A datação por carbono 14 é uma maneira de determinar a idade de certos artefatos arqueológicos de origem biológica com até 50 mil anos. Um n...
A datação por carbono 14 é uma maneira de determinar a idade de certos artefatos arqueológicos de origem biológica com até 50 mil anos. Um novo método de datação de objetos antigos foi descoberto, utilizando água para desbloquear os "relógios internos".
Londres 1940, "relógio interno" dos tijolos zerado pela Luftwaffe
A argila cerâmica cozida começa a reagir quimicamente com a humidade atmosférica, logo que é retirada do forno.
Pesquisadores acreditam que possam identificar a idade exata de materiais como tijolo, telha e louça calculando o quanto o seu peso variou.
Com essa descoberta eles esperam que o método se revele tão significativo quanto a datação radiocarbônica.
A datação radiocarbônica, utilizada para osso ou madeira, não pode ser usada para material cerâmico, porque ele simplesmente não contém carbono.
Seu novo método de datação pela rehidroxilação, relatada em Proceedings of the Royal Society A, mede a quantidade de água que o material tem "recombinada com".
Professor Hall, que qualificou o avanço como "muito emocionante", disse que ia conectar um "fosso nos métodos de datação de cerâmica".
Ele e sua equipe, das universidades de Edimburgo e Manchester e do Museu de Londres, foram capazes de datar amostras de tijolos romana, medieval e moderna com notável precisão.
Eles têm demonstrado que a técnica pode ser usada para determinar a idade dos objetos de até 2.000 anos, mas acreditam que tem potencial para ser utilizada para datar amostras de cerca de 10.000 anos.
Os investigadores agora planejam descobrir se a novo técnica pode ser aplicada à faiança, à porcelana e à porcelana de osso.
"A recombinação ocorre durante vários milhares de anos", disse o professor Hall.
"E o que há de estranho nisso é que ela se mantém por uma rigorosa lei física.
Se pudermos avaliar quanta umidade foi retomada, podemos estimar a idade da amostra."
Calor extremo
Dra. Wilson Moira da Universidade de Manchester conduziu o estudo. Ela disse que a técnica também poderia ser "virada de ponta cabeça e ser utilizada para estabelecer a temperatura média de um material durante toda sua existência".
"Se uma data precisa de cozimento (da cerâmica) fossem conhecida, isso poderia ser potencialmente útil para os estudos das alterações climáticas."
A técnica envolve medir a massa de uma amostra e, em seguida, aquecê-la a cerca de 500°C em um forno. Isso remove a água foi combinada com ela durante todo seu ciclo de vida.
Incêndios
O calor dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial zeraram os "relógios internos" de tijolos afetados.
A amostra é então pesada em um "super-preciso" dispositivo, conhecido como microbalança, para determinar a taxa exata segundo a qual o material vai combinar com a água ao longo do tempo.
É possível extrapolar os dados para calcular o tempo que levará a amostra para recuperar toda a massa perdida no aquecimento - revelando a idade da amostra.
Os investigadores aplicaram esta técnica para uma gama de amostras de tijolos e telhas.
Eles calcularam que uma amostra com um tijolo romano, cuja a idade era conhecida e datada em cerca de 2.000 anos, tinha 2.001 anos. Uma outra amostra de idade conhecida e estimada entre 708 e 758 anos, foi calculada como tendo a idade de 748 anos.
Os pesquisadores também testaram um 'misterioso tijolo', cuja a idade real só seria revelada a eles, quando concluíssem o processo de datação. A idade era conhecida e estimada entre 339 e 344 anos - e a nova técnica sugeriu que o tijolo tinha 340 anos.
A equipe também descobriu que os objetos de cerâmica têm seus relógios internos zerados se forem expostos a temperaturas de 500°C.
Bombardeios
Usada em um tijolo medieval de Canterburry, a técnica repetidas vezes datou como sendo uma amostra de 66 anos.
Outras investigações revelaram que Canterburry foi devastada por bombas incendiárias e incêndios durante bombardeios da II Guerra Mundial em 1942.
O intenso calor gerado pelo bombardeio tinha zerado o relógio de datação pois recozinharam os tijolos.
Os resultados também se revelaram suficientemente precisos para mostrar que uma amostra de tijolo de uma edificação do Rei Charles em Greenwich veio de reconstrução levadas a cabo no 1690s, e não a partir do edifício original, que foi construído entre 1664 e 1649.
Professor Hall, afirmou: "Esta nova técnica poderia permitir-nos descobrir muita coisa sobre artefatos antigos através de uma identificação da sua idade e, como temos demonstrado em nossos experimentos, também é útil para determinar a idade dos materiais modernos. Acreditamos que o método se torne uma prática corrente."
Embora tenha salientado que a sua precisão terá de ser validadas muitas vezes, ele acrescentou que é muito mais barato e mais simples do que os métodos disponíveis atualmente.
A técnica mais amplamente utilizada, a termoluminescência, requer uma grande quantidade de informações sobre o material arqueológico do local, ele disse.
"Isto não pode ser aplicado a objetos que tenham sido retirados do local e enviados para um museu. Nosso método não tem este problema."
Traduzido pela Comunidade Brasil Acadêmico
Fonte: BBC News (em inglês)
A argila cerâmica cozida começa a reagir quimicamente com a humidade atmosférica, logo que é retirada do forno.
Pesquisadores acreditam que possam identificar a idade exata de materiais como tijolo, telha e louça calculando o quanto o seu peso variou.
Com essa descoberta eles esperam que o método se revele tão significativo quanto a datação radiocarbônica.
Quase todo sítio arqueológico tem antigos pedaços de vaso velho, mas não há um bom método para a data-lo.
Professor Christopher Hall, Universidade de Edinburgh
A datação radiocarbônica, utilizada para osso ou madeira, não pode ser usada para material cerâmico, porque ele simplesmente não contém carbono.
Seu novo método de datação pela rehidroxilação, relatada em Proceedings of the Royal Society A, mede a quantidade de água que o material tem "recombinada com".
Acreditamos que o método se torne uma prática corrente.
Professor Christopher Hall, Edinburgh University
Professor Hall, que qualificou o avanço como "muito emocionante", disse que ia conectar um "fosso nos métodos de datação de cerâmica".
Ele e sua equipe, das universidades de Edimburgo e Manchester e do Museu de Londres, foram capazes de datar amostras de tijolos romana, medieval e moderna com notável precisão.
Eles têm demonstrado que a técnica pode ser usada para determinar a idade dos objetos de até 2.000 anos, mas acreditam que tem potencial para ser utilizada para datar amostras de cerca de 10.000 anos.
Os investigadores agora planejam descobrir se a novo técnica pode ser aplicada à faiança, à porcelana e à porcelana de osso.
"A recombinação ocorre durante vários milhares de anos", disse o professor Hall.
"E o que há de estranho nisso é que ela se mantém por uma rigorosa lei física.
Se pudermos avaliar quanta umidade foi retomada, podemos estimar a idade da amostra."
Calor extremo
Dra. Wilson Moira da Universidade de Manchester conduziu o estudo. Ela disse que a técnica também poderia ser "virada de ponta cabeça e ser utilizada para estabelecer a temperatura média de um material durante toda sua existência".
"Se uma data precisa de cozimento (da cerâmica) fossem conhecida, isso poderia ser potencialmente útil para os estudos das alterações climáticas."
A técnica envolve medir a massa de uma amostra e, em seguida, aquecê-la a cerca de 500°C em um forno. Isso remove a água foi combinada com ela durante todo seu ciclo de vida.
Incêndios
O calor dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial zeraram os "relógios internos" de tijolos afetados.
A amostra é então pesada em um "super-preciso" dispositivo, conhecido como microbalança, para determinar a taxa exata segundo a qual o material vai combinar com a água ao longo do tempo.
É possível extrapolar os dados para calcular o tempo que levará a amostra para recuperar toda a massa perdida no aquecimento - revelando a idade da amostra.
Os investigadores aplicaram esta técnica para uma gama de amostras de tijolos e telhas.
Eles calcularam que uma amostra com um tijolo romano, cuja a idade era conhecida e datada em cerca de 2.000 anos, tinha 2.001 anos. Uma outra amostra de idade conhecida e estimada entre 708 e 758 anos, foi calculada como tendo a idade de 748 anos.
Os pesquisadores também testaram um 'misterioso tijolo', cuja a idade real só seria revelada a eles, quando concluíssem o processo de datação. A idade era conhecida e estimada entre 339 e 344 anos - e a nova técnica sugeriu que o tijolo tinha 340 anos.
A equipe também descobriu que os objetos de cerâmica têm seus relógios internos zerados se forem expostos a temperaturas de 500°C.
Bombardeios
Usada em um tijolo medieval de Canterburry, a técnica repetidas vezes datou como sendo uma amostra de 66 anos.
Outras investigações revelaram que Canterburry foi devastada por bombas incendiárias e incêndios durante bombardeios da II Guerra Mundial em 1942.
O intenso calor gerado pelo bombardeio tinha zerado o relógio de datação pois recozinharam os tijolos.
Os resultados também se revelaram suficientemente precisos para mostrar que uma amostra de tijolo de uma edificação do Rei Charles em Greenwich veio de reconstrução levadas a cabo no 1690s, e não a partir do edifício original, que foi construído entre 1664 e 1649.
Professor Hall, afirmou: "Esta nova técnica poderia permitir-nos descobrir muita coisa sobre artefatos antigos através de uma identificação da sua idade e, como temos demonstrado em nossos experimentos, também é útil para determinar a idade dos materiais modernos. Acreditamos que o método se torne uma prática corrente."
Embora tenha salientado que a sua precisão terá de ser validadas muitas vezes, ele acrescentou que é muito mais barato e mais simples do que os métodos disponíveis atualmente.
A técnica mais amplamente utilizada, a termoluminescência, requer uma grande quantidade de informações sobre o material arqueológico do local, ele disse.
"Isto não pode ser aplicado a objetos que tenham sido retirados do local e enviados para um museu. Nosso método não tem este problema."
Traduzido pela Comunidade Brasil Acadêmico
Fonte: BBC News (em inglês)
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