Como a chegada de novas ferramentas e algoritmos pode transformar a experiência mão na massa e tornar o aprendizado mais profundo e relevant...
Como a chegada de novas ferramentas e algoritmos pode transformar a experiência mão na massa e tornar o aprendizado mais profundo e relevante.
Em uma atualização sobre a plataforma Moodle, em treinamento realizado na Procuradoria Geral do Trabalho, discutíamos sobre bugs na correção automática das questões do tipo "Resposta Curta" da atividade questionário - e se já havia algum aprimoramento na versão mais recente do LMS. Brincando, disse que a IA para correção de atividades seria lançado na versão 4.0 do ambiente (a versão mais atual seria a "3.3", se não me engano). Mais tarde, vi esse post de Sébastien Turbot, curador e diretor de programas globais no WISE (World Innovation Summit for Education) da Qatar Foundation, do site Porvir.org, e tive que replicar abaixo:
E esse “presente” está transformando o mundo da educação em um ritmo acelerado. Com as crianças cada vez mais usando tablets e a programação sendo incluída em currículos nacionais por todo o mundo, a tecnologia está se tornando parte integrante das salas de aula, tal como o giz e o quadro negro.
Já testemunhamos o aumento e o impacto da tecnologia da educação, especialmente através de uma multiplicidade de plataformas de aprendizagem adaptativa, como Khan Academy e Coursera, que permitem aos alunos aprimorar suas habilidades e conhecimento.
E agora a realidade virtual (VR, na sigla em inglês) e a inteligência artificial (AI, também em inglês) estão ganhando força. Um recente relatório do grupo editorial britânico Pearson decifra como a inteligência artificial transformará positivamente a educação nos próximos anos. Segundo os autores do relatório, “o futuro oferece o potencial de ferramentas e apoio ainda maiores. Imagine companheiros de aprendizagem ao longo da vida alimentados por AI que possam acompanhar e apoiar estudantes individuais ao longo de seus estudos – dentro e além da escola – ou novas formas de avaliação que medem a aprendizagem enquanto ela está ocorrendo, moldando a experiência de aprendizagem em tempo real”.
Na verdade, os altos custos continuam sendo um desafio, mas o dia em que as ferramentas de inteligência artificial e realidade virtual serão tão acessíveis quanto os smartphones e os computadores de mesa não está longe.
As máquinas inteligentes estão desempenhando um papel importante na entrega de conhecimentos personalizados e relevantes aos alunos, onde e quando necessário. Por exemplo, a Content Technologies Inc., uma empresa de pesquisa e desenvolvimento de inteligência artificial baseada nos Estados Unidos, está aproveitando o aprendizado profundo para entregar livros personalizados. A empresa lançou Cram101 e JustFact101 para transformar livros de texto feitos há dezenas de anos em guias de aprendizagem inteligentes e relevantes, tornando o tempo de estudo eficiente.
Além disso, o aprendizado agora está se transformando em uma experiência verdadeiramente imersiva dentro e fora da sala de aula. Como curador de conferência, planejo vivências com atividades imersivas para oferecer aos participantes experiências memoráveis, deixando-os com um forte desejo de retornar no ano seguinte.
E como educador, acredito que a mesma estratégia tem o poder de estimular criatividade, engajamento e resultados de aprendizagem mais fortes entre os meus alunos. Mas, durante décadas, a aprendizagem experimental foi confinada a experimentos científicos no arcaico laboratório da escola ou a trabalhos de férias de verão. Mas com realidade virtual e inteligência artificial, o aprendizado experiencial ou mão na massa tem um significado totalmente novo.
Uma variedade de ferramentas de realidade artificial, incluindo o HoloLens, da Microsoft, Oculus Rift, do Facebook, ou o Google Expedition estão traduzindo aulas tradicionais em experiências de significado do mundo real.
Imagine uma sala cheia de estudantes explorando o naufrágio do Titanic, assistindo a dinossauros caminhando ao redor deles, descobrindo a Amazônia ou simplesmente aterrissando na lua como astronautas – que salto gigante na educação?!
Escreveu recentemente Graeme Lawrie, diretor de inovação e extensão na escola Sevenoaks, que fica no Reino Unido.
E os estudantes não são os únicos beneficiários.
Os sistemas de tutoria inteligentes, como o Carnegie Learning ou o Third Space Learning, ajudam os professores a se libertar da abordagem “tamanho único”. Essas plataformas individuais de tutoria utilizam o big data e ferramentas de análise de aprendizagem para fornecer aos tutores retornos avaliativos em tempo real sobre desempenho, pontos fortes e fracos dos alunos. O retorno avaliativo ajuda os professores a determinar as necessidades exatas de aprendizagem, as falhas em habilidades de cada aluno e fornecer orientação suplementar.
Muitas vezes ouço especialistas dizerem que “a tecnologia piorou os maus professores. Portanto, não há dúvida de que precisamos continuar investindo em formação e desenvolvimento profissional. Nenhuma máquina pode substituir professores humanos, mas pode salvá-los de desmoronar sob pressão. Lembram-se do professor da Universidade de Georgia Tech (EUA) Ashok Goel, que usava o assistente Jill Watson construído a partir de inteligência artificial? Trata-se de uma ilustração de como as máquinas inteligentes ajudarão a transição dos professores do sábio no palco para assumirem o papel de mentores e facilitadores.
Para Thomas Arnett, escritor do Instituto Clayton Christensen:
Arnett acredita que a automação ajudará a simplificar as tarefas básicas de ensino e ajudar os líderes escolares a lidar com os principais desafios para a instrução de qualidade – a saber, diferenças na qualidade dos professores, interesses diversos de estudantes e acúmulo de expectativas colocadas sobre os professores.
Escreve Arnett em seu relatório Teaching in the Machine Age (Ensino na era da máquina).
Neste relatório, Arnett também discute o potencial da inteligência artificial para reconhecer e desenvolver professores de alto potencial:
E o mais importante, além do domínio do conteúdo, os professores serão capazes de ajudar seus alunos a desenvolver as tão necessárias habilidades não-cognitivas do século 21, como confiança e criatividade.
A imagem que eu projeto neste artigo pode parecer excessivamente otimista para muitos.
Na verdade, a inteligência artificial e a tecnologia educacional não são uma panaceia para desafios sistêmicos. A inteligência artificial pode acabar não sendo o próximo salto gigante na educação e, obviamente, trará seu próprio conjunto de problemas e desvantagens.
Mas não vamos ignorar os seus pontos fortes inatos que poderiam ajudar a resolver as flagrantes lacunas no ensino e na aprendizagem que estamos lutando para resolver há décadas.
Fonte: Agência Porvir (com adaptações).
[Visto no Brasil Acadêmico]
Em uma atualização sobre a plataforma Moodle, em treinamento realizado na Procuradoria Geral do Trabalho, discutíamos sobre bugs na correção automática das questões do tipo "Resposta Curta" da atividade questionário - e se já havia algum aprimoramento na versão mais recente do LMS. Brincando, disse que a IA para correção de atividades seria lançado na versão 4.0 do ambiente (a versão mais atual seria a "3.3", se não me engano). Mais tarde, vi esse post de Sébastien Turbot, curador e diretor de programas globais no WISE (World Innovation Summit for Education) da Qatar Foundation, do site Porvir.org, e tive que replicar abaixo:
“A combinação de humanos com máquinas não é o futuro, é o presente.”
Garry Kasparov em recente palestra TED.
E esse “presente” está transformando o mundo da educação em um ritmo acelerado. Com as crianças cada vez mais usando tablets e a programação sendo incluída em currículos nacionais por todo o mundo, a tecnologia está se tornando parte integrante das salas de aula, tal como o giz e o quadro negro.
Já testemunhamos o aumento e o impacto da tecnologia da educação, especialmente através de uma multiplicidade de plataformas de aprendizagem adaptativa, como Khan Academy e Coursera, que permitem aos alunos aprimorar suas habilidades e conhecimento.
E agora a realidade virtual (VR, na sigla em inglês) e a inteligência artificial (AI, também em inglês) estão ganhando força. Um recente relatório do grupo editorial britânico Pearson decifra como a inteligência artificial transformará positivamente a educação nos próximos anos. Segundo os autores do relatório, “o futuro oferece o potencial de ferramentas e apoio ainda maiores. Imagine companheiros de aprendizagem ao longo da vida alimentados por AI que possam acompanhar e apoiar estudantes individuais ao longo de seus estudos – dentro e além da escola – ou novas formas de avaliação que medem a aprendizagem enquanto ela está ocorrendo, moldando a experiência de aprendizagem em tempo real”.
Na verdade, os altos custos continuam sendo um desafio, mas o dia em que as ferramentas de inteligência artificial e realidade virtual serão tão acessíveis quanto os smartphones e os computadores de mesa não está longe.
As máquinas inteligentes estão desempenhando um papel importante na entrega de conhecimentos personalizados e relevantes aos alunos, onde e quando necessário. Por exemplo, a Content Technologies Inc., uma empresa de pesquisa e desenvolvimento de inteligência artificial baseada nos Estados Unidos, está aproveitando o aprendizado profundo para entregar livros personalizados. A empresa lançou Cram101 e JustFact101 para transformar livros de texto feitos há dezenas de anos em guias de aprendizagem inteligentes e relevantes, tornando o tempo de estudo eficiente.
Além disso, o aprendizado agora está se transformando em uma experiência verdadeiramente imersiva dentro e fora da sala de aula. Como curador de conferência, planejo vivências com atividades imersivas para oferecer aos participantes experiências memoráveis, deixando-os com um forte desejo de retornar no ano seguinte.
E como educador, acredito que a mesma estratégia tem o poder de estimular criatividade, engajamento e resultados de aprendizagem mais fortes entre os meus alunos. Mas, durante décadas, a aprendizagem experimental foi confinada a experimentos científicos no arcaico laboratório da escola ou a trabalhos de férias de verão. Mas com realidade virtual e inteligência artificial, o aprendizado experiencial ou mão na massa tem um significado totalmente novo.
Uma variedade de ferramentas de realidade artificial, incluindo o HoloLens, da Microsoft, Oculus Rift, do Facebook, ou o Google Expedition estão traduzindo aulas tradicionais em experiências de significado do mundo real.
Imagine uma sala cheia de estudantes explorando o naufrágio do Titanic, assistindo a dinossauros caminhando ao redor deles, descobrindo a Amazônia ou simplesmente aterrissando na lua como astronautas – que salto gigante na educação?!
“Estamos nos afastando simplesmente de 'aprender' um assunto ou tópico para 'sentir' o conteúdo. Essa não é simplesmente uma ferramenta de engajamento ou um truque, ela permite que um aluno explore, experimente ou seja envolvido em algo, como se estivesse realmente presente naquele ambiente ou lugar ”
Graeme Lawrie
Escreveu recentemente Graeme Lawrie, diretor de inovação e extensão na escola Sevenoaks, que fica no Reino Unido.
E os estudantes não são os únicos beneficiários.
Os sistemas de tutoria inteligentes, como o Carnegie Learning ou o Third Space Learning, ajudam os professores a se libertar da abordagem “tamanho único”. Essas plataformas individuais de tutoria utilizam o big data e ferramentas de análise de aprendizagem para fornecer aos tutores retornos avaliativos em tempo real sobre desempenho, pontos fortes e fracos dos alunos. O retorno avaliativo ajuda os professores a determinar as necessidades exatas de aprendizagem, as falhas em habilidades de cada aluno e fornecer orientação suplementar.
Muitas vezes ouço especialistas dizerem que “a tecnologia piorou os maus professores. Portanto, não há dúvida de que precisamos continuar investindo em formação e desenvolvimento profissional. Nenhuma máquina pode substituir professores humanos, mas pode salvá-los de desmoronar sob pressão. Lembram-se do professor da Universidade de Georgia Tech (EUA) Ashok Goel, que usava o assistente Jill Watson construído a partir de inteligência artificial? Trata-se de uma ilustração de como as máquinas inteligentes ajudarão a transição dos professores do sábio no palco para assumirem o papel de mentores e facilitadores.
Para Thomas Arnett, escritor do Instituto Clayton Christensen:
“Em vez de ver o progresso tecnológico como uma ameaça, professores e líderes educacionais devem aproveitar as várias maneiras pelas quais a tecnologia pode melhorar seu trabalho.”
Thomas Arnett, escritor do Instituto Clayton Christensen
Arnett acredita que a automação ajudará a simplificar as tarefas básicas de ensino e ajudar os líderes escolares a lidar com os principais desafios para a instrução de qualidade – a saber, diferenças na qualidade dos professores, interesses diversos de estudantes e acúmulo de expectativas colocadas sobre os professores.
“Inovações que tornam commodity algumas habilidades dos professores também fornecem ferramentas para aumentar a eficácia de professores não-especialistas e especialistas para novos patamares e se adaptarem às novas prioridades de uma força de trabalho e sistema educacional do século 21.”
Thomas Arnett
Escreve Arnett em seu relatório Teaching in the Machine Age (Ensino na era da máquina).
Neste relatório, Arnett também discute o potencial da inteligência artificial para reconhecer e desenvolver professores de alto potencial:
“Os pesquisadores podem identificar os professores com chance de atingir alta qualidade no futuro com base nas observações, em respostas questionários preenchidos por alunos e nas notas das provas, mas são muito menos bem-sucedidos na identificação das características de professores eficientes ou na elaboração de um caminho claro para prepará-los e desenvolvê-los”.
E o mais importante, além do domínio do conteúdo, os professores serão capazes de ajudar seus alunos a desenvolver as tão necessárias habilidades não-cognitivas do século 21, como confiança e criatividade.
A imagem que eu projeto neste artigo pode parecer excessivamente otimista para muitos.
Na verdade, a inteligência artificial e a tecnologia educacional não são uma panaceia para desafios sistêmicos. A inteligência artificial pode acabar não sendo o próximo salto gigante na educação e, obviamente, trará seu próprio conjunto de problemas e desvantagens.
Mas não vamos ignorar os seus pontos fortes inatos que poderiam ajudar a resolver as flagrantes lacunas no ensino e na aprendizagem que estamos lutando para resolver há décadas.
Por Sébastien Turbot - Porvir.org
Fonte: Agência Porvir (com adaptações).
[Visto no Brasil Acadêmico]
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