Em homenagem a esse talentosa e importante figura do cinema nacional, de temperamento difícil e carreira espetacular, principalmente levando...
Em homenagem a esse talentosa e importante figura do cinema nacional, de temperamento difícil e carreira espetacular, principalmente levando-se em consideração as dificuldades da indústria cinematográfica nacional e latino-americana durante sua carreira, destacamos sua mais recente participação no Roda Viva.
Hector Babenco foi o entrevistado no Roda Viva em 13 de janeiro de 2016. Entre os assuntos da entrevista estão sua trajetória, o cenário dos cinemas brasileiro e mundial e os desafios de filmar no País.
Nascido na Argentina e naturalizado brasileiro, Babenco é dono de clássicos da filmografia nacional como Pixote, a Lei do Mais Fraco, O Beijo da Mulher Aranha, Brincando nos Campos do Senhor e Carandiru, visto por mais de quatro milhões de espectadores em seu ano de lançamento.
[00:01:56 ##film##]
Augusto Nunes: Conta para gente qual é a diferença entre fazer cinema e teatro.
Hector Babenco: Veja bem teatro é um exercício que ele se baseia no método da repetição que é diametralmente oposta a atividade cinematográfica. Porque cinema você cria através da sua personalidade como diretor cada um tem sua forma de trabalhar. (…)
Eu sou uma pessoa que gosta de aquecer um momento é soltar os bichos no ringue para poder filmá-lo. É quase que um exercício quase de terapia de grupo no qual eu instalo um processo de relaxamento e de histeria ao mesmo tempo no qual o único que leva vantagem nessa história sou eu, porque eu termino um dia com aquilo que eu queria dentro do saco. O teatro é exatamente o oposto, você passa dois meses e meses repetindo a mesma cantinela.(...)
[00:05:48 ##film##]
Babenco Dirigiu atores como Jack Nicholson, Maryl Streep e William Hurt, que, em 1986, ganhou o Oscar de Melhor Ator pelo seu papel em O Beijo da Mulher Aranha. O cineasta já foi indicado na categoria de Melhor Diretor no prêmio da Academia e teve dois de seus filmes selecionados para o Festival de Cannes. Seu trabalho mais recente é O Passado (2007), estrelado por Gael García Bernal.
[00:11:19 ##film##]
Hector Babenco: Primeiro casar com mulher rica.
Hector Babenco: Eu me lembro que no primeiro dia de filmagem, para fechar esse capítulo, o fotógrafo era um brasileiro exilado no Chile chamado Peter Overbeck, e colocamos a câmera no pé do Largo Batata olhando pra Tesouro Sampaio, que subia toda iluminada, bonitinha. E ele me disse:
(Risos)
Hector Babenco: Eu já tinha visto a história do cinema. Tudo o que você possa imaginar. E eu não tinha a menor ideia de que tinha mais do que uma lente, nunca tinha feito uma fotografia.
[00:22:22 ##film##]
Contardo Calligaris: Você como eu, às vezes, está usando meias listradas. Você sabe que durante 4 ou 5 séculos, a roupa listrada era o símbolo do diabo. As pessoas que usavam listras eram diabólicas.
Apresentado pelo jornalista Augusto Nunes, o programa contou com a apresentadora Marina Person, o psicanalista Contardo Calligaris, o documentarista Sylvio do Amaral Rocha, o crítico de cinema Rodrigo Fonseca e a cineasta Laís Bodanzky. Além do cartunista Paulo Caruso — sempre presente.
Fonte: EBC
[Visto no Brasil Acadêmico]
Hector Babenco foi o entrevistado no Roda Viva em 13 de janeiro de 2016. Entre os assuntos da entrevista estão sua trajetória, o cenário dos cinemas brasileiro e mundial e os desafios de filmar no País.
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Nascido na Argentina e naturalizado brasileiro, Babenco é dono de clássicos da filmografia nacional como Pixote, a Lei do Mais Fraco, O Beijo da Mulher Aranha, Brincando nos Campos do Senhor e Carandiru, visto por mais de quatro milhões de espectadores em seu ano de lançamento.
[00:01:56 ##film##]
Augusto Nunes: Conta para gente qual é a diferença entre fazer cinema e teatro.
Hector Babenco: Veja bem teatro é um exercício que ele se baseia no método da repetição que é diametralmente oposta a atividade cinematográfica. Porque cinema você cria através da sua personalidade como diretor cada um tem sua forma de trabalhar. (…)
Eu sou uma pessoa que gosta de aquecer um momento é soltar os bichos no ringue para poder filmá-lo. É quase que um exercício quase de terapia de grupo no qual eu instalo um processo de relaxamento e de histeria ao mesmo tempo no qual o único que leva vantagem nessa história sou eu, porque eu termino um dia com aquilo que eu queria dentro do saco. O teatro é exatamente o oposto, você passa dois meses e meses repetindo a mesma cantinela.(...)
[00:05:48 ##film##]
O que você quer você deixa para mais tarde — no teatro. No cinema o que você quer vai primeiro.
Brasil X Argentina
[00:06:54 ##film##]Eu não consigo orientar meu pensamento em absolutamente nada dentro de um critério de Fla-Flu - quem é melhor do que quem. Eu diria que o cinema argentino pensa como pensa a Argentina e o cinema Brasileiro pensa como pensa o brasileiro. É óbvio, isso é redundante até dizer, que a literatura argentina, pelo menos nesse último século, é centenas de vezes mais intrigante, mais inteligente, mais profunda, enfim, muito mais pertinente do ponto de vista do universo da grande literatura do que a literatura brasileira, com raríssimas exceções. No cinema também acontece a mesma coisa.[00:08:47 ##film##]
Às vezes eu gosto mais do cinema brasileiro do que do argentino.
Babenco Dirigiu atores como Jack Nicholson, Maryl Streep e William Hurt, que, em 1986, ganhou o Oscar de Melhor Ator pelo seu papel em O Beijo da Mulher Aranha. O cineasta já foi indicado na categoria de Melhor Diretor no prêmio da Academia e teve dois de seus filmes selecionados para o Festival de Cannes. Seu trabalho mais recente é O Passado (2007), estrelado por Gael García Bernal.
[00:11:19 ##film##]
Como é que se faz para ser Hector Babenco?
Hector Babenco: Primeiro casar com mulher rica.
Mulher rica e talento — e muito trabalho.[00:12:12 ##film##]
A saída da Argentina
Saí por que não queria fazer o exército. Porque fui um cagão.
O primeiro filme
[00:14:09 ##film##]Hector Babenco: Eu me lembro que no primeiro dia de filmagem, para fechar esse capítulo, o fotógrafo era um brasileiro exilado no Chile chamado Peter Overbeck, e colocamos a câmera no pé do Largo Batata olhando pra Tesouro Sampaio, que subia toda iluminada, bonitinha. E ele me disse:
— Que lente você quer que eu ponha?
— Por quê? Você tem várias?
(Risos)
Hector Babenco: Eu já tinha visto a história do cinema. Tudo o que você possa imaginar. E eu não tinha a menor ideia de que tinha mais do que uma lente, nunca tinha feito uma fotografia.
[00:22:22 ##film##]
Contardo Calligaris: Você como eu, às vezes, está usando meias listradas. Você sabe que durante 4 ou 5 séculos, a roupa listrada era o símbolo do diabo. As pessoas que usavam listras eram diabólicas.
Melhor ser diábolico do que angelical. Dez a zero.
Apresentado pelo jornalista Augusto Nunes, o programa contou com a apresentadora Marina Person, o psicanalista Contardo Calligaris, o documentarista Sylvio do Amaral Rocha, o crítico de cinema Rodrigo Fonseca e a cineasta Laís Bodanzky. Além do cartunista Paulo Caruso — sempre presente.
Fonte: EBC
[Visto no Brasil Acadêmico]
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ResponderExcluirNão tem como não se surpreender ouvindo com vagar e, mais que atento, absorto com as revelações cheias de espontaneidade, embora instigadas, ricas pois advindas de quem percorreu tantos, tais e tão surpreendentes e variados caminhos. A genialidade, a obstinação, a teimosia, a coragem e o grande conteúdo de conhecimentos das mais variadas áreas do conhecimento humano, e uma propriedade de seres especiais, como Babenco, expressar percepções, como o maravilhar-se com grandes coisas e com mínimos detalhes; como o comportamento dos grupos de indivíduos e do indivíduo em seu seu íntimo mergulhado nesse grupo. O conhecimento amealhado, a arte que Deus lhe deu e que veio associada a uma imensa capacidade de fazer com que desde a equipe de produção composta das mais variadas capacidades e personalidades nem sempre fáceis , até os atores que tinham que traduzir o seu pensar, o seu sentir e participar até de seu processo de catarse. Finalmente, surgia o filme, a obra que agora esperava aceitação e, talvez viesse a dar retorno financeiro e reconhecimento. Nem sempre acontecia o resultado financeiro. O resultado financeiro, quando acontecia, nem sempre chegava à mão de Babenco que mesmo assim não desanimava e tem reconhecimento mundial e a admiração do povo e de intelectuais no Brasil e no mundo.
ResponderExcluirTinha que ser um hermano argentino, essa espécie de Fittipaldi do cinema, para abrir a estrada a tantos outros que vieram depois e tornar a 7ª arte brasileira um tanto mais respeitada.
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