Quando descobriu que sua esposa tinha que escolher entre comprar comida para a famíla ou comprar sua "provisão mensal", Arunachala...
Quando descobriu que sua esposa tinha que escolher entre comprar comida para a famíla ou comprar sua "provisão mensal", Arunachalam Muruganantham prometeu ajudá-la a resolver o problema do absorvente sanitário. Sua pesquisa se tornou muito, muito pessoal - e o levou a um poderoso modelo de negócio.
Então, eu tentei fazer uma pequena gentileza para minha esposa. Isso me trouxe aqui. A fama, o dinheiro que ganhei com isso. Então, o que fiz, foi lá no início do meu casamento. O que você fez no início do casamento? Você tentou impressionar sua esposa. Eu fiz o mesmo. Naquela ocasião, encontrei minha esposa carregando algo assim. Eu vi. "O que é isso?", perguntei.
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico
Minha esposa respondeu: "Não é da sua conta." Aí, sendo seu marido, corri atrás dela e vi que carregava um trapo sujo. Não uso aquele pano nem pra limpar minha bibicleta. Aí, eu entendi. Estava adotando aquele método anti-higiênico para lidar com sua menstruação.
Logo perguntei:“ Por que está usando esse método anti-higiênico?” Ela respondeu: “Também conheço absorventes, mas eu e suas irmãs, se começarmos a usar isso, vamos ter que cortar o leite do orçamento familiar.” Aí, fiquei chocado. Qual é a conexão entre usar absorvente e leite no orçamento? Se chama capacidade de gasto. Tentei impressionar minha nova esposa oferecendo a ela um pacote de absorventes. Fui a uma loja local, tentei comprar um pacote de absorventes. Aquele cara olha pra esquerda e pra direita, e abre um jornal, enrola no jornal, me entrega aquilo como um item banido, algo parecido. Não sei por quê. Eu não pedi uma camisinha. Aí, peguei aquele absorvente: quero ver. O que tem dentro dele?
Pela primeira vez, aos 29 anos de idade, toquei num absorvente, pela primeira vez na vida. Preciso saber: quantos caras aqui já tocaram num absorvente? Eles não vão tocar, porque não é problema deles. Aí, pensei comigo mesmo: substância branca, feita de algodão. Ó meu Deus, o cara só está usando o equivalente a um centavo de matéria-prima dentro; estão vendendo por libras, dólares. Por que não fazer aqui um absorvente para minha nova esposa? Foi assim que tudo começou. Mas depois de fazer um absorvente, onde posso testá-lo? Não é como se eu pudesse testá-lo apenas no laboratório. Preciso de uma mulher voluntária. Onde posso conseguir uma na Índia? Nem mesmo em Bangalore você consegue uma, na Índia. Então, único problema: a única vítima disponível é minha esposa.
Aí, fiz um absorvente e entreguei a Shanti - o nome da minha esposa é Shanti.
“Feche os olhos. O que estou te dando, não é um pingente de diamante, nem um anél de diamante, nem chocolate, estou te dando uma surpresa, enrolada num monte de papel barato. Feche os olhos.”
Porque tentei tornar o momento íntimo. Porque é um casamento arranjado, não um casamento por amor. (Risos)
Então, um dia ela disse, abertamente, não vou apoiar essa pesquisa. Aí, outras vítimas foram as minhas irmãs. Mas mesmo irmãs, esposas, elas não estão preparadas para apoiar a pesquisa. É por isso que sempre sinto ciúmes dos santos na Índia. Eles têm um monte de mulheres voluntárias a seu redor.
Por que eu não consigo nenhuma? Sabe, sem mesmo chamar, eles conseguem um monte de mulheres voluntárias. Aí, usei, tentei usar garotas da faculdade de medicina. Elas também recusaram. Finalmente, decido: uso o absorvente eu mesmo. Agora, eu tenho um título como o primeiro homem a pisar na lua. Armstrong. Depois, Tenzig e Hillary, no Everest. Assim, Muruganantham é o primeiro homem a usar um absorvente no planeta.
Usei um absorvente. Enchi uma garrafa de futebol com sangue animal, amarrei-a aqui; tem um tubo entrando nas minhas calças. Enquanto ando, enquanto pedalo, eu aperto, doses de sangue vão pra lá. Me faz curvar diante de qualquer mulher na minha frente, a dar todo o respeito. Aqueles cinco dias, eu nunca vou esquecer: dias sujos, dias nojentos, aquela umidade. Meu Deus, é inacreditável.
Mas aqui o problema é: uma companhia está fazendo absorvente sanitário de algodão. Está funcionando bem. Mas eu também estou tentando fazer absorvente com algodão bom. Não está funcionando. Faz com que eu queira desistir de pesquisar, pesquisar e pesquisar. Você precisa de fundos primeiro. Não apenas crise financeira, mas por causa da pesquisa do absorvente, me deparei com todos os tipos de problemas, incluindo um pedido de divórcio da minha esposa. Por quê? Usei garotas da faculdade de medicina. Ela suspeita que uso a pesquisa como carta de trunfo para correr atrás de garotas da faculdade de medicina.
Finalmente, encontrei uma celulose especial, derivada da madeira de um pinheiro. Mas mesmo depois disso, você precisa de um maquinário de muitos milhões de dólares como esse para processar aquele matéria. De novo, um entrave. Aí, gastei outros quatro anos para criar minha própria máquina, uma máquina simples como essa. Nessa máquina, qualquer mulher do campo pode usar as mesmas matérias-primas que aqueles processando num maquinário multinacional. Qualquer um pode fazer um absorvente sanitário de primeira classe na sala de jantar. Essa é minha invenção.
Então, depois disso, o que fiz? Geralmente, se alguém tem uma patente ou uma invenção, imediatamente quer fazer dinheiro com ela. Nunca fiz isso. Renunciei assim. Porque você faz isso, se alguém corre atrás de dinheiro, a vida não tem nenhuma beleza. É um tédio. Muitas pessoas estão fazendo um monte de dinheiro, bilhões; bilhões de dólares acumulando. Por que elas estão se voltando, finalmente, para a filantropia? Por que a necessidade de acumular dinheiro e aí fazer filantropia? E se alguém decidir começar filantropia desde o primeiro dia? É por isso que estou dando essa máquina apenas na Índia rural, para mulheres do campo. Porque na Índia, você vai se supreender, apenas 2% das mulheres usam absorvente. O resto, elas usam um trapo, uma folha, uma casca, serragem, tudo, menos absorvente. É o mesmo no século XXI. É por isso que eu decidi dar essa máquina apenas para mulheres pobres por toda a Índia. Até agora, são 630 instalações em 23 estados e em 6 outros países.
Agora, estou no sétimo ano, me mantendo diante de multinacionais, gigantes transnacionais. Faz todo estudante de MBA questionar: Um aluno desistente de Coimbatore, como ele é capaz de se manter? Fez de mim professor visitante e palestrante convidado em todos os Institutos Indianos de Gestão. (Aplausos) Passe o vídeo um.
(Vídeo) O que vi na mão da minha esposa: “Por que você está usando esse trapo nojento?” Ela logo respondeu: “Conheço absorventes sanitários, mas se começar a usar absorventes, então vamos ter que cortar o leite do orçamento familiar.” Por que eu mesmo não faço um absorvente sanitário de baixo custo? Então, decidi que iria vender essa nova máquina apenas para Grupos de Autoajuda para Mulheres. Essa é a minha ideia.
AM: E antes, você precisava de um investimento multimilionário pra máquina e tudo. Agora, qualquer mulher do campo pode. Elas estão realizando o ritual puja. (Video): (Canto) Você pensa, gigantes competitivos, até de Harvard, Oxford, é difícil. Eu faço mulheres do campo competirem com multinacionais. Estou me mantendo no sétimo ano. Já 600 instalações. Qual é a minha missão? Eu vou tornar a Índia um país no qual 100% das mulheres usa absorvente sanitário na minha existência.
Dessa forma, vou proporcionar nada menos que um milhão de empregos rurais, que vou criar. É por isso que não estou correndo atrás desse dinheiro maldido. Estou fazendo uma coisa séria. Se você corre atrás de uma garota, a garota não vai gostar de você. Faça o seu serviço simplesmente, a garota vai correr atrás de você. Assim, eu nunca corri atrás de Mahalakshmi. Mahalakshmi está correndo atrás de mim, estou guardando no bolso de trás. Não no bolso da frente. Eu sou homem de bolso de trás. Isso é tudo. Um aluno desistente viu o problema na sociedade que não usa absorvente.
Estou me tornando um provedor de solução. Estou muito feliz. Não quero fazer disso uma entidade corporativa. Eu quero fazer disso o movimento do absorvente local pelo mundo.
É por isso que coloquei todos os detalhes no domínio público como um software aberto.
Agora 110 países estão acessando. Ok? Então, classifico as pessoas em três: não educado, pouco educado, super educado. Pouco educado, fez isso. Super educado, o que você vai fazer pela sociedade?
Muito obrigado. Tchau!
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico
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