A arquitetura é mais do que um arranjo inteligente de tijolos. Nesta palestra eloquente, Michael Murphy mostra como ele e sua equipe olham m...
A arquitetura é mais do que um arranjo inteligente de tijolos. Nesta palestra eloquente, Michael Murphy mostra como ele e sua equipe olham muito além da planta quando estão projetando. Considerando fatores como circulação do ar até iluminação, a abordagem deles é holística, e produz comunhão, bem como (belos) edifícios. Ele nos leva a uma excursão de projetos em países como Ruanda e Haiti, e revela um plano ambicioso e comovente para o Memorial à Paz e Justiça, que, ele espera, irá curar corações no Sul dos Estados Unidos.
Todo final de semana, desde que me lembro, meu pai se levantava aos sábados, colocava um moletom surrado e ficava raspando a casa velha e cheia de rangidos na qual vivíamos. Eu não chamaria isso de restauração; era um ritual, uma catarse. Ele passava o ano todo raspando tinta com uma velha pistola de ar quente e uma espátula, e depois pintava onde havia raspado, só para começar de novo no ano seguinte. Raspava e raspava de novo, pintava e repintava: reformar uma casa velha é um trabalho que não tem fim.
No dia em que meu pai fez 52 anos, recebi um telefonema. Minha mãe estava ligando para me dizer que os médicos haviam encontrado um tumor no estômago dele, câncer terminal, ela me disse, e haviam dado a ele apenas três semanas de vida.
Imediatamente voltei pra casa, em Poughkeepsie, Nova York, para ficar com meu pai no seu leito de morte, sem saber o que os próximos dias iriam nos trazer. Para me manter distraído, arregacei as mangas, e fui terminar o que ele não podia mais completar agora: a restauração da nossa velha casa.
Quando o prazo ameaçador das três semanas chegou, e passou, ele ainda estava vivo. E, em três meses, ele se juntou a mim. Nós esvaziamos e repintamos o interior. Em seis meses, as velhas janelas foram restauradas e, em 18 meses, a varanda carcomida foi finalmente substituída.
E lá estava meu pai comigo, admirando um dia de trabalho, cabelo na cabeça, em remissão completa, ele se virou para mim e disse: "Sabe, Michael, esta casa salvou a minha vida".
Então, no ano seguinte, decidi estudar arquitetura.
(Risos)
Mas, lá, eu aprendi algo diferente sobre edifícios. O reconhecimento parecia chegar àqueles que priorizavam formas originais e esculturais, como fitas, ou... picles?
(Risos)
E acho que isso é para ser um caracol.
Algo me incomodou quanto a isso. Por que os melhores arquitetos, a grande arquitetura, linda, visionária e inovadora, é também tão rara, e parece servir a tão poucos? E indo mais ao ponto: com todo esse talento criativo, o que mais poderíamos fazer?
Quando estava prestes a iniciar meus exames finais, decidi fazer uma pausa de uma noite inteira de estudos e ir a uma palestra do Dr. Paul Farmer, um líder ativista da área de saúde para os pobres no mundo. Fiquei surpreso ao ouvir um médico falar sobre arquitetura. "Edifícios estão deixando as pessoas mais doentes", ele disse, "e para os mais pobres do mundo, isso está causando problemas em níveis epidêmicos". Neste hospital na África do Sul, pacientes que vieram com, digamos, uma perna quebrada, esperavam em um corredor sem ventilação, e saíam com uma forma de tuberculose multirresistente a medicamentos. Projetos simples para controle de infecção não haviam sido considerados, e pessoas morreram por causa disso.
"Cadê os arquitetos?", Paul perguntou.
No verão seguinte, estava na traseira de uma Land Rover com alguns colegas, chacoalhando na encosta montanhosa de Ruanda. Durante aquele ano, eu estaria morando em Butaro, numa antiga pensão, que tinha sido uma prisão após o genocídio. Eu estava lá para projetar e construir um novo tipo de hospital com o Dr. Farmer e sua equipe. Se corredores estavam deixando pacientes mais doentes, que tal se pudéssemos projetar um hospital que invertesse os corredores, e fizesse com que as pessoas andassem no lado de fora? Se sistemas mecânicos raramente funcionam, que tal se conseguíssemos projetar um hospital que respirasse através de ventilação natural e, ao mesmo tempo, reduzisse sua pegada ambiental?
E quanto à experiência dos pacientes? Evidências mostram que simplesmente olhar a natureza pode melhorar radicalmente os resultados de saúde. Então por que não projetar um hospital no qual cada paciente tivesse uma janela com uma vista? Projetos simples, adaptados ao entorno, podem criar um hospital que cura.
Projetá-lo é uma coisa, construí-lo, nós aprendemos, é algo totalmente diferente.
Nós trabalhamos com Bruce Nizeye, um engenheiro brilhante, que tinha uma concepção sobre construção diferente da que aprendi na escola. Quando tivemos que escavar uma colina enorme, e uma escavadeira era cara e difícil de chegar ao local, o Bruce sugeriu fazer isso à mão, usando um método que em Ruanda é chamado de "ubudehe", que significa "trabalho comunitário para a comunidade". Centenas de pessoas vieram com pás e enxadas, e nós escavamos aquela colina em metade do tempo e do custo da escavadeira. Em vez de importar móveis, Bruce iniciou uma associação, e trouxe mestres carpinteiros para treinar outros a fazer móveis à mão. E neste canteiro de obras, 15 anos após o genocídio de Ruanda, Bruce insistiu que trouxéssemos mão de obra de todas as origens, e que metade dela fosse de mulheres.
Bruce estava usando o processo de construção para curar, não apenas aqueles que estavam doentes, mas a comunidade como um todo. Chamamos isso de construção localmente fabricada, ou "lo-fab", e ela possui quatro pilares: contrate localmente, consuma regionalmente, treine onde puder e, o mais importante, pense em cada decisão do projeto como uma oportunidade de investir na dignidade dos lugares onde você serve. Pensem nisso como aquele "movimento dos alimentos locais", mas para a arquitetura. Estamos convencidos de que esta forma de construção pode ser replicada no mundo todo, e mudar a forma como discutimos e avaliamos a arquitetura.
Usando a forma lo-fab de construção, até mesmo decisões estéticas podem ser projetadas para impactar a vida das pessoas. Em Butaro, optamos por utilizar uma pedra vulcânica local encontrada em abundância na área, mas considerada um estorvo pelos agricultores, e que são empilhadas na lateral da estrada. Trabalhamos com estes pedreiros para cortar estas pedras e construir as paredes do hospital. E, quando eles começaram neste canto e construíram ao redor de todo o hospital, eles trabalharam tão bem com estas pedras que nos perguntaram se poderiam demolir a parede original e reconstruí-la. E vocês veem o que é possível. Fica lindo. E a beleza, para mim, vem do fato de que eu sei que mãos cortaram essas pedras e formaram esta parede espessa, feita apenas neste lugar, com as pedras deste solo.
Quando saírem hoje e olharem o mundo construído à sua volta, não se perguntem apenas: "Qual é a pegada ambiental?", uma questão importante, mas se perguntem também: "Qual é a marca das mãos dos homens que fizeram isso?"
Começamos uma nova prática baseada nestas questões, e a testamos pelo mundo. Como no Haiti, onde perguntamos se um novo hospital poderia ajudar a eliminar a epidemia de cólera. Neste hospital com 100 leitos, nós projetamos uma estratégia simples para limpar o lixo hospitalar contaminado antes de ele entrar no pingadouro, e nossos parceiros na Les Centres GHESKIO já estão salvando vidas com isso.
Ou Malawi: perguntamos se uma maternidade poderia reduzir radicalmente a mortalidade materna e infantil. Malawi tem uma das maiores taxas de mortalidade materna e infantil do mundo. Utilizando uma estratégia simples para ser replicada em âmbito nacional, projetamos uma maternidade que pudesse atrair mulheres e seus acompanhantes a virem para o hospital mais cedo e, assim, terem partos mais seguros.
Ou, no Congo, onde perguntamos se um centro educacional poderia também ser utilizado para proteger espécies ameaçadas de extinção. A caça ilegal de marfim e animais selvagens está conduzindo à epidemia global, transmissão de doenças e guerra. Num dos locais de acesso mais difícil do mundo, usamos a lama, a terra e a madeira ao nosso redor para construir um centro que nos mostra maneiras de proteger e conservar a nossa rica biodiversidade.
Mesmo aqui nos EUA, fomos convidados a repensar a maior universidade para surdos e deficientes auditivos do mundo. A comunidade surda, através de língua de sinais, nos mostra o poder da comunicação visual. Projetamos um campus que despertasse os meios com os quais nos comunicamos como seres humanos, tanto verbal como não verbalmente.
E mesmo em Poughkeepsie, minha cidade natal, pensamos na infra-estrutura industrial antiga. Nós nos perguntamos se poderíamos usar arte, cultura e design para revitalizar esta e outras cidades do Cinturão da Ferrugem em nossa nação, e transformá-las em centros de inovação e crescimento. Em cada um desses projetos, fizemos uma simples pergunta: "O que mais a arquitetura pode fazer?" E, ao fazermos essa pergunta, fomos forçados a considerar como poderíamos criar empregos, como poderíamos consumir regionalmente e como poderíamos investir na dignidade das comunidades em que servimos.
Cerca de um ano atrás, li um artigo sobre um incansável e corajoso líder dos direitos civis chamado Bryan Stevenson.
(Aplausos)
E o Bryan teve uma visão arquitetônica arrojada. Ele e sua equipe vinham documentando os mais de 4 mil linchamentos de afro-americanos que aconteceram no Sul dos EUA. Eles planejaram marcar todos os municípios onde esses linchamentos ocorreram, e construir um memorial nacional às vítimas de linchamento em Montgomery, Alabama.
Países como Alemanha e África do Sul e, é claro, Ruanda, acharam necessário construir memoriais para refletir sobre as atrocidades de seu passado, a fim de restabelecer o espírito nacional. Ainda temos que fazer isso nos EUA.
Então mandei um e-mail não solicitado para info@equaljusticeintiative.org: "Caro Bryan", dizia, "acho que seu projeto de construção talvez seja o projeto mais importante que poderíamos fazer nos EUA e poderia mudar a maneira como pensamos a injustiça racial. Por acaso, você sabe quem vai projetá-lo?"
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
Todo final de semana, desde que me lembro, meu pai se levantava aos sábados, colocava um moletom surrado e ficava raspando a casa velha e cheia de rangidos na qual vivíamos. Eu não chamaria isso de restauração; era um ritual, uma catarse. Ele passava o ano todo raspando tinta com uma velha pistola de ar quente e uma espátula, e depois pintava onde havia raspado, só para começar de novo no ano seguinte. Raspava e raspava de novo, pintava e repintava: reformar uma casa velha é um trabalho que não tem fim.
No dia em que meu pai fez 52 anos, recebi um telefonema. Minha mãe estava ligando para me dizer que os médicos haviam encontrado um tumor no estômago dele, câncer terminal, ela me disse, e haviam dado a ele apenas três semanas de vida.
Imediatamente voltei pra casa, em Poughkeepsie, Nova York, para ficar com meu pai no seu leito de morte, sem saber o que os próximos dias iriam nos trazer. Para me manter distraído, arregacei as mangas, e fui terminar o que ele não podia mais completar agora: a restauração da nossa velha casa.
Quando o prazo ameaçador das três semanas chegou, e passou, ele ainda estava vivo. E, em três meses, ele se juntou a mim. Nós esvaziamos e repintamos o interior. Em seis meses, as velhas janelas foram restauradas e, em 18 meses, a varanda carcomida foi finalmente substituída.
E lá estava meu pai comigo, admirando um dia de trabalho, cabelo na cabeça, em remissão completa, ele se virou para mim e disse: "Sabe, Michael, esta casa salvou a minha vida".
Então, no ano seguinte, decidi estudar arquitetura.
(Risos)
Mas, lá, eu aprendi algo diferente sobre edifícios. O reconhecimento parecia chegar àqueles que priorizavam formas originais e esculturais, como fitas, ou... picles?
(Risos)
E acho que isso é para ser um caracol.
Algo me incomodou quanto a isso. Por que os melhores arquitetos, a grande arquitetura, linda, visionária e inovadora, é também tão rara, e parece servir a tão poucos? E indo mais ao ponto: com todo esse talento criativo, o que mais poderíamos fazer?
Quando estava prestes a iniciar meus exames finais, decidi fazer uma pausa de uma noite inteira de estudos e ir a uma palestra do Dr. Paul Farmer, um líder ativista da área de saúde para os pobres no mundo. Fiquei surpreso ao ouvir um médico falar sobre arquitetura. "Edifícios estão deixando as pessoas mais doentes", ele disse, "e para os mais pobres do mundo, isso está causando problemas em níveis epidêmicos". Neste hospital na África do Sul, pacientes que vieram com, digamos, uma perna quebrada, esperavam em um corredor sem ventilação, e saíam com uma forma de tuberculose multirresistente a medicamentos. Projetos simples para controle de infecção não haviam sido considerados, e pessoas morreram por causa disso.
"Cadê os arquitetos?", Paul perguntou.
Se hospitais deixam pessoas ainda mais doentes, onde estão os arquitetos e designers para nos ajudar a construir e projetar hospitais que nos permitam curar?
No verão seguinte, estava na traseira de uma Land Rover com alguns colegas, chacoalhando na encosta montanhosa de Ruanda. Durante aquele ano, eu estaria morando em Butaro, numa antiga pensão, que tinha sido uma prisão após o genocídio. Eu estava lá para projetar e construir um novo tipo de hospital com o Dr. Farmer e sua equipe. Se corredores estavam deixando pacientes mais doentes, que tal se pudéssemos projetar um hospital que invertesse os corredores, e fizesse com que as pessoas andassem no lado de fora? Se sistemas mecânicos raramente funcionam, que tal se conseguíssemos projetar um hospital que respirasse através de ventilação natural e, ao mesmo tempo, reduzisse sua pegada ambiental?
E quanto à experiência dos pacientes? Evidências mostram que simplesmente olhar a natureza pode melhorar radicalmente os resultados de saúde. Então por que não projetar um hospital no qual cada paciente tivesse uma janela com uma vista? Projetos simples, adaptados ao entorno, podem criar um hospital que cura.
Projetá-lo é uma coisa, construí-lo, nós aprendemos, é algo totalmente diferente.
Nós trabalhamos com Bruce Nizeye, um engenheiro brilhante, que tinha uma concepção sobre construção diferente da que aprendi na escola. Quando tivemos que escavar uma colina enorme, e uma escavadeira era cara e difícil de chegar ao local, o Bruce sugeriu fazer isso à mão, usando um método que em Ruanda é chamado de "ubudehe", que significa "trabalho comunitário para a comunidade". Centenas de pessoas vieram com pás e enxadas, e nós escavamos aquela colina em metade do tempo e do custo da escavadeira. Em vez de importar móveis, Bruce iniciou uma associação, e trouxe mestres carpinteiros para treinar outros a fazer móveis à mão. E neste canteiro de obras, 15 anos após o genocídio de Ruanda, Bruce insistiu que trouxéssemos mão de obra de todas as origens, e que metade dela fosse de mulheres.
Bruce estava usando o processo de construção para curar, não apenas aqueles que estavam doentes, mas a comunidade como um todo. Chamamos isso de construção localmente fabricada, ou "lo-fab", e ela possui quatro pilares: contrate localmente, consuma regionalmente, treine onde puder e, o mais importante, pense em cada decisão do projeto como uma oportunidade de investir na dignidade dos lugares onde você serve. Pensem nisso como aquele "movimento dos alimentos locais", mas para a arquitetura. Estamos convencidos de que esta forma de construção pode ser replicada no mundo todo, e mudar a forma como discutimos e avaliamos a arquitetura.
Usando a forma lo-fab de construção, até mesmo decisões estéticas podem ser projetadas para impactar a vida das pessoas. Em Butaro, optamos por utilizar uma pedra vulcânica local encontrada em abundância na área, mas considerada um estorvo pelos agricultores, e que são empilhadas na lateral da estrada. Trabalhamos com estes pedreiros para cortar estas pedras e construir as paredes do hospital. E, quando eles começaram neste canto e construíram ao redor de todo o hospital, eles trabalharam tão bem com estas pedras que nos perguntaram se poderiam demolir a parede original e reconstruí-la. E vocês veem o que é possível. Fica lindo. E a beleza, para mim, vem do fato de que eu sei que mãos cortaram essas pedras e formaram esta parede espessa, feita apenas neste lugar, com as pedras deste solo.
Quando saírem hoje e olharem o mundo construído à sua volta, não se perguntem apenas: "Qual é a pegada ambiental?", uma questão importante, mas se perguntem também: "Qual é a marca das mãos dos homens que fizeram isso?"
Começamos uma nova prática baseada nestas questões, e a testamos pelo mundo. Como no Haiti, onde perguntamos se um novo hospital poderia ajudar a eliminar a epidemia de cólera. Neste hospital com 100 leitos, nós projetamos uma estratégia simples para limpar o lixo hospitalar contaminado antes de ele entrar no pingadouro, e nossos parceiros na Les Centres GHESKIO já estão salvando vidas com isso.
Ou Malawi: perguntamos se uma maternidade poderia reduzir radicalmente a mortalidade materna e infantil. Malawi tem uma das maiores taxas de mortalidade materna e infantil do mundo. Utilizando uma estratégia simples para ser replicada em âmbito nacional, projetamos uma maternidade que pudesse atrair mulheres e seus acompanhantes a virem para o hospital mais cedo e, assim, terem partos mais seguros.
Ou, no Congo, onde perguntamos se um centro educacional poderia também ser utilizado para proteger espécies ameaçadas de extinção. A caça ilegal de marfim e animais selvagens está conduzindo à epidemia global, transmissão de doenças e guerra. Num dos locais de acesso mais difícil do mundo, usamos a lama, a terra e a madeira ao nosso redor para construir um centro que nos mostra maneiras de proteger e conservar a nossa rica biodiversidade.
Mesmo aqui nos EUA, fomos convidados a repensar a maior universidade para surdos e deficientes auditivos do mundo. A comunidade surda, através de língua de sinais, nos mostra o poder da comunicação visual. Projetamos um campus que despertasse os meios com os quais nos comunicamos como seres humanos, tanto verbal como não verbalmente.
E mesmo em Poughkeepsie, minha cidade natal, pensamos na infra-estrutura industrial antiga. Nós nos perguntamos se poderíamos usar arte, cultura e design para revitalizar esta e outras cidades do Cinturão da Ferrugem em nossa nação, e transformá-las em centros de inovação e crescimento. Em cada um desses projetos, fizemos uma simples pergunta: "O que mais a arquitetura pode fazer?" E, ao fazermos essa pergunta, fomos forçados a considerar como poderíamos criar empregos, como poderíamos consumir regionalmente e como poderíamos investir na dignidade das comunidades em que servimos.
Eu aprendi que a arquitetura pode ser um motor transformativo para a mudança.
Cerca de um ano atrás, li um artigo sobre um incansável e corajoso líder dos direitos civis chamado Bryan Stevenson.
(Aplausos)
E o Bryan teve uma visão arquitetônica arrojada. Ele e sua equipe vinham documentando os mais de 4 mil linchamentos de afro-americanos que aconteceram no Sul dos EUA. Eles planejaram marcar todos os municípios onde esses linchamentos ocorreram, e construir um memorial nacional às vítimas de linchamento em Montgomery, Alabama.
Países como Alemanha e África do Sul e, é claro, Ruanda, acharam necessário construir memoriais para refletir sobre as atrocidades de seu passado, a fim de restabelecer o espírito nacional. Ainda temos que fazer isso nos EUA.
Então mandei um e-mail não solicitado para info@equaljusticeintiative.org: "Caro Bryan", dizia, "acho que seu projeto de construção talvez seja o projeto mais importante que poderíamos fazer nos EUA e poderia mudar a maneira como pensamos a injustiça racial. Por acaso, você sabe quem vai projetá-lo?"
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
Muito bom
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