Muitos animais precisam dormir. Mas as ameaças e dificuldades que eles enfrentam não desaparecem do nada quando eles tiram um cochilo. Por e...
Muitos animais precisam dormir. Mas as ameaças e dificuldades que eles enfrentam não desaparecem do nada quando eles tiram um cochilo. Por essa razão, uma série de aves, mamíferos, e até os humanos, experimentam algum grau de sono assimétrico, em que partes do cérebro ficam dormindo enquanto outras ficam mais ativas. Mas como isso funciona? Masako Tamaki explica como o cérebro dos animais permanece alerta mesmo nos momentos em que estão mais vulneráveis.
Muitos animais precisam dormir. Até águas-vivas entram em estados de sono em que se movimentam menos e reagem mais lentamente a presas e a movimentos. Mas as ameaças e dificuldades que os animais enfrentam não desaparecem do nada na hora do cochilo. Por isso uma gama de aves e mamíferos vivenciam algum grau de sono assimétrico em que partes do cérebro estão dormindo e outras estão mais ativas. Isso acontece também com os humanos.
Mas como isso funciona? O cérebro dos vertebrados é composto de dois hemisférios: direito e esquerdo. Em geral, a atividade cerebral é semelhante em ambos durante o sono. Porém, durante o sono assimétrico, um dos hemisférios pode estar em sono profundo e o outro em sono leve. E, numa versão extrema chamada “sono uni-hemisférico”, um hemisfério pode parecer totalmente desperto enquanto o outro está em sono profundo.
Mas como isso funciona? O cérebro dos vertebrados é composto de dois hemisférios: direito e esquerdo. Em geral, a atividade cerebral é semelhante em ambos durante o sono. Porém, durante o sono assimétrico, um dos hemisférios pode estar em sono profundo e o outro em sono leve. E, numa versão extrema chamada “sono uni-hemisférico”, um hemisfério pode parecer totalmente desperto enquanto o outro está em sono profundo.
Um exemplo são os golfinhos-nariz-de-garrafa. Sua respiração é controlada de forma consciente e precisam emergir de vez em quando para respirar e não se afogar.
Quando têm um filhote recém-nascido, precisam nadar por semanas, sem parar, para manterem-no em segurança. Para isso, os golfinhos dormem com um hemisfério por vez. Isso permite que continuem nadando e respirando enquanto tiram uma soneca.
Outros mamíferos marinhos também precisam do sono assimétrico. Os lobos-marinhos podem passar semanas a fio migrando pelo mar. Eles entram em sono uni-hemisférico enquanto flutuam horizontalmente, mantendo suas narinas acima da superfície, fechando o olho que fica voltado para cima e mantendo aberto o que fica voltado para baixo. Isso pode ajudá-los a ficar alertas a ameaças vindas do fundo do mar.
Dificuldades semelhantes mantêm as aves parcialmente acordadas. Os patos-reais dormem em bando, mas alguns acabam ficando mais expostos. Esses ficam mais tempo em sono uni-hemisférico, mantendo aberto o olho voltado pra fora do bando e mais ativo o hemisfério correspondente a esse olho.
Já se comprovou que outras aves cochilam durante voos migratórios.
Ao longo de um voo transoceânico de até 10 dias, sem paradas, as fragatas dormem com um ou os dois hemisférios ao mesmo tempo. Elas fazem isso em intervalos de poucos segundos, normalmente enquanto planam em correntes de ar. Mesmo assim, as fragatas dormem menos que 8% do que dormem em terra, o que mostra grande tolerância à privação de sono. Ainda não está claro se o sono assimétrico tem os mesmos benefícios de um sono com dois hemisférios nem como isso varia de espécie para espécie.
Num experimento, lobos-marinhos se valeram do sono assimétrico enquanto eram constantemente estimulados. Mas mostraram grande preferência pelo sono com os dois hemisférios, uma vez cessado o estímulo, o que sugere que este era mais restaurador para eles. Golfinhos, por outro lado, parecem permanecer bastante alertas por no mínimo cinco dias. Escolhendo que hemisfério ficará acordado, eles conseguem várias horas de sono profundo em cada hemisfério num período de 24 horas. Talvez seja por isso que o sono uni-hemisférico seja suficiente para eles.
Mas e os humanos? Você já acordou grogue alguma vez após a primeira noite num lugar novo?
Parte do seu cérebro pode ter ficado meio acordada durante a noite. Há décadas os cientistas reconhecem que voluntários dormem mal em sua primeira noite no laboratório. Na verdade, é comum essa primeira noite ser desconsiderada nos resultados.
Em 2016, cientistas descobriram que esse “efeito da primeira noite” é uma versão bem sutil do sono assimétrico em humanos. Eles viram que, durante a primeira noite, os voluntários têm um sono mais profundo no hemisfério direito e um sono mais leve no esquerdo. Quando expostos a sons espaçados, o hemisfério esquerdo em sono leve mostrou maiores picos de atividade. Alguns voluntários também acordaram e reagiram mais rápido a sons espaçados durante a primeira noite do que quando em sono profundo em ambos os hemisférios nas noites seguintes. Isso sugere que, assim como outros animais, os humanos usam o sono assimétrico para manter a vigilância, especificamente em ambientes desconhecidos. Portanto, embora seu quarto de hotel obviamente não vá te devorar e você não vá morrer se não continuar se movimentando, seu cérebro ainda assim vai te manter alerta, só por precaução.
Fonte: TED
Visto no Brasil Acadêmico
Fonte: TED
Visto no Brasil Acadêmico
Comentários