O incrível faro dos cães mostram mais uma utilidade: Detectar pessoas com Covid-19 mais rápido do que qualquer teste laboratorial e com efic...
O incrível faro dos cães mostram mais uma utilidade: Detectar pessoas com Covid-19 mais rápido do que qualquer teste laboratorial e com eficácia superior aos dos testes rápidos.

Cães treinados para farejar traços de Covid-19 em pessoas já foram testados em aeroportos pelo mundo mas esse é o primeiro teste com quantidade grande de amostras e de cães para comprovar a possibilidade de usá-los o que traria enormes vantagens na segurança sanitáriaque para trazer de volta alguma normalidade nos embarques aéreos.

Os cães podem ter até 100 mil vezes a capacidade olfativa dos humanos e já são usados para farejar drogas e explosivos.
Para o treinamento dos seis cachorros do experimento, foram recolhidas amostras de odor de 1.097 pessoas infectadas com o coronavírus e de 2.031 não infectadas cujo diagnóstico foi confirmado por PCR, considerado o padrão ouro dos testes de Covid-19 e que detecta a presença do vírus no indivíduo (se der positivo dificilmente será falso, porém, se der negativo, um teste sorológico pode ser feito para afastar qualquer possibilidade do resultado estar errado especialmente se já tiver sido superada a fase inicial da doença – entre o 3° e o 8° dia de infecção, a janela ideal para se usar o PCR.
Após o treinamento, os cachorros foram submetidos ao teste duplo-cego, isto é, nem os cachorros nem os pesquisadores envolvidos sabiam quais eram as amostras infectadas. Um programa de computador foi usado para selecionar amostras dos odores aleatoriamente distribuídas em três estandes que poderia ter qualquer combinação de amostras: todas infectadas, todas não infectadas ou qualquer combinação de infectadas/não infectadas em três posições.
Os cães cheiraram 200 meias de pessoas infectadas (com ou sem sintomas) e outras 200 meias de pessoas não infectadas. Tais amostras eram combinadas de 3 em 3 nos estandes e os cachorros indicavam se cada uma delas estava infectada ou não. Cada amostra foi apresentada a cada cão uma vez, com um máximo de três explorações permitidas a critério do treinador.
Cada amostra de meia foi cortada em quatro peças, cada uma com aproximadamente 80x20mm², e envasadas individualmente em frascos ventilados, evitando o contato direto do cão e seu treinador com as amostras, e armazenada a -20°C. Os sensores foram do tipo semicondutor orgânico: eles foram testados ao capturarem o perfil de composto orgânico volátil das amostras de odores.
Os animais detectaram corretamente 88% dos casos de coronavírus. Embora eles também apontassem incorretamente 16% das pessoas que não tinham covid-19. Não acertarem em 100% dos casos não invalidaria o uso canino nas testagens, para se ter uma ideia os testes rápidos têm entre 58% e 77% de sensibilidade, o problema seria o elevado número de falsos positivos. Assim, eles não poderiam ser usados para confirmar se alguém tem ou não Covid-19, mas serviriam para uma triagem rápida em uma fila de embarque para aviões, por exemplo. Uma vez que o resultado leva segundos em contraste com os 15 minutos dos testes rápidos.
O que se propõe com o uso dos cães é que eles sejam treinados para serem usados em uma triagem. Ao invés de testar todos os passageiros, ou correr o risco de alguns deles apresentarem um falso documento que comprovaria vacinação ou que tenha se submetido a um teste recentemente, os cães ajudariam a separar do grupo somente alguns “suspeitos” que merecessem serem submetidos ao PCR, liberando rapidamente os demais passageiros. No esquema abaixo, retirado do artigo do estudo, de 300 pessoas que seriam convocadas para realizarem testes para detectar 3 casos positivos para Covid-19 entre elas cairia para cerca de 36 pessoas, caso fossem selecionadas pelo método canino.
Para que isso seja possível, o maior desafio é aumentar a escala: o treinamento leva tempo – 8 a 10 semanas para treinar um cão de detecção Covid-19. Eles são recompensados com uma guloseima comestível ou bola por indicar corretamente uma amostra positiva ou ignorar corretamente uma amostra negativa – e requer roupas usadas por indivíduos infectados e não infectados. O trabalho está em andamento para identificar quais moléculas de odor os cães estão detectando; isso poderia permitir a fabricação de um “pseudo-odor”, o que aumentaria o número de cães que poderiam ser treinados.
O estudo da Dra. Claire Guest, CEO da Medical Detection Dogs, eequipe foi publicado mas ainda não revisado por pares. A instituição de caridade treina cães de companhia que podem detectar mudanças de odor em pessoas com diabetes tipo 1 e outras doenças graves, emitidas pouco antes de sua saúde se deteriorar, alertando-os para agirem. Também pesquisa a capacidade dos cães de detectar câncer e outras doenças, incluindo o mal de Parkinson. Quando a pandemia atingiu, havia acabado de concluir um estudo com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), demonstrando que os cães podem detectar a malária.
Fonte: The Guardian, G1
Visto no Brasil Acadêmico
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