A lua de sangue de maior duração nesse século. Assim foi definido o eclipse dessa última sexta-feira.
A lua de sangue de maior duração nesse século. Assim foi definido o eclipse dessa última sexta-feira.
Telescópios a postos em nosso observatório caseiro em Anápolis-GO. Vista privilegiada a olho nu em Brasília-DF. Assim foi visto, ouvido e sentido o fenômeno do eclipse do dia 28 de julho de 2018.
Sim, porque enquanto alguns tiveram a oportunidade de observar em terraços e prédios abrigados do frio. Pontos mais disputados, como o gramado em frente da Torre de Brasília, que permite uma visão mais ampla do céu, tem o efeito de colateral de atrair muitas pessoas.
Mas hoje a ciência já tirou muito do misticismo, que ainda perdura mas em níveis que não devem levar nenhuma virgem a ser sacrificada (porque não UM virgem? Diria a neofeminista), e da supertição o que esfumaça um pouco do romantismo de outrora, mas ainda é um espetáculo a nos lembrar de nossa pequenez diante da natureza que fica eclipsando nosso satélite sem pedir licença ambiental.
E foi assim, eclipsada, que nossa lua chegou, isto é, na área umbral da sombra da Terra projetada sobre ela desde seu nascer (veja esquema acima). Assim, ela meio que surgiu de súbito. Afinal, não era um fenômeno lunático qualquer. Tinha que causar.
Aos poucos foi ficando avermelhada e mostrava a sombra circular do nosso planeta como se fossem suas fases filmadas em lapso de tempo. E essa curvatura tem história, uma vez que já inspirou antigos pensadores, sem acesso a foguetes e satélites, a concluírem que o mundo era redondo. Um espetáculo para quem sabe apreciar. E foi demorado, o que possibilitou testes com instrumentos ópticos, compartilhamentos sem fim nas redes sociais e comentários sem pressa. Algo cada vez mais raro nos tempo hodiernos. Talvez os terraplanistas tenham um tiquinho de razão. Talvez a Terra possa estar ficando mais chata.
Fonte: Céu de Brasília e de Anápolis. Outras Palavras - Atualizado em 29 de julho de 2018.
[Visto no Brasil Acadêmico]
Telescópios a postos em nosso observatório caseiro em Anápolis-GO. Vista privilegiada a olho nu em Brasília-DF. Assim foi visto, ouvido e sentido o fenômeno do eclipse do dia 28 de julho de 2018.
Na Mesopotâmia antiga, um eclipse lunar era considerado um ataque direto ao rei. Dada sua habilidade de prever um eclipse com razoável precisão, eles colocavam um procurador do rei enquanto durava o fenômeno. Alguém considerado dispensável (não era um cargo popular…) representava o monarca, enquanto o verdadeiro rei se escondia e esperava o eclipse passar. O rei substituto então desapareceria, convenientemente, e o velho rei era reconduzido ao trono. - Daniel Brown. Astrônomo Cultural
As imagens da lua mais branca foram feitas antes de amanhecer. As amareladas/avermelhadas foram feitas ao anoitecer.
Participação especialíssima de Marte, o planeta vermelho.
Participação especialíssima de Marte, o planeta vermelho.
Sim, porque enquanto alguns tiveram a oportunidade de observar em terraços e prédios abrigados do frio. Pontos mais disputados, como o gramado em frente da Torre de Brasília, que permite uma visão mais ampla do céu, tem o efeito de colateral de atrair muitas pessoas.
Para muitas civilizações antigas, a “lua de sangue” vem com intenções demoníacas. O povo inca interpretava o colorido vermelho profundo como um jaguar atacando e comendo a lua. Acreditavam que o jaguar voltaria então sua atenção para a Terra, de modo que as pessoas gritavam, agitavam suas lanças e faziam seus cães latir e uivar, esperando fazer barulho suficiente para afastar o jaguar. - Daniel Brown
Mas hoje a ciência já tirou muito do misticismo, que ainda perdura mas em níveis que não devem levar nenhuma virgem a ser sacrificada (porque não UM virgem? Diria a neofeminista), e da supertição o que esfumaça um pouco do romantismo de outrora, mas ainda é um espetáculo a nos lembrar de nossa pequenez diante da natureza que fica eclipsando nosso satélite sem pedir licença ambiental.
O termo “lua de sangue” foi popularizado em 2013, após o lançamento do livro Quatro Luas de Sangue, do pastor John Hagee. Ele promoveu a crença apocalíptica conhecida como “profecia da lua de sangue”, destacando uma sequência lunar de quatro eclipses totais que ocorreram em 2014 e 2015. Hagee nota que os quatro caíram em feriados judaicos, o que aconteceu apenas três vezes antes – cada um deles, aparentemente, marcado por maus eventos. - Daniel Brown
Imagem composta por duas fotos de alta resolução. |
A profecia foi rejeitada por Mike Moore (secretário geral dos Testemunhas Cristãs para Israel) em 2014, mas o termo ainda é usado regularmente pela mídia e tornou-se um sinônimo preocupante de eclipse lunar. Diante disso e das duradouras superstições, é inútil para os comunicadores da ciência tentar lembrar que não há nada a temer na chamada “lua de sangue”. O fenômeno pode ser impressionante e o mais longo do século, mas é simplesmente um eclipse. - Daniel Brown
O eclipse visto da Torre de TV. |
Fonte: Céu de Brasília e de Anápolis. Outras Palavras - Atualizado em 29 de julho de 2018.
[Visto no Brasil Acadêmico]
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