O que aconteceu com o buraco na camada de ozônio?

Explore a história intrigante do buraco na camada de ozônio que afetou o mundo nos anos 1980. Descubra como os CFCs desencadearam uma crise ...

Explore a história intrigante do buraco na camada de ozônio que afetou o mundo nos anos 1980. Descubra como os CFCs desencadearam uma crise global e como o Protocolo de Montreal trouxe soluções. Acompanhe os desafios enfrentados e as alternativas desenvolvidas para combater a mudança climática. Embarque nessa jornada de conhecimento e conscientização ambiental do TED Ed que nos nutre de esperança para encarar os desafios de hoje.

Nos anos 1980, o mundo enfrentou um enorme problema: havia um buraco na camada de ozônio se expandindo rapidamente. Então, o que aconteceu? Ele ainda está lá?

Vamos voltar ao começo. O sol torna a vida na Terra possível, mas muita exposição à radiação UV danifica o DNA de plantas e animais. Felizmente, cerca de 98% dessa radiação é absorvida pelas moléculas de ozônio espalhadas na atmosfera, que são constantemente quebradas e reformadas nesse processo, mantendo um delicado equilíbrio. Mas no começo dos anos 1970, dois químicos, Mario Molina e Sherwood Rowland, mostraram que produtos químicos usados com frequência chamados clorofluorcarbonetos, ou CFCs, poderiam afetar esse equilíbrio.

Os CFCs foram desenvolvidos nos anos 1920 por três empresas baseadas nos EUA como refrigerantes para refrigeradores. 

Ao contrário das alternativas existentes, tais como amoníaco ou clorometano, CFCs não eram inflamáveis ou tóxicos, significando que não explodiriam em chamas ou causariam vazamentos de gás mortais. 

Também eram grandes propulsores, agentes espumantes, e antichamas. CFCs logo acharam seu caminho entre uma variedade de itens do dia a dia e se tornaram uma indústria com resultado multibilionário anualmente.

Na baixa atmosfera, CFCs não quebram ou reagem a outras moléculas. Mas Molina e Rowland mostraram que na estratosfera, eles se quebram por causa da luz UV, liberando átomos de cloro. Esses então reagem com o ozônio, destruindo-o mais rápido do que pode ser reposto. Um único átomo de cloro pode destruir milhares de moléculas de ozônio antes que possa reagir com outra coisa e formar uma molécula estável. 

Vendo a ameaça aos resultados financeiros, os produtores de CFC reagiram para desacreditar os cientistas, até mesmo os acusando de trabalhar para a KGB.

Estimativas iniciais mostraram que em 60 anos, CFCs poderiam diminuir a concentração de ozônio em 7%. Mas em 1985, ficou claro que a diminuição da camada de ozônio, especialmente na Antártica, estava acontecendo muito mais rápido. Aqui, as temperaturas de frio extremo e a estrutura única das nuvens antárticas aceleravam a perda de ozônio. Cientistas sediados na Antártica notaram uma queda imensa no ozônio aéreo acontecendo toda primavera. Dados de satélites revelaram a vasta extensão dessas perdas e testes químicos confirmaram que a causa era, sem dúvida, os CFCs. A NASA logo divulgou vídeos, que foram transmitidos por todo o mundo, e capturaram a atenção do público.

Se a diminuição de ozônio continuasse, casos de câncer de pele disparariam. A fotossíntese seria prejudicada, fazendo plantas, incluindo arroz, trigo e milho, menos produtivos e mais susceptíveis a doenças. Produções agrícolas globais despencariam, e todo o ecossistema entraria em colapso. Mas muitos políticos, prezando as preocupações econômicas imediatas sobre as de longo prazo, discordaram sobre o que fazer. A luta para banir os CFCs achou dois improváveis aliados: o Presidente dos EUA Ronald Reagan e a primeira ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher. Apesar de sua oposição geral à regulamentação governamental, Reagan, que tinha feito um tratamento para câncer de pele, e Thatcher, que era formada em química, reconheceram a necessidade de uma ação imediata.

O EUA e o Reino Unido, junto com Canadá, Noruega, Suécia e Finlândia, lideraram apelos para um banimento internacional dos CFCs. Em 1987, representantes assinaram o Protocolo de Montreal, exigindo a rápida eliminação dos CFCs e criando um fundo para auxiliar países na região sul do globo a conseguir alternativas baratas, que não esgotassem o ozônio. Mais tarde ele foi aprovado por cada país da Terra, sendo o único tratado na história a alcançar isso. Em 1995, Molina, Rowland e o colega holandês deles, Paul Crutzen, ganharam conjuntamente o Prêmio Nobel de Química. Conforme o uso de CFCs diminuia, o buraco na camada de ozônio começou a diminuir e está previsto para desaparecer totalmente até 2070.

Mas não estamos fora de perigo. Embora a proibição tenha sido uma vitória, já que os CFCs são potentes gases de efeito estufa, as alternativas que os substituíram, hidrofluorocarbonetos ou HFCs, também são. 

Embora normalmente sejam menos potentes que os CFCs, HFCs ainda retêm mais calor do que o dióxido de carbono e estão contribuindo para a mudança climática. Para resolver isso, em 2016, a Emenda Kigali foi adicionada ao Protocolo de Montreal, pedindo um corte de 85% nos HFCs globais até 2047. Isso por si só poderia evitar até 0,5°C de aquecimento global até ao final do século.

Hoje, enquanto encaramos a ameaça existencial da mudança climática, o Protocolo de Montreal serve como um modelo para a importante cooperação global que precisamos para combatê-la. A pergunta é, o que será preciso para que nos juntemos outra vez?

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Fonte: TED Ed
Visto no Brasil Acadêmico