Giz de cera cor da pele com 12 cores para quebrar preconceitos

Uma parceria entre a UNIAFRO/UFRGS, Curso de Aperfeiçoamento em Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola e uma loja brasileira de ...

Uma parceria entre a UNIAFRO/UFRGS, Curso de Aperfeiçoamento em Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola e uma loja brasileira de materiais para artistas atualiza o significado do que seja um giz da cor da pele.

Quando uma criança pede um lápis de cor da cor da pele, o que ela geralmente recebe? Normalmente, as cores rosa e bege. Pois essa simples questão pode ser o momento ideal para se educar quebrando preconceitos e enfrentando a questão racial no Brasil de maneira simples e até mesmo silente. Quando a criança pedir um lápis de cor da cor da pele dê a ela o que ela pediu. Um estojo com 12 cores para ela escolher pode ser a melhor resposta.

Pois para auxiliar professores do ensino médio, uma parceria entre o curso de aperfeiçoamento de professores Uniafro e a loja de material artístico Koralle vem ajudando profissionais do Rio Grande do Sul a trabalhar as relações raciais em sala de aula com uma ideia simples: o lançamento de um estojo de giz de cera com doze tons de pele.

O curso foi pensado como uma necessidade premente da Educação Básica: O enfrentamento das questões raciais. Em especial aquelas que se referem ao negro e ao racismo e que se coloca como um desafio já assumido pelo ordenamento legal da Educação brasileira, sobretudo a partir da promulgação da lei 10639/2003, e prevê o ensino da cultura e História africanas nas escolas de rede pública.

Já o estojo integra o kit de material pedagógico distribuído aos que participam do curso, e apesar do projeto da Uniafro ser restrito ao Rio Grande do Sul, a Koralle decidiu colocar o estojo à venda na loja online. E desde o lançamento, já chegaram pedidos de várias regiões do Brasil.

Estamos tendo uma repercussão ótima. As crianças estão amando o material. É uma alegria. Sou professora da Universidade há 20 anos e sempre atuando na prática de ensino, notei que as crianças sempre procuravam aquele lápis rosa como “cor da pele”. Aí, durante a segunda edição, eu e um grupo de professoras pensamos que seria interessante criar um material para os professores levarem para sala de aula e trabalharem essa questão.
Gladis Kaercher. Coordenadora da Uniafro

Para escolherem os doze tons do estojo, foi feita uma pesquisa com os pedagogos da instituição deixando de fora, propositalmente, as cores preta, rosa e branca.

O produto repercurte nas redes sociais. [@paulinhaparaty/imgrun]

Gladis contou ao jornal Extra que, apesar do sucesso da iniciativa, foi difícil encontrar parceiros. Até que chegaram ao artista plástico Frantz S, dono da Koralle, que topou a ideia de imediato e lançou o estojo através da marca Pintkor, também de sua propriedade.

Quando nossos clientes pedem lápis “cor da pele”, a gente sempre brinca “Que cor? Da minha pele ou da tua pele?”, porque cor de pele é muito amplo. Aí a Uniafro trouxe esse questionamento para nós e como o Frantz é artista plástico, tudo isso se liga. Então, ele resolveu produzir alguma coisa para tapar esse buraco histórico. Só hoje, chegaram pedidos via site, de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Aracaju. Era um nicho de mercado muito bom. Fizemos para a Uniafro, mas descobrimos que é um mercado muito importante.
Michele Monteiro. Analista de Marketing da Koralle

Os idealizadores do projeto pretendem ir além: está sendo cogitada a produção de giz de cera com 24 cores de pele, papéis A3 e A4 com variações de “tons de pele”, além de lápis de cor e hidrocor.

Segundo a descrição do produto no site da Koralle, ele é atóxico, fabricado com ceras de alta qualidade, e não mancha as mãos. Para adquirir acesse o site da loja (no dia da publicação desse post custava R$ 16,43 no boleto ou R$ 17,29).

Fonte: Extra, Koralle, UNIAFRO, Bolsa de Mulher
[Visto no Brasil Acadêmico]