Objetivo é atrair jovens para alistamento nas Forças Armadas. Certamente na ilha virtual ninguém é mostrado em cadeiras de rodas ou em missõ...
Objetivo é atrair jovens para alistamento nas Forças Armadas. Certamente na ilha virtual ninguém é mostrado em cadeiras de rodas ou em missões que envolvam tortura (de inimigos ou aliados).
Nada contra o exército americano fazer seu proselitismo militar. Mas acho uma temeridade usar os nossos jovens para servir a causas tão contestáveis, para se dizer o mínimo.
Michael Moore, o predador de George W. Bush, denunciava a forma que o governo americano usava para conseguir voluntários para a Guerra do Iraque. Eles cooptavam principalmente negros e latinos de bairros pobres com a promessa de um tempo curto onde poderiam amealhar alguns dólares. Na falta de perspectiva, os jovens serviam seu país sem se importar com os motivos de estarem indo para uma realidade distante para matar pessoas de uma cultura que desconheciam. Eram praticamente mercenários.
A diferença com a guerra do Vietnã é que os jovens ocultos por trás de capacetes e blindados não são filhos de senadores da América branca. Nem ídolos que realmente importavam, deixando de lado a hipocrisia, como o lutador de boxe Cassius Clay Jr (que se recusou a ir para o Vietnã por, ironicamente, ter se tornado mulçumano, quando adotara o nome Muhammad Ali, e com isso ter seu título mundial cassado) entre tantos. A guerra agora estava sendo travada usando joysticks e americanos que a América queria esquecer. Nada de movimentos invadindo o espelho d´água em Washington, apenas uma imprensa intimidada e o desejo de possuir o petróleo iraquiano com a desculpa de combater os talebans que haviam atacado as torres gêmeas (Ué? Mas eles não estavam no Afeganistão?) e de destruir as armas de destruição em massa de Saddam Hussein (Até eu me surpreendi com o fato de não encontrarem nada até agora). E o engraçado (embora nenhum iraquiano esteja rindo) é que o infame Saddam (mantido no poder pela CIA) teve que enfrentar o Bush pai justamente porque queria aumentar suas reservas de petróleo invadindo o Kwait. Mas já resolveram o "problema" Saddam (me lembra a ascenção e queda do Collor.)
Pois o Comando de Treinamento e Ensino do Exército dos Estados Unidos anunciou, na semana passada, que inaugurará em janeiro de 2009 duas ilha no mundo virtual Second Life (SL). Segundo o Estadão, na primeira ilha recrutas do Exército responderão às perguntas dos visitantes, explicando como é a rotina de serviços e treinamentos. Já na segunda ilha haverá um campo de atividades com simulações de exercícios táticos. "O visitante poderá experimentar, virtualmente, como é saltar de um avião, descer de rapel de torres e manusear armamento", explicou o general William S. Wallace, responsável pelo Comando de Treinamento e Ensino do Exército norte-americano, durante pronunciamento na 26ª Conferência de Ciências do Exército.
A razão para todo esse interesse no SL seria uma só: seduzir jovens, usuários norte-americanos do SL, e convencê-los a se alistar nas Forças Armadas. Mas o que ainda não se sabe é se a aposta dará certo a curto prazo.
A cantora americana Joan Baez, participa de um manifestação anti-guerra do Vietnã em Londres, 1965
Acredito destarte que teremos batalhões acostumados a matar escutando seus MP3 players ou falando com a mãe em seus iPhones enquanto torturam terroristas. É claro que pasteurizados pela matança no simulador militar (mais um videogame que é só dar reset e todos os inimigos ressuscitam) poderão facilmente confudir um homem-bomba fanático com um pacífico civil (imagine um jovem soldado amendrontado diante de um tribunal militar justificando: eu o matei por que ele se recusava a se despir para a revista. Poderia ser um homem-bomba). Ou não entender porque na simulação os habitantes das cidades "libertadas" não se voltam contra seus libertadores como na vida real. Enfim, poderá ser um exército de soldados hi-tech acéfalos lutando por uma medalha a la Tropas Estelares. Alienação contra o fanatismo.
Nada contra o exército americano fazer seu proselitismo militar. Mas acho uma temeridade usar os nossos jovens para servir a causas tão contestáveis, para se dizer o mínimo.
Michael Moore, o predador de George W. Bush, denunciava a forma que o governo americano usava para conseguir voluntários para a Guerra do Iraque. Eles cooptavam principalmente negros e latinos de bairros pobres com a promessa de um tempo curto onde poderiam amealhar alguns dólares. Na falta de perspectiva, os jovens serviam seu país sem se importar com os motivos de estarem indo para uma realidade distante para matar pessoas de uma cultura que desconheciam. Eram praticamente mercenários.
A diferença com a guerra do Vietnã é que os jovens ocultos por trás de capacetes e blindados não são filhos de senadores da América branca. Nem ídolos que realmente importavam, deixando de lado a hipocrisia, como o lutador de boxe Cassius Clay Jr (que se recusou a ir para o Vietnã por, ironicamente, ter se tornado mulçumano, quando adotara o nome Muhammad Ali, e com isso ter seu título mundial cassado) entre tantos. A guerra agora estava sendo travada usando joysticks e americanos que a América queria esquecer. Nada de movimentos invadindo o espelho d´água em Washington, apenas uma imprensa intimidada e o desejo de possuir o petróleo iraquiano com a desculpa de combater os talebans que haviam atacado as torres gêmeas (Ué? Mas eles não estavam no Afeganistão?) e de destruir as armas de destruição em massa de Saddam Hussein (Até eu me surpreendi com o fato de não encontrarem nada até agora). E o engraçado (embora nenhum iraquiano esteja rindo) é que o infame Saddam (mantido no poder pela CIA) teve que enfrentar o Bush pai justamente porque queria aumentar suas reservas de petróleo invadindo o Kwait. Mas já resolveram o "problema" Saddam (me lembra a ascenção e queda do Collor.)
Pois o Comando de Treinamento e Ensino do Exército dos Estados Unidos anunciou, na semana passada, que inaugurará em janeiro de 2009 duas ilha no mundo virtual Second Life (SL). Segundo o Estadão, na primeira ilha recrutas do Exército responderão às perguntas dos visitantes, explicando como é a rotina de serviços e treinamentos. Já na segunda ilha haverá um campo de atividades com simulações de exercícios táticos. "O visitante poderá experimentar, virtualmente, como é saltar de um avião, descer de rapel de torres e manusear armamento", explicou o general William S. Wallace, responsável pelo Comando de Treinamento e Ensino do Exército norte-americano, durante pronunciamento na 26ª Conferência de Ciências do Exército.
A razão para todo esse interesse no SL seria uma só: seduzir jovens, usuários norte-americanos do SL, e convencê-los a se alistar nas Forças Armadas. Mas o que ainda não se sabe é se a aposta dará certo a curto prazo.
Acredito destarte que teremos batalhões acostumados a matar escutando seus MP3 players ou falando com a mãe em seus iPhones enquanto torturam terroristas. É claro que pasteurizados pela matança no simulador militar (mais um videogame que é só dar reset e todos os inimigos ressuscitam) poderão facilmente confudir um homem-bomba fanático com um pacífico civil (imagine um jovem soldado amendrontado diante de um tribunal militar justificando: eu o matei por que ele se recusava a se despir para a revista. Poderia ser um homem-bomba). Ou não entender porque na simulação os habitantes das cidades "libertadas" não se voltam contra seus libertadores como na vida real. Enfim, poderá ser um exército de soldados hi-tech acéfalos lutando por uma medalha a la Tropas Estelares. Alienação contra o fanatismo.
Comentários