O último dia de 2008 será mais longo que os demais. Ele terá exatamente um segundo a mais. A decisão foi comunicada pelo Escritório Internac...
O último dia de 2008 será mais longo que os demais. Ele terá exatamente um segundo a mais. A decisão foi comunicada pelo Escritório Internacional de Pesos e Medidas, na França, órgão responsável pelo procedimento, que ocorreu outras 23 vezes nos últimos 36 anos e tem validade para o mundo inteiro.
Dizem que a necessidade é a mãe da invenção, mas nesse caso específico a invenção é que foi a mãe da necessidade. Calma, a explicação vem a seguir.
O segundo foi uma subunidade criada para corresponder exatamente a um sessenta avos de um minuto, que por sua vez corresponde exatamente a um sessenta avos de uma hora, que, vezes 24, dava exatamente um dia.
Até aí, legal -- seguindo o raciocínio inverso, a duração do dia (medido pelo tempo que levava para o Sol aparecer no mesmo lugar do céu, após dar uma volta aparente ao redor da Terra) acabava definindo a duração do segundo.
Eis que vieram os relógios atômicos. Com esses dispositivos de alta precisão, que medem o tempo com base na vibração de partículas que compõem as entranhas da matéria, o segundo passou a ser definido de forma independente do dia.
E aí, da invenção dos relógios atômicos, nasceu o problema: isso porque a Terra não gira em torno de seu próprio eixo (produzindo os efeitos de dia e noite) em velocidade constante. Na verdade, por conta da interação gravitacional entre a Terra e sua companheira, a Lua, a velocidade de rotação do planeta vem gradualmente diminuindo. Com isso, o tempo de rotação, ou seja, o dia está aumentando.
É isso mesmo. Ao longo de bilhões de anos, a tendência é que Terra e Lua tenham o mesmo período de rotação -- algo em torno de 28 dias atuais. Para isso, a cada ano, a duração do dia terrestre diminui um pouco. Mas é bem pouquinho mesmo.
Para manter os relógios atômicos em sintonia com essa lenta transformação, de vez em quando é preciso adicionar um segundo extra no último dia do ano, para recolocar tudo nos eixos novamente.
Essa intervenção já foi feita 23 vezes, em intervalos que variaram de seis meses a sete anos. O último segundo extra foi adicionado em 31 de dezembro de 2005 -- três anos atrás.
A vigésima-quarta adição de um segundo extra (ou "leap second", pela nomenclatura em inglês) acontecerá no último dia de 2008.
O chamado "tempo universal" é medido por várias instituições no mundo todo, e a autoridade oficial para ele é o Escritório Internacioanl de Pesos e Medidas, na França.
O Observatório Naval dos Estados Unidos, que detém a responsabilidade naquele país, é a entidade que oferece mais medições para o cálculo da hora exata -- elemento que está se tornando cada vez mais importante no dia-a-dia, por conta de sistemas como o de posicionamento global (GPS). Daí ser essencial padronizar a unidade segundo por critérios atômicos e fazer ajustes periódicos aos relógios do mundo inteiro para se adaptar às graduais mudanças na rotação da Terra.
A pergunta que faço é: o que fazer com um minuto a mais no ano?
Fonte:G1
Dizem que a necessidade é a mãe da invenção, mas nesse caso específico a invenção é que foi a mãe da necessidade. Calma, a explicação vem a seguir.
O segundo foi uma subunidade criada para corresponder exatamente a um sessenta avos de um minuto, que por sua vez corresponde exatamente a um sessenta avos de uma hora, que, vezes 24, dava exatamente um dia.
Até aí, legal -- seguindo o raciocínio inverso, a duração do dia (medido pelo tempo que levava para o Sol aparecer no mesmo lugar do céu, após dar uma volta aparente ao redor da Terra) acabava definindo a duração do segundo.
Eis que vieram os relógios atômicos. Com esses dispositivos de alta precisão, que medem o tempo com base na vibração de partículas que compõem as entranhas da matéria, o segundo passou a ser definido de forma independente do dia.
E aí, da invenção dos relógios atômicos, nasceu o problema: isso porque a Terra não gira em torno de seu próprio eixo (produzindo os efeitos de dia e noite) em velocidade constante. Na verdade, por conta da interação gravitacional entre a Terra e sua companheira, a Lua, a velocidade de rotação do planeta vem gradualmente diminuindo. Com isso, o tempo de rotação, ou seja, o dia está aumentando.
É isso mesmo. Ao longo de bilhões de anos, a tendência é que Terra e Lua tenham o mesmo período de rotação -- algo em torno de 28 dias atuais. Para isso, a cada ano, a duração do dia terrestre diminui um pouco. Mas é bem pouquinho mesmo.
Para manter os relógios atômicos em sintonia com essa lenta transformação, de vez em quando é preciso adicionar um segundo extra no último dia do ano, para recolocar tudo nos eixos novamente.
Essa intervenção já foi feita 23 vezes, em intervalos que variaram de seis meses a sete anos. O último segundo extra foi adicionado em 31 de dezembro de 2005 -- três anos atrás.
A vigésima-quarta adição de um segundo extra (ou "leap second", pela nomenclatura em inglês) acontecerá no último dia de 2008.
O chamado "tempo universal" é medido por várias instituições no mundo todo, e a autoridade oficial para ele é o Escritório Internacioanl de Pesos e Medidas, na França.
O Observatório Naval dos Estados Unidos, que detém a responsabilidade naquele país, é a entidade que oferece mais medições para o cálculo da hora exata -- elemento que está se tornando cada vez mais importante no dia-a-dia, por conta de sistemas como o de posicionamento global (GPS). Daí ser essencial padronizar a unidade segundo por critérios atômicos e fazer ajustes periódicos aos relógios do mundo inteiro para se adaptar às graduais mudanças na rotação da Terra.
A pergunta que faço é: o que fazer com um minuto a mais no ano?
Fonte:G1
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