Universidade Federal do Ceará usa um dos peixes mais produzidos e consumidos no Brasil como parte do tratamento de queimados em hospital.
Universidade Federal do Ceará usa um dos peixes mais produzidos e consumidos no Brasil como parte do tratamento de queimados em hospital.
Pesquisa liderada pelo cirurgião plástico Edmar Maciel, presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), é inédita no mundo. Pele de tilápia substitui pomadas e curativos, ajudando na cicatrização das áreas queimadas, evitando infecções e desidratação.
Enquanto o medicamento requer que o curativo da queimadura seja renovado diariamente, o curativo de pele de tilápia, por exemplo, pode ser retirado somente no fim do tratamento de uma queimadura de segundo grau. Além disso, o novo tratamento não pede o uso de analgésicos e anestesias e o tempo de cicatrização é reduzido entre um e dois dias.
Diminuir o tempo de tratamento dos pacientes também reflete na gestão do Núcleo de Queimados do IJF, que viu esse tipo de atendimento crescer 13% nos últimos dois anos.
Há cerca de três anos, pesquisadores do Instituto Dr. José Frota (IJF) começaram a desenvolver um curativo usando a pele da tilápia para melhorar a cicatrização de queimaduras. De lá para cá, foram 11 etapas pré-clínicas. Em julho de 2016, 30 pacientes com queimaduras de segundo grau superficiais e graves receberam o curativo. A fase clínica teve 94% de sucesso. Atualmente, 58 pacientes são voluntários na pesquisa, mas o tratamento será expandido para alcançar 100 pessoas.
De acordo com os pesquisadores, as primeiras etapas do estudo apontaram que a utilização clínica da pele do peixe era adequada, uma vez que as semelhanças do material com características pele humana, como grau de umidade, alta qualidade de colágeno e resistência foram confirmadas.
Testes em animais terrestres também descartaram possíveis riscos de contaminação com a técnica que tem mais poder de cicatrização que os métodos convencionais e reduz a sensação de desconforto, dor, perda de líquido e ocorrência de infecção.
Para 2017, os pesquisadores planejam um estudo multicêntrico no Brasil, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Goiânia, Rio de Janeiro e Pernambuco. Após essa etapa, será realizado um estudo fora do Brasil.
Prevista para terminar em julho de 2018, a pesquisa é realizada em parceria com o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (UFC) e é financiada pela Enel, multinacional do setor de energia.
Ainda não há previsão de quando o tratamento estará disponível nos hospitais públicos e privados.
Fonte: G1, Agência Brasil
[Visto no Brasil Acadêmico]
Pesquisa liderada pelo cirurgião plástico Edmar Maciel, presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), é inédita no mundo. Pele de tilápia substitui pomadas e curativos, ajudando na cicatrização das áreas queimadas, evitando infecções e desidratação.
A pele da tilápia ajuda no processo de cicatrização, tamponando a ferida. Evita contaminação e perdas líquidas, diminui o número de troca de curativos e, consequentemente, diminui também a dor e o sofrimento do paciente.Dr. Edmar Maciel. Cirurgião
Enquanto o medicamento requer que o curativo da queimadura seja renovado diariamente, o curativo de pele de tilápia, por exemplo, pode ser retirado somente no fim do tratamento de uma queimadura de segundo grau. Além disso, o novo tratamento não pede o uso de analgésicos e anestesias e o tempo de cicatrização é reduzido entre um e dois dias.
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Diminuir o tempo de tratamento dos pacientes também reflete na gestão do Núcleo de Queimados do IJF, que viu esse tipo de atendimento crescer 13% nos últimos dois anos.
Essa nova tecnologia nos permite manter um atendimento com qualidade, mais humanizando, e suportar fisicamente a demanda. A gente passa menos tempo com o paciente internado. João Neto. Coordenador do núcleo
Há cerca de três anos, pesquisadores do Instituto Dr. José Frota (IJF) começaram a desenvolver um curativo usando a pele da tilápia para melhorar a cicatrização de queimaduras. De lá para cá, foram 11 etapas pré-clínicas. Em julho de 2016, 30 pacientes com queimaduras de segundo grau superficiais e graves receberam o curativo. A fase clínica teve 94% de sucesso. Atualmente, 58 pacientes são voluntários na pesquisa, mas o tratamento será expandido para alcançar 100 pessoas.
99% da pele de tilápia é jogada no lixo.
De acordo com os pesquisadores, as primeiras etapas do estudo apontaram que a utilização clínica da pele do peixe era adequada, uma vez que as semelhanças do material com características pele humana, como grau de umidade, alta qualidade de colágeno e resistência foram confirmadas.
Testes em animais terrestres também descartaram possíveis riscos de contaminação com a técnica que tem mais poder de cicatrização que os métodos convencionais e reduz a sensação de desconforto, dor, perda de líquido e ocorrência de infecção.
Na rede pública do Brasil, o tratamento de queimaduras é feito com uma pomada ou creme a base de sulfadiazina de prata, que é um antimicrobiano. Essa pomada só age por 24 horas e a cada 24 horas tem que ser removida, num processo de limpeza da área com sabão apropriado e um curativo. Isso causa dor ao paciente que tem de tomar anestesia ou analgésicos, interferindo no processo de cicatrização.
Para 2017, os pesquisadores planejam um estudo multicêntrico no Brasil, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Goiânia, Rio de Janeiro e Pernambuco. Após essa etapa, será realizado um estudo fora do Brasil.
O que a pele faz, e isso não é específico da pele da pele da tilápia - outras peles como a humana, como a pele do cão, do porco - é aderir ao leito da ferida. Grudando, faz um tamponamento do leito e, com isso, evita a contaminação de fora para dentro da ferida. Isso evita que o paciente perca líquidos (plasma e proteína) e, com isso, não espolie o paciente. Aí sim, diminui a troca de curativos, a dor e o trabalho da equipe - que não tem que fazer limpeza e curativos diariamente - e, consequentemente, os custos do tratamento.
Prevista para terminar em julho de 2018, a pesquisa é realizada em parceria com o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (UFC) e é financiada pela Enel, multinacional do setor de energia.
Ainda não há previsão de quando o tratamento estará disponível nos hospitais públicos e privados.
Fonte: G1, Agência Brasil
[Visto no Brasil Acadêmico]
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