Usando uma realidade virtual de baixo custo, a ativista educacional Jessica Ochoa Hendrix ajuda a dar vida à ciência em escolas dos EUA. Nes...
Usando uma realidade virtual de baixo custo, a ativista educacional Jessica Ochoa Hendrix ajuda a dar vida à ciência em escolas dos EUA. Nesta rápida palestra, ela explica como a experiência de RV, que ela desenvolveu, atrai alunos para explorarem os ecossistemas aquáticos como biólogos marinhos, e se imaginarem em carreiras que poderiam nunca ter considerado.
Como descobriram sua paixão ou encontraram sua carreira? Vocês foram expostos a ela? Ou foi tentativa e erro? Como a advogada de direito infantil, Marian Wright Edelman, disse: "Você não pode ser o que você não vê". Felizmente, vivemos numa era em que tecnologias emergentes podem nos ajudar a resolver esse problema.
Nos últimos dois anos, venho desenvolvendo um programa de realidade estendida que permite que alunos do ensino fundamental de todo o país assumam o papel de biólogo marinho, mesmo que não tenham visto o oceano. Como um aluno do sétimo ano, que concluiu o programa recentemente, disse:
Essa resposta realmente me animou, porque poucos alunos se veem como cientistas. Um estudo de 2014 mostrou que 57% dos alunos do oitavo e nono ano diziam “ciência não é para mim”. Coincidentemente, também em 2014, conheci Mandë Holford, bioquímica marinha, e Lindsay Portnoy, psicóloga educacional. Nós três compartilhávamos uma paixão por deixar os alunos empolgados e confortáveis com a ciência. Pensamos como poderíamos dar às crianças a experiência mais realista de uma carreira científica. Nós discutimos a pesquisa; ela mostrava que alunos ficavam mais confortáveis ao se arriscar em jogos.
Então, nós três começamos um programa de jogos educacionais para dar vida à ciência. A realidade virtual pareceu uma maneira barata de ampliar o acesso. Além disso, pesquisas acadêmicas têm mostrado que a RV pode levar a um aumento da retenção da aprendizagem. Isso era perfeito para nós, pois queríamos estar nas escolas, para poder atingir o maior número de alunos possível, especialmente os que não estão bem representados na ciência.
Então, com o financiamento do National Science Foundation, começamos a desenvolver nosso programa de realidade estendida, que combinava realidade virtual com diário digital personalizado. Trabalhamos com professores enquanto desenvolvíamos isso para garantir que iria se encaixar perfeitamente no currículo existente e possibilitar aos professores o uso da tecnologia de ponta nas salas de aula. Projetamos a RV para o Google Cardboard, que requer apenas um smartphone e um óculos de RV de US$ 10, feito de papelão. Com esse fone de ouvido barato, os alunos são transportados para uma expedição subaquática, e usam o diário digital para escrever anotações, responder a perguntas, construir modelos e desenvolver hipóteses.
Depois eles vão para o mundo virtual para testar suas hipóteses e ver se elas estão corretas, assim como cientistas vão para a área de trabalho deles. Quando os alunos retornam ao periódico digital, compartilham suas observações, alegações, raciocínio e evidências. As respostas e interações virtuais deles são atualizadas ao vivo em um painel de avaliação do educador, para que os professores possam acompanhar o progresso deles e ajudá-los, conforme o necessário.
Para terem uma noção melhor, vou mostrar um pouco do que os alunos veem. Esta é a realidade virtual quando eles estão embaixo d'água observando a flora e a fauna. Este é o periódico digital no qual eles constroem os modelos baseados nestes dados abióticos para mostrar o que eles esperam ver. Aqui, eles sustentam aquilo com afirmações qualitativas. E este é o painel do educador, que mostra o progresso e permite que os professores vejam as respostas dos alunos.
Também sabíamos como o trabalho de ciência é colaborativo, então construímos a experiência para ser resolvida apenas por meio de trabalho em equipe, pois cada aluno é especializado em uma localização geográfica diferente. Como o cérebro dessas crianças ainda está se desenvolvendo, limitamos cada experiência para durar no máximo dois minutos. E, por fim, como sabemos da importância da exposição frequente para internalizar o conhecimento, construímos o BioDive para ser usado durante cinco períodos de aula.
Começamos a introduzir o BioDive em 2017, em 20 escolas de Nova Iorque e Nova Jérsei. Queríamos ver os alunos usando essa nova tecnologia. Em 2019, agora, estamos navegando em 26 estados. O que ouvimos dos professores que ensinaram nosso programa:
(Risos)
“É incrível.” “Os alunos ficaram totalmente engajados.” Mas o que realmente nos dá esperança é o que estamos ouvindo dos alunos. “Eu gostei porque me senti lá.” “É uma maneira interativa e divertida de aprender.” “Isso realmente me deu exemplos realistas de como esses organismos são.” “Eu poderia ser cientista, porque isso parece ser muito divertido.”
O feedback nem sempre foi tão positivo. Quando iniciamos o desenvolvimento, começamos perguntando aos alunos o que eles gostaram, o que não gostaram e o que acharam confuso. Afinal, começamos perguntando o que eles desejavam poder fazer. O feedback deles nos deu itens concretos para incluirmos, garantindo que estávamos considerando as opiniões dos alunos sobre o projeto. No geral, descobrimos que esse é o começo de uma nova plataforma para dar voz e poder aos alunos para decidirem como gostariam de impactar a carreira deles.
Focamos a ciência, porque precisamos de cientistas para nos ajudar a resolver os desafios atuais e futuros. Mas a realidade virtual poderia ajudar alunos de qualquer área. Como poderíamos ajudá-los a explorar todos os seus desejos com esse recurso e a oportunidade de aprender por meio de fontes primárias? Conseguiríamos criar RV para fones de ouvido baratos que permite a eles a imersão na literatura oral ou em momentos críticos da história da humanidade?
A realidade estendida tem o potencial para mudar a trajetória da vida de nossas crianças e guiá-las para carreiras que elas nunca imaginariam ao dar a elas a chance de ver o que elas podem ser.
Obrigada.
(Aplausos)
(Vivas)
Fonte:TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
Como descobriram sua paixão ou encontraram sua carreira? Vocês foram expostos a ela? Ou foi tentativa e erro? Como a advogada de direito infantil, Marian Wright Edelman, disse: "Você não pode ser o que você não vê". Felizmente, vivemos numa era em que tecnologias emergentes podem nos ajudar a resolver esse problema.
Nos últimos dois anos, venho desenvolvendo um programa de realidade estendida que permite que alunos do ensino fundamental de todo o país assumam o papel de biólogo marinho, mesmo que não tenham visto o oceano. Como um aluno do sétimo ano, que concluiu o programa recentemente, disse:
“Eu poderia ser cientista, porque eu gostei desse jogo”.
Essa resposta realmente me animou, porque poucos alunos se veem como cientistas. Um estudo de 2014 mostrou que 57% dos alunos do oitavo e nono ano diziam “ciência não é para mim”. Coincidentemente, também em 2014, conheci Mandë Holford, bioquímica marinha, e Lindsay Portnoy, psicóloga educacional. Nós três compartilhávamos uma paixão por deixar os alunos empolgados e confortáveis com a ciência. Pensamos como poderíamos dar às crianças a experiência mais realista de uma carreira científica. Nós discutimos a pesquisa; ela mostrava que alunos ficavam mais confortáveis ao se arriscar em jogos.
Então, nós três começamos um programa de jogos educacionais para dar vida à ciência. A realidade virtual pareceu uma maneira barata de ampliar o acesso. Além disso, pesquisas acadêmicas têm mostrado que a RV pode levar a um aumento da retenção da aprendizagem. Isso era perfeito para nós, pois queríamos estar nas escolas, para poder atingir o maior número de alunos possível, especialmente os que não estão bem representados na ciência.
Então, com o financiamento do National Science Foundation, começamos a desenvolver nosso programa de realidade estendida, que combinava realidade virtual com diário digital personalizado. Trabalhamos com professores enquanto desenvolvíamos isso para garantir que iria se encaixar perfeitamente no currículo existente e possibilitar aos professores o uso da tecnologia de ponta nas salas de aula. Projetamos a RV para o Google Cardboard, que requer apenas um smartphone e um óculos de RV de US$ 10, feito de papelão. Com esse fone de ouvido barato, os alunos são transportados para uma expedição subaquática, e usam o diário digital para escrever anotações, responder a perguntas, construir modelos e desenvolver hipóteses.
Depois eles vão para o mundo virtual para testar suas hipóteses e ver se elas estão corretas, assim como cientistas vão para a área de trabalho deles. Quando os alunos retornam ao periódico digital, compartilham suas observações, alegações, raciocínio e evidências. As respostas e interações virtuais deles são atualizadas ao vivo em um painel de avaliação do educador, para que os professores possam acompanhar o progresso deles e ajudá-los, conforme o necessário.
Para terem uma noção melhor, vou mostrar um pouco do que os alunos veem. Esta é a realidade virtual quando eles estão embaixo d'água observando a flora e a fauna. Este é o periódico digital no qual eles constroem os modelos baseados nestes dados abióticos para mostrar o que eles esperam ver. Aqui, eles sustentam aquilo com afirmações qualitativas. E este é o painel do educador, que mostra o progresso e permite que os professores vejam as respostas dos alunos.
Quando estávamos criando o BioDive, queríamos realmente focar o acesso, então, nós o projetamos para necessitar apenas de um celular para quatro alunos.
Também sabíamos como o trabalho de ciência é colaborativo, então construímos a experiência para ser resolvida apenas por meio de trabalho em equipe, pois cada aluno é especializado em uma localização geográfica diferente. Como o cérebro dessas crianças ainda está se desenvolvendo, limitamos cada experiência para durar no máximo dois minutos. E, por fim, como sabemos da importância da exposição frequente para internalizar o conhecimento, construímos o BioDive para ser usado durante cinco períodos de aula.
Começamos a introduzir o BioDive em 2017, em 20 escolas de Nova Iorque e Nova Jérsei. Queríamos ver os alunos usando essa nova tecnologia. Em 2019, agora, estamos navegando em 26 estados. O que ouvimos dos professores que ensinaram nosso programa:
“Foi uma maneira legal de mostrar o oceano sem o luxo de estar lá, pois estamos em Ohio”.
(Risos)
“É incrível.” “Os alunos ficaram totalmente engajados.” Mas o que realmente nos dá esperança é o que estamos ouvindo dos alunos. “Eu gostei porque me senti lá.” “É uma maneira interativa e divertida de aprender.” “Isso realmente me deu exemplos realistas de como esses organismos são.” “Eu poderia ser cientista, porque isso parece ser muito divertido.”
O feedback nem sempre foi tão positivo. Quando iniciamos o desenvolvimento, começamos perguntando aos alunos o que eles gostaram, o que não gostaram e o que acharam confuso. Afinal, começamos perguntando o que eles desejavam poder fazer. O feedback deles nos deu itens concretos para incluirmos, garantindo que estávamos considerando as opiniões dos alunos sobre o projeto. No geral, descobrimos que esse é o começo de uma nova plataforma para dar voz e poder aos alunos para decidirem como gostariam de impactar a carreira deles.
Focamos a ciência, porque precisamos de cientistas para nos ajudar a resolver os desafios atuais e futuros. Mas a realidade virtual poderia ajudar alunos de qualquer área. Como poderíamos ajudá-los a explorar todos os seus desejos com esse recurso e a oportunidade de aprender por meio de fontes primárias? Conseguiríamos criar RV para fones de ouvido baratos que permite a eles a imersão na literatura oral ou em momentos críticos da história da humanidade?
A realidade estendida tem o potencial para mudar a trajetória da vida de nossas crianças e guiá-las para carreiras que elas nunca imaginariam ao dar a elas a chance de ver o que elas podem ser.
Obrigada.
(Aplausos)
(Vivas)
Fonte:TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
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