Após mais de cinco meses passados desde a realização de pregão eletrônico para a compra de 150 mil laptops para distribuição em escolas públ...
Após mais de cinco meses passados desde a realização de pregão eletrônico para a compra de 150 mil laptops para distribuição em escolas públicas, como parte de um programa do MEC, os discentes continuam sem seus computadores, e o pior é que não vão recebê-los pelo menos até julho. Como se não bastasse, os estudantes ainda correm o risco de receberem máquinas "caducas".
Em dezembro do ano passado, a empresa indiana Encore venceu, por meio de sua representante Comsat, o pregão para fornecer as máquinas do programa Um Computador por Aluno (UCA), ao aceitar o valor de R$ 82,55 milhões para fabricação dos laptops, R$ 553 por máquina, do modelo Mobilis. Devido a trâmites da licitação, os PCs ainda não foram produzidos ou entregues aos alunos.
Um efeito colateral dessa demora é que as configurações exigidas ficam desatualizadas.
Segundo as regras do edital, o modelo deve ter memória RAM de no mínimo 512 Mbytes, tela de LCD de no mínimo 7 polegadas e Wi-Fi. Hoje, a maior parte dos modelos de netbook tem 1 Gbyte de memória e vem com telas maiores, de 9 polegadas, porque a indústria notou que é difícil digitar nas menores.
Até Jakson Sosa, procurador da Comsat para o programa, reconhece que as máquinas já podem estar superadas.
Apesar de a Encore ter vencido o pregão, não é certo que o negócio se concretize. As máquinas ainda têm de ser aprovadas no testes de aderência, em que é analisado se o equipamento tem as especificações determinadas pelo edital. O MEC já realizou esses testes, o resultado não foi divulgado, mas decidiu enviar as amostras dos computadores para o Inmetro, para a realização de novas análises.
De acordo com o MEC, o objetivo é "garantir a lisura do processo". Além disso, entre janeiro e março a licitação ficou parada para averiguação por parte do TCU (Tribunal de Contas da União), que pediu mais informações sobre a aquisição.
Novela sem final feliz
A novela do UCA já se arrasta desde 2007. Naquele ano, a Positivo Informática venceu, mas não levou, a primeira fase do pregão eletrônico para fornecimento de computadores ao mesmo programa. Naquela ocasião, o governo federal decidiu suspender o processo por considerar caros os preços oferecidos. A empresa havia dado lance de R$ 98,180 milhões.
O Inmetro recebeu as máquinas da Encore para teste nesta semana e, possivelmente, pode entregar as análises no fim da próxima semana. Depois haverá uma fase de recursos e, possivelmente, a assinatura do contrato.
Com isso, o MEC espera concluir o processo até o fim de junho, caso as máquinas sejam aprovadas. Pelas regras do edital, todos os computadores têm de ser entregues em até 180 dias, a fabricante diz que consegue fabricar os PCs em 20 dias, nas 300 escolas do programa, divididos em quatro lotes.
Sem resultado
Sosa critica a falta transparência do ministério durante o processo, pela não divulgação dos resultados.
De acordo com o MEC, apenas o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), responsável pelo leilão, pode divulgar os resultados e isso só será feito quando os testes estiverem completos. Está previsto no edital o possível envio dos equipamentos para análise por laboratório certificado, por isso o Inmetro foi chamado para ajudar no processo, diz o ministério.
Definitivamente, o processo de licitação desse tipo de equipamento deve ser bem ágil e, preferencialmente, deve especificar uma configuração de hardware visando a precoce obsolescência das plataformas digitais, cujo regime de uso efetivo vem sendo regido há décadas pela implacável lei de Moore.
Fonte: Folha
Em dezembro do ano passado, a empresa indiana Encore venceu, por meio de sua representante Comsat, o pregão para fornecer as máquinas do programa Um Computador por Aluno (UCA), ao aceitar o valor de R$ 82,55 milhões para fabricação dos laptops, R$ 553 por máquina, do modelo Mobilis. Devido a trâmites da licitação, os PCs ainda não foram produzidos ou entregues aos alunos.
Um efeito colateral dessa demora é que as configurações exigidas ficam desatualizadas.
Segundo as regras do edital, o modelo deve ter memória RAM de no mínimo 512 Mbytes, tela de LCD de no mínimo 7 polegadas e Wi-Fi. Hoje, a maior parte dos modelos de netbook tem 1 Gbyte de memória e vem com telas maiores, de 9 polegadas, porque a indústria notou que é difícil digitar nas menores.
Até Jakson Sosa, procurador da Comsat para o programa, reconhece que as máquinas já podem estar superadas.
Claro que sim. Temos três novos produtos, com novos sistemas de processamento. Já tem coisas novas e com o preço igual.
Jakson Sosa, executivo da Comsat
Apesar de a Encore ter vencido o pregão, não é certo que o negócio se concretize. As máquinas ainda têm de ser aprovadas no testes de aderência, em que é analisado se o equipamento tem as especificações determinadas pelo edital. O MEC já realizou esses testes, o resultado não foi divulgado, mas decidiu enviar as amostras dos computadores para o Inmetro, para a realização de novas análises.
De acordo com o MEC, o objetivo é "garantir a lisura do processo". Além disso, entre janeiro e março a licitação ficou parada para averiguação por parte do TCU (Tribunal de Contas da União), que pediu mais informações sobre a aquisição.
Novela sem final feliz
A novela do UCA já se arrasta desde 2007. Naquele ano, a Positivo Informática venceu, mas não levou, a primeira fase do pregão eletrônico para fornecimento de computadores ao mesmo programa. Naquela ocasião, o governo federal decidiu suspender o processo por considerar caros os preços oferecidos. A empresa havia dado lance de R$ 98,180 milhões.
O Inmetro recebeu as máquinas da Encore para teste nesta semana e, possivelmente, pode entregar as análises no fim da próxima semana. Depois haverá uma fase de recursos e, possivelmente, a assinatura do contrato.
Com isso, o MEC espera concluir o processo até o fim de junho, caso as máquinas sejam aprovadas. Pelas regras do edital, todos os computadores têm de ser entregues em até 180 dias, a fabricante diz que consegue fabricar os PCs em 20 dias, nas 300 escolas do programa, divididos em quatro lotes.
Sem resultado
Sosa critica a falta transparência do ministério durante o processo, pela não divulgação dos resultados.
Fica um 'zum zum zum' de que não passamos nos testes, que não cumprimos a especificação, mas ainda não houve um posicionamento oficial. Eles precisam dizer: 'Isso não está certo, modifique para mim'
Jakson Sosa, executivo da Comsat
De acordo com o MEC, apenas o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), responsável pelo leilão, pode divulgar os resultados e isso só será feito quando os testes estiverem completos. Está previsto no edital o possível envio dos equipamentos para análise por laboratório certificado, por isso o Inmetro foi chamado para ajudar no processo, diz o ministério.
Definitivamente, o processo de licitação desse tipo de equipamento deve ser bem ágil e, preferencialmente, deve especificar uma configuração de hardware visando a precoce obsolescência das plataformas digitais, cujo regime de uso efetivo vem sendo regido há décadas pela implacável lei de Moore.
Fonte: Folha
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