Você consegue apontar como essas manchetes podem ser melhoradas? “Nova droga pode curar câncer.” “Aspirina pode reduzir risco de infartos.” ...
Você consegue apontar como essas manchetes podem ser melhoradas? “Nova droga pode curar câncer.” “Aspirina pode reduzir risco de infartos.” “Café da manhã pode ajudar a perder peso.”
Na medicina, muitas vezes, há uma desconexão entre as manchetes de notícias e a pesquisa científica que elas cobrem. Enquanto as manchetes são feitas para chamar a atenção, muitos estudos científicos produzem resultados significantes quando focam uma questão específica. Como descobrir o que é uma preocupação de saúde genuína e o que é menos conclusivo? Jeff Leek e Lucy McGowan explicam como ler além da manchete.
Manchetes sobre saúde, como essas, encharcam os jornais, frequentemente se contradizendo. Como descobrir o que é uma preocupação de saúde genuína ou um remédio verdadeiramente promissor, e o que é menos conclusivo?
Na medicina, muitas vezes, há uma desconexão entre as novas manchetes e a pesquisa científica que elas cobrem. Isso acontece porque a manchete é feita para chamar a atenção, ela é mais eficaz quando faz uma grande afirmação. Por outro lado, muitos estudos científicos produzem resultados significantes quando focam uma questão específica.
O melhor meio para reduzir essa lacuna é examinar a pesquisa original por trás da manchete. Elaboramos um cenário de pesquisa simplificado para cada uma dessas três manchetes para testar suas habilidades. Atentando-se à explicação do primeiro estudo, pause sobre a manchete para descobrir o erro. Suponha que toda a informação necessária para detectar o erro está inclusa.
Vamos começar com um cenário hipotético: um estudo com camundongos para testar uma nova droga contra o câncer. O estudo inclui dois grupos de camundongos, um tratado com a droga, o outro com um placebo. No final do processo, o rato que recebeu a droga foi curado, os que receberam o placebo, não.
Uma vez que as cobaias do estudo foram camundongos, não podemos concluir o mesmo para doenças humanas baseados nessa pesquisa. Na vida real, pesquisas iniciais de novas drogas e terapias não usam humanos. Se o resultado inicial é promissor, testes clínicos se seguem para determinar se o resultado é o mesmo em humanos.
Agora que você está pronto, vamos tentar algo mais complicado: um estudo sobre o impacto da aspirina para prevenir riscos de infarto. O estudo aleatoriamente dividiu um conjunto de homens em dois grupos. Os membros de um grupo tomaram aspirina diariamente, enquanto os outros tomaram placebo diariamente. No final do processo, o grupo de controle sofreu significativamente mais infartos do que o grupo que tomou aspirina.
Nesse caso, o estudo mostra evidência de que a aspirina reduziu infartos em homens, porque todos os participantes eram homens. Mas a conclusão: “aspirina reduz risco de infarto” é muito genérica, não podemos supor que os resultados descobertos se aplicam às mulheres. Estudos limitam os participantes com base na geografia, idade, gênero, e outros fatores. Antes de as descobertas serem generalizadas, estudos similares precisam ser feitos em outros grupos. Se uma manchete faz uma afirmação genérica, ela deveria retirar evidência de um corpo de pesquisas, não de um único estudo.
Você consegue avançar para o próximo nível? Tente esse exemplo sobre o impacto de tomar café da manhã e perder peso. Pesquisadores recrutaram um grupo que sempre pulou o café da manhã e lhes pediu para começar a tomar café da manhã todos os dias. Os participantes eram homens e mulheres de várias idades e históricos. Pelo período de um ano, os participantes perderam uma média de dois quilos.
As pessoas do estudo tomaram café da manhã e perderam peso, mas não sabemos se eles perderam peso por causa do café da manhã, talvez, ao terem seu peso rastreado, eles ficaram inspirados a mudar seus hábitos alimentares. Para descartar a possibilidade de outro fator ter causado a perda de peso, precisaríamos comparar esses participantes com um grupo que não tomava café da manhã antes e continuou a pulá-lo durante o estudo. Uma manchete não deveria afirmar que os resultados dessa pesquisa se aplicam a qualquer um. E se um estudo fez isso sem um grupo de comparação, você deve questionar sua credibilidade.
Agora que você já testou suas habilidades com estudos hipotéticos e manchetes, você pode testá-las no mundo real. Se os artigos não estão disponíveis sem o pagamento de taxa, você ainda pode encontrar ementas de resultados e de projetos experimentais em resumos disponíveis gratuitamente, ou até mesmo dentro do texto da notícia. Estudos individuais têm resultados que nem sempre correspondem a uma manchete provocante. Grandes conclusões para problemas de saúde humana exigem muitas evidências acumuladas durante o tempo. Mas, enquanto isso, podemos nos informar bem sobre a ciência, lendo além da manchete.
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
Na medicina, muitas vezes, há uma desconexão entre as manchetes de notícias e a pesquisa científica que elas cobrem. Enquanto as manchetes são feitas para chamar a atenção, muitos estudos científicos produzem resultados significantes quando focam uma questão específica. Como descobrir o que é uma preocupação de saúde genuína e o que é menos conclusivo? Jeff Leek e Lucy McGowan explicam como ler além da manchete.
Manchetes sobre saúde, como essas, encharcam os jornais, frequentemente se contradizendo. Como descobrir o que é uma preocupação de saúde genuína ou um remédio verdadeiramente promissor, e o que é menos conclusivo?
Na medicina, muitas vezes, há uma desconexão entre as novas manchetes e a pesquisa científica que elas cobrem. Isso acontece porque a manchete é feita para chamar a atenção, ela é mais eficaz quando faz uma grande afirmação. Por outro lado, muitos estudos científicos produzem resultados significantes quando focam uma questão específica.
O melhor meio para reduzir essa lacuna é examinar a pesquisa original por trás da manchete. Elaboramos um cenário de pesquisa simplificado para cada uma dessas três manchetes para testar suas habilidades. Atentando-se à explicação do primeiro estudo, pause sobre a manchete para descobrir o erro. Suponha que toda a informação necessária para detectar o erro está inclusa.
Vamos começar com um cenário hipotético: um estudo com camundongos para testar uma nova droga contra o câncer. O estudo inclui dois grupos de camundongos, um tratado com a droga, o outro com um placebo. No final do processo, o rato que recebeu a droga foi curado, os que receberam o placebo, não.
Você consegue detectar o problema desta manchete: “Estudo mostra que nova droga pode curar câncer”.
Uma vez que as cobaias do estudo foram camundongos, não podemos concluir o mesmo para doenças humanas baseados nessa pesquisa. Na vida real, pesquisas iniciais de novas drogas e terapias não usam humanos. Se o resultado inicial é promissor, testes clínicos se seguem para determinar se o resultado é o mesmo em humanos.
Agora que você está pronto, vamos tentar algo mais complicado: um estudo sobre o impacto da aspirina para prevenir riscos de infarto. O estudo aleatoriamente dividiu um conjunto de homens em dois grupos. Os membros de um grupo tomaram aspirina diariamente, enquanto os outros tomaram placebo diariamente. No final do processo, o grupo de controle sofreu significativamente mais infartos do que o grupo que tomou aspirina.
Baseado nessa situação, o que há de errado com a manchete: “Aspirina pode reduzir risco de infartos”.
Nesse caso, o estudo mostra evidência de que a aspirina reduziu infartos em homens, porque todos os participantes eram homens. Mas a conclusão: “aspirina reduz risco de infarto” é muito genérica, não podemos supor que os resultados descobertos se aplicam às mulheres. Estudos limitam os participantes com base na geografia, idade, gênero, e outros fatores. Antes de as descobertas serem generalizadas, estudos similares precisam ser feitos em outros grupos. Se uma manchete faz uma afirmação genérica, ela deveria retirar evidência de um corpo de pesquisas, não de um único estudo.
Você consegue avançar para o próximo nível? Tente esse exemplo sobre o impacto de tomar café da manhã e perder peso. Pesquisadores recrutaram um grupo que sempre pulou o café da manhã e lhes pediu para começar a tomar café da manhã todos os dias. Os participantes eram homens e mulheres de várias idades e históricos. Pelo período de um ano, os participantes perderam uma média de dois quilos.
O que há de errado com a manchete: “Café da manhã pode ajudar a perder peso”?
As pessoas do estudo tomaram café da manhã e perderam peso, mas não sabemos se eles perderam peso por causa do café da manhã, talvez, ao terem seu peso rastreado, eles ficaram inspirados a mudar seus hábitos alimentares. Para descartar a possibilidade de outro fator ter causado a perda de peso, precisaríamos comparar esses participantes com um grupo que não tomava café da manhã antes e continuou a pulá-lo durante o estudo. Uma manchete não deveria afirmar que os resultados dessa pesquisa se aplicam a qualquer um. E se um estudo fez isso sem um grupo de comparação, você deve questionar sua credibilidade.
Agora que você já testou suas habilidades com estudos hipotéticos e manchetes, você pode testá-las no mundo real. Se os artigos não estão disponíveis sem o pagamento de taxa, você ainda pode encontrar ementas de resultados e de projetos experimentais em resumos disponíveis gratuitamente, ou até mesmo dentro do texto da notícia. Estudos individuais têm resultados que nem sempre correspondem a uma manchete provocante. Grandes conclusões para problemas de saúde humana exigem muitas evidências acumuladas durante o tempo. Mas, enquanto isso, podemos nos informar bem sobre a ciência, lendo além da manchete.
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
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