Quanto o pré-sal já produziu de petróleo, até 2013?

Em tempos de queda do Império de Eike Batista e de participação da educação no royalties do petróleo extraído do pré-sal. É uma boa hora de ...

Em tempos de queda do Império de Eike Batista e de participação da educação no royalties do petróleo extraído do pré-sal. É uma boa hora de nos perguntarmos: Já estamos efetivamente extraindo petróleo da camada pré-sal? A resposta pode ser surpreendente.

Para a grande mídia, só a partir de agora, com o leilão do principal campo de petróleo da camada pré-sal sendo efetivado, que poderemos dizer que o petróleo vai começar a sair dos poços. Isso é verdade em relação à quantidade que se espera explorar.

Fonte: Petrobrás.

Em 2011, já havíamos feito a mesma pergunta pois há sempre muita má-vontade da grande mídia para propalar os feitos da Petrobrás, e uma avidez proporcional por parte do governo, em contabilizar os ganhos políticos com esses mesmos feitos. Mas quanto já estamos extraindo hoje? É próximo de zero? É irrelevante? Não. Não é bem assim. Com a palavra, o gerente executivo de Exploração e Produção do pré-sal, Carlos Tadeu Fraga para o blog Petrobrás - Fatos e dados: A produção acumulada no pré-sal já alcançou 250 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás) desde que foi iniciada a produção da camada pré-sal, na Bacia de Campos, em 2008. A informação foi dada nesta quarta-feira (30/10) pelo gerente executivo de Exploração e Produção do pré-sal, Carlos Tadeu Fraga, durante painel na Offshore Technology Conference (OTCBrasil 2013), no Rio de Janeiro. A produção atual do pré-sal, de 329 mil barris dor dia (bpd), alcançada em setembro de 2013, já é oito vezes maior do que a produção média do pré-sal no ano de 2010, quando foram produzidos 42 mil bpd.

O pré-sal já produziu 250 milhões de barris de óleo equivalente, mais do que toda a produção acumulada do campo de Garoupa, primeira descoberta da Petrobras na Bacia de Campos, em 1974, e que produz até hoje. Carlos Tadeu Fraga. Gerente executivo de Exploração e Produção do pré-sal

O executivo também comparou o volume já descoberto no pré-sal da Bacia de Santos com outras grandes descobertas offshore realizadas nos últimos anos, no mundo. Segundo ele, o volume recuperável já declarado dos campos de Lula e Sapinhoá, mais o volume contratado da Cessão Onerosa, é de cerca de 15,4 bilhões de barris de petróleo equivalente, o que equivale a uma vez e meia o volume recuperável do campo gigante de Kashagan,no Mar Cáspio, e 15 vezes o volume recuperável do campo de Thunder Horse, nos EUA. A província do pré-sal como um todo, incluindo Bacia de Santos e Bacia de Campos, tem 149 mil quilômetros quadrados e equivale a três vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro. Já a área do pré-sal sob contrato da Bacia de Santos, de cerca de 15 mil quilômetros quadrados, equivale a 650 blocos de exploração e produção da porção norte-americana do Golfo do México. Desde a descoberta, em 2006, até dezembro de 2012, já foram perfurados 37 poços exploratórios no pré-sal da Bacia de Santos, com índice de sucesso superior a 90%. Considerando toda a província do pré-sal, o índice de sucesso supera 80% e o número de poços até o ano passado chegou a 80. “Esses números são fantásticos”, afirmou Carlos Tadeu. Atualmente, seis plataformas produzem no pré-sal na Bacia de Campos e três na Bacia de Santos, além de duas plataformas itinerantes que são utilizadas para testes de longa duração. A primeira plataforma a produzir no pré-sal foi a P-34, no campo de Baleia Franca, Bacia de Campos, em 2008. O primeiro sistema definitivo a entrar em operação no polo pré-sal da Bacia de Santos foi o Piloto de Lula, por meio do FPSO Cidade de Angra dos Reis, que hoje produz cerca de 100 mil barris por dia.

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E o governo errou na configuração do leilão? Sim e não. Primeiro porque mesmo com a forte intervenção estatal, com a forte presença da Petrobrás (40% do consórcio vencedor, o único participante), os grupos neo-nacionalistas ecoaram cantos de louvor ao "o petróleo é nosso". No Facebook ouvi muito dizerem que o governo comprou o petróleo que já era dele, que ele era um traidor privativista etc. Mas, reparem, o nacionalistas reclamam de ter havido o leilão "entreguista". Os liberais anti-petistas reclamam da insegurança jurídica, do intervencionismo estatal, do baixo interesse que despertaria nos investidores etc. Ou seja, o governo conseguiu desagradar a todos, e isso é bom. Bom porque acabou tendo um forte controle de tudo que vai ser produzido, com os royalties indo para a educação e a saúde, com geração de empregos, etc. E ninguém pode dizer que foi realmente "entreguista", pelo menos não completamente. Meu receio é de que os grandes centros consumidores descubram formas de dispensar o petróleo, até mesmo para atender uma agenda ambiental mundial, e um gás de xisto desses acabe com o sonho brasileiro de se tornar uma Arábia Saudita nos trópicos. Vamos lembrar da lição amarga que nos deu a OGX. O petróleo é uma riqueza potencial. Assim, pode até mesmo nunca se realizar, se dormirmos no ponto. O governo diz que entre R$ 368 bilhões e R$ 500 bilhões serão investidos na educação de recursos vindos diretamente do pré-sal, nos próximos 30 anos. Isso ainda não chega a 10% do PIB, estiamdo em R$ 600 bilhões, mas pouco é melhor que nada, e será nosso ingresso para o mundo desenvolvido quando o petróleo acabar. Sim, nem começamos a exploração direito e já temos que pensar na hora que essa mina secar. E as decisões precisam ser tomadas agora, pois é pensando no pensando no futurom às vezes mil anos a frente, que as nações desenvolvidas pensam as estratégias nacionais.

Fonte:
Pré-sal já produziu 250 milhões de barris. Disponível em <http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2013/10/30/pre-sal-ja-produziu-250-milhoes-de-barris/> Acesso em: 1/11/2013.
Royalties do pré-sal não cobrem 10% do PIB para educação, diz Mercadante. Disponível em <http://oglobo.globo.com/pais/royalties-do-pre-sal-nao-cobrem-10-do-pib-para-educacao-diz-mercadante-10543745> Acesso em: 7/11/2013. [Via BBA]