Não é uma certeza absoluta, afinal, escolher o curso certo, ter experiência, entre outros fatores também contribuem para o aumento da renda,...
Não é uma certeza absoluta, afinal, escolher o curso certo, ter experiência, entre outros fatores também contribuem para o aumento da renda, mas há uma clara relação entre galgar as etapas da educação formal e auferir maiores ganhos salariais.
Investir em um curso superior é algo que tende a trazer maior ganho ao trabalhador. Além de outros benefícios como maior empregabilidade, realização pessoal, acúmulo de conhecimento, etc. Não só aqui como também no exterior.
Embora seja do senso comum, a primeira vez que ouvi falar de uma pesquisa que mostrava essa relação de causalidade entre escolaridade e renda de maneira mais científica foi através dos comentários do escritor e jornalista Gilberto Dimenstein, que morreu em 2020, na Rádio CBN em 2002 que explicava um inédito estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De volta à realidade brasileira, segundo dados do levantamento, divulgado em 2018, do pesquisador e professor do Insper, Sergio Firpo, o trabalhador com diploma de curso superior pode ganhar até 5,7 vezes mais do que outros trabalhadores com outros níveis de escolaridade.
Outro estudo, do Banco Central do Brasil, revelou que a parcela de trabalhadores com mais anos de estudo no mercado de trabalho cresceu nos últimos anos. De acordo com o relatório, que teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), esse aumento de escolaridade elevou a renda média dos brasileiros em 12% entre 2012 e 2018. Para entender como essa proporção evoluiu basta lembrar que em 2012, 15% dos trabalhadores possuíam ensino superior completo. Em 2018, esse número pulou para 20,1%.
Essa ideia de que estudar garante um futuro mais próspero e tranquilo é intuitivo e é repetido quase como um mantra por muitos pais para seus filhos, frequentemente desmotivados a encarar os estudos com a dedicação necessária. Mas, segundo os estudos eles têm razão.
Embora seja do senso comum, a primeira vez que ouvi falar de uma pesquisa que mostrava essa relação de causalidade entre escolaridade e renda de maneira mais científica foi através dos comentários do escritor e jornalista Gilberto Dimenstein, que morreu em 2020, na Rádio CBN em 2002 que explicava um inédito estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A pesquisa dividiu a mão-de-obra nacional por anos de estudos acumulados, comparou com a renda mensal e descobriu que o desnível escolar é responsável por 40% das diferenças salariais no mercado de trabalho. Um dos mais altos índices de desigualdade social do mundo. Nos EUA, para se ter uma base de comparação, a defasagem salarial entre a força de trabalho era 72% menor que a brasileira - a simples existência de salários muito desiguais sinalizava que o Brasil havia perdido a corrida pela educação.
O Ipea mostrou que os melhores salários eram embolsados por um número pequeno de trabalhadores. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, cada ano adicional na faculdade correspondia a um aumento médio de 16% no salário. Um ano a mais no ensino médio seria responsável por 12% de abono no contracheque. No ensino fundamental, o impacto seria de 9%. Comparando novamente com os EUA, a valorização acumulada em cada ano de escola era 60% maior no Brasil.
Outro estudo, realizado pela UNESCO em 2000, mostrava que, no Brasil, que tinha ensino superior ganha quase cinco vezes mais do que quem só completou as primeiras oito séries. Um profissional com pós-graduação ganhava, em média, 3,5 vezes a mais do que o trabalhador com nível médio. Com um benefício a mais para os formados no ensino superior: Com 3% de taxa de desemprego para esse segmento o formado vivia praticamente o pleno emprego.
Essas correlações não ocorrem apenas em nosso país. Em 2011, o professor visitante da Universidade de Princeton, Steven Strauss, demonstrando como um maior nível de escolaridade denotava maior renda também nos EUA, revelou que pessoas com diplomas profissionais ganharam 6 vezes mais do que pessoas que ainda não havia concluído o ensino médio (high shool) (em 2009: US$ 128.000 (diploma profissional) contra US$ 20.000 (high school)).
Além disso, as taxas de desemprego e a realização educacional nos EUA também estariam fortemente relacionadas entre si. Quanto mais instruído o grupo, menor a taxa de desemprego - e esse resultado é consistente por uma longo série histórica de dez anos (2001 - 2011) o que deixava claro uma demanda sempre mais fraca por mão de obra menos qualificada estando o país em recessão ou não. Em 2011, por exemplo, a taxa de desemprego para quem não tinha o ensino médio girava em torno de 14% contra 4% dos que possuíam ao menos o college ou escolaridade superior.
Outro estudo, do Banco Central do Brasil, revelou que a parcela de trabalhadores com mais anos de estudo no mercado de trabalho cresceu nos últimos anos. De acordo com o relatório, que teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), esse aumento de escolaridade elevou a renda média dos brasileiros em 12% entre 2012 e 2018. Para entender como essa proporção evoluiu basta lembrar que em 2012, 15% dos trabalhadores possuíam ensino superior completo. Em 2018, esse número pulou para 20,1%.
A relação entre grau de instrução e rendimentos do trabalho é "positiva e não linear. Os ganhos pela conclusão dos níveis educacionais – fundamental, médio e superior – são crescentes, sobressaindo o do nível superior".
Relatório do Banco Central do Brasil.
No ano passado, estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ao comparar em 38 países o acréscimo salarial gerado pela conclusão do ensino superior, afirmou que o Brasil tinha o maior indicador. Quem concluía o ensino superior ganhava em torno de 150% a mais que os trabalhadores com diploma de ensino médio. O estudo da OCDE acrescenta que isso pode gerar aumento do desemprego para os jovens menos qualificados.
Veja também:
Comentários