Nessa palestra TEDx de 2012 , Tony Wagner fala sobre os pontos que a educação tradicional deveria mudar para fomentar mais a inovação melhor...
Nessa palestra TEDx de 2012, Tony Wagner fala sobre os pontos que a educação tradicional deveria mudar para fomentar mais a inovação melhorando a sociedade como um todo.
Então quantos de vocês são educadores, passado, presente ou futuro? Levantem as mãos. Bom. Estou no lugar certo. Sou um professor de Inglês do Ensino Médio em recuperação. História verdadeira.
Tradutor: Brescia Terra
Quantos de vocês orientam jovens? Levantem as mãos. Definitivamente estou no lugar certo.
Por 25 anos, nós ouvimos falar de escolas que fracassam e da necessidade de reformular nossas escolas.
Alguém aqui quis reformular a escola? Levantem as māos.
Einstein uma vez disse que a formulaçāo do problema é geralmente mais importante do que a solução.
Gostaria de respeitosamente sugerir que nossas escolas não estão fracassando: elas certamente não precisam de reforma.
O sistema é que é obsoleto e precisa ser reinventado. Não reformulado.
O que mudou? É só isso.
Conhecimento hoje em dia é uma mercadoria. É gratuito. É como o ar. É como a água.
Quantos de vocês aqui já visitaram o website da Khan Academy?
Levantem as mãos. É, a maioria de vocês. Certo, vocês sabem.
Vocês sabem a qualidade de educação que as pessoas podem receber nesse site se elas estiverem dispostas a tomar a iniciativa.
Quantos de vocês tiveram que memorizar a tabela periódica no Ensino Médio? Levantem as mãos.
Ah, todo mundo! Bom!
Então, quantos elementos havia na tabela periódica?
Não espere, desculpem, eu não escutei isso.
Qualquer número que vocês tenham dito está errado, porque dois novos elementos foram adicionados na semana passada.
E planetas, nós temos um a mais ou um a menos? Eu não sei, eu não lí as notícias hoje. E vamos ver, vamos fazer um concurso.
Por que vocês não falam as 50 capitais dos estados de cor enquanto eu as procuro no google? Vamos ver quem é mais rápido.
Conhecimento é uma mercadoria.
O mundo não se importa mais se você é mais inteligente do que um aluno da quinta série ou quão bem você atinge seus objetivos.
O mundo se importa não com o que você sabe, mas com o que você pode fazer com o que você sabe.
E este é um problema educacional completamente diferente.
Então a questão se torna: Você tem as habilidades e você tem a vontade para usar o conhecimento que você adquiriu?
Ok, eu tenho que contar para vocês o tipo de jornada intelectual que eu vivi.
2005, eu li “O Mundo é Plano”, de Friedman. Quantos de vocês leram esse livro? Me assustou demais.
Porque como vocês sabem, ele fala de um mundo no qual cada vez mais um trabalho que pode ser descrito está sendo transferido para outros países ou automatizado.
Colarinho branco, colarinho azul, não importa.
Eu falei com ele recentemente, o entrevistei por causa do novo livro.
Ele disse: “Eu coloquei uma coisa errada naquele livro.”
Eu disse: “Que coisa?”
Ele disse: “O ritmo da mudança é muito mais rápido.”
Então eu me preocupei com que tipo de habilidades nossos jovens irão precisar para conseguir e manter um bom trabalho nesta nova economia de conhecimento global.
E na verdade serão essas as mesmas habilidades que eles precisarão para cidadania e aprendizado contínuo?
Então eu entrevistei vários inovadores, literalmente, da Apple a Uniliver, executivos, Exército Americano, líderes de comunidades, professores de faculdades, perguntando a todos eles:
“Quais são as habilidades mais importantes hoje em dia? O que é importante?”
E eu cheguei a conclusão que há um conjunto competências fundamentais que cada jovem deve tentar dominar antes que terminem o ensino médio.
Não só para conseguir um bom emprego, mas para ser um eterno aprendiz e para ser um cidadão ativo e informado no século XXI.
Muito brevemente, elas são:
- No. 1: Pensamento crítico e solução de problemas.
O que eu quero dizer por pensamento crítico? A habilidade de fazer as perguntas certas, fazer perguntas certas.
- No. 2: Colaboração entre redes de conhecimento e liderança por influência.
- No. 3: Agilidade e adaptabilidade.
- No. 4: Iniciativa e empreendedorismo.
- No. 5: Comunicação oral e escrita eficaz.
- No. 6: Habilidade de acessar e analisar informações. E por último,
- No. 7: Curiosidade e imaginação.
Então, algumas coisas aconteceram quando aquele livro foi publicado há 3 anos e meio. Há uma lacuna de conquistas globais a que Hellman se refere.
Primeiramente, recebi um tipo de afirmação, literalmente, de todo o mundo que muito me impressionou.
De Taiwan a Singapura, de Helsinki a Madrid, e em todos os lugares entre estes. Tailândia, Bahrain, Birmingham, Inglaterra. De Wall Street a West Point, as pessoas me diziam: “Sim, estas são habilidades certas.”
Eu me senti muito bem. Nada mal. Aí a outra coisa aconteceu.
A economia entrou em colapso.
E eu vi jovens voltando para casa da universidade, e parecendo ter adquirido algumas, muitas, a maioria dessas habilidades, voltando para casa da universidade sem emprego.
Eles tinham as habilidades. Alguma coisa estava faltando.
Hoje, metade de todos os recém formados nas universidades estão ou desempregados ou subempregados.
Um terço está vivendo em casa.
Talvez alguns de vocês nesta platéia.
O que eu perdi? O que saiu errado?
Bom, a medida que tentei entender a essência desta crise econômica, compreendi que era muito mais do que as transferências de risco de crédito às quais lemos, muito mais do que apenas um mercado imobiliário super inflacionado, e assim por diante.
Aqui está o que eu aprendi. Talvez todos vocês saibam disso. Eu não sabia.
Mais de 70% de nossa economia é baseada nos gastos do consumidor.
Qual é o maior medo de todos? Que o consumidor pare de gastar. Por isso nós perdemos empregos.
No. 2, que maus gastos têm sido praticado por pessoas que estāo se endividando.
Retirando o dinheiro da casa o mais rápido que conseguem, pondo dinheiro nos cartões de crédito o mais rápido que conseguem.
Em 2007, a taxa de economias era menos 2%.
O que me leva a concluir que talvez o que fizemos foi criar uma economia baseada em pessoas gastando dinheiro que elas não tem, para comprar coisas que talvez elas não precisem, ameaçando o planeta durante o processo.
E penso que é cada vez mais claro que esse tipo de economia não é sustentável.
Como Jeremy Cloud disse, não é ambientalmente sustentavel . Não é economicamente sustentável.
Hoje, a taxa de poupança é de 4%.
Os consumidores estão economizando mais do que estão gastando.
Também não acho que isso seja sustentável. Nós precisamos de algo diferente.
Então a medida em que tentei compreender qual era a alternativa, qual seria o nosso nicho na economia global, uma palavra sempre aparecia:
Inovação.
A ideia, não só as maiores inovações em STEM, mas nos tornar um país que produz mais ideias melhores para resolver os mais diferentes tipos de problemas, ideias que gerem empregos, ideias que outras pessoas queiram e precisem como soluções para problemas reais, qualquer problema.
Então, você sabe, a América sempre foi conhecida como um país altamente inovador. Mas isso é devido o ou apesar do nosso sistema educacional? Pergunta importante.
Vocês sabem que nós temos infraestrutura, nós gastamos em nossa P&D, leis de proteção aos direitos autorais, boa política de imigração, até recentemente.
E a educação?
Está certo, a pergunta do dia, tão rápido que vocês não conseguem procurar a resposta no google.
O que o Bill Gates, o Edwin Land, o inventor da câmera fotográfica instantânea Polaroid, o Mark Zuckeburg, o famoso do Facebook, e a Bonnie Raltt, a cantora folclórica, todos os quatro têm em comum?
(Audiência) Todos largaram a faculdade.
Desculpem, eles não largaram a faculdade, eles largaram a Universidade de Harvard!
Isso é diferente! Muito obrigado.
Vocês sabem que Steve Jobs largou a faculdade, Michael Dell largou a faculdade.
Esses caras largaram Harvard.
Então decidi mudar de tática.
Tentar entender o que devemos mudar para desenvolver as capacidades de muito mais dos nossos jovens para que estes se tornem inovadores.
O que nós devemos fazer como pais, como professores, como mentores, e como empregadores.
Comecei a entrevistar vários inovadores por volta de seus 20 anos de idade, Jovens extraordinários.
Alguns de classe privilegiada, outros pobres. Todos os tipos. De todo o país.
Alguns em áreas STEM, alguns em artes, alguns inovadores sociais e empreendedores.
Então eu entrevistei cada um de seus pais.
Tentando perceber se havia algum padrão de educação familiar.
Então eu perguntei para cada um deles:
“Existe um professor ou um mentor que tenha feito uma diferença significativa na sua vida?”
Um terço deles, um terço, não conseguiu citar um único professor.
Dos dois terços que puderam, eles puderam citar pelo menos um professor.
Do terço que não conseguiu citar um professor conseguiu sempre mencionar um mentor.
Muito importante. Nós subestimamos a importância do mentor.
Então eu fui entrevistar cada um desses professores e mentores.
E eu fiz uma descoberta chocante.
Em cada um dos casos, os professores que entrevistei – e entrevistei professores do ensino fundamental até o superior.
Todo o espectro. Em todos os casos, cada um desses professores era uma exceção no seu ambiente escolar.
Na verdade, fui a cinco universidades.
Harvard, MIT, Stanford, Carnegie Mellon e Tulane.
Todos os professores dessas cinco universidades que produziram inovadores brilhantes e continuam a fazê-lo, nenhum deles tinha estabilidade ou iriam obter estabilidade.
Qual o problema aqui?
Bem, o que percebi é que a cultura da educação, da forma como fomos educados, é radicalmente contrária à cultura do aprendizado que produz inovadores em relação a cinco pontos:
- No. 1, nós comemoramos e premiamos conquistas individuais, e claro que existe um lugar importante para isso, mas, como bem sabem, a inovação é coisa de equipe.
E todos esses professores construiram equipes reais, e mensurável com colaboração em todos os trabalhos.
- No. 2, nós adoramos a especialização na educação Americana.
Ensino médio, universidades são orientadas pelo que chamamos de unidades Carnegie, que têm 115 anos de idade.
Química isso, biologia aqui, e assim por diante. O mundo da inovação é interdisciplinar.
E o aprendizado pela solução de problemas.
Judi Gilbert do Google, ela disse para mim, se existe uma coisa que educadores devem entender, é que os problemas não podem mais ser resolvidos nem mesmo compreendidos dentro das rígidas linhas das disciplinas acadêmicas.
- No. 3, a cultura da educação prega a aversão ao risco e à penalização dos erros.
O trabalho do estudante é entender o que o professor precisa. Dê ao professor o que o professor quer.
O trabalho do professor é evitar problemas, vocês sabem.
Nós não somos encorajados a assumir riscos como educadores, certo?
O mundo da inovação, como vocês devem saber, é todo ligado a assumir riscos, cometer erros, e aprender com eles.
Eu fui à IDEO, a mais inovadora empresa de design do mundo, e eles me disseram: "Nosso lema é, 'Erre cedo e erre muito.'
Isso porque não existe inovação se não existe tentativa e erro.
Eu fui à Escola D, iniciada por David Kelley do IDEO, um impressionante programa interdisciplinar em Stanford.
Eles estavam conversando em volta de uma mesa, dizendo:
“Você sabe que pensamos que o F é o novo A.”
Tente vender esse boletim nas suas escolas. Eu conversei com um estudante da universidade de Owen.
Em tempo, Owen é, provavelmente a melhor universidade do país atualmente.
Todos os cursos, interdisciplinares, baseados em equipes, baseados em projetos - lugar extraordinário.
Conversei com um estudante em Owen, ele disse:
“Você sabe, nós nem conversamos muito sobre erros aqui. Nós conversamos sobre iteração.”
Puxa, acho que nem sabia o que essa palavra significava há cinco anos.
Mas ela tem se tornado algo tão importante como um conceito para mim.
Ao aprender, não existem erros, existem iterações.
Ainda que eu tenha que lhe perguntar, quantos de vocês aprenderam mais com os seus erros do que com os seus sucessos. Levantem as mãos.
Sim, eu também. Deus, isso machuca às vezes. Isso é dolorido.
Mas o ponto é, protegemos as crianças na escola, protegemos as crianças em casa, os pais helicóptero sobrevoam.
Eles não querem que seus filhos cometam erros que seu boletim perfeito se torne uma vergonha, de alguma forma.
Mas esta é a única fonte de auto confiança.
Que você pode aprender que você pode se recuperar de um erro.
E você não quer aprender isso quando você já tiver 35, por que machuca muito mais.
A quarta. Você sabe, a cultura do aprendizado é principalmente um consumo passivo.
Na verdade, eu acho que é onde aprendemos a ser bons pequenos consumidores: na escola.
Porque nós sentamos e recebemos o dia inteiro.
As salas de aula dos inovadores são sobre criações, Criando produtos reais para platéias reais.
Por último e mais importante, nós confiamos em incentivos externos para aprender.
Cenouras e varinhas. Dinheiro para boas notas.
O mundo das inovações, esses jovens inovadores, cada um deles que eu entrevistei era muito mais motivado intrinsicamente.
Eles queriam fazer a diferença no mundo.
E então quando eu olho para trás para o que esses pais fizeram e o que esses professores fizeram para encorajar esta motivação intrínseca, eu encontrei outro padrão.
Brincar, por paixão, por propósito.
Pais e professores, os dois encorajaram mais brincadeiras exploratórias, menos brinquedos, brinquedos sem baterias, menos tempo de tela, mais tempo que era desestruturado. Vá lá fora, e brinque, Pais que encorajaram estudantes para encontrar e perseguir uma paixão, que sabiam que era mais importante que somente conquistas acadêmicas.
Professores que encorajaram estudantes, tiraram um tempo em cada aula para fazerem projetos, para fazerem pesquisa, para fazerem experimentos, para encontrarem e perseguirem uma paixăo intelectual ou artística.
E em cada caso a medida que esses jovens foram desenvolvendo essas paixões, eles modificaram, eles mudaram, eles evoluíram em um sentido de propósito mais profundo.
Porque os pais e professores disseram uma coisa: “Dê. Faça a diferença.”
E todos eles têm esse valor, querem, de alguma forma, fazer a diferença.
Então o que isso significa para o nosso trabalho?
Bem, nós podemos ter várias longas conversas de como o sistema precisa ser reinventado.
Escrevi algumas coisas sobre isso.
Mas, vocês sabem, volto sobre o que cada um de nós pode fazer.
E eu volto para a ideia de que, primeiro de tudo, nós temos que ser inovadores ao ensinar, e ao ser mentores. Nós temos que ser modelos de valores, de comportamentos de inovação.
Nós temos que, em nossas aulas, estar dispostos a correr riscos.
Estar dispostos a aprender com os erros.
Trabalhar mais colaborativamente com nossos colegas.
Mas eu acho que acima de tudo, talvez o que é mais importante para mim é que eu, como professor e mentor, agora penso muito mais sobre onde e como eu estou encorajando a brincadeira, a paixão e o propósito em tudo que eu faço com jovens.
Muito obrigado.
(Aplausos)
Tradutor: Brescia Terra
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