GraphoGame: MEC lança jogo para ensinar a ler em português

MEC uma ferramenta lúdica para ajudar pais, professores e alunos a enfrentarem o isolamento causado pela pandemia de Covid-19.

MEC uma ferramenta lúdica para ajudar pais, professores e alunos a enfrentarem o isolamento causado pela pandemia de Covid-19.


GraphoGame é um aplicativo educativo finlandês que já se provou eficaz com sua dinâmica de jogo baseada em evidências científicas como resultado de décadas de pesquisas de cientistas da leitura da Finlândia e de outros países, a fim de desenvolver, por exemplo, a ortografia e as habilidades de leitura em diversos idiomas como inglês, espanhol, francês, holandês, chinês e, agora, em português brasileiro.

Lançado no âmbito do programa “Tempo de Aprender”, da Secretaria de Alfabetização do MEC, a primeira versão desse jogo em português do Brasil é uma iniciativa do Governo Federal visando amenizar os impactos da pandemia no ensino, sobretudo na alfabetização dos alunos brasileiros.

O GraphoGame foi disponibilizado gratuitamente em vários países, entre os quais Estados Unidos e Colômbia, e obteve sucesso no apoio à preparação para a alfabetização e ao processo de alfabetização formal de crianças entre 4 e 9 anos de idade. 

 Dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) indicam que, em 2014 e 2016, aproximadamente 55% dos estudantes brasileiros em vias de completar o terceiro ano apresentaram conhecimento insuficiente em leitura. 

Na matriz de referência e na escala de proficiência de Língua Portuguesa do 2º ano do ensino fundamental do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), instrumento que substituiu a ANA, são previstas as habilidades de relacionar fonemas e sílabas à representação escrita, e de ler palavras e frases com sílabas canônicas e não canônicas. O GraphoGame pode auxiliar os alunos na

 aquisição dessas habilidades.

 Estudos controlados, com destaque para os da pesquisadora Usha Goswami, evidenciam a eficácia das estratégias presentes no jogo, particularmente a exploração da analogia da rima — na segmentação silábica ataque-rima — para o aprendizado e a consolidação das relações entre letras e sons. Johannes

 Ziegler, notório neurocientista cognitivo, ressalta que suportes computacionais como o GraphoGame são benéficos para crianças de 6 a 8 anos de idade com risco de dislexia.

O aplicativo não substitui a atuação dos professores, mas a complementa. Reforça também componentes essenciais para a alfabetização destacados pela Política Nacional de Alfabetização (PNA), sobretudo a consciência fonológica e o conhecimento alfabético.

Todo o conteúdo do GraphoGame foi adaptado para o português do Brasil pelo Instituto do Cérebro, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Seu desenvolvimento e pesquisa também teve apoio da Capes entre outros apoiadores, como pode ser visto nos créditos do jogo.

Na versão que experimentamos era notável que a interface para Windows apresentava algumas mensagens de erro (típicas do desenvolvimento para Unity) além de alertar que essa era uma versão de desenvolvimento no canto inferior direito da tela. Além disso, um botão que indicava que era para prosseguir, por exemplo, após inserir o nome do jogador, ficava bem pequeno e discreto no canto inferior direito da tela, indicando que a interface não era bem dimensionada para monitores grandes.

“O jogo tem 49 sequências, contando as de testes de múltipla escolha. As sequências iniciais apresentam sons de vogais e consoantes, em separado, e de duas vogais juntas. Em seguida, vêm as sequências em que as letras são combinadas para formar sílabas com duas letras, depois com três letras, e combinações mais difíceis. Desde a primeira sequência, até a última com sílabas.” Trecho do Manual do Usuário

Ainda sim, seu gráficos, efeitos sonoros, música e sistema de recompensa (como as moedas ganhas após atingir certos objetivos que podem ser trocadas por itens de vestuário do avatar do jogador, por exemplo) mostrava que poderiam realmente fazer com que até quem soubesse ler tivesse curiosidade de explorar as fases do jogo. O que só evidenciou o cuidado que foi dispensado em sua elaboração. 

Projetado para ser operador sem supervisão por crianças que não sabem ler, jogar o GraphoGame foi uma grata experiência e deve ter seu lugar entre os gamers na faixa etária a quem se destina. Ao menos foi o que pudemos constatar em um primeiro olhar.

Para os pesquisadores do tema, recomendamos dar uma olhada nas referências bibliográficas presente no manual.

Possui versões para Android, MacOS e Windows.

Fonte: Manual do GraphoGame, Site Oficial
Visto no Brasil Acadêmico