Veja quantos têm seu nome no Brasil, de novo!

Uma ferramenta do IBGE que nunca deveria ter saído do ar está de volta permitindo explorar os nomes nos Censos. Mas voltou pior do que a últ...

Uma ferramenta do IBGE que nunca deveria ter saído do ar está de volta permitindo explorar os nomes nos Censos. Mas voltou pior do que a última versão.

Agradável para quem sofre com a claridade de tela brancas e brilhantes o tempo todo. A nova interface de Nomes do Brasil, uma interessante aplicação disponibilizada pelo IBGE e que nos permite mergulhar nos nomes recolhidos dos Censos brasileiros de 1930 a 2010, é cheia de emojis fofos e engraçadinhos, o que denota uma ferramenta mais vocacionada para divertir o público do que um utilitário para investigação científica.

Com certeza saudamos a volta da ferramenta, nem poderia ser diferente já que foi assunto de mais de uma postagem no blog em 2016 (aqui e aqui). Todavia, parece ser um retrocesso a retirada de algumas formas de recortar os dados e visualizar os resultados. Sentimos falta, sobretudo dos mapas.

Montagem com a interface da aplicação em 2016 para ilustrar o post da época.

Eu me lembro que, na época, constatei, por exemplo, que Alexandre era um nome bem mais comum no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, do que no resto do Brasil.

Esse tipo de exploração só foi possível devido a uma forma diferente de exibição dos dados na interface de outrotrora: Mapas. Atualmente parece haver apenas gráficos de linha para mostrar os resultados.

Para um estudioso, esse resultado poderia inspirar uma investigação mais aprofundada dos porquês dessas duas unidades da federação ter essa concentração maior de determinado nome. E o fato dessas duas regiões abrigarem a capital do país contribuiria para essa curiosidade estatística, etc.

Por isso, em meio a tantos emojis fizemos uma sugestão mais séria. Sem usar emojis na mensagem: Queremos as funcionalidades de volta. Não é necessário abrir mão das funcionalidades só para termos uma interface mais bonitinha, ainda que ordinária. 😕

Ainda assim, ótimo que a ferramenta tenha voltado ao ar. E é bastante interessante a comparação entre vários nomes ao longo do tempo. Por exemplo, comparando os nomes dos protagonistas do Podcast Ju & Xandão, podemos ver que desde o Censo de 1930, a popularidade do nome Alexandre superava ligeiramente o nome Juliana até 1960.

Em 1970, Alexandre saltou de quase 7,8 mil para cerca de 32 mil enquanto Juliana pouco mais que dobrou, passando de 2.200 para 4.700 registros. Em 1980 começou o crescimento vertiginosos de Julianas ainda que superadas por Alexandre que vivia seu apogeu antes de um acentuado desinteresse. A disparada de Julianas só seria refreada uma década mais tarde, após o Censo de 1990, chegando a cerca de 230 mil registros e também passaria a sofrer uma decadência na predileção dos casais.  

E a culpa dessa decadência toda nem é dos Enzos e Valentinas.

Explore a ferramenta para mais funcionalidades interessantes.

Constelação como símbolo de UFs.
Mais uma novidade que não apreciamos. 

Caso queira sugerir a volta dos mapas. Aqui vai uma inspiração:

De qualquer forma se quiser saber mais sobre o seu ou quaisquer outros nomes CLIQUE AQUI.

Visto no Brasil Acadêmico