Fundador da maior rede de blogs de ciência do País, o Science Blogs Brasil, e doutor em microbiologia pela USP, com pós-doutorado em Yale, A...
Fundador da maior rede de blogs de ciência do País, o Science Blogs Brasil, e doutor em microbiologia pela USP, com pós-doutorado em Yale, Atila Iamarino entende como poucos de epidemias como a da Covid-19. E não tem dúvidas em afirmar: se não forem tomadas as devidas providências, o mundo vai enfrentar um cenário de apocalipse.
Em uma entrevista que chegou ao topo dos trending topics do twiter e teve até uma prorrogação de 10 minutos devido à alta audiência Atila Iamarino fala do respeito que tanto a mídia profissional quanto a ciência merecem e estão recuperando, como armas fundamentais no combate à crise da pandemia causado pelo vírus SARS-COV-2. E com sua fala rápida disse muito mais. Destacamos aqui alguns dos trechos mais importantes.
Sobre as previsões para o Brasil
[00:05:31 - 00:09:17 ##film##]
Tem duas ferramentas que são as duas ferramentas que eu vou usar para responder qualquer coisa que me perguntarem aqui hoje.
E que é bom que a gente está renovando a confiança nelas agora nesse momento que a gente precisa disso. Que são: A imprensa e a mídia. Para entender o que está acontecendo no mundo, que vem sendo atacada há muito tempo já.
E fazia muito tempo que eu não fazia. Porque eu acho muito mais confiável me informar pela imprensa hoje do que por redes sociais. Porque a informação mais curada, por gente competente, que está sabendo do que está falando.
E a ciência. É tudo que a gente vai falar qualquer resposta para poder dar hoje que é mais certa depende de ciência. Seja histórica para reconstruir o que aconteceu em 1918 e no presente. Ou predição, epidemiologia, biologia para gente saber outras coisas.
Quando qualquer tomador de decisões, quando qualquer político sanitarista alguém que vai tomar decisões que afetam a vida das pessoas vão tomar uma medida hoje em dia eles dependem disso e olhar para o passado e de perguntar para ciência o que que a gente prevê. E o que mais está em alta hoje em dia, o que a gente tem mais condições de fazer são os modelos e as previsões epidemiológicos para saber o que que é o potencial de infecção das pessoas.
Eu peguei a previsão do Imperial College que é um grupo de epidemiologia de mais de 50 membros mundiais que informam a OMS, que informa uma série de países que levantou um estudo para responder para o governo inglês o que que aconteceria se a Inglaterra não parasse.
E o que eles falaram foi que dado o potencial de quase todo mundo pegar Covid[-19] e dado uma mortalidade de pelo menos 1% que é que se estimou na China e em outros países agora – Itália e Coreia do Sul – o número de pessoas que iam morrer na Inglaterra, no Reino Unido seria pelo menos meio milhão de pessoas, se nada fosse feito.
Porque tem as pessoas que morrem da doença e tem as pessoas que morrem porque o sistema de saúde não dá conta de atender qualquer outra coisa. Então não vai ter ambulância para ninguém, não tem atendimento para quem sofreu acidente de carro, não tem leito para colocar ninguém no hospital, por aí vai. Porque é uma doença que hospitaliza muitas pessoas. E a projeção deles para os EUA é o de pelo menos 2,2 milhões de americanos se nada fosse feito para lá.
Domingo, dia 29 de março, Trump citou esse mesmo estudo. Falou que eles esperam pelo menos 100 mil americanos mortos, dado o curso atual da doença lá, com eles fazendo o que eles podem fazer, entre 100 e 200 mil. E se eles não fizessem nada seriam mais de dois milhões. O que bate muito bem com os números do Imperial College mesmo tenha sido a Casa Branca que montou o estudo dele.
Foi o número que eu citei, foi número que me assustou e o que mais me assustou não é esse número, na verdade, porque eu acredito que todos os países estão fazendo alguma coisa. Está difícil para a gente caminhar para esse cenário. Mas é porque o intervalo de tempo em que isso acontece é muito curto. Então tem erros de casa decimal. Pode ser que seja 1,2; 1,5; 1,15; qualquer coisa assim. Mas, em ordem de grandeza, é nisso que a gente trabalha.
E o tempo para isso acontecer é daqui para agosto, no máximo. Então, mais do que o teto o que pode ser um desastre e a gente pode empilhar desastres para estimar. O intervalo que a gente tem para agir é muito curto. E essa é a grande urgência. Foi isso que me deu essa ânsia de correr e fazer esse vídeo. De correr e falar para as pessoas o que pode acontecer se nada fosse feito. Até então o Brasil não tava tomando medida nenhuma.
Felizmente em questão de dias a maioria dos estados, agora todos, já pararam, entraram em quarentena, reduziu a circulação das pessoas, mas porque o intervalo de ação era esse mesmo. E assim, uma ou duas semanas mais para frente representa lá, depois, algumas dezenas ou centenas de milhares de pessoas que não precisavam ser perdidas por causa disso.
Fonte: Youtube
[Visto no Brasil Acadêmico]
Em uma entrevista que chegou ao topo dos trending topics do twiter e teve até uma prorrogação de 10 minutos devido à alta audiência Atila Iamarino fala do respeito que tanto a mídia profissional quanto a ciência merecem e estão recuperando, como armas fundamentais no combate à crise da pandemia causado pelo vírus SARS-COV-2. E com sua fala rápida disse muito mais. Destacamos aqui alguns dos trechos mais importantes.
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Sobre as previsões para o Brasil
[00:05:31 - 00:09:17 ##film##]
Tem duas ferramentas que são as duas ferramentas que eu vou usar para responder qualquer coisa que me perguntarem aqui hoje.
E que é bom que a gente está renovando a confiança nelas agora nesse momento que a gente precisa disso. Que são: A imprensa e a mídia. Para entender o que está acontecendo no mundo, que vem sendo atacada há muito tempo já.
E eu fui obrigado a colocar uma antena em casa para ver na TV.
E fazia muito tempo que eu não fazia. Porque eu acho muito mais confiável me informar pela imprensa hoje do que por redes sociais. Porque a informação mais curada, por gente competente, que está sabendo do que está falando.
E a ciência. É tudo que a gente vai falar qualquer resposta para poder dar hoje que é mais certa depende de ciência. Seja histórica para reconstruir o que aconteceu em 1918 e no presente. Ou predição, epidemiologia, biologia para gente saber outras coisas.
Quando qualquer tomador de decisões, quando qualquer político sanitarista alguém que vai tomar decisões que afetam a vida das pessoas vão tomar uma medida hoje em dia eles dependem disso e olhar para o passado e de perguntar para ciência o que que a gente prevê. E o que mais está em alta hoje em dia, o que a gente tem mais condições de fazer são os modelos e as previsões epidemiológicos para saber o que que é o potencial de infecção das pessoas.
Então essa previsão que eu fiz na verdade não fui eu que fiz.
Eu peguei a previsão do Imperial College que é um grupo de epidemiologia de mais de 50 membros mundiais que informam a OMS, que informa uma série de países que levantou um estudo para responder para o governo inglês o que que aconteceria se a Inglaterra não parasse.
E o que eles falaram foi que dado o potencial de quase todo mundo pegar Covid[-19] e dado uma mortalidade de pelo menos 1% que é que se estimou na China e em outros países agora – Itália e Coreia do Sul – o número de pessoas que iam morrer na Inglaterra, no Reino Unido seria pelo menos meio milhão de pessoas, se nada fosse feito.
Porque tem as pessoas que morrem da doença e tem as pessoas que morrem porque o sistema de saúde não dá conta de atender qualquer outra coisa. Então não vai ter ambulância para ninguém, não tem atendimento para quem sofreu acidente de carro, não tem leito para colocar ninguém no hospital, por aí vai. Porque é uma doença que hospitaliza muitas pessoas. E a projeção deles para os EUA é o de pelo menos 2,2 milhões de americanos se nada fosse feito para lá.
Então uma extrapolação grosseira para o Brasil, sem levar em conta faixa etária e outras coisas, seria um milhão de mortes, pelo menos, se não se fizesse nada aqui.
Domingo, dia 29 de março, Trump citou esse mesmo estudo. Falou que eles esperam pelo menos 100 mil americanos mortos, dado o curso atual da doença lá, com eles fazendo o que eles podem fazer, entre 100 e 200 mil. E se eles não fizessem nada seriam mais de dois milhões. O que bate muito bem com os números do Imperial College mesmo tenha sido a Casa Branca que montou o estudo dele.
Foi o número que eu citei, foi número que me assustou e o que mais me assustou não é esse número, na verdade, porque eu acredito que todos os países estão fazendo alguma coisa. Está difícil para a gente caminhar para esse cenário. Mas é porque o intervalo de tempo em que isso acontece é muito curto. Então tem erros de casa decimal. Pode ser que seja 1,2; 1,5; 1,15; qualquer coisa assim. Mas, em ordem de grandeza, é nisso que a gente trabalha.
E o tempo para isso acontecer é daqui para agosto, no máximo. Então, mais do que o teto o que pode ser um desastre e a gente pode empilhar desastres para estimar. O intervalo que a gente tem para agir é muito curto. E essa é a grande urgência. Foi isso que me deu essa ânsia de correr e fazer esse vídeo. De correr e falar para as pessoas o que pode acontecer se nada fosse feito. Até então o Brasil não tava tomando medida nenhuma.
Felizmente em questão de dias a maioria dos estados, agora todos, já pararam, entraram em quarentena, reduziu a circulação das pessoas, mas porque o intervalo de ação era esse mesmo. E assim, uma ou duas semanas mais para frente representa lá, depois, algumas dezenas ou centenas de milhares de pessoas que não precisavam ser perdidas por causa disso.
Fonte: Youtube
[Visto no Brasil Acadêmico]
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