Você está levantando halteres. A primeira vez parece fácil, porém, a cada levantamento fica mais difícil até que você não consegue prossegui...
Você está levantando halteres. A primeira vez parece fácil, porém, a cada levantamento fica mais difícil até que você não consegue prosseguir. Os músculos dos braços não conseguem se contrair. O que está acontecendo? Christian Moro explica como exatamente nossos músculos operam, e o que faz com que fiquem fatigados.
Você está levantando pesos. A primeira vez parece fácil, mas a cada levantamento fica mais difícil até que você não consegue continuar. Os músculos dos seus braços, responsáveis pelo levantamento, ficaram incapazes de se contrair. Por que nossos músculos ficam fatigados? Costumamos culpar o ácido lático ou a falta de energia, mas esses não são os únicos fatores que levam à fadiga muscular. Há outro fator muito importante: a capacidade do músculo de responder a sinais do cérebro.
Para entender as raízes da fadiga muscular, ajuda saber como um músculo se contrai em resposta a um sinal de um nervo. Esses sinais viajam do cérebro aos músculos em uma fração de segundos por meio de células longas e finas chamadas neurônios motores.
De um lado da lacuna, o neurônio motor contém um neurotransmissor chamado acetilcolina. Do outro lado, partículas carregadas, ou íons, margeiam a membrana da célula muscular: potássio no interior e sódio no exterior.
Em resposta a um sinal do cérebro, o neurônio motor libera acetilcolina, que abrem poros na membrana da célula muscular. O sódio flui para dentro; o potássio, para fora.
O fluxo dessas partículas carregadas é um passo vital à contração muscular: a mudança na carga cria um sinal elétrico chamado de potencial de ação que se espalha pela célula muscular, estimulando a liberação de cálcio armazenado dentro dela.
Essa enxurrada de cálcio faz com que o músculo se contraia, permitindo que as proteínas enterradas nas fibras musculares se travem e se movimentem uma em direção a outra, deixando o músculo bem apertado. A energia usada para alimentar a contração vem de uma molécula chamada ATP.
Todo esse processo se repete toda vez que um músculo se contrai. Com cada contração, a energia na forma de ATP se esgota, gerando produtos residuais, como o ácido láctico, e alguns íons se afastam da membrana celular do músculo, deixando um grupo cada vez menor para trás.
Embora as células musculares esgotem a ATP quando se contraem repetidamente, elas estão sempre produzindo mais. Então, na maioria das vezes, mesmo músculos muito fatigados ainda não esgotaram essa fonte de energia. E, embora muitos resíduos sejam ácidos, os músculos fatigados ainda mantêm o pH dentro dos limites normais, indicando que o tecido está limpando efetivamente esses resíduos.
Mas, por fim, ao longo de contrações repetitivas, pode não haver concentrações suficientes de íons de potássio, sódio ou cálcio disponíveis de imediato próximos à membrana da célula muscular para redefinir o sistema adequadamente.
Mesmo quando íons como sódio, potássio ou cálcio são reduzidos dentro ou em torno da célula muscular, esses íons são abundantes em outras partes do corpo. Eles logo fluirão de volta às áreas onde são necessários, às vezes, com a ajuda de bombas ativas de sódio e potássio. Se você fizer uma pausa e descansar, a fadiga muscular diminuirá à medida que esses íons se reabastecem por todo o músculo.
Quanto mais regularmente você se exercitar, mais tempo levará para gerar fadiga muscular a cada vez. Isso porque quanto mais forte você for, menos vezes esse ciclo de sinal nervoso do cérebro para contração no músculo terá que ser repetido para levantar uma certa quantidade de peso. Menos ciclos significam redução mais lenta de íons. Assim, conforme sua aptidão física melhora, você pode se exercitar por mais tempo com a mesma intensidade.
Lição de Christian Moro, direção de Nichola Latzgo.
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
Você está levantando pesos. A primeira vez parece fácil, mas a cada levantamento fica mais difícil até que você não consegue continuar. Os músculos dos seus braços, responsáveis pelo levantamento, ficaram incapazes de se contrair. Por que nossos músculos ficam fatigados? Costumamos culpar o ácido lático ou a falta de energia, mas esses não são os únicos fatores que levam à fadiga muscular. Há outro fator muito importante: a capacidade do músculo de responder a sinais do cérebro.
Para entender as raízes da fadiga muscular, ajuda saber como um músculo se contrai em resposta a um sinal de um nervo. Esses sinais viajam do cérebro aos músculos em uma fração de segundos por meio de células longas e finas chamadas neurônios motores.
O neurônio motor e a célula muscular são separados por uma lacuna minúscula, e a troca de partículas através dela permite a contração.
De um lado da lacuna, o neurônio motor contém um neurotransmissor chamado acetilcolina. Do outro lado, partículas carregadas, ou íons, margeiam a membrana da célula muscular: potássio no interior e sódio no exterior.
Em resposta a um sinal do cérebro, o neurônio motor libera acetilcolina, que abrem poros na membrana da célula muscular. O sódio flui para dentro; o potássio, para fora.
O fluxo dessas partículas carregadas é um passo vital à contração muscular: a mudança na carga cria um sinal elétrico chamado de potencial de ação que se espalha pela célula muscular, estimulando a liberação de cálcio armazenado dentro dela.
Essa enxurrada de cálcio faz com que o músculo se contraia, permitindo que as proteínas enterradas nas fibras musculares se travem e se movimentem uma em direção a outra, deixando o músculo bem apertado. A energia usada para alimentar a contração vem de uma molécula chamada ATP.
A ATP também ajuda depois a bombear os íons de volta por toda a membrana, redefinindo o equilíbrio de sódio e potássio em ambos os lados.
Todo esse processo se repete toda vez que um músculo se contrai. Com cada contração, a energia na forma de ATP se esgota, gerando produtos residuais, como o ácido láctico, e alguns íons se afastam da membrana celular do músculo, deixando um grupo cada vez menor para trás.
Embora as células musculares esgotem a ATP quando se contraem repetidamente, elas estão sempre produzindo mais. Então, na maioria das vezes, mesmo músculos muito fatigados ainda não esgotaram essa fonte de energia. E, embora muitos resíduos sejam ácidos, os músculos fatigados ainda mantêm o pH dentro dos limites normais, indicando que o tecido está limpando efetivamente esses resíduos.
Mas, por fim, ao longo de contrações repetitivas, pode não haver concentrações suficientes de íons de potássio, sódio ou cálcio disponíveis de imediato próximos à membrana da célula muscular para redefinir o sistema adequadamente.
Então, mesmo que o cérebro envie um sinal, a célula muscular não consegue gerar o potencial de ação necessário para contrair.
Mesmo quando íons como sódio, potássio ou cálcio são reduzidos dentro ou em torno da célula muscular, esses íons são abundantes em outras partes do corpo. Eles logo fluirão de volta às áreas onde são necessários, às vezes, com a ajuda de bombas ativas de sódio e potássio. Se você fizer uma pausa e descansar, a fadiga muscular diminuirá à medida que esses íons se reabastecem por todo o músculo.
Quanto mais regularmente você se exercitar, mais tempo levará para gerar fadiga muscular a cada vez. Isso porque quanto mais forte você for, menos vezes esse ciclo de sinal nervoso do cérebro para contração no músculo terá que ser repetido para levantar uma certa quantidade de peso. Menos ciclos significam redução mais lenta de íons. Assim, conforme sua aptidão física melhora, você pode se exercitar por mais tempo com a mesma intensidade.
Muitos músculos crescem com o exercício, e músculos maiores também têm mais estoque de ATP e maior capacidade de limpar resíduos, empurrando a fadiga ainda mais para o futuro.
Lição de Christian Moro, direção de Nichola Latzgo.
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
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