A História da Ciência - Parte I

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Documentário da BBC conta como a ciência evoluiu através da história. Há algumas grandes questões que nos intrigam e perseguem desde o su...

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Documentário da BBC conta como a ciência evoluiu através da história.


Há algumas grandes questões que nos intrigam e perseguem desde o surgimento da humanidade.
O que há lá fora? Como chegamos até aqui? Do que o mundo é feito?
A história de nossa busca para responder tais questões é a história da ciência.



De todos os empreendimentos humanos, a ciência teve o maior impacto em nossas vidas, sobre como vemos o mundo, sobre como vemos nós mesmos.
Suas ideias, feitos e resultados estão ao nosso redor.
Como chegamos ao mundo moderno? Isso é ainda mais surpreendente e humano do que possam imaginar.
A história da ciência habitualmente é contada como uma série de momentos de revelação.
O triunfo final da mente racional.
Mas a verdade é que o poder e a paixão, disputa e o acaso tiveram papéis igualmente importantes.
Nesta série, oferecerei uma visão diferente sobre como a ciência acontece.
Ela foi definida tanto pelo que está fora como dentro do laboratório.
Esta é a história de como a história fez a ciência e de como a ciência fez a história, e de como as ideias produzidas mudaram nosso mundo.
É uma história de poder...
prova...
...e paixão.

A HISTÓRIA DA CIÊNCIA

Desta vez, uma das questões mais antigas que fazemos:
O que há lá fora?
Hoje, temos de dirigir muito para ver o céu à noite como nossos ancestrais faziam.
Um dos grandes feitos da ciência foi criar a luz artificial.
Mas, infelizmente, ela tende a obstruir a beleza do cosmos.
É muito calmo e silencioso aqui, o que é surpreendente porque estamos sobre uma rocha gigante, que gira através do espaço vazio a pelos menos 1.609 km/h.
E com a nossa companheira, a lua, também estamos girando em torno do sol a assustadores 108 mil km/h.
E isso não é tudo, pois fazemos parte de uma imensa galáxia chamada Via Láctea, que consiste de centenas de bilhões de estrelas.
Lá fora, vimos o nascimento e morte de estrelas ouvimos o sussurro da criação.
Hoje sabemos que nosso universo é um lugar de estranheza inimaginável.
Ele é tão difícil de compreender que não surpreende, que durante boa parte da história,havia uma visão muito diferente do que há lá fora.
Esta é a história de como descobrimos o que sabemos sobre este universo estranho e deslumbrante.
Para mim, a história começa em Praga, nos primeiros dias do século XVII, um momento decisivo na criação da ciência moderna.
Foi aqui que 3 fatores críticos convergiram.
Homens com ideias arrojadas.
Coletores de provas.
E alguém disposto a pagar por tudo isso.
A Europa estava em polvorosa.
Forças de mudanças religiosa e política assolavam o continente.
Era uma época violenta e perigosa.
Mas, do meio de todo esse tumulto surgiria uma nova visão do cosmos.
Tudo começou quando dois dos pensadores mais incomuns da época vieram trabalhar na corte do Sacro Imperador Romano, Rodolfo II.
À época, Praga era um grande centro de poder e cultura.
O Imperador Rodolfo estava ávido por novas descobertas.
Novas ideias para deslumbrar e impressionar seus colegas governantes.
Sua enorme riqueza e patronato atraíram para Praga uma das estrelas mais brilhantes da época, o astrônomo Tycho Brahe,um excêntrico nobre dinamarquês.
Tycho era um personagem pitoresco.
Quando era estudante, ele perdeu um pedaço do nariz num duelo que foi substituído por um de metal.
Diz a legenda que ele tinha um anão sob sua mesa, e acreditava que o anão era vidente.
Ao que parece, também tinha um alce, que caiu bêbado das escadas e morreu.
Há algo sobre Tycho que é correto.
Ele era um apaixonado observador de estrelas.
A ciência requer provas, e Tycho era um novo tipo de coletor de dados.
Ele construiu um enorme observatório, equipado com os melhores instrumentos que o dinheiro podia comprar.
E assim era seu comprometimento, noite após noite durante mais de 20 anos.
Ele estava reunindo um conjunto de provas singular que com o tempo revelaria o segredo do movimento dos planetas.
Certo. A lua está ali.
É assim que faria uma observação com o quadrante de Tycho.
Está apontando para a lua. Pegue a alavanca de observação.
Mire em cima da lua.
Olhe através do orifício o longo da parte superior da lingueta central de cobre.
Depois, pelo orifício da lingueta inferior, até que as extremidades superior e inferior da lua, os pontos da lua, fiquem entre eles.
- Basicamente, alinhá-la. - Totalmente alinhada.
Certo. Obtive 16 graus...
- e 40 minutos de arco. - Parece razoável.
Esse é o registro da lua, em 26 de maio, - pouco depois das 22h. - Isso mesmo.
Ele registraria esses detalhes durante a noite.
Não apenas da lua, mas faria com planetas, como as coisas surgiam no céu, e faria esses grandes registros de observação de dados brutos.
E nisso, claro, é onde está o âmago da ciência.
Tycho inicia sua tradição de ciência, não apenas de tratar de informação e teorias, mas de dados.
Informação e análise a partir de observações.
- Livros e mais livros? - Isso mesmo.
Após vê-lo em ação, gostaria de ver uma estrela, a Estrela Polar, a Estrela do Norte.
A Estrela Polar, da qual tudo gira em torno, fica por aqui.
O que Tycho fez representa algo muito importante no surgimento da ciência.
O compromisso com fatos frios, concretos e obstinados.
Agora que estou alinhado posso ver e...
São 51 graus e 36 minutos de arco.
- Excelente. Minha primeira estrela. - Certamente. Nada mal.
Obrigado. Só me restam mais 776.
- Parabéns! - Obrigado.

ASTROLÁBIO
É uma pena que os artesãos que fabricaram instrumentos tão belos, e homens como Tycho que os usaram, recebam tão pouco crédito.
Pois as provas que ele reuniu, com o tempo, iriam enfraquecer um sistema de crença que dominou o pensamento ocidental por mais de 2 mil anos.
Muitas civilizações antigas desenvolveram ideias sofisticadas sobre o céu.
Mas acima de tudo, a visão ocidental foi definida na Grécia antiga.
Dá para se ter uma noção da cosmologia grega se vier aqui.
Este é o local sagrado de Delfos.
Seu famoso oráculo atraía pessoas de todo o mundo grego.
Este é o Templo de Apolo, onde viria para receber conselhos enigmáticos.
Onde encontraria também o ônfalo, uma pedra que marcava o centro do mundo, e, para muitos gregos, o centro do cosmos.

Ao longo dos séculos, os filósofos gregos debateram sobre a forma do universo e o que haveria lá fora até que, no final, uma determinada visão tornou-se predominante.

Por volta do século IV a.C., vários gregos desenvolveram um modelo de universo no qual a Terra era fixa e tudo girava ao seu redor em círculos gigantes perfeitos.
As órbitas circulares perfeitas dos outros planetas refletiam a perfeição dos deuses que os haviam criado.
Era simples, intuitiva e, claro, era errada.
No entanto, ela resistiu.
Então por que essa ideia persistiu por tanto tempo?
Em parte, porque é cômodo estar no centro das coisas.
Mas também porque a alternativa não fazia nenhum sentido.
Se estivéssemos numa rocha deslocando-se pelo espaço, então seríamos constantemente impulsionados por ventos enormes.
O senso comum dizia que a Terra devia ser imóvel com tudo girando ao seu redor.
Mas havia um problema bem fundamental com essa ideia.
Uma descoberta notável, feita há pouco mais de um século, nos dá uma noção impressionante da visão grega do cosmos.
Foi o resultado de uma tempestade estranha.
Atingido por ventos fortes, um grupo de mergulhadores de esponja se refugiou na pequena ilha grega de Anticítera.
Quando a tempestade acalmou, um dos mergulhadores decidiu explorar as águas desconhecidas.
Não havia esponjas, mas espalhados no fundo do mar estavam os restos de um antigo naufrágio.
Sua carga tinha 2 mil anos.
Eles também acharam um estranho mecanismo de bronze, que se mostraria um dos mais raros e preciosos tesouros recuperados do mundo antigo.
É um instrumento científico muito bem projetado, com discos e engrenagens esculpidos em bronze.
Nada assim seria fabricado pelos próximos mil anos.
Mas a sua finalidade exata há muito é um enigma.
Michael Wright passou mais de 20 anos tentando criar um modelo do original e entender seu funcionamento.
- Olá. - Oi. Muito prazer.
- É este o mecanismo, não é?
- É sim.
- Posso mexer? - Claro que sim. Tente. Não irá quebrá-lo.
O que acontece quando giro isto?
Esta é a representação do céu como as pessoas achavam.
Dá para imaginar, se quiser, a Terra no centro do disco, e os planetas, o sol e a lua girando ao nosso redor.
- Ali é lua. - Sim é.
E conforme ela gira. É lua cheia?
É lua cheia porque está oposta ao ponteiro do sol.
O que me impressiona é que alguém projetou isto há mais de 2 mil anos.
Foi construído há mais de 2 mil anos.
Claro, o que está vendo aqui é minha restauração.
Não garanto que o original era exatamente assim, mas afirmo com certa convicção que era algo parecido.
Isso é muito inteligente!
Este mecanismo ilustra como os gregos lidaram com um complicado problema astronômico.
Que surge se acha que a Terra é o centro do universo.
Eis ele.
Os planetas às vezes parecem se mover para trás no céu noturno.
Um problema que os gregos conheciam e com o qual se atormentaram.
Na maioria das vezes, eles se movimentam para frente, como eu previa, alguns rapidamente.
- Qual é esse? - Marte.
Vemos que ele parou. E lá vai ele voltando.
Todos os planetas têm essas fases de se mover para trás.
Mas Marte tem uma particularmente arrojada.
No general, nós os vemos se movendo um pouco para o leste a cada noite.
Mas há épocas com todos os planetas quando eles parecem parar no meio das estrelas e ir rumo ao oeste, por um período de dias, e então eles param novamente e rumam ao leste.
Este instrumento reproduz esse comportamento.
Essa complexidade não fez os gregos questionarem seus círculos perfeitos.
Pelo contrário, eles acresceram mais, muito mais.
Acima de 50.
Este emaranhado de círculos movendo-se sobre outros explicava como os planetas pareciam se mover para trás, e preservou a crença geocêntrica.
A pessoa que fez isto conhecia a astronomia mais recente, sabia como combinar movimentos circulares para obter algo como o movimento real dos planetas.
Esta visão do cosmos foi uma das crenças mais duradouras da história humana.
Fincou raízes no mundo árabe após o declínio de Roma.
E foi adotada pela Igreja Católica na Europa.
Estava tão incutida no pensamento europeu que seria necessária uma mudança radical para extirpá-la, e isso foi provocado por uma grande força histórica.
A Reforma.
Começou como uma revolta contra os abusos da Igreja Católica.
E acabou dividindo a Europa Ocidental em duas, Católica e Protestante.
O novo movimento Protestante destacou o papel do indivíduo fora da autoridade da Igreja.
A Reforma criou duas visões conflitantes sobre o caminho da salvação pessoal, sobre como ir para o céu.
Se houvesse dúvida sobre uma questão tão fundamental, talvez houvesse dúvidas sobre outras verdades antigas.
A Reforma criou o ambiente intelectual no qual foi possível questionar a autoridade.
E, sobretudo para a questão, "o que há lá fora", as guerras e a violência que se seguiram à Reforma trouxeram um refugiado especial para Praga.
Chegando para se juntar a Tycho, o observador de estrelas, estava um empobrecido matemático alemão, Johannes Kepler.
Quando Johannes Kepler chegou a Praga em 1600, ele estava numa pior.
Seus dois filhos mais novos tinham morrido, e ele estava desesperado atrás de emprego.
Quando ele chegou aqui, não houve procissão, nem recepção imperial.
Tenho quase certeza que entre seus pertences ele tinha um destes horóscopos.
Ironicamente, o homem que seria considerado um dos grandes nomes da ciência, praticava astrologia.
Kepler veio a Praga trabalhar para Tycho.
Mas, assim que chegou, Tycho morreu.
Enquanto a corte lamentava, Kepler roubava a vasta coleção de dados de estrelas de Tycho.
Kepler agora era o matemático da corte e o principal astrólogo de Rodolfo.
Para nós, essa parece uma estranha combinação de papéis.
Mas à época, grandes governantes muitas vezes tinham um astrólogo, alguém como Johannes Kepler, para fazer seus horóscopos e ver o futuro.
A astrologia tratava de prever onde e como os planetas se moviam.
Ela dependia de mapas das estrelas precisos e de boa matemática.
Ainda usamos a linguagem astrológica quando falamos de "lunáticos", pessoas que foram levadas à loucura por "luna", a lua.
Ou "desastres", coisas terríveis que acontecem conosco por causa de "astra", as estrelas.
Mas os efeitos da astrologia são mais profundos que isso.
É exatamente porque pessoas como Rodolfo acreditavam nela que estavam dispostas a pagar por estudos detalhados das estrelas.
E esses estudos seriam vitais para desenvolver uma nova visão do cosmos.
Em Praga, havia um poderoso alinhamento de forças.
A riqueza e patronato do Imperador Rodolfo reuniram em um único lugar dados das estrelas recolhidos por Tycho Brahe, e o homem com a capacidade matemática para usá-los, Johannes Kepler, juntamente com a agitação intelectual desencadeada pela Reforma.
A reunião dessas forças ajuda a explicar por que uma nova visão do universo surgiu aqui em Praga no início do século XVII.
Um modelo do universo que colocava não a Terra, mas o sol no centro de tudo.
Esta não era uma ideia nova.
Ela tinha sido debatida por astrônomos gregos, indianos e árabes, e redescoberta por Nicolau Copérnico, um clérigo polonês que tentava arrumar o emaranhado de círculos gregos.
Copérnico é muitas vezes aclamado como o homem que mudou nossa visão do universo para sempre.
Mas o seu sistema era extremamente confuso.
Ele tinha planetas girando em torno de um ponto imaginário perto do sol.
Era tão complicado quanto o modelo grego.
Copérnico morreu antes de Kepler nascer, e o mundo não tinha sido convencido por seus argumentos.
Mas eles puseram Kepler para pensar.
Kepler estava convencido de que o sol, o símbolo de Deus, produzia uma força que compelia os planetas em torno dele.
Também estava convencido que somente um cosmos heliocêntrico poderia explicar o estranho movimento dos planetas.
Usando os dados de Tycho, ele se propôs a um desafio, explicar o movimento de Marte, o planeta com órbita mais estranha.
Esta é a confusão com a qual ele lutava.
Mas ele achou que o antigo problema com Marte podia ser resolvido.
Ele acreditava que podia explicar este movimento com a Terra e Marte viajando em órbitas circulares em torno do sol.
Armado com os dados de Tycho, ele partiu para prová-lo matematicamente.
Era um trabalho incrivelmente tedioso.
Centenas de páginas de cálculos, que custaram a ele mais de 5 anos.
Como mais tarde ele escreveu, "Se tu caro leitor, "estás entendiado com esses cálculos cansativos, "tens pena de mim que os fiz setenta vezes."
Kepler tentou de tudo.
Ele variava a velocidade dos planetas, mudava as posições das órbitas, mas o que quer que fizesse, não conseguia fazer as órbitas circulares condizerem às observações de Tycho.
Então ele fez algo que, para um homem da sua época, era ousado.
Ele abandonou a crença duradoura em círculos divinos, e tentou outras formas.
Até finalmente achar uma.
Uma elipse.
Finalmente, ele havia criado um modelo do cosmos que condizia às provas.
Kepler havia demolido um edifício que resistiu por mais de 2 mil anos, e o substituiu por sua primeira lei do movimento planetário.
Todos os planetas viajam em elipses em torno do sol.
Devem achar que quando Kepler a publicou, toda a louca estrutura dos gregos ruiu.
Bem, não ruiu. Muitos astrônomos reclamaram que ele havia trazido a física para a astronomia.
Outros simplesmente o ignoraram.
Só muito tempo após a sua morte seu trabalho foi finalmente apreciado.
Como muitos descobriram, estar certo muitas vezes não é o bastante.
Fazer esta nova visão do céu ser notada exigiria um conjunto muito diferente de acontecimentos.
A astronomia teria de se tornar popular.
A história "do que há lá fora" agora rumava ao sul.
A Itália renascentista abundava com o dinheiro do comércio.
As cortes de Florença e Veneza atraíam quem tinha talento e ambição.
A Itália renascentista era o lugar perfeito para um homem ambicioso, alguém como Galileu Galilei.
Ele tinha aspirações de grandeza, mas à época, ele era um professor de matemática de meia-idade com três filhos ilegítimos e poucas perspectivas.
Mas, em um ano, ele iria desfrutar de ascensão espetacular, seguida por uma queda ainda mais espetacular.
Tudo começou com a chegada inesperada de um estrangeiro.
Em julho de 1609, Galileu soube que um desconhecido chegara a Veneza, tentando patentear um novo aparelho chamado luneta holandesa, que fazia objetos distantes parecerem próximos.
Se havia uma cidade em que este instrumento causaria entusiasmo, era Veneza.
Veneza é dependente do mar, o que a torna vulnerável a ataques marítimos, razão pela qual qualquer dispositivo que possibilitasse aviso prévio da aproximação de navios inimigos seria de grande valor.
Galileu sabia do potencial da luneta, mas sabia que se tivesse que ganhar dinheiro com ela, teria de agir rapidamente.
Certo. Vamos.
Galileu teria de apresentar uma luneta totalmente funcional ao Doge de Veneza, antes do desconhecido.
Ele teria de projetar e fabricar uma a partir do zero.
Indícios de como ele fez isso vêm de uma viagem de compras.
Em sua lista de compras, que, para surpresa, ainda existe, ele escreveu, "Grão-de-bico e chinelos para meu filho."
Mas também anotou, "Vidro, bolas de canhão e um tubo de órgão."
É disso que precisa para fabricar uma luneta holandesa, um aparelho mais tarde rebatizado de telescópio.
O melhor lugar para comprar vidro era a ilha de Murano, do outro lado da lagoa.
Aqui, um grupo de artesãos tinha uma habilidade tão valiosa, que estavam impedidos de deixar Veneza.
A habilidade de fabricar vidro de pureza cristalina.
Perfeito! Maravilhoso!
Temos um novo mestre soprador de vidro!
Foi divertido, obrigado.
Ele o destruiu!
O vidro era conhecido como "Cristallo".
Era comprado por aristocratas europeus para adornar suas mesas.
Foi o primeiro vidro transparente e incolor já produzido, e foi, provavelmente, este vidro que permitiu a Galileu fabricar um telescópio de qualidade óptica impressionante.
Há 400 anos, os fabricantes de vidro iniciavam com uma garrafa, e depois a transformavam numa lâmina.
A primeira fase da fabricação da lente do telescópio.
Tenho o vidro de Murano e uma bola de canhão.
Vou me encontrar com um polidor de lentes que pode usar isto para transformar isto em lente de telescópio.
- Bom dia. - Bom dia, Michael.
- Olá. Tenho este aqui. - Tudo bem!
No outono de 1609, Galileu começou a esmerilar e polir lentes.
- Me dê a bola de canhão. - Certo.
Ao testar lentes diferentes, feitas com bolas de canhão de tamanhos distintos, ele obteve ampliações de 6 e depois 20 vezes.
Pode surpreender que um matemático como Galileu quisesse sujar as mãos assim.
Mas isso foi parte da tendência que surgiu nos séculos XVI e XVII.
As pessoas não mais se satisfaziam em apenas intelectualizar.
Elas fabricavam instrumentos e os testavam.
O fato de Galileu, um professor de matemática, esmerilar suas próprias lentes, tinha verdadeira importância.
Esta combinação de habilidades de estudiosos e artesãos foi crucial para o surgimento do poder da ciência europeia.
Galileu pegou as novas lentes, e por meio do processo de tentativa e erro, definiu a distância ideal entre elas para obter a máxima ampliação e nitidez.
Ele então as pôs numa nova luneta.
O impressionante é que se passaram poucas semanas desde que ele soube da luneta holandesa, e, mesmo assim, ele produziu algo superior.
Ele reuniu alguns venezianos influentes, levou-os até a torre e apontou sua nova luneta para o mar.
Seu valor não foi subestimado pelos venezianos.
Agora, podia-se ver navios 2h antes que a olho nu.
Começava a escalada de Galileu para a fama e fortuna.
E então, predestinadamente, ele ergueu seu telescópio para o céu.
Seu telescópio agora descobria novas provas dramáticas sobre o cosmos.
Provas que trariam à tona a ideia de um universo heliocêntrico.
Verei o céu noturno como ele teria feito há 400 anos.
Deve ser Francesco. Quem mais no meio da noite?
- Michael Mosley. - Olá, Michael.
Tenho meu telescópio de Galileu, que amplia cerca de 6 vezes.
Creio que o seu amplia mais.
Este aqui amplia 20 vezes.
Este é oticamente idêntico ao que Galileu usou.
Pois estas lentes foram analisadas, estudadas e reproduzidas com as mesmas propriedades daquelas que Galileu usou.
- Posso olhar? - Pode.
Nunca observei através de algo parecido a isto.
Vamos começar por aquela?
Linda!
Isto é o que as lentes de Galileu mostraram da superfície lunar.
Noite após noite, ele observou as suas fases.
Seus desenhos não são apenas detalhados, são lindos.
Para mim, há muita luz difusa e ele entra e sai de foco.
Estou impressionado que Galileu tenha desenhado imagens com esse nível de precisão.
É realmente fenomenal.
Foi assim que Galileu viu Júpiter.
Ninguém jamais tinha visto esses objetos brilhantes em ambos os lados dele.
São as luas, orbitando o planeta.
E se havia luas orbitando um planeta que não a Terra...
talvez isso sugerisse que a Terra não era o centro de tudo?
Devo confessar, tendo visto isto, agora tenho enorme respeito por Galileu.
Para ser sincero, sempre o vi como um oportunista, mas ao ver o que ele fez com uma máquina com essas limitações, isso nos surpreende.
Ele agora se aproveitava de outra invenção do Renascimento.
A prensa móvel.
Ele reuniu suas descobertas neste livro, "O Mensageiro das Estrelas".
Excepcionalmente para um livro astronômico da época, ele é bem escrito, tem belas gravuras e pouca matemática.
Ele logo se tornou um best-seller do século XVII.
O livro o tornou famoso e o encorajou a fazer o que mais gostava, atrair polêmica e atenção.
Galileu se convencera que o sol estava no centro do cosmos.
Agora promovia essa ideia entre as pessoas influentes.
Seu senso de tempo era terrível.
A Reforma desafiou o poder da Igreja Católica.
Muitos dentro da Igreja queriam reafirmar o controle.
Uma luta com Galileu lhes convinha.
Então, em 1632, tudo deu errado para Galileu.
Ele publicou um livro que destruiu sua vida.
O livro enfureceu o Papa, e ficou no índice de livros proibidos por mais de 200 anos.
Chamado "O Diálogo".
Ele recebeu autorização para escrever este livro, sob condição de que fosse ponderado.
O livro apresenta-se como uma série de discussões sobre o cosmos.
Um lado defende uma Terra fixa no centro, o outro, o sol.
Mas apesar do que prometera, Galileu claramente favorecia a visão heliocêntrica.
Mas o pior de tudo, ele realmente afirmou que há verdades que vão além dos domínios da religião, ou, como ele expressou:
"A Bíblia nos ensina como ir ao céu, não como o céu vai."
Não se enganem, este foi um imenso desafio à Igreja.
Galileu estava dizendo que a ciência podia descobrir verdades sobre a natureza usando seus próprios métodos de investigação.
E assim, em 1633, ele foi levado a Roma para ser julgado perante a Inquisição.
A história de Galileu geralmente é contada como um herói científico que desafiou a Igreja reacionária sobre a questão do universo heliocêntrico.
Mas não foi bem assim.
O julgamento de Galileu foi sobre autoridade, quem possuía a verdade sobre o céu.
Ele foi julgado e declarado culpado.
A sentença acabou com ele.
Velho, doente, com dores, ele foi condenado à prisão perpétua.
Ele passou boa parte dela em sua casa em Arcetri, nas colinas de Florença.
Por ironia, a proibição de "O Diálogo"
fez o livro ser amplamente lido em outros países, pois as pessoas se esforçavam para obter uma cópia e descobrir a razão de tanto burburinho.
Foi o momento da reavaliação humana.
Já não estávamos mais no centro do universo, estávamos apenas em mais um planeta orbitando o sol.
As tentativas de calar Galileu acabaram sendo inúteis.
Dentro de uma geração, as classes letradas da Europa tinham aceitado que o sol, e não a Terra, estava no centro do sistema solar.
Isso aconteceu, não em um único instante de genialidade, mas como resultado de uma série de conexões.
O patronato dos principados do Renascimento.
Uma combinação de talentos diferentes.
Tycho Brahe, Johannes Kepler e Galileu Galilei.
Inovação tecnológica, os dados brutos dos telescópios e o poder da prensa móvel para disseminar o novo conhecimento.
Quando pensamos nisso, é espantoso que quase um século separa a 1ª publicação do livro de Copérnico, alegando que a Terra gira em torno do sol, e o julgamento de Galileu, após o qual, a ideia finalmente obtém aceitação geral.
E quando vemos sob essa óptica, notamos que esta alegação, de que essa profusão do pensamento intelectual muda tudo da noite para o dia, é claramente um mito.
Em grande parte criado pelo conforto e distância da análise.
Assim, não há revolução súbita.
E como tantas vezes na ciência, o que ocorre é que as pessoas com ponto de vista antigo morrem lentamente, e surge uma nova geração que vê as coisas de forma diferente.
Agora havia uma nova força motriz do interesse no céu.
O comércio global.
O poder econômico europeu distanciava-se dos países mediterrâneos, rumo às nações atlânticas, como Espanha, Portugal e Inglaterra.
Com o surgimento de novas rotas comerciais, os capitães precisavam de melhores mapas das estrelas para navegar.
Os governos financiavam novos e melhores telescópios.
As provas astronômicas abundavam.
Novas questões eram formuladas.
Por que a Terra e os planetas se movem em elipses gigantes?
E o que mantém a unidade do cosmos?
Uma das cargas trazidas por esses navios para Europa foi o café.
O café levou aos cafés, lugares onde comerciantes, capitães de navios e diversos pensadores se encontravam e enchiam-se de cafeína.
Ficaram conhecidos como "universidades de centavos".
Muito obrigado.
Homens letrados vinham aos cafés discutir as questões do dia.
E uma das questões cruciais era, "o que mantém os planetas no lugar?"
Bem, em 1684, isto levou a uma aposta.
Em jogo estavam 2 libras, cerca de um salário semanal, mas esta viria a ser uma das apostas mais significativas já feitas.
Para ganhar a aposta, eles tinham de provar que a trajetória elíptica dos planetas ao redor do sol, descrita por Kepler, obedecia a uma regra matemática simples.
Como eram espertos, logo notaram que precisariam de ajuda.
Um dos homens que tinham aceitado a aposta, o astrônomo Edmund Halley, partiu atrás de ajuda, para Cambridge, para encontrar o professor lucasiano de matemática, um tal de Isaac Newton.
Halley localizou Newton, e contou-lhe sobre a aposta.
Então Newton, para completa surpresa de Halley, disse:
"Na verdade, resolvi esse problema, "fiz os cálculos, estão aqui em algum lugar."
E ele vasculhou entre os papéis.
Mas não conseguia achá-los.
Então disse a Halley, "Vou enviá-los a você."
O importante dessa visita foi que parece ter despertado algo no cérebro de Newton.
Uma memória de 20 anos atrás.
A época em que Newton voltou à fazenda da família para fugir de uma epidemia da peste.
Era mais seguro, mas não sei se ele estava contente em voltar.
Quando jovem, ele ameaçou a queimar a casa com a mãe e o padrasto dentro.
Descrito como artificial, rude e arrogante, ele também era uma das mentes mais brilhantes da sua ou qualquer outra geração.
Há poucas lendas mais famosas em toda história da ciência do que a de Newton no pomar.
Aquele momento de genialidade quando o jovem Isaac Newton elaborou pela 1ª vez uma teoria completa da gravidade.
É uma das maiores histórias de revelação.
Newton estava num pomar quando viu uma maçã cair.
Dizem que a queda da maçã despertou inúmeras ideias na mente de Newton.
Por que as maçãs sempre caem para baixo?
Por que às vezes não caem para o lado, ou para cima?
Se há uma força que as puxa para baixo, poderia essa mesma força manter a lua em sua rotação em torno da Terra?
Naquele momento, nascia a teoria da gravidade.
Exceto que essa história certamente foi inventada.
Newton só começou a contar essa história quando idoso, e talvez fez isso porque queria assegurar que ele e mais ninguém recebesse todo o crédito por criar a teoria da gravidade.
O certo é que se ele tivesse tido um momento de inspiração divina neste pomar, não fez nada com ela durante quase 20 anos.
Parece que foi a visita de Halley que fez Newton desenvolver suas ideias.
Ele expressaria seu raciocínio sobre a gravidade numa famosa experiência.
Ele imaginou um canhão no topo de uma montanha alta.
Ele pensou que se a bola saísse lentamente do canhão, a gravidade iria puxá-la para a Terra.
Se a bola fosse disparada muito rapidamente, iria desaparecer no espaço.
Mas se a velocidade fosse adequada, então a força da gravidade manteria a bola em órbita em torno da Terra, como a lua.
Uma órbita que obedece a uma lei matemática simples.
Sua obra monumental, explicando que a gravidade mantinha a unidade do universo, foi publicada em 1687.
Este é "Princípios", de Newton, e ele é... lindo.
Nunca segurei este livro antes, e percebo um arrepio correndo pela espinha, pois este é o livro que realmente transformou o mundo e dominaria a ciência nos 200 anos seguintes.
Foi quando a nova visão do universo se consolidou, construída sobre as observações de Tycho, sobre as órbitas elípticas de Kepler e as descobertas de Galileu.
Agora Newton esboçava leis universais do movimento que explicavam como os planetas se moviam.
Newton claramente foi um gigante da ciência, mas também foi mais que isso.
A forma que ele mostrou que algumas leis universais podiam explicar tanto sobre o mundo físico inspirou outros intelectuais a procurar leis universais que explicassem o comportamento humano, a política e até a história.
Newton tornou-se herói dos revolucionários que sonharam com sociedades utópicas baseadas na razão.
Na América, os políticos foram inspirados pelas leis da ação e reação de Newton quando criaram seu famoso sistema político de freios e contrapesos.
E na religião, um universo ordenado era usado para demonstrar a existência de um Deus de poder infinito.
E a astronomia?
Agora havia um novo modelo estável de universo, um universo mecânico, regido por algumas leis simples.
E foi assim que as coisas permaneceram nos 200 anos seguintes.
A questão do "o que há lá fora"
sempre acompanhou o dinheiro.
E, no início do século XX, ela cruzou o Atlântico rumo à Califórnia, onde havia a corrida do petróleo.
Os barões do petróleo e das ferrovias, como os príncipes renascentistas, almejavam o tipo de fama que a astronomia podia trazer.
Um filantropo, que fez fortuna construindo oleodutos e vendendo equipamentos, ajudou a financiar a próxima mudança radical em nossa visão do cosmos.
John D. Hooker foi convencido a doar $45 mil para a construção do maior telescópio já visto no mundo.
Que foi trazido ao Monte Wilson, esta montanha, que fica nos arredores de Los Angeles.
É uma estrutura fantástica.
Cem toneladas de tubos, equipamentos, e vidro flutuando sobre mercúrio, permitindo-lhe compensar a rotação da Terra.
Não é magnífico?
Tem mais de 90 anos e ainda em pleno funcionamento.
Mas para este gigantesco telescópio atingir todo seu potencial, seria necessário um personagem igualmente extravagante.
Edwin Hubble era um cientista excepcionalmente pitoresco.
Após cursar a Universidade de Oxford, ele voltou para casa com um falso sotaque de classe alta, e trabalhava de calça de equitação e botas de montaria.
Ele também teve muita sorte de ser contratado para trabalhar no novo telescópio Hooker.
Hubble era um astrônomo brilhante e tinha o maior telescópio do mundo.
A questão é que, mesmo com um telescópio tão grande, o olho humano não é bom o bastante para distinguir os detalhes necessários.
Assim, havia uma câmera acoplada ao telescópio.
E com ela, Hubble fotografou estrelas nos confins da Via Láctea, naquela época, a única galáxia conhecida no universo.
Em 6 de outubro de 1923, Hubble tirou uma foto que deve estar entre as mais importantes já tiradas.
Esta foto mostrava pela primeira vez o quão vasto é o nosso universo.
O que vemos aqui é uma área espiralada negra, que é a Nebulosa de Andrômeda.
Mas o que animou Hubble foi um pequeno ponto negro aqui, que ele chamou de "VAR", ou estrela variável.
Esta foi uma grande descoberta.
O pulsar de uma estrela variável pode ser usado para calcular sua distância da Terra.
Hubble chegou a uma conclusão surpreendente.
Sua estrela e a nebulosa na qual ela ficava estavam a quase um milhão de anos-luz de distância.
Muito mais longe do que se pensava possível.
Hubble notou que podia provar pela 1ª vez que a nebulosa era uma galáxia, e ficava bem longe de nossa própria galáxia.
De repente, a raça humana, o nosso mundo e as nossas preocupações, tornaram-se cosmicamente insignificantes.
Somos apenas um pequeno planeta numa vasta galáxia, que fica entre bilhões de outras.
As implicações do que descobriram eram perturbadoras.
O universo era vasto, possivelmente ilimitado.
Mas o que eles fizeram a seguir foi ainda mais chocante.
Eles ligaram este telescópio gigante a um dispositivo chamado espectrógrafo, e o apontaram mais uma vez para o céu.
Estavam à procura de objetos que acreditavam ser galáxias, e usando o espectrógrafo, calcularam a velocidade que tais galáxias estavam se aproximando ou distanciando de nós.
Eles descobriram que a grande maioria delas estava retrocedendo e algumas a velocidades impressionantes, acima de 1,6 milhões de km/h.
A implicação disto era óbvia.
O universo está se expandindo.
Isto destruiu a antiga forma de pensar.
Acabava-se o antigo modelo mecânico estável newtoniano.
Parece que agora estamos vivendo uma gigante explosão cósmica.
Parece que nosso universo teve um princípio.
Há 13 bilhões de anos.
Isso ficou conhecido como o "Big Bang".
Edwin Hubble nunca achou que obteve o reconhecimento desejado pela descoberta da vastidão do cosmos.
Mas flutuando acima da Terra está o tributo máximo a este astrônomo excêntrico.
O telescópio espacial Hubble.
400 anos após Galileu fabricar suas primeiras lentes, é isto que usamos para ver "o que há lá fora".
Ele pode visualizar bilhões de anos-luz através do universo, voltar no tempo ao nascimento de tudo.
Nossa viagem para descobrir o que há lá fora foi moldada por forças e crenças poderosas.
Pela obsessão grega com círculos divinos.
Pelas cortes renascentistas.
Pela revolta religiosa.
Acima de tudo, pelo casamento de duas habilidades.
A fabricação de instrumentos e a geração de ideias.
E ela ainda continua, conforme descobrimos novos meios de olhar cada vez mais fundo no nosso universo.
Então. O que há lá fora? Bem, muita coisa.
Vimos o nascimento de estrelas, em berçários de gás e poeira.
Provas de imensos buracos negros.
Indícios da energia escura que pode compor a maior parte do nosso universo.
Algumas dessas ideias são tão estranhas e inquietantes para nós como a Terra girar ao redor do sol foi para os contemporâneos de Galileu.
Mas acho que essa viagem resume-se a confiar nas provas.
Pois não importa o quão estranhas as conclusões possam parecer, é apenas aceitando as provas que chegamos a compreender não apenas o universo, mas também nosso lugar dentro dele.
Isaac Newton, num momento de modéstia atípica, certa vez disse que ele era apenas uma criança brincando às margens de um vasto oceano de verdades desconhecidas.
Mas acho que a contribuição que ele e seus colegas observadores de estrelas fizeram foi abrir nossas mentes para o que ocorre, não apenas no céu, mas aqui na Terra.
No próximo episódio, investigando fundo para achar beleza e ordem.
Do que o mundo é feito?

Nota:4,5 de 5.
[Via BBA]

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A História da Ciência - Parte I
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