Como parte do acordo de delação premiada firmada com a força-tarefa da Lava-Jato no Rio, dois doleiros terão que dar aula de lavagem de dinh...
Como parte do acordo de delação premiada firmada com a força-tarefa da Lava-Jato no Rio, dois doleiros terão que dar aula de lavagem de dinheiro aos procuradores da República por 6 anos.
Apesar de não estarem presos, os doleiros Vinicius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Tony, terão que cumprir alguns requisitos antes de estarem totalmente liberados da pena aplicada pela Justiça Federal. Durante seis anos, eles terão que ensinar técnicas de lavagem de dinheiro aos procuradores da República. Estão previstas 200 horas-aula por ano ou 1.200 horas-aula no período.
Os “professores do crime” poderão comparecer às unidades do Ministério Público do Rio ou Brasília para cumprir o serviço, conforme compromisso firmado junto ao Ministério Público Federal. O tema será a principal especialidade dos dois: lavagem de dinheiro e evasão de divisas . O objetivo do curso é demonstrar aos procuradores como se dão as operações ilegais, facilitando investigações futuras.
Foi com base nas delações de ambos, a força-tarefa da Lava-Jato deflagrou nesta quinta-feira o que considerou ser uma das maiores ofensivas contra lavagem de dinheiro desde o escândalo do Banestado em 2003: a operação "Câmbio, Desligo" cumpriu até a manhã desta sexta-feira, 37 dos 53 mandados de prisões contra doleiros e operadores envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro que atinge a cifra de US$ 1,652 bilhões. Todavia, O alvo principal da operação, o 'doleiro dos doleiros' Dario Messer, continua foragido.
Os dois doleiros emitiam ordens de transferências internacionais a partir do Uruguai e coordenavam entregas de reais no Brasil por meio de programas criptografados para evitar a intercepção das autoridades. Eles funcionavam como "verdadeira instituição financeira", de acordo com o MPF. Detidos no Uruguai em março do ano passado, ambos foram extraditados para o Brasil.
O acordo de colaboração dos doleiros previa que eles ficassem reclusos por um ano e dois meses. Prazo esse que expirou no mesmo dia da operação “Câmbio, desligo” deflagrada com o auxílio da delação dos doleiros.
De acordo com os procuradores, os suspeitos da ‘Câmbio, desligo’ integravam um sistema chamado Bank Drop. Nele, os doleiros remetiam recursos ao exterior por meio de uma ação conhecida pelo mercado como 'dólar-cabo'.
Esse é um método de enviar dinheiro ao exterior sem passar pelas instituições financeiras reguladas pelo Banco Central.
Para a movimentação dos cerca de US$ 1,6 bilhões (equivalente a R$ 5,6 bilhões), 3 mil empresas offshore foram envolvidas. De acordo com as investigações da PF, elas teriam movimentado tal montante em 52 países.
Este e outros estratagemas usados em lavagem de dinheiro e evasão de divisas deverão ser abordados no curso que Tony e Bala ministrarão no Ministério Público.
Pela duração, dava para ser configurado até um doutorado.
Fonte: O Globo, Último Segundo
[Visto no Brasil Acadêmico]
Apesar de não estarem presos, os doleiros Vinicius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Tony, terão que cumprir alguns requisitos antes de estarem totalmente liberados da pena aplicada pela Justiça Federal. Durante seis anos, eles terão que ensinar técnicas de lavagem de dinheiro aos procuradores da República. Estão previstas 200 horas-aula por ano ou 1.200 horas-aula no período.
Os “professores do crime” poderão comparecer às unidades do Ministério Público do Rio ou Brasília para cumprir o serviço, conforme compromisso firmado junto ao Ministério Público Federal. O tema será a principal especialidade dos dois: lavagem de dinheiro e evasão de divisas . O objetivo do curso é demonstrar aos procuradores como se dão as operações ilegais, facilitando investigações futuras.
Foi com base nas delações de ambos, a força-tarefa da Lava-Jato deflagrou nesta quinta-feira o que considerou ser uma das maiores ofensivas contra lavagem de dinheiro desde o escândalo do Banestado em 2003: a operação "Câmbio, Desligo" cumpriu até a manhã desta sexta-feira, 37 dos 53 mandados de prisões contra doleiros e operadores envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro que atinge a cifra de US$ 1,652 bilhões. Todavia, O alvo principal da operação, o 'doleiro dos doleiros' Dario Messer, continua foragido.
Os dois doleiros emitiam ordens de transferências internacionais a partir do Uruguai e coordenavam entregas de reais no Brasil por meio de programas criptografados para evitar a intercepção das autoridades. Eles funcionavam como "verdadeira instituição financeira", de acordo com o MPF. Detidos no Uruguai em março do ano passado, ambos foram extraditados para o Brasil.
O acordo de colaboração dos doleiros previa que eles ficassem reclusos por um ano e dois meses. Prazo esse que expirou no mesmo dia da operação “Câmbio, desligo” deflagrada com o auxílio da delação dos doleiros.
De acordo com os procuradores, os suspeitos da ‘Câmbio, desligo’ integravam um sistema chamado Bank Drop. Nele, os doleiros remetiam recursos ao exterior por meio de uma ação conhecida pelo mercado como 'dólar-cabo'.
Esse é um método de enviar dinheiro ao exterior sem passar pelas instituições financeiras reguladas pelo Banco Central.
Para a movimentação dos cerca de US$ 1,6 bilhões (equivalente a R$ 5,6 bilhões), 3 mil empresas offshore foram envolvidas. De acordo com as investigações da PF, elas teriam movimentado tal montante em 52 países.
Este e outros estratagemas usados em lavagem de dinheiro e evasão de divisas deverão ser abordados no curso que Tony e Bala ministrarão no Ministério Público.
Pela duração, dava para ser configurado até um doutorado.
Fonte: O Globo, Último Segundo
[Visto no Brasil Acadêmico]
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