Relógio do Juízo Final: Oppenheimer, Einstein e o Tique-Taque da Humanidade

Em uma era marcada por avanços científicos e tecnológicos, três entes se destacam na intersecção da ciência e da ética global: J. Robert Opp...

Em uma era marcada por avanços científicos e tecnológicos, três entes se destacam na intersecção da ciência e da ética global: J. Robert Oppenheimer, Albert Einstein e o Relógio do Juízo Final.

J. Robert Oppenheimer: Conhecido como o "Pai da Bomba Atômica", Oppenheimer liderou o Projeto Manhattan, que resultou na criação das primeiras armas nucleares. Apesar de seu papel crucial na inovação tecnológica, ele posteriormente expressou remorso e preocupação com as implicações éticas e humanitárias de seu trabalho. Esse conflito entre a realização do grande feito tecnológico (tendo por base uma controversa justificativa centrada em objetivos militares) e a tentativa de frear o desenvolvimento de armas de destruição em massa que colocariam em risco a sobrevivência da espécie humana, é o principal drama do filme Oppenheimer, do diretor Christopher Nolan.

🎓 Albert Einstein: Embora não estivesse diretamente envolvido no desenvolvimento da bomba atômica, Einstein desempenhou um papel indireto ao alertar o presidente Roosevelt sobre os esforços nazistas para desenvolver armas nucleares. Sua famosa equação, E=mc², também lançou as bases teóricas para a energia nuclear. Einstein tornou-se um defensor do desarmamento nuclear e da paz mundial, posição mostrada no filme citado, onde, embora Einstein não tenha sido um cientista participante do projeto Manhattan (projeto militar secreto que desenvolveu a primeira bomba nuclear) teve um papel relevante nas discussões sobere o tema e nas questões éticas.

⏰ O Relógio do Juízo Final: Criado em 1947 pelo Boletim dos Cientistas Atômicos, o Relógio do Juízo Final simboliza a proximidade da humanidade com a autodestruição global. O relógio é ajustado com base em ameaças globais, como armas nucleares e mudanças climáticas. Oppenheimer e Einstein foram membros influentes do Boletim, e suas vozes ressoaram na consciência global sobre os perigos da tecnologia sem controle ético.

Quando criado, depois da Segunda Guerra Mundial, o relógio simbolicamente marcava que faltavam sete minutos para a meia-noite (que seria o horário do apocalipse). O relógio chegou a ficar a 17 minutos para o horário do apocalipse depois do fim da Guerra Fria, em 1991, devido a tratados de não-proliferação de armas.

As coisas pioraram bastante na visão do cômite multidisciplinar de cientistas que atualiza a hora marcada pelo relógio. A cada ano, a junta de ciência e segurança do Boletim e seus patrocinadores, entre os quais figuram 11 prêmios Nobel, tomam a decisão de reposicionar os ponteiros deste relógio simbólico. Em 2020, o relógio passou a marcar 100 segundos para o juízo final. Esse ano, voltou a piorar, ficando na pior posição desde que foi criado, marcando 90 segundos para o apocalipse.

As razões evocam o conflito da Rússia e Ucrânia, além da mudança climática. Essa guerra preocupa pois qualquer movimento mais radical e o conflito pode escalar para uma guerra nuclear já que a Rússia possui mísseis atômicos estratégico e táticos.

A conexão entre esses três elementos reflete uma época de descobertas sem precedentes, mas também de profunda reflexão sobre o poder e a responsabilidade da ciência. O legado de Oppenheimer e Einstein, juntamente com o constante tique-taque do Relógio do Juízo Final, serve como um lembrete sombrio de que a inovação deve ser equilibrada com a sabedoria e a ética, para que possamos navegar com segurança no futuro incerto da humanidade.

[Relatório 2023 do Doomsday Clock ##pdf##]

[Como seria se jogassem uma bomba atômica em Brasília em 3D?]

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Fonte: G1, Bulletin of the Atomic Scientists, 
Visto no Brasil Acadêmico