Pode um despretensioso jogo educacional representar um verdadeiro zeitgeist por tudo que o cerca?
Pode um despretensioso jogo educacional representar um verdadeiro zeitgeist por tudo que o cerca?
O Jogo da Tabuada do Alexandre é uma mistura de tudo aquilo que nos cerca. Ele foi criado pensando em estimular meu filho a desenvolver suas habilidades matemáticas, já que é bastante comum, hoje em dia, modéstia às favas, pais muito mais envolvidos diretamente com a educação de sua prole. E foi desenvolvido no contexto do isolamento devido à pandemia da Covid-19 como mais uma ferramenta a auxiliar pais e professores a entreterem enquanto garantem o aprendizado dessa juventude recolhida pela quarentena. Sendo facilmente adaptável a outras realidades escolares e familiares.
Clique na bandeirinha verde para iniciar o Alexandre´se Table Game - Versão também para tablets e smartphones
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E não há nada mais atual, a bem da verdade, do que o desejo de desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes. Totalmente aderente à gestão por competência por meio de trilhas de aprendizagem que as empresas implementam e perseguem orientadas também pelo já clássico relatório da UNESCO por Jacques Lucien Jean Delors que preconiza que no século XXI devemos aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conviver com os outros e aprender a viver.
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E como o ATG se imbrica nisso tudo? Primeiro que é um aprendizado também para seu desenvolvedor, que teve que aprender um forma diferente de programar por meio blocos visuais (mais Lego, impossível) colocando a mão na massa. E seu domínio é totalmente franqueado pelo projeto do MIT (Scratch) para crianças aprenderem a programar, tendo inúmeros tutoriais e fóruns explicando praticamente tudo do jeito que seu estilo de aprendizagem exigir: por vídeos, por exemplos, permitindo fazer perguntas, etc.
É também fruto de muita tecnologia enraizada culturalmente, uma marca de nosso tempo, já que o Scratch está disponível na web possuindo também uma versão para o desktop e se destina a multiplicar mais desenvolvedores de forma lúdica, com um formato que incentiva a criação de jogos e narrativas para forjar uma geração maker com conhecimento de lógica da programação. E não só focado no software, uma vez que o Scratch possui plugins e "forks" para ter uma interface com robôs, instrumentos musicais, visuais e outras formas de interação física com eletrônica e átomos.
Por exemplo, o projeto Scratch permite o uso de variáveis na nuvem (cloud) o que significa que o ATG poderia ter um recorde de pontos (quanto mais baixo, melhor, já que se baseia no tempo para a conclusão do jogo) global, entre todos os jogadores, mas isso ainda não está disponível para esse que vos digita pois ainda sou um New Scratcher e essa feature só vai ser incorporada no ATG no futuro.
Também é uma forma de inclusão, já que a tecnologia da ferramenta possui plugins para tradução e também saída de dados por sons, músicas e voz. O que permitiu que invisuais usem o ATG de forma praticamente independente.
E essa cultura do compartilhamento é também um grande estigma das últimas décadas. Especialmente em meios digitais gratuitamente com um modelo de negócio estilo almoço grátis, cauda longa, shareware, donationware, freemium ou algo do gênero. Pois o ATG vai se somar a milhares de outros projetos com seu código totalmente aberto para que outros possam, eventualmente, entenderem como foi feito e aprenderem ou aperfeiçoarem a ideia original. E a motivação? Como o próprio Dan Pink poderia vaticinar: "Dinheiro, não é". Reconhecimento? Talvez.
E, não menos importante, outra características do nosso tempo é a polêmica, especialmente revivendo a geopolítica da Gerra Fria. Pois o ATG certamente terá dificuldade de chegar à maioria dos chineses pois a China bloqueou o Scratch em seu território (pelo menos a versão online). Isso teria se dado devido à enorme quantidade de conteúdo, em outros projetos, que critica aquela nação e seu governo.
Alexandre Gomes é pai, professor, cientista da computação, especialista em educação a distância e mestre em administração com foco em gestão estratégica das organizações.
Fonte: Scratch
Visto no Brasil Acadêmico
E, não menos importante, outra características do nosso tempo é a polêmica, especialmente revivendo a geopolítica da Gerra Fria. Pois o ATG certamente terá dificuldade de chegar à maioria dos chineses pois a China bloqueou o Scratch em seu território (pelo menos a versão online). Isso teria se dado devido à enorme quantidade de conteúdo, em outros projetos, que critica aquela nação e seu governo.
Ou seja, intencionalmente ou não, o Scratch também está servindo como arma política.
Mas o próprio jogo também não se livra da polêmica. Pois ele não é tão politicamente correto assim. Uma vez que lança mãos de artimanhas que criam uma tensão que poderia, segundo alguns especialistas, frustar as crianças, já tão vitimadas pelo bullying, ou mesmo traumatizá-las. O que poderia gerar uma possível aversão à matemática, tendo justamente o efeito contrário do almejado.
Minha defesa a esse particular ponto de crítica é que esse jogo precisa ser divertido. E jogos necessitam de ter algo que desafie o jogador para mantê-lo no famoso estado de flow. Por isso esse é um jogo pensado para crianças mas que pode ser jogado por adultos que queiram manter a agilidade mental em dia ou mesmo adiar o Alzheimer com uma boa dose de exercício mental.
Essas são algumas razões pelas quais acredito que o ATG ilustra bem o mundo contemporâneo. Pretensão? Talvez. Mas vá lá, jogue e dê uma chance para o ATG absorver você. Depois diga o que achou.
Obs.: Resolvi não traduzir o nome do jogo para algo como Jogo da Tabuada por que a anglofonização dos termos da cultura game favorece esse tipo de estratégia de marketing. Mas, para agradar os nacionalistas, pelo menos a opção de traduzir o jogo para o português vem antes do inglês. 😝
Obs.: Resolvi não traduzir o nome do jogo para algo como Jogo da Tabuada por que a anglofonização dos termos da cultura game favorece esse tipo de estratégia de marketing. Mas, para agradar os nacionalistas, pelo menos a opção de traduzir o jogo para o português vem antes do inglês. 😝
Alexandre Gomes é pai, professor, cientista da computação, especialista em educação a distância e mestre em administração com foco em gestão estratégica das organizações.
Fonte: Scratch
Visto no Brasil Acadêmico
Fantástico. Gosto muito do Scratch.
ResponderExcluirOpa. É muito bom mesmo. Muita coisa para explorar.
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