Abelhas surpreendem cientistas ao sobreviverem debaixo d'água

Aqueles abelhões que emitem um zumbido alto enquanto desafiam as leis da aerodinâmica ao conseguirem voar com asas minúscula para seu tamanh...

Aqueles abelhões que emitem um zumbido alto enquanto desafiam as leis da aerodinâmica ao conseguirem voar com asas minúscula para seu tamanho corporal, recebem nomes como mangangá, mamangaba, mangango, vespa-de-rodeio, entre outros. Possuem esse superpoder até agora desconhecido.

Os pesquisadores afirmam que mais estudos precisam ser feitos para saber se outras espécies de abelhas mamangabas (em inglês, bumblebee) têm um traço semelhante. Mas de acordo com um estudo publicado recentemente as abelhas mamangabas podem surpreendentemente resistir a dias debaixo d'água, sugerindo que elas poderiam suportar as enchentes aumentadas trazidas pelas mudanças climáticas que ameaçam seus ninhos de hibernação no inverno.

🌍 A sobrevivência desses polinizadores cruciais para os ecossistemas é “encorajadora” diante das preocupantes tendências globais de declínio populacional, disse à AFP a autora principal do estudo, Sabrina Rondeau.

🌡️ Com o aquecimento global provocando enchentes mais frequentes e extremas em regiões ao redor do mundo, isso representa “um desafio imprevisível para espécies que vivem no solo, particularmente abelhas que fazem ninhos ou hibernam no subsolo”, disse o coautor Nigel Raine da Universidade de Guelph em um comunicado.

💧 Rondeau disse que descobriu acidentalmente que as abelhas mamangabas rainhas podem suportar afogamento. Ela estava estudando o efeito de resíduos de pesticidas no solo em abelhas mamangabas rainhas que enterram no inverno quando água entrou acidentalmente nos tubos que abrigavam algumas das abelhas.

"Eu entrei em pânico", disse Rondeau, que estava conduzindo o experimento para seus estudos doutorais. 

“Era apenas uma pequena proporção... então não era um grande problema, mas eu não queria perder essas abelhas.” 

Para sua "surpresa", elas sobreviveram.

🔍 Ela lançou outro experimento para entender melhor o que aconteceu. Os pesquisadores colocaram 143 abelhas mamangabas rainhas hibernantes em tubos - alguns sem água como grupo de controle, alguns flutuando na água e alguns totalmente submersos usando um pistão por um período variando de oito horas a sete dias, de acordo com o estudo publicado na revista Biology Letters.

📊 Incrivelmente, 81% das abelhas mamangabas rainhas hibernantes que foram submersas não apenas sobreviveram por sete dias, mas também, uma vez retornadas às condições secas, permaneceram vivas oito semanas depois.

🔬 O impacto de longo prazo na saúde das abelhas e os efeitos que isso poderia ter em uma colônia ainda necessitam de mais pesquisas, observou Rondeau. As abelhas mamangabas comuns usadas no estudo são encontradas na América do Norte e são particularmente resistentes, não mostrando o mesmo grau de declínio populacional que outras espécies de abelhas, ela disse.

🤔 “Então também estamos nos perguntando se essa resistência às enchentes pode fazer parte do motivo pelo qual elas estão se saindo tão bem”, disse Rondeau, agora bolsista pós-doutoral na Universidade de Ottawa. O estudo teria que ser replicado em outras espécies de abelhas mamangabas para determinar quanto esse traço é comum.

“Mas é encorajador saber que pelo menos isso não é mais uma grande ameaça que precisamos considerar”, ela disse.

A mamangaba produz mel em pouca quantidade e armazena-o dentro de potes de cera e não em favos. Pela sua importância na polinização de vários tipos de plantas, principalmente o maracujá, sua perseguição, destruição, caça ou coleta é proibida no Brasil de acordo com a lei federal nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998 (artigo 29).

Com informações de Wikipedia e Phys.org
Visto no Brasil Acadêmico