Pesquisa conduzida por brasileiro revela que esses ecossistemas restaurados poderiam retirar 466 bilhões de toneladas de gás carbônico da Te...
Pesquisa conduzida por brasileiro revela que esses ecossistemas restaurados poderiam retirar 466 bilhões de toneladas de gás carbônico da Terra.

Pesquisador brasileiro da PUC-Rio liderou um estudo encomendado pela ONU e realizado por 27 pesquisadores de 12 países mostrou que restaurar apenas 30% dos ecossistemas degradados do planeta poderia salvar do desaparecimento 71% das espécies que seriam extintas nas próximas décadas.
Essa pesquisa, embora tenha necessitado de dois anos para sua conclusão, se baseou em outro estudo, publicado em dezembro de 2018 na revista Nature Ecology & Evolution, que tratava de um algoritmo que considerava os mesmos três critérios de forma combinada para identificar as áreas prioritárias a serem restauradas. Só que considerava especificamente a Mata Atlântica. Esse algoritmo levou quatro anos para ser desenvolvido pelo Instituto Internacional para Sustentabilidade, onde Strassburg é diretor-executivo.
Assinadas pelos países-membros da ONU, As Metas de Aichi para a Biodiversidade para a década de 2011-2020, já estipulavam a restauração de 15% das áreas degradadas, o que infelizmente não foi cumprido. Os pesquisadores quiseram ir acima do percentual previsto e criaram a plataforma PLANGEA para otimizar cenários de alta a baixa prioridade de restauração, numa escala de 5% a 100%.

Mas ainda há um outro efeito que nos beneficiria diretamente: Esses ecossistemas, caso seja restaurados, poderiam retirar 466 bilhões de toneladas de gás carbônico da atmosfera, o equivalente a 49% de todo CO2 acumulado desde a Revolução Industrial.
Esse trabalho é o primeiro dedicado à restauração de áreas prioritárias em uma escala global. Assim, os pesquisadores elencaram as regiões degradadas por ordem de importância com base em três critérios combinados:
❶ A preservação da biodiversidade,
❷ o sequestro de carbono (a retirada de gás carbônico da atmosfera) e
❸ os custos.
Mas para chegar nas principais regiões do globo em que os efeitos dessa restauração serão otimizados, os pesquisadores levaram em conta todos os biomas: florestas, savanas, campos, zonas alagadas e desertos.
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Vegetações atuais de cada bioma e as áreas a serem restauradas (Nature). |
Outro dos achados da pesquisa foi que biomas distintos são importantes para diferentes propósitos. Assim, a restauração das florestas tem um impacto grande para o clima e a biodiversidade, por outro lado as zonas alagadas, como o Pantanal, são ainda mais importantes para a biodiversidade e também são cruciais para o clima. Abordando a questão de uma forma inédita, o grupo procurou observar todos os biomas de forma combinada. Os trabalhos semelhantes e os acordos internacionais, até agora, têm centrado seu foco na recuperação de florestas.“Definir essas áreas prioritárias é importante porque, dependendo de onde a restauração acontece, os resultados podem ser bastante diferentes.” Bernardo Strausburg. Pesquisador da PUC-Rio
Essa pesquisa, embora tenha necessitado de dois anos para sua conclusão, se baseou em outro estudo, publicado em dezembro de 2018 na revista Nature Ecology & Evolution, que tratava de um algoritmo que considerava os mesmos três critérios de forma combinada para identificar as áreas prioritárias a serem restauradas. Só que considerava especificamente a Mata Atlântica. Esse algoritmo levou quatro anos para ser desenvolvido pelo Instituto Internacional para Sustentabilidade, onde Strassburg é diretor-executivo.
“A ONU declarou que 2021-2030 será a década da restauração ecológica. Esse é o momento para voltarmos a discutir novas metas para os países.”
Essa ação não prejudicaria a agricultura. Podemos recuperar até 55% das áreas degradadas do planeta e ainda manter a produção agrícola atual, provavelmente com vários impactos positivos como conservação da água, solo e melhor polinização.
Para saber mais e ver um mapa das prioridades levantadas e seus reflexo, no melhor estilo Museu do Amanhã, acesse (em inglês):
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