permitem discar e até acessar algumas funções por meio da voz já podem ser instalados em aparelhos mais avançados.
O próprio buscador Google já possui um produto (Pesquisa por voz no celular em português) que permite realizar buscas falando as palavras do critério de pesquisa (e funciona bem).
Mas o resultado ainda é textual, o que faz com que os cegos tenham que lançar mão dos leitores de tela para celular. O problema é que tais softwares são caros e ainda não descobri nenhum que fosse gratuito (e em bom português). Um dos mais conhecidos e conceituados é o TALKS da Nuance, que é representado no Brasil pela Laratec, com o inconveniente de só trabalhar com o caquético Symbian e modelos de celulares Nokia (veja lista).
É fato que os celulares possuem cada vez mais recursos tecnológicos e telas tão avançadas que trazem características "aparentemente" inúteis para pessoas sem visão, mas que maravilham os que podem ver.
Assim ocorre com a alta definição de imagem, grande disponibilidade de cores e operação por toque direto na tela (touch screen com nomes fantasias como Retina Display que parecem provocação) mas que podem, em contrapartida, serem melhores aproveitados pelos surdos/mudos, parecem afastar os telefone móveis da função básica de enviar e receber ligações, o que vem excluindo cada vez mais os invisuais.
A indiana Spice lançou em 2008 na Mobile World Congress, um telefone de baixo custo com teclas em Braille e sem tela que quando você pressiona uma tecla, ele fala o número, e quando você pressiona a tecla de chamada, ele diz o número discado.
Possui dez teclas de atalho para números memorizados, e poderia chegar no varejo por menos de US$ 20.
A remoção da deixa claro que ele é apenas um dispositivo de voz, disse o chefe de desenvolvimento da Spice, Anuj Nangia.
É como antigamente, quando tínhamos linhas fixas sem display.
Anuj Nangia
Mas para que os visualmente deficientes pudessem praticar o "texting", ou seja, enviar e receber mensagens digitando e lendo, a Samsung lançou em 2006 um protótipo vencedor de prêmios mas que ainda não vi nem sinal de que será vendido.
Trata-se do "Touch Messenger", um aparelho interessante que possui o teclado em forma de duas matrizes de (grandes) pontos em relevo para permitir que se digite texto em Braille com as duas mãos, como fazem os adeptos do "texting" com visão. Além de possuir um display que mostra até 14 caracteres em Braille cujos pontos podem ser sentidos.
Já que falamos de telefones que não estão à venda, vou mencionar alguns projetos:
Voim significa ver em coreano. E é um conceito de smartphone para o cego que inclui navegação da rota, reconhecimento de palavras e identificação de objetos, que são exibidos em braille em uma tela de silicone ou transmitidos como sinais de áudio através do fone de ouvido bluetooth destacável. Ainda um sonho dos Designers Youngseong Yeom Kim & Eunsol.
O Tactility possui teclado baseado em Braille. Desenhado para fazer e receber chamadas, o celular especial possui um orifício na parte inferior, permitindo que os usuários pendurem o telefone ao redor de seu pescoço para a acessibilidade fácil e rápida. Além disso, bonito de se ver e ser tocado, podemos defini-lo como sexy?
Seguindo nessa trilha das viagens dos designer, Seunghan Song exibe o seu celular-conceito Universal Phone. Usando milhares de micropontos ele tanto poderia ser usado por cegos como por que enxerga.
O designers da LG também já lançaram vários conceito de telefone para invisuais, mas o que mais gostei nessa ideia do LG Surface é o fato de mostrar as horas com dois pontos (um como ponteiro de horas e o outro de minutos). O aparelho é pensado como um relógio de pulso que possui uma telefone celular destacável com teclado em Braille.
Andrew Mitchell também fez seu estudo sobre um dispositivo móvel. O estiloso Squibble possui teclado que desliza ostentando botões para digitar caracteres em Braille. Seu display usa 779 motores ultra-sônicos que fornecem feedback táctil o que possibilita ler textos em Braille e sentir figuras simples. Cada ponto iluminado também fornece indicação visual. Possui bluetooth, entrada USB e vem com uma caixa de metal externo, para uma sensação mais rígida.
Voltando para o mundo real, um relato aprofundado sobre a experiência de um deficiente visual sobre qual a melhor tecnologia disponível para cegos elegeu um inesperado aparelho para tal finalidade: o iPhone.
Austin Seraphin só enxerga borrões de cores, no entanto ele relatou com entusiasmo como foi gratificante a experiência com o Touch Screen do iPhone, usando o leitor de tela VoiceOver (já usado nos Macs).
Sim, você leu bem, tela sensível a toque para cegos. Toque em um item para ouvir, tocar duas vezes para ativá-lo, passe os três dedos para rolar a tela.
Depois que você pega o jeito, pode tocar e manter o dedo encostado enquanto toca em outro local, isso é usado para entradas mais rápidas. Ele também tem um rotor que você ativa girando seus dedos como em uma discagem.
Com um duplo toque com três dedos você liga ou desliga a fala. Com um triplo toque com três dedos você desativa a tela e a câmera.
Câmera? Para um cego? Sim, e isso foi um dos recursos mais sensacionais que Austin descreveu. Depois de baixar o software Color Identifier que usa a câmera e fala os nomes das cores captadas por ela. Assim ele descobria nomes de cores surreais como Laranja Atômico, Cósmico, Verde Hippie e Ópio.
Foi surpreendente quando ele ligou o aparelho às três da madrugada e estranhou que ele só dizia cores escuras. Aí ele se lembrou que para haver cores precisa haver luz.
Foi muito bom apontar para o céu e "ouvir" cores como "Horizonte", "Espaço Exterior" e muitos tons de cinza e branco.
É claro que a interface do aparelho serviu para outras coisas, digamos, mais sérias.
Dentro de 30 segundos, eu chequei o clima. Depois, eu li alguns preços das ações.
Austin Seraphin
Sua mãe também percebeu o significado daquele aparelho.
Ela pegou o telefone e me enviou uma mensagem de texto. Em segundos, o meu telefone me alertou, e disse o nome dela. Eu simplesmente passei o dedo e li a sua mensagem: "Oi Austin". Ela quase chorou.
Austin Seraphin
Embora considere o iTunes um problema. E ele foi taxativo:
O iPhone representa a coisa mais revolucionária que aconteceu para os cegos, pelo menos nos últimos dez anos.
Austin Seraphin
Com certeza esse aparelho deixou a vida de Austin mais colorida. Espero que a tecnologia faça o mesmo pelos demais desabilitados.
Fonte:
Spice Mobile's Phone for the Blind - GearLog
Samsung’s Braille mobile phone - Coolest Gadget
A Blind User's Profound Review of the iPhone
Bom dia fiz está pesquisa e achei o saite de vocês,Bem tenho um pai de e deficiente visual dês dois 10 anos de idade e mesmo com essa deficiência ele ainda sai para trabalhar todo dia nos temos muito medo pois ele não quer comprar um celular pois tem medo dessa nova tecnologia de não saber usa ele tem 58 anos e sabe como é as pessoas da idade dele então gostaria de saber como faço para adquir este modelo no qual vocês mostram no saite.
ResponderExcluirDesde já agradeço
Olá. Esse modelo creio que não foi lançado de fato. Mas de uma olhada no VoiceOver para iPhone. O iPhone é muito bom em termos de acessibilidade. Esse vídeo explica tudo de maneira bem didática. https://www.youtube.com/watch?v=mYhlzDAwQEQ
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