Numa palestra que é parte aula de história e parte carta de amor aos gráficos, o designer de informação Tommy McCall traça a evolução secula...
Numa palestra que é parte aula de história e parte carta de amor aos gráficos, o designer de informação Tommy McCall traça a evolução secular de gráficos e diagramas - e mostra como dados complexos podem ser esculpidos em belas formas.
Eu adoro infográficos. Como designer de informação, tenho trabalhado com todo tipo de dados nos últimos 25 anos. Tenho alguns insights pra compartilhar, mas antes, um pouco de história.
Comunicação é a codificação, transmissão e decodificação de informações. Avanços em comunicação marcam pontos de virada na cultura humana. Oratória, alfabetização e habilidade numérica representaram grandes desenvolvimentos na comunicação. Elas nos permitem codificar ideias em palavras e quantidades em números. Sem comunicação, ainda estaríamos emperrados na Idade da Pedra.
Embora seres humanos estejam aqui por 250 milhões de anos, foi há apenas 8 mil anos que a proto-escrita começou a surgir. Quase 3 mil anos depois, o primeiro sistema de escrita adequado ganhou forma.
Os mapas existem há milênios e diagramas por centenas de anos, mas representar quantidades através de gráficos é um desenvolvimento relativamente novo. William Playfair, em 1786, inventou o primeiro gráfico de barras, fazendo surgir a exibição visual de informação quantitativa. Quinze anos depois, ele apresentou os primeiros gráficos de pizza e de área. As invenções dele ainda são os formatos de gráficos mais comumente usados hoje. Florence Nightingale inventou o “coxcomb” em 1857 para uma apresentação à rainha Victoria sobre a mortalidade nas tropas. Destacado em azul, ela mostrou como a maioria das mortes nas tropas poderia ter sido evitada. Pouco depois, Charles Minard mapeou a marcha de Napoleão em Moscou, ilustrando como um exército de 422 mil diminuiu para apenas 10 mil quando batalhas, geografia e temperaturas congelantes cobraram seu preço. Ele combinou um diagrama de Sankey com cartografia e um gráfico de linhas pra temperatura.
Fico entusiasmado quando tenho um monte de dados pra brincar, especialmente quando resultam num formato de gráfico interessante. Aqui, o coxcomb de Nightingale foi a inspiração para organizar dados em milhares de subsídios federais de energia, examinando a falta de investimento em fontes renováveis comparada aos combustíveis fósseis. Este diagrama de Sankey ilustra o fluxo de energia através da economia dos EUA, enfatizando como quase metade da energia usada é perdida como aquecimento residual.
Adoro quando os dados podem ser esculpidos em belos formatos. Aqui, as conexões pessoal e profissional das mulheres do Vale do Silício podem ser tecidas em arcos, assim como a colaboração do surgimento de patentes de inventores em todo o mundo pode ser mapeada.
Fiz gráficos até para mim. Sou uma pessoa de números; raramente ganho no Scrabble. Fiz este diagrama pra lembrar todas as palavras de duas e três letras no dicionário oficial do Scrabble.
Conhecer estas 1.168 palavras é certamente vantajoso no jogo.
(Risos)
Às vezes produzo códigos pra gerar gráficos rapidamente a partir de milhares de pontos de dados. Codificação também me permite produzir gráficos interativos. Agora podemos navegar pelas informações de acordo com nossos termos.
Formatos exóticos de gráficos certamente parecem legais, mas um simples pontinho pode ser tudo que você precisa para resolver uma tarefa específica de raciocínio. Em 2006, o “New York Times” redesenhou sua seção “Mercados”, cortando de oito páginas de listagens de ações pra apenas uma página e meia de dados essenciais do mercado. Listamos métricas de desempenho para as ações mais comuns, mas eu queria ajudar os investidores no acompanhamento das ações. Então, adicionei um pontinho simples para mostrar o preço atual em relação ao seu intervalo de um ano. Num relance, investidores de valor podem escolher ações negociando a valores baixos, buscando pontos à esquerda. Investidores de impulso podem achar ações numa trajetória ascendente nos pontos à direita. Logo depois, o “Wall Street Journal” copiou o design.
Simplicidade, num geral, é o objetivo para muitos dos gráficos, mas, às vezes, precisamos abraçar a complexidade e mostrar grandes conjuntos de dados em toda a sua glória. Alec Gallup, o ex-presidente da Organização Gallup, uma vez me entregou um livro bem espesso. Era o legado da família dele: centenas de páginas cobrindo seis décadas de dados sobre aprovação presidencial. Disse a ele que o livro todo podia ser representado graficamente numa página. “Impossível”, ele disse. E aqui está: 25 mil pontos de dados numa única página. Logo vemos que muitos dos presidentes começam com alto índice de aprovação, mas poucos o mantêm. Eventos como guerras inicialmente impulsionam a aprovação; escândalos causam declínios. Esses grandes eventos foram comentados no gráfico, mas não no livro. A questão é: gráficos podem transmitir dados com uma eficiência incrível.
“Graphicacy”, a capacidade de ler e escrever gráficos, ainda está em sua infância. Novos formatos de gráficos surgirão e dialetos especializados evoluirão.
Nosso córtex visual foi construído para decodificar informações complexas e é mestre no reconhecimento de padrões. Graphicacy nos permite aproveitar nossa unidade de processamento gráfico integrada para processarmos montanhas de dados e encontrar veias de ouro escondidas dentro dela.
Obrigado.
(Aplausos) (Vivas)
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
Eu adoro infográficos. Como designer de informação, tenho trabalhado com todo tipo de dados nos últimos 25 anos. Tenho alguns insights pra compartilhar, mas antes, um pouco de história.
Comunicação é a codificação, transmissão e decodificação de informações. Avanços em comunicação marcam pontos de virada na cultura humana. Oratória, alfabetização e habilidade numérica representaram grandes desenvolvimentos na comunicação. Elas nos permitem codificar ideias em palavras e quantidades em números. Sem comunicação, ainda estaríamos emperrados na Idade da Pedra.
Embora seres humanos estejam aqui por 250 milhões de anos, foi há apenas 8 mil anos que a proto-escrita começou a surgir. Quase 3 mil anos depois, o primeiro sistema de escrita adequado ganhou forma.
Os mapas existem há milênios e diagramas por centenas de anos, mas representar quantidades através de gráficos é um desenvolvimento relativamente novo. William Playfair, em 1786, inventou o primeiro gráfico de barras, fazendo surgir a exibição visual de informação quantitativa. Quinze anos depois, ele apresentou os primeiros gráficos de pizza e de área. As invenções dele ainda são os formatos de gráficos mais comumente usados hoje. Florence Nightingale inventou o “coxcomb” em 1857 para uma apresentação à rainha Victoria sobre a mortalidade nas tropas. Destacado em azul, ela mostrou como a maioria das mortes nas tropas poderia ter sido evitada. Pouco depois, Charles Minard mapeou a marcha de Napoleão em Moscou, ilustrando como um exército de 422 mil diminuiu para apenas 10 mil quando batalhas, geografia e temperaturas congelantes cobraram seu preço. Ele combinou um diagrama de Sankey com cartografia e um gráfico de linhas pra temperatura.
Fico entusiasmado quando tenho um monte de dados pra brincar, especialmente quando resultam num formato de gráfico interessante. Aqui, o coxcomb de Nightingale foi a inspiração para organizar dados em milhares de subsídios federais de energia, examinando a falta de investimento em fontes renováveis comparada aos combustíveis fósseis. Este diagrama de Sankey ilustra o fluxo de energia através da economia dos EUA, enfatizando como quase metade da energia usada é perdida como aquecimento residual.
Adoro quando os dados podem ser esculpidos em belos formatos. Aqui, as conexões pessoal e profissional das mulheres do Vale do Silício podem ser tecidas em arcos, assim como a colaboração do surgimento de patentes de inventores em todo o mundo pode ser mapeada.
Fiz gráficos até para mim. Sou uma pessoa de números; raramente ganho no Scrabble. Fiz este diagrama pra lembrar todas as palavras de duas e três letras no dicionário oficial do Scrabble.
Conhecer estas 1.168 palavras é certamente vantajoso no jogo.
(Risos)
Às vezes produzo códigos pra gerar gráficos rapidamente a partir de milhares de pontos de dados. Codificação também me permite produzir gráficos interativos. Agora podemos navegar pelas informações de acordo com nossos termos.
Formatos exóticos de gráficos certamente parecem legais, mas um simples pontinho pode ser tudo que você precisa para resolver uma tarefa específica de raciocínio. Em 2006, o “New York Times” redesenhou sua seção “Mercados”, cortando de oito páginas de listagens de ações pra apenas uma página e meia de dados essenciais do mercado. Listamos métricas de desempenho para as ações mais comuns, mas eu queria ajudar os investidores no acompanhamento das ações. Então, adicionei um pontinho simples para mostrar o preço atual em relação ao seu intervalo de um ano. Num relance, investidores de valor podem escolher ações negociando a valores baixos, buscando pontos à esquerda. Investidores de impulso podem achar ações numa trajetória ascendente nos pontos à direita. Logo depois, o “Wall Street Journal” copiou o design.
Simplicidade, num geral, é o objetivo para muitos dos gráficos, mas, às vezes, precisamos abraçar a complexidade e mostrar grandes conjuntos de dados em toda a sua glória. Alec Gallup, o ex-presidente da Organização Gallup, uma vez me entregou um livro bem espesso. Era o legado da família dele: centenas de páginas cobrindo seis décadas de dados sobre aprovação presidencial. Disse a ele que o livro todo podia ser representado graficamente numa página. “Impossível”, ele disse. E aqui está: 25 mil pontos de dados numa única página. Logo vemos que muitos dos presidentes começam com alto índice de aprovação, mas poucos o mantêm. Eventos como guerras inicialmente impulsionam a aprovação; escândalos causam declínios. Esses grandes eventos foram comentados no gráfico, mas não no livro. A questão é: gráficos podem transmitir dados com uma eficiência incrível.
“Graphicacy”, a capacidade de ler e escrever gráficos, ainda está em sua infância. Novos formatos de gráficos surgirão e dialetos especializados evoluirão.
Gráficos que nos ajudam a raciocinar mais rápido ou ver o conteúdo de informações de um livro numa única página são a chave para desvendar novas descobertas.
Nosso córtex visual foi construído para decodificar informações complexas e é mestre no reconhecimento de padrões. Graphicacy nos permite aproveitar nossa unidade de processamento gráfico integrada para processarmos montanhas de dados e encontrar veias de ouro escondidas dentro dela.
Obrigado.
(Aplausos) (Vivas)
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
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