Documentário do History Channel revisita o sanguinário conflito, que facilmente poderia ser comparada a um genocídio, onde até crianças com ...
Documentário do History Channel revisita o sanguinário conflito, que facilmente poderia ser comparada a um genocídio, onde até crianças com barbas postiças foram usadas como soldados.
Longe de ser uma releitura consensual sobre esse passado negro do Exército Brasileiro (aqui, nenhuma afirmação está livre de interpretações contrárias) e da política regional, pois parece que qualquer tentativa de se contar a história da América Latina esbarra em rancores ancestrais.
Atenção! Reencenação de violentas cenas históricas. Não recomendado para menores ou pessoas sensíveis!
Esse documentário tem o mérito de ouvir opiniões divergentes e deixar algumas conclusões para a plateia. Mas, sobretudo, descreve essa passagem e seus múltiplos exemplos com infografismo moderno e uma narrativa épica. Usando muito da linguagem dos videogames para contar de maneira hiperativa anos de uma guerra com detalhes obscuros e cercado de teorias conspiratórias.
Trata-se da Guerra do Paraguai. Apesar da fama de seus produtos falsificados vendidos em feiras de contrafação, condição que provavelmente ainda é um desdobramento do resultado desse conflito, a Grande Guerra não teve nada de falsa. Solano Lopez era um ditador inteligente e meio "fora da casinha" que, adorado por seu povo e sua bela e atraente esposa, levou o país a um delírio de grandeza que se chocou com a realidade de um império cujo imperador possuía "luva de pelica sobre uma mão de ferro".
Tendo alguns nomes memoráveis para as forças armadas brasileiras, como a do Almirante Barroso, ou do patrono do exército, Duque de Caxias, o conflito desembocou em uma perseguição que lembra, guardada as devidas proporções, a do ex-líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden.
Isso porque o Paraguai era tão fechado que as tropas aliadas da Tríplice Aliança (formada por Uruguai, Argentina e Brasil) de maioria brasileira, sequer possuíam um mapa decente do atoleiro em que se meteram. Tal situação levou ao famoso episódio histórico da Retirada da Laguna, imortalizado na literatura pela obra de um de seus protagonistas, o futuro visconde de Taunay. Assim, quando derrotar a resistência paraguaia já não representava nenhuma grande relevância militar, Caxias abandonou a missão dizendo não ser um coveiro, e que para derrotar o Paraguai deveria:
Pois quase já não havia homens para compor a resistência, a essa altura, civil. Mas as ordens do imperador era para caçar Lopez e seu genro, o francês conde D´eu, que substituiu o comando de Caxias, estava determinado a cumpri-la. E é nesse ponto que a guerra se converteu em massacre.
Clique Retroceder Avançar Espaço / / F
Esse documentário tem o mérito de ouvir opiniões divergentes e deixar algumas conclusões para a plateia. Mas, sobretudo, descreve essa passagem e seus múltiplos exemplos com infografismo moderno e uma narrativa épica. Usando muito da linguagem dos videogames para contar de maneira hiperativa anos de uma guerra com detalhes obscuros e cercado de teorias conspiratórias.
A história do Brasil sempre foi maltratada e manipulada nas escolas. Penso, então, que a televisão tem a responsabilidade de tentar corrigir essa distorção. Com Guerra do Paraguai sinto que, pela primeira vez, temos no Brasil uma argumentação histórica sem manipulação.
Matheus Ruas. Diretor
Trata-se da Guerra do Paraguai. Apesar da fama de seus produtos falsificados vendidos em feiras de contrafação, condição que provavelmente ainda é um desdobramento do resultado desse conflito, a Grande Guerra não teve nada de falsa. Solano Lopez era um ditador inteligente e meio "fora da casinha" que, adorado por seu povo e sua bela e atraente esposa, levou o país a um delírio de grandeza que se chocou com a realidade de um império cujo imperador possuía "luva de pelica sobre uma mão de ferro".
- [accordion]
- ATENÇÃO! Conteúdo chocante
- Cadáveres de paraguaios vítimas da Batalha do Boqueirão, 1866 (esquerda); um militar junto a dois meninos paraguaios que cresceram durante o conflito, eles se vestiam como soldados, 1868 (direita). Fonte (com retoques digitais)
- Clique para ver a imagem histórica (não recomendado para menores e pessoas sensíveis)
Isso porque o Paraguai era tão fechado que as tropas aliadas da Tríplice Aliança (formada por Uruguai, Argentina e Brasil) de maioria brasileira, sequer possuíam um mapa decente do atoleiro em que se meteram. Tal situação levou ao famoso episódio histórico da Retirada da Laguna, imortalizado na literatura pela obra de um de seus protagonistas, o futuro visconde de Taunay. Assim, quando derrotar a resistência paraguaia já não representava nenhuma grande relevância militar, Caxias abandonou a missão dizendo não ser um coveiro, e que para derrotar o Paraguai deveria:
Matar o último paraguaio no ventre da última mãe paraguaia.
Pois quase já não havia homens para compor a resistência, a essa altura, civil. Mas as ordens do imperador era para caçar Lopez e seu genro, o francês conde D´eu, que substituiu o comando de Caxias, estava determinado a cumpri-la. E é nesse ponto que a guerra se converteu em massacre.
Soldados brasileiros com conde d´Eu (com a mão na cintura).
Em rara foto da época (com retoques). Fonte
O documentário mescla reencenações realistas de batalhas, animações em computação gráfica e entrevistas com historiadores, jornalistas, diplomatas e filósofos, para contextualizar esse sangrento conflito da história.
Cerca de 75 mil brasileiros, 18 mil argentinos e mais de três mil uruguaios – além de aproximadamente 300 mil paraguaios (cerca de 70% da população do Paraguai na época) pereceram ao longo dos cinco anos de guerra, entre civis e militares, em decorrência da fome, de combates e de epidemias como o cólera.
A Guerra do Paraguai teve início com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército paraguaio. O ato foi uma represália a então intervenção armada do Brasil no Uruguai, que ocorrera em 1864, colocando fim à guerra civil uruguaia.
Veja como se desenrolou e terminou essa verdadeira tragédia latino-americana mostrada com esmerado capricho técnico. (Atenção! As cenas podem ser consideradas fortes por algumas plateias mais sensíveis, ainda que esteja seja mostrado como o filme foi feito, sem ferimentos reais).
Com depoimentos de Eduardo Bueno, Mary Del Priore, Leandro Narloc, Francisco Doratioto, Miguel Solano López (bisneto de Francisco Solano López), Guido Alcalá, Jorge Rubiani, Juan Rivarola, Herib Caballero, Leon Pomer, Roberto B., Mário Sérgio Cortela, Leandro Karnal, Peter Lambert, J.J. Chiavenatto.
Diretor
O diretor e roteirista Ruas é brasileiro e tem 31 anos. Aos 20 anos abriu a sua própria produtora e, nela, desenvolveu trabalhos publicitários, videoclipes e campanhas políticas. Na publicidade, venceu diversos prêmios, entre eles o mais importante da área, no Festival de Cannes. Com videoclipes recebeu diversas indicações, e, em 2008, ganhou o prêmio de Melhor Videoclipe Brasileiro (VMB) com a banda Charlie Brown Jr.
Ficha técnica
Direção e roteiro - Matheus Ruas
Edição - Matheus Ruas e Diego Biazzon
Produção executiva - Tiago Schenk
Direção de fotografia - M. Scalante
Áudio - Kiko Ferraz Studio
Finalização - Equipe Studio Fly
Elenco
D. Pedro II - Jairo Mattos
Solano López - Fábio Nassar
Elisa Lynch - Valentina Sallezzi
Fonte: Jornal Folha do Sul, Canal H2, YouTube
[Visto no Brasil Acadêmico]
Cerca de 75 mil brasileiros, 18 mil argentinos e mais de três mil uruguaios – além de aproximadamente 300 mil paraguaios (cerca de 70% da população do Paraguai na época) pereceram ao longo dos cinco anos de guerra, entre civis e militares, em decorrência da fome, de combates e de epidemias como o cólera.
A Guerra do Paraguai teve início com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército paraguaio. O ato foi uma represália a então intervenção armada do Brasil no Uruguai, que ocorrera em 1864, colocando fim à guerra civil uruguaia.
Veja como se desenrolou e terminou essa verdadeira tragédia latino-americana mostrada com esmerado capricho técnico. (Atenção! As cenas podem ser consideradas fortes por algumas plateias mais sensíveis, ainda que esteja seja mostrado como o filme foi feito, sem ferimentos reais).
Como foram produzidas as cenas de Guerra do Paraguai.
Com depoimentos de Eduardo Bueno, Mary Del Priore, Leandro Narloc, Francisco Doratioto, Miguel Solano López (bisneto de Francisco Solano López), Guido Alcalá, Jorge Rubiani, Juan Rivarola, Herib Caballero, Leon Pomer, Roberto B., Mário Sérgio Cortela, Leandro Karnal, Peter Lambert, J.J. Chiavenatto.
Depois de exibir Gigantes da Indústria, Bonnie & Clyde, Houdini e outras séries de alto valor de produção e dramaturgia impecável, queríamos muito realizar o mesmo no Brasil. Guerra do Paraguai se encaixa perfeitamente nesse tipo de conteúdo, e estamos muito orgulhosos do time da produtora independente Studio Fly, que investiu tanto no especial.
Krishna Mahon. Diretora de Conteúdo Original do History Channel
Diretor
Última foto de Solano López, 1870. (Colorizada digitalmente a partir de imagem de História Ilustrada) |
Ficha técnica
Direção e roteiro - Matheus Ruas
Edição - Matheus Ruas e Diego Biazzon
Produção executiva - Tiago Schenk
Direção de fotografia - M. Scalante
Áudio - Kiko Ferraz Studio
Finalização - Equipe Studio Fly
Elenco
D. Pedro II - Jairo Mattos
Solano López - Fábio Nassar
Elisa Lynch - Valentina Sallezzi
Fonte: Jornal Folha do Sul, Canal H2, YouTube
[Visto no Brasil Acadêmico]
Los brasileños asociados criminalmente con Argentina mataron al 80% de la población Paraguaya esa es la realidad del genocidio al Paraguay criminales
ResponderExcluirPero también es una lección para cualquiera que hable sobre comenzar una guerra. Incluso podemos saber cómo comienza, pero nadie sabe cómo termina. Ahora, los países latinoamericanos están considerando una invasión de Venezuela. Es hora de reflexionar sobre los errores del pasado.
ExcluirEu, Professor de História, sempre relato esse genocídio por parte do Brasil e nações aliadas mas aqui a História é contada com heroísmo e o Paraguai como um grande vilão a ser derrotado.
Excluir