O voo está prestes a ficar muito mais pessoal, diz o empresário de aviação Rodin Lyasoff. Nesta palestra visionária, ele imagina uma nova er...
O voo está prestes a ficar muito mais pessoal, diz o empresário de aviação Rodin Lyasoff. Nesta palestra visionária, ele imagina uma nova era de ouro das viagens aéreas, na qual táxis aéreos pequenos e autônomos nos permitem evitar engarrafamentos e transformar fundamentalmente a maneira como nos locomovemos em nossas cidades e centros. "No século passado, o voo conectou nosso planeta", diz Lyasoff. "No próximo, ele irá reconectar nossas comunidades locais".
Adoro aviões. Ah, eu adoro aviões. Quando entrei na faculdade, no final dos anos 1990, era óbvio que eu iria estudar engenharia aeroespacial. Vocês não acreditariam quantas pessoas me disseram: “Ah, não, engenharia aeroespacial, não. Vai ser chato, já foi feito de tudo nessa área”. Elas estavam um pouco erradas. De fato, acredito que a próxima década será outra era de ouro para a aviação. Por um aspecto, o que me deixa animado, o voo está prestes a ficar muito mais pessoal.
Comparem e contrastem um pouco. No século passado, os grandes aviões comerciais ligavam cidades em todo o mundo. Há 100 anos, seria inimaginável para todos nós voar para cá de todo o mundo para um congresso de cinco dias. Mas voamos, e a maioria de nós, provavelmente, sem pensar duas vezes. Essa é uma conquista extraordinária para a humanidade. Mas, no dia a dia, ainda passamos muito tempo dentro dos carros, ou tentando ativamente evitar isso. Alguns de meus melhores amigos moram em São Francisco. Moro em Mountain View, a cerca de 65 km de distância. Somos todos ocupados. No final das contas, estamos separados por umas duas horas de tráfico pesado. Sinceramente, não nos vemos há alguns meses.
Trabalho no centro de San José, perto do aeroporto. Na verdade, há dias em que posso sair do trabalho, pegar um avião e voar para Los Angeles mais rápido do que dirigir para São Francisco.
Mas, e se pudéssemos voar sobre ele? O céu é subutilizado, e eu diria que nunca ficará tão congestionado quanto as estradas. Primeiramente, temos uma outra dimensão, mas também apenas as considerações de segurança e o gerenciamento do tráfego aéreo não permitirão um tráfego lento e intenso no céu. Isso significa, em muitos casos, que voar pode ser uma alternativa atrativa a longo prazo à viagem terrestre.
Então, imaginem isto: chamamos um Uber; ele nos leva a um local de pouso próximo, que chamamos de “vertiportos”; há um avião nos aguardando lá; ele sobrevoa todo o tráfego; e, do outro lado, outro Uber nos leva à casa de nosso amigo. Eu disse Uber, mas acho que realmente precisamos parabenizar a equipe da Lyft por seu pensamento avançado na escolha de sua marca.
(Risos)
Então, nesse exemplo, há alguns passos extras, eu admito. Mas são 30 minutos contra 2 horas; custa cerca de US$ 60; além da oportunidade de voar. Ainda não chegamos lá, mas estamos muito mais perto do que imaginamos. Uma das primeiras coisas que precisamos é uma aeronave que possa decolar e pousar em espaços pequenos e nos levar rapidamente aonde queremos ir. Os helicópteros podem fazer isso hoje, mas, tradicionalmente, eles são apenas um pouco caros demais, difíceis demais de pilotar e barulhentos demais para serem usados no transporte diário nas cidades. Bem, o voo elétrico e a autonomia estão mudando isso.
O voo elétrico, especialmente, abre novas possibilidades para configurações de veículos que não poderíamos explorar no passado. Se usarmos motores elétricos, poderemos ter muitos deles em torno da aeronave, não acrescenta muito peso extra, e nos dá redundância e segurança. Também são mais limpos, baratos e silenciosos que os motores de combustão interna. A autonomia permite a ascensão da rede de transportes, e acredito realmente que torna a aeronave mais segura. Os voos comerciais já são autônomos na maior parte de sua duração, e acredito que chegará um dia em que nem mesmo confiaremos num avião que precise de piloto.
Uma de nossas equipes no A3 queria ver apenas o quanto esse futuro estava próximo. Então, eles construíram e pilotaram um protótipo de um desses veículos, e fizeram questão de usar apenas tecnologias maduras, disponíveis comercialmente hoje. Chamamos de Vahana. É totalmente elétrico. Decola e pousa verticalmente, mas voa para frente como um avião comum. É totalmente autopilotado. Apertamos um botão; ele decola, voa e aterrissa, sozinho. O protótipo que vemos aqui é destinado a carregar um único passageiro e bagagem. Pode percorrer cerca de 35 quilômetros em 15 minutos.
Nosso custo estimado para uma viagem como essa é de cerca de US$ 40, que é uma base para construirmos um negócio.
É muito silencioso. Sobrevoando, será mais silencioso do que um carro na estrada. É inteligente e tem câmeras, tecnologia LIDAR e radar, para que possa detectar e evitar obstáculos inesperados. A equipe se concentrou em torná-lo eficiente. As baterias são pequenas, leves e duram mais. Para referência, a bateria do Vahana tem menos da metade do tamanho de uma bateria do Model S da Tesla. São cerca de 40 quilowatts-hora. Podemos trocar as baterias em apenas alguns minutos.
Acho que, daqui a alguns anos, as pessoas ficarão à vontade em ficar sozinhas num táxi aéreo VTOL, elétrico, autopilotado. Mas a equipe está trabalhando na próxima versão, que irá transportar pelo menos dois passageiros e voar um pouco mais longe. Mas, o mais importante é que existem mais de 20 empresas em todo o mundo trabalhando em veículos como este agora. Meu palpite é que, nos próximos cinco anos, começaremos a ver vertiportos em algumas cidades e ícones de avião nos aplicativos de compartilhamento de viagens. Pode começar com uma dúzia, mas, no futuro, poderá haver centenas deles voando em nossas cidades, o que transformará, principalmente, nossa relação com as viagens locais.
Obrigado.
(Aplausos)
Chris Anderson: Está bem, então, quando isso for lançado... agora é uma aeronave de uma só pessoa, certo?
Rodin Lyasoff: A nossa.
CA: A de vocês. Alguém sai do carro; a porta se abre; a pessoa entra; não há mais ninguém lá. Esse objeto decola. Podemos fazer uma pesquisa aqui? Eles serão os primeiros a adotar o veículo. Quero saber quem aqui está animado com a ideia de ser levado sozinho em um voo autônomo? Bem, aí está!
RL: Isso é muito bom.
CA: É impressionante, metade do TED é completamente maluca.
(Risos)
RL: Uma das coisas em que estamos nos concentrando é realmente o custo, para que possamos envolver um negócio em torno disso. É por isso que alguns dos recursos são orientados pelo preço. O preço de US$ 40 é o nosso objetivo, o que deve torná-lo acessível a uma multidão maior do que esta.
CA: O maior obstáculo em relação a isso, no momento, talvez não seja a tecnologia, mas a regulamentação, certo?
RL: Talvez seja verdade, sim; concordo. A tecnologia precisa amadurecer em termos de segurança, para chegar aos níveis de segurança que esperamos da aeronave. Mas acho que não haja impedimentos, apenas o trabalho precisa ser feito.
CA: Primeiro, isso é compartilhamento de viagem. Estamos muito longe de uma época em que muitas pessoas terão um desses em sua garagem e irão direto para a casa de seus amigos?
RL: Em minha opinião, o compartilhamento de viagens realmente nos permite gerenciar tudo isso com muito mais eficiência. Há pessoas da geração Y que dizem que nunca querem ter um carro. Acho que a opinião delas talvez seja ainda mais forte em relação às aeronaves.
(Risos)
Acho realmente que a rede aumenta e opera muito melhor como plataforma de compartilhamento de viagens, também porque a integração com o gerenciamento de tráfego aéreo funciona muito melhor se for controlado centralmente.
CA: Excelente, obrigado.
RL: Obrigado.
CA: Foi incrível.
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
Adoro aviões. Ah, eu adoro aviões. Quando entrei na faculdade, no final dos anos 1990, era óbvio que eu iria estudar engenharia aeroespacial. Vocês não acreditariam quantas pessoas me disseram: “Ah, não, engenharia aeroespacial, não. Vai ser chato, já foi feito de tudo nessa área”. Elas estavam um pouco erradas. De fato, acredito que a próxima década será outra era de ouro para a aviação. Por um aspecto, o que me deixa animado, o voo está prestes a ficar muito mais pessoal.
Comparem e contrastem um pouco. No século passado, os grandes aviões comerciais ligavam cidades em todo o mundo. Há 100 anos, seria inimaginável para todos nós voar para cá de todo o mundo para um congresso de cinco dias. Mas voamos, e a maioria de nós, provavelmente, sem pensar duas vezes. Essa é uma conquista extraordinária para a humanidade. Mas, no dia a dia, ainda passamos muito tempo dentro dos carros, ou tentando ativamente evitar isso. Alguns de meus melhores amigos moram em São Francisco. Moro em Mountain View, a cerca de 65 km de distância. Somos todos ocupados. No final das contas, estamos separados por umas duas horas de tráfico pesado. Sinceramente, não nos vemos há alguns meses.
Trabalho no centro de San José, perto do aeroporto. Na verdade, há dias em que posso sair do trabalho, pegar um avião e voar para Los Angeles mais rápido do que dirigir para São Francisco.
As cidades estão ficando cada vez mais populosas, as estradas estão cheias, e é muito difícil ampliá-las. Então, em muitos lugares, não há realmente muitas soluções boas para evitar o tráfego.
Mas, e se pudéssemos voar sobre ele? O céu é subutilizado, e eu diria que nunca ficará tão congestionado quanto as estradas. Primeiramente, temos uma outra dimensão, mas também apenas as considerações de segurança e o gerenciamento do tráfego aéreo não permitirão um tráfego lento e intenso no céu. Isso significa, em muitos casos, que voar pode ser uma alternativa atrativa a longo prazo à viagem terrestre.
Então, imaginem isto: chamamos um Uber; ele nos leva a um local de pouso próximo, que chamamos de “vertiportos”; há um avião nos aguardando lá; ele sobrevoa todo o tráfego; e, do outro lado, outro Uber nos leva à casa de nosso amigo. Eu disse Uber, mas acho que realmente precisamos parabenizar a equipe da Lyft por seu pensamento avançado na escolha de sua marca.
(Risos)
Então, nesse exemplo, há alguns passos extras, eu admito. Mas são 30 minutos contra 2 horas; custa cerca de US$ 60; além da oportunidade de voar. Ainda não chegamos lá, mas estamos muito mais perto do que imaginamos. Uma das primeiras coisas que precisamos é uma aeronave que possa decolar e pousar em espaços pequenos e nos levar rapidamente aonde queremos ir. Os helicópteros podem fazer isso hoje, mas, tradicionalmente, eles são apenas um pouco caros demais, difíceis demais de pilotar e barulhentos demais para serem usados no transporte diário nas cidades. Bem, o voo elétrico e a autonomia estão mudando isso.
O voo elétrico, especialmente, abre novas possibilidades para configurações de veículos que não poderíamos explorar no passado. Se usarmos motores elétricos, poderemos ter muitos deles em torno da aeronave, não acrescenta muito peso extra, e nos dá redundância e segurança. Também são mais limpos, baratos e silenciosos que os motores de combustão interna. A autonomia permite a ascensão da rede de transportes, e acredito realmente que torna a aeronave mais segura. Os voos comerciais já são autônomos na maior parte de sua duração, e acredito que chegará um dia em que nem mesmo confiaremos num avião que precise de piloto.
Uma de nossas equipes no A3 queria ver apenas o quanto esse futuro estava próximo. Então, eles construíram e pilotaram um protótipo de um desses veículos, e fizeram questão de usar apenas tecnologias maduras, disponíveis comercialmente hoje. Chamamos de Vahana. É totalmente elétrico. Decola e pousa verticalmente, mas voa para frente como um avião comum. É totalmente autopilotado. Apertamos um botão; ele decola, voa e aterrissa, sozinho. O protótipo que vemos aqui é destinado a carregar um único passageiro e bagagem. Pode percorrer cerca de 35 quilômetros em 15 minutos.
Nosso custo estimado para uma viagem como essa é de cerca de US$ 40, que é uma base para construirmos um negócio.
Tem muitas baterias e motores redundantes. Podemos perder um; continuará voando e aterrissando normalmente.
É muito silencioso. Sobrevoando, será mais silencioso do que um carro na estrada. É inteligente e tem câmeras, tecnologia LIDAR e radar, para que possa detectar e evitar obstáculos inesperados. A equipe se concentrou em torná-lo eficiente. As baterias são pequenas, leves e duram mais. Para referência, a bateria do Vahana tem menos da metade do tamanho de uma bateria do Model S da Tesla. São cerca de 40 quilowatts-hora. Podemos trocar as baterias em apenas alguns minutos.
Acho que, daqui a alguns anos, as pessoas ficarão à vontade em ficar sozinhas num táxi aéreo VTOL, elétrico, autopilotado. Mas a equipe está trabalhando na próxima versão, que irá transportar pelo menos dois passageiros e voar um pouco mais longe. Mas, o mais importante é que existem mais de 20 empresas em todo o mundo trabalhando em veículos como este agora. Meu palpite é que, nos próximos cinco anos, começaremos a ver vertiportos em algumas cidades e ícones de avião nos aplicativos de compartilhamento de viagens. Pode começar com uma dúzia, mas, no futuro, poderá haver centenas deles voando em nossas cidades, o que transformará, principalmente, nossa relação com as viagens locais.
No século passado, o voo conectou nosso planeta; no próximo, reconectará nossas comunidades locais; e espero que nos reconecte uns aos outros.
Obrigado.
(Aplausos)
Chris Anderson: Está bem, então, quando isso for lançado... agora é uma aeronave de uma só pessoa, certo?
Rodin Lyasoff: A nossa.
CA: A de vocês. Alguém sai do carro; a porta se abre; a pessoa entra; não há mais ninguém lá. Esse objeto decola. Podemos fazer uma pesquisa aqui? Eles serão os primeiros a adotar o veículo. Quero saber quem aqui está animado com a ideia de ser levado sozinho em um voo autônomo? Bem, aí está!
RL: Isso é muito bom.
CA: É impressionante, metade do TED é completamente maluca.
(Risos)
RL: Uma das coisas em que estamos nos concentrando é realmente o custo, para que possamos envolver um negócio em torno disso. É por isso que alguns dos recursos são orientados pelo preço. O preço de US$ 40 é o nosso objetivo, o que deve torná-lo acessível a uma multidão maior do que esta.
CA: O maior obstáculo em relação a isso, no momento, talvez não seja a tecnologia, mas a regulamentação, certo?
RL: Talvez seja verdade, sim; concordo. A tecnologia precisa amadurecer em termos de segurança, para chegar aos níveis de segurança que esperamos da aeronave. Mas acho que não haja impedimentos, apenas o trabalho precisa ser feito.
CA: Primeiro, isso é compartilhamento de viagem. Estamos muito longe de uma época em que muitas pessoas terão um desses em sua garagem e irão direto para a casa de seus amigos?
RL: Em minha opinião, o compartilhamento de viagens realmente nos permite gerenciar tudo isso com muito mais eficiência. Há pessoas da geração Y que dizem que nunca querem ter um carro. Acho que a opinião delas talvez seja ainda mais forte em relação às aeronaves.
(Risos)
Acho realmente que a rede aumenta e opera muito melhor como plataforma de compartilhamento de viagens, também porque a integração com o gerenciamento de tráfego aéreo funciona muito melhor se for controlado centralmente.
CA: Excelente, obrigado.
RL: Obrigado.
CA: Foi incrível.
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
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