Impressora em forma de pistola consegue imprimir fitas de células-tronco diretamente sobre áreas de queimaduras graves em testes com suínos....
Impressora em forma de pistola consegue imprimir fitas de células-tronco diretamente sobre áreas de queimaduras graves em testes com suínos.
Essa impressora 3D em forma de pistola deverá depositar o tecido artificial sobre o corpo do paciente de maneira prática, rápida e conveniente. O inovador dispositivo desenvolvido por cientistas canadenses poderá ser usada no tratamento de vítimas de queimaduras graves de grande extensão.
Queimaduras de primeiro grau, uma típica lesão que deixa a pele vermelha por ficar muito tempo exposto ao sol, por exemplo, ou de segundo grau, como aquelas ocasionadas ao esbarrar em uma panela quente, que provoca o aparecimento de bolhas na epiderme, apesar de doloridas normalmente se regeneram sozinhas com o tempo. Já as queimaduras de terceiro grau destroem com todas as camadas da pele que não consegue se recuperar sozinha.
Nessa situação, os médicos precisam lançar mão de enxertos. Pedaços de pele saudável retiradas de outros locais do corpo do próprio paciente para cobrir os ferimentos. O que nem sempre dá certo já que é um procedimento complicado e nem sempre é possível cobrir por completo grandes áreas queimadas, principalmente por não haver pele suficiente disponível.
A equipe de cientistas da Faculdade de Ciências Aplicadas e Engenharia da Universidade de Toronto testou o dispositivo em porcos com sucesso.
O projeto é liderado pelo candidato a PhD Richard Cheng, sob a supervisão do professor Axel Guenther, e em estreita colaboração com o Dr. Marc Jeschke, diretor do Ross Tilley Burn Center, e sua equipe no Hospital Sunnybrook. Seus ensaios in vivo bem-sucedidos em feridas de espessura total são relatados na revista Biofabrication.
A primeira vez que a equipe mostrou o dispositivo em ação ele conseguia imprimir uma espécie de fita de pele em cerca de dois minutos. E podia imprimir diretamente sobre a área queimada. E de lá para cá essa inovação já sofreu 10 reformulações.
O protótipo atual inclui um cabeçote de impressão microfluídico de uso único para garantir a esterilização, usa uma "biotinta" composta de colágeno, fibrina (proteína que atuante na cicatrização) e as essenciais células estromais mesenquimais (A biotinta dispensada pelo rolo é composta por células do estroma mesenquimal (MSCs, na sigla em inglês, células-tronco que se diferenciam em tipos de células especializadas, dependendo do ambiente onde se encontram), além de uma roda flexível, o que permite um melhor controle de feridas mais amplas.
As MSCs promovem, nesse caso, a regeneração da pele e reduzem as cicatrizes.
Com o sucesso dos testes em animais, os pesquisadores apostam em uma versão para uso em humanos dentro de cinco anos.
Biocurativo Brasileiro
Pesquisa com características semelhantes também ocorre no Brasil. Um curativo impresso em 3D feito com células tronco visando curar queimaduras e feridas crônicas em diabéticos é o foco de uma pesquisa brasileira.
A solução, que também usa uma biotinta, usa material retirado de cordão umbilical e é fruto de 14 anos de pesquisa, dez anos dentro da USP de Riberão Preto e 4 anos em uma startup.
Fonte: Tilt, Biofabrication, Correio Braziliense, EurekaAlert, Gazeta Web
[Visto no Brasil Acadêmico]
Essa impressora 3D em forma de pistola deverá depositar o tecido artificial sobre o corpo do paciente de maneira prática, rápida e conveniente. O inovador dispositivo desenvolvido por cientistas canadenses poderá ser usada no tratamento de vítimas de queimaduras graves de grande extensão.
Queimaduras de primeiro grau, uma típica lesão que deixa a pele vermelha por ficar muito tempo exposto ao sol, por exemplo, ou de segundo grau, como aquelas ocasionadas ao esbarrar em uma panela quente, que provoca o aparecimento de bolhas na epiderme, apesar de doloridas normalmente se regeneram sozinhas com o tempo. Já as queimaduras de terceiro grau destroem com todas as camadas da pele que não consegue se recuperar sozinha.
Nessa situação, os médicos precisam lançar mão de enxertos. Pedaços de pele saudável retiradas de outros locais do corpo do próprio paciente para cobrir os ferimentos. O que nem sempre dá certo já que é um procedimento complicado e nem sempre é possível cobrir por completo grandes áreas queimadas, principalmente por não haver pele suficiente disponível.
A equipe de cientistas da Faculdade de Ciências Aplicadas e Engenharia da Universidade de Toronto testou o dispositivo em porcos com sucesso.
O projeto é liderado pelo candidato a PhD Richard Cheng, sob a supervisão do professor Axel Guenther, e em estreita colaboração com o Dr. Marc Jeschke, diretor do Ross Tilley Burn Center, e sua equipe no Hospital Sunnybrook. Seus ensaios in vivo bem-sucedidos em feridas de espessura total são relatados na revista Biofabrication.
“Anteriormente, provamos que poderíamos depositar células sobre uma queimadura, mas não havia nenhuma prova de que houvesse benefícios na cicatrização de feridas — agora demonstramos isso.”
Axel Guenther. Professor supervisor do projeto
A primeira vez que a equipe mostrou o dispositivo em ação ele conseguia imprimir uma espécie de fita de pele em cerca de dois minutos. E podia imprimir diretamente sobre a área queimada. E de lá para cá essa inovação já sofreu 10 reformulações.
“Descobrimos que o dispositivo depositou com sucesso as ‘folhas de pele’ nas feridas de maneira uniforme, segura e confiável, e as folhas permaneceram no lugar com apenas um movimento mínimo.”
Marc Jeschke. Pesquisador em comunicado à imprensa
O protótipo atual inclui um cabeçote de impressão microfluídico de uso único para garantir a esterilização, usa uma "biotinta" composta de colágeno, fibrina (proteína que atuante na cicatrização) e as essenciais células estromais mesenquimais (A biotinta dispensada pelo rolo é composta por células do estroma mesenquimal (MSCs, na sigla em inglês, células-tronco que se diferenciam em tipos de células especializadas, dependendo do ambiente onde se encontram), além de uma roda flexível, o que permite um melhor controle de feridas mais amplas.
As MSCs promovem, nesse caso, a regeneração da pele e reduzem as cicatrizes.
Com o sucesso dos testes em animais, os pesquisadores apostam em uma versão para uso em humanos dentro de cinco anos.
Depois de usada em uma sala de cirurgia, acho que essa impressora será um divisor de águas para salvar vidas. Com um dispositivo como esse, ele pode mudar completamente a maneira como praticamos os cuidados com queimaduras e traumas.
Dr. Marc Jeschke. Diretor do Ross Tilley Burn Center
Biocurativo Brasileiro
Pesquisa com características semelhantes também ocorre no Brasil. Um curativo impresso em 3D feito com células tronco visando curar queimaduras e feridas crônicas em diabéticos é o foco de uma pesquisa brasileira.
A gente quer tratar aqueles que já usaram todos os medicamentos disponíveis e mesmo assim a ferida não fecha. No Brasil há 5 milhões de pacientes assim. É muita gente que trata e, com tudo que tem disponível no mercado, a ferida continua sem cicatrizar.
Carolina Caliari. Fundadora da In Situ Terapia Celular e ex-aluna do médico Júlio César Voltarelli [1948 - 2012], um dos pioneiros em pesquisa com células-tronco no país.
A solução, que também usa uma biotinta, usa material retirado de cordão umbilical e é fruto de 14 anos de pesquisa, dez anos dentro da USP de Riberão Preto e 4 anos em uma startup.
Foi uma ideia que demorou dez anos para sair de dentro da universidade. Outro ponto é que a startup é uma forma que a gente tem de tentar fazer com que esse produto chegue ao mercado. Se você desenvolve um produto como esse na universidade, você publica artigo, porque isso é importante, melhora os indicadores da universidade, mas fazer com que ele chegue a quem precisa já é outra etapa que a universidade não faz. Através da startup a gente consegue encurtar um pouco esse caminho.
Carolina Caliari.
Fonte: Tilt, Biofabrication, Correio Braziliense, EurekaAlert, Gazeta Web
[Visto no Brasil Acadêmico]
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