Documentário com animação e locução contando a história do Brasil, resumido em 15 minutos.
Documentário com animação e locução contando a história do Brasil, resumido em 15 minutos.
Império (1822-1889)
Dez milhões de habitantes! Você sabia que era esse o número de habitantes no Brasil em 1872?
E que nessa época a cidade mais populosa do Brasil era o Rio de Janeiro? Pois bem, além das sociedades indígenas, essa população era composta basicamente por três níveis sociais: Os escravos, os homens livres e a aristocracia.
Dois foram os imperadores que o Brasil teve durante o período monárquico: Dom Pedro I e Dom Pedro II. Pai e filho.
O pai inaugurou o primeiro reinado logo após a independência do Brasil em relação a Portugal, mas uma série de problemas o levou a renunciar em nome de seu filho. O menino tinha apenas 5 anos de idade, então o país foi governado por uma série de regências até Dom Pedro II assumir o trono em 1840.
A economia da época era basicamente agrícola, voltada para a exportação. No início do século XIX o produto da vez era o açúcar, mas a partir de 1840 o café veio com tudo e dominou a produção. Quem fazia todo tipo de trabalho eram os escravos claro! Neste período surgiram as primeiras ferrovias brasileiras responsáveis pelo transporte da produção até o Porto de Santos.
Em 1888, já no apagar das luzes da monarquia, depois de muita pressão política e vários movimentos de intelectuais, muitos dos escravos já estavam livres. A abolição decretada pela Princesa Isabel apenas encerrou esse processo.
A partir daí o Brasil passou a intensificar a vinda de mão de obra imigrante.
Grandes nomes das artes brasileiras sugiram neste período. Quem não conhece:
Poema escrito em 1843 por Gonçalves Dias. Artistas como Pedro Américo e Victor Meireles pintaram quadros que são referência até os dias de hoje: "O grito do Ipiranga" e "A primeira Missa do Brasil". Na música, por exemplo, temos Carlos Gomes, compositor da ópera "O Guarani". Entre os vários pioneiros da época, o destaque fica por conta de Chiquinha Gonzaga, grande pianista de choro e a primeira mulher a reger uma orquestra.
E não podemos esquecer da criação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. E assim a vida ia acelerando, graças às inovações tecnológicas como a fotografia e o telefone, trazidos por Dom Pedro II, e a lâmpada elétrica. O período monárquico termina com o início da industrialização que chegou junto com a república.
Primeira República (1890-1930)
É quase óbvio: o período da nossa história conhecido como Primeira República começa oficialmente com a Proclamação da República em 1889. Quatro anos depois surgiu a primeira Constituição Republicana do Brasil. Os pontos principais: sistema presidencialista de governo, separação entre Estado e Igreja e o direito de voto para homens maiores de 21 anos.
Neste período, o café era a grande estrela econômica do Brasil, um país predominantemente agrícola. A indústria também começava a crescer: Primeiro no Rio de Janeiro, depois em são Paulo. A super produção do café trouxe momentos de crise pela baixa dos preços, mas a oligarquia agrícola, sempre presente no governo federal, acabou dando um jeito nisso. E quem é que trabalhava nas fazendas e indústrias do Brasil? Brasileiros, claro!
Mas também os cerca de 3 milhões e 800 mil imigrantes que entraram no país entre 1887 e 1930. Esse número é bastante expressivo para um país que em 1900 possuía 17 milhões de habitantes. Quanto aos ex escravos, estes enfrentaram desemprego, desigualdade social e preconceito racial.
Enquanto as cidades se urbanizavam e as fazendas cresciam, a população não tinha leis trabalhista a seu favor. A Greve Geral de 1917 foi um dos resultados disso. Mas essa não foi a única mobilização operária do período, marcado pela organização de sindicatos e partidos políticos, de inspiração anarquista e socialista.
Grandes momentos culturais na Primeira República: em 1896, no Rio de Janeiro, tivemos a primeira exibição de cinema no Brasil. A literatura nos deu grandes nomes como Machado de Assis e Euclides da Cunha, e na música, a genialidade de Pixinguinha e Donga, autor de "Pelo telefone", primeiro samba gravado.
A Semana de Arte Moderna em 1922 chacoalhou São Paulo e destacou nomes que a gente conhece muito bem: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.
E como símbolo do progresso nacional tivemos o surgimento e a criação de museus em algumas capitais. No cenário político, o Brasil vivia a chamada política do "café com leite": os partidos republicanos paulista e mineiro se revezando na presidência do país. Este acordo durou até são Paulo romper o combinado e lançar a candidatura de Júlio Prestes em 1930, ano da vez dos mineiros ocuparem o poder. As classes dominantes de Minas e Rio Grande do Sul formaram a Aliança Liberal e lançaram o gaúcho Getúlio Vargas como candidato.
Era Vargas (1930-1945)
Júlio Prestes venceu as eleições, mas a Revolução de 1930 colocou Vargas no poder e pôs fim a Primeira República. A figura principal da Era Vargas foi o homem que deu nome a ela, Getúlio Vargas. Ele foi presidente da República por 15 anos ininterruptos, período iniciado com a revolução de 1930. Até 1934 ele foi chefe do governo provisório, depois foi eleito indiretamente para permanecer na presidência até 1938. Mas antes que as novas eleições acontecessem... é, no final de 1937, o governo inventou, isso mesmo, INVENTOU e divulgou a descoberta de um plano batizado de "Plano COHEN", uma ameaça que iria incendiar as igrejas, invadir casas e implantar o comunismo no Brasil.
Foi o suficiente para que o Congresso Nacional declarasse estado de guerra. Em 10 de novembro de 1937, Vargas e os militares aplicaram o golpe político que iniciou a ditadura conhecida por Estado Novo.
Durante os quinze anos da era Vargas houve um grande investimento na industrialização do país, promovido pelo próprio Estado Brasileiro. A produção interna começou a substituir as impostações, e a indústria de base alcançou grande crescimento. Em 1939 foi descoberta na Bahia a primeira jazida de petróleo do Brasil; foram anos de nacionalismo, com o Estado controlando a produção nacional de petróleo e com a criação de organismos que permitiram ampliar a variedade de produtos agrícolas para exportação. Em contrapartida a todo esse desenvolvimento, a população, tanto brasileira quanto mundial, passava por uma condição de empobrecimento e desemprego. No nosso país, as reações a essa situação iniciadas na primeira república, continuaram através de várias manifestações populares.
Getúlio Vargas praticava uma política populista que o levou a ser chamado de "Pai dos pobres". Mas a despeito disso, seu governo repreendeu, perseguiu, prendeu, torturou e exilou intelectuais e políticos contrários aos seu preceitos. Então, em 1942, o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial e o poder de Getúlio começou a enfraquecer. A Era Vargas foi também a era do rádio.
Fundada em 1936, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi um marco na história do país, lançando as Rádios Novelas e inovando o jornalismo com o Repórter Esso. Ser um artista da Rádio Nacional era como ser astro de Hollywood hoje em dia: Aracy de Almeida, Ataulfo Alves, Lamartine Babo, Orlando Silva, Francisco Alves, as marchinhas de carnaval de João de Barro, tudo isso aconteceu na Era Vargas, que também teve cinema, com a produção de mais de 30 filmes em apenas 1 ano. Teve Rachel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade na literatura.
Teve Di Cavalcanti e o Núcleo Bernardelli nas artes plásticas, teve Carmen Miranda que divulgou nossa música no Estados Unidos e se tornou a nossa inesquecível pequena notável. E dentro da chamada política pedagógica do "Estado Novo" teve a criação dos museus nacionais. Em 29 de outubro de 1945, pressionado pelos militares, Getúlio Vargas renunciou.
O período de tempo que chamamos de Brasil Contemporâneo já tem mais de 60 anos. É muita história! Então, é melhor ir por partes. Antes disso, é importante dizer que houve um movimento que perpassou todo esse período: a intensa migração populacional entre as regiões brasileiras. E agora, que tal dividir o período em três blocos?
Quarta República (1946-1964)
Vamos ver primeiro o que aconteceu entre 1945 e 1964. Durante esses quase 20 anos, tivemos o otimismo dos anos JK, com a construção de Brasília, o desenvolvimento da indústria nacional, a instalação de grandes empresas multinacionais. Houve também a migração do campo para as cidades. Por outro lado, no cenário internacional, a Guerra Fria opunha Estados Unidos e União Soviética, conflito que influenciou ideologicamente as práticas políticas dos anos seguintes. No Brasil, essa situação entrelaçada a outros fatores, culminou com o Golpe Militar em 1 de abril de 1964. Nesses 20 anos, a vida cultural brasileira se agitava com Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Mazzaropi, Cinema Novo, diversas companhias de teatro em todo o país, TV Tupi, Bossa Nova, Jorge Amado, Carolina de Jesus, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda. Na educação tivemos e experiência da Escola Nova, com Anísio Teixeira, e o Plano Nacional de Alfabetização de Paulo Freire.
Ah, e é claro, que o povo brasileiro vibrava muito com os gols de Pelé e Garrincha e as nossas primeiras copas do mundo em 1958 e 1962.
Ditadura militar (1964–1985)
O Regime Militar deu continuidade e ampliou o modelo econômico de JK. Foi a época dos projetos ufanistas, como a Transamazônica e a Usina de Itaipu, e os grandes planos de integração nas áreas da saúde, educação, infraestrutura e telecomunicações. Crescemos economicamente, mas a custas de indicadores sociais muito baixos, uma dívida externa de 91 bilhões de dólares e uma inflação de 223% em 1984.
A vida urbana cresceu rapidamente e o meio rural viu surgirem os boias-frias. A ditadura militar durou 21 anos, que tiveram como resultado milhares de cidadãos presos e cerca de 500 mortos e desaparecidos em decorrência das ações de órgãos de repressão. Como resposta a essa situação, os mais diversos setores da sociedade civil se reorganizaram para reivindicar a volta da democracia: o movimento de mulheres, a defesa dos direitos indígenas, o movimento negro, o movimento estudantil
são exemplos de alguns dos setores sociais articulados à campanha das "Diretas já!"
Mas ao mesmo tempo, se assistiu ao surgimento de novos partidos políticos e a reorganização dos sindicatos. Entre os artistas, muita resistência à censura dos anos de chumbo e outras manifestações artísticas. Tivemos os Festivais de MPB da Record, Jovem Guarda, Tropicalismo, Chico Buarque e Plínio Marcos, João Cabral de Mello Neto. Não podemos esquecer do Chacrinha, Nelson Rodrigues, a Pornochanchada, Os Trapalhões, Dancing Days, Elis Regina, os Novos Baianos, Secos e Molhados, o Pasquim, Clarice Lispector, o Pixote, Show da Xuxa, o Punk Rock nacional.
E no esporte, o tricampeonato do México em 1970, e ainda ganhamos o nosso primeiro campeão mundial de Fórmula 1.
Nova República (1985-atual)
A Ditadura Militar acabou, porém o processo de redemocratização foi longo. Somente em 1988 tivemos a constituinte, e em 1989, a primeira eleição direta para presidente da república. E é importante destacar no mesmo período a consolidação da legislação ambiental. Os problemas da dívida externa e da inflação permaneceram.
Somente em 1994 houve êxito na estabilização da economia com a implantação do Plano Real. Essa política econômica teve como continuidade a privatização de empresas estatais, a desvalorização da moeda brasileira e o aprofundamento do desemprego. Em 2002, foi eleito o primeiro presidente de origem operária.
Nesse período, o Brasil foi crescendo. Passamos de quase 52 milhões de habitantes, em 1950, para cerca de 188 milhões em 2006. O país sediou eventos de repercussão internacional como a Eco 92, os Jogos Pan-americanos. Acompanhamos as vitórias de Ayrton Senna e Guga, o tetra em 94, o penta em 2002. Nas telecomunicações, exportamos novelas para diversas regiões do mundo. A nossa produção cultural ganhou força na área cinematográfica, com filmes como "Carlota Joaquina" e "Central do Brasil". A música Sertaneja e o Axé Music movimentam milhões de reais na indústria fonográfica. A juventude vê surgir o Rap e o Funk, e cada vez mais a tecnologia ganha espaço: internet, celular, redes sociais... a realidade cada vez mais virtual. Mas é claro que o século XXI não é só isso: tem muito mais em arte e cultura.
Houve um fortalecimento à preservação do patrimônio nacional, e a ampliação da legislação de incentivo à cultura.
Fonte: YouTube
[Visto no Brasil Acadêmico]
Império (1822-1889)
Dez milhões de habitantes! Você sabia que era esse o número de habitantes no Brasil em 1872?
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E que nessa época a cidade mais populosa do Brasil era o Rio de Janeiro? Pois bem, além das sociedades indígenas, essa população era composta basicamente por três níveis sociais: Os escravos, os homens livres e a aristocracia.
Dois foram os imperadores que o Brasil teve durante o período monárquico: Dom Pedro I e Dom Pedro II. Pai e filho.
O pai inaugurou o primeiro reinado logo após a independência do Brasil em relação a Portugal, mas uma série de problemas o levou a renunciar em nome de seu filho. O menino tinha apenas 5 anos de idade, então o país foi governado por uma série de regências até Dom Pedro II assumir o trono em 1840.
A economia da época era basicamente agrícola, voltada para a exportação. No início do século XIX o produto da vez era o açúcar, mas a partir de 1840 o café veio com tudo e dominou a produção. Quem fazia todo tipo de trabalho eram os escravos claro! Neste período surgiram as primeiras ferrovias brasileiras responsáveis pelo transporte da produção até o Porto de Santos.
Em 1888, já no apagar das luzes da monarquia, depois de muita pressão política e vários movimentos de intelectuais, muitos dos escravos já estavam livres. A abolição decretada pela Princesa Isabel apenas encerrou esse processo.
A partir daí o Brasil passou a intensificar a vinda de mão de obra imigrante.
Grandes nomes das artes brasileiras sugiram neste período. Quem não conhece:
"Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá. As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá"?
Poema escrito em 1843 por Gonçalves Dias. Artistas como Pedro Américo e Victor Meireles pintaram quadros que são referência até os dias de hoje: "O grito do Ipiranga" e "A primeira Missa do Brasil". Na música, por exemplo, temos Carlos Gomes, compositor da ópera "O Guarani". Entre os vários pioneiros da época, o destaque fica por conta de Chiquinha Gonzaga, grande pianista de choro e a primeira mulher a reger uma orquestra.
E não podemos esquecer da criação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. E assim a vida ia acelerando, graças às inovações tecnológicas como a fotografia e o telefone, trazidos por Dom Pedro II, e a lâmpada elétrica. O período monárquico termina com o início da industrialização que chegou junto com a república.
Primeira República (1890-1930)
É quase óbvio: o período da nossa história conhecido como Primeira República começa oficialmente com a Proclamação da República em 1889. Quatro anos depois surgiu a primeira Constituição Republicana do Brasil. Os pontos principais: sistema presidencialista de governo, separação entre Estado e Igreja e o direito de voto para homens maiores de 21 anos.
Neste período, o café era a grande estrela econômica do Brasil, um país predominantemente agrícola. A indústria também começava a crescer: Primeiro no Rio de Janeiro, depois em são Paulo. A super produção do café trouxe momentos de crise pela baixa dos preços, mas a oligarquia agrícola, sempre presente no governo federal, acabou dando um jeito nisso. E quem é que trabalhava nas fazendas e indústrias do Brasil? Brasileiros, claro!
Mas também os cerca de 3 milhões e 800 mil imigrantes que entraram no país entre 1887 e 1930. Esse número é bastante expressivo para um país que em 1900 possuía 17 milhões de habitantes. Quanto aos ex escravos, estes enfrentaram desemprego, desigualdade social e preconceito racial.
Enquanto as cidades se urbanizavam e as fazendas cresciam, a população não tinha leis trabalhista a seu favor. A Greve Geral de 1917 foi um dos resultados disso. Mas essa não foi a única mobilização operária do período, marcado pela organização de sindicatos e partidos políticos, de inspiração anarquista e socialista.
Grandes momentos culturais na Primeira República: em 1896, no Rio de Janeiro, tivemos a primeira exibição de cinema no Brasil. A literatura nos deu grandes nomes como Machado de Assis e Euclides da Cunha, e na música, a genialidade de Pixinguinha e Donga, autor de "Pelo telefone", primeiro samba gravado.
A Semana de Arte Moderna em 1922 chacoalhou São Paulo e destacou nomes que a gente conhece muito bem: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.
E como símbolo do progresso nacional tivemos o surgimento e a criação de museus em algumas capitais. No cenário político, o Brasil vivia a chamada política do "café com leite": os partidos republicanos paulista e mineiro se revezando na presidência do país. Este acordo durou até são Paulo romper o combinado e lançar a candidatura de Júlio Prestes em 1930, ano da vez dos mineiros ocuparem o poder. As classes dominantes de Minas e Rio Grande do Sul formaram a Aliança Liberal e lançaram o gaúcho Getúlio Vargas como candidato.
Era Vargas (1930-1945)
Júlio Prestes venceu as eleições, mas a Revolução de 1930 colocou Vargas no poder e pôs fim a Primeira República. A figura principal da Era Vargas foi o homem que deu nome a ela, Getúlio Vargas. Ele foi presidente da República por 15 anos ininterruptos, período iniciado com a revolução de 1930. Até 1934 ele foi chefe do governo provisório, depois foi eleito indiretamente para permanecer na presidência até 1938. Mas antes que as novas eleições acontecessem... é, no final de 1937, o governo inventou, isso mesmo, INVENTOU e divulgou a descoberta de um plano batizado de "Plano COHEN", uma ameaça que iria incendiar as igrejas, invadir casas e implantar o comunismo no Brasil.
Foi o suficiente para que o Congresso Nacional declarasse estado de guerra. Em 10 de novembro de 1937, Vargas e os militares aplicaram o golpe político que iniciou a ditadura conhecida por Estado Novo.
Durante os quinze anos da era Vargas houve um grande investimento na industrialização do país, promovido pelo próprio Estado Brasileiro. A produção interna começou a substituir as impostações, e a indústria de base alcançou grande crescimento. Em 1939 foi descoberta na Bahia a primeira jazida de petróleo do Brasil; foram anos de nacionalismo, com o Estado controlando a produção nacional de petróleo e com a criação de organismos que permitiram ampliar a variedade de produtos agrícolas para exportação. Em contrapartida a todo esse desenvolvimento, a população, tanto brasileira quanto mundial, passava por uma condição de empobrecimento e desemprego. No nosso país, as reações a essa situação iniciadas na primeira república, continuaram através de várias manifestações populares.
Getúlio Vargas praticava uma política populista que o levou a ser chamado de "Pai dos pobres". Mas a despeito disso, seu governo repreendeu, perseguiu, prendeu, torturou e exilou intelectuais e políticos contrários aos seu preceitos. Então, em 1942, o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial e o poder de Getúlio começou a enfraquecer. A Era Vargas foi também a era do rádio.
Fundada em 1936, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi um marco na história do país, lançando as Rádios Novelas e inovando o jornalismo com o Repórter Esso. Ser um artista da Rádio Nacional era como ser astro de Hollywood hoje em dia: Aracy de Almeida, Ataulfo Alves, Lamartine Babo, Orlando Silva, Francisco Alves, as marchinhas de carnaval de João de Barro, tudo isso aconteceu na Era Vargas, que também teve cinema, com a produção de mais de 30 filmes em apenas 1 ano. Teve Rachel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade na literatura.
Teve Di Cavalcanti e o Núcleo Bernardelli nas artes plásticas, teve Carmen Miranda que divulgou nossa música no Estados Unidos e se tornou a nossa inesquecível pequena notável. E dentro da chamada política pedagógica do "Estado Novo" teve a criação dos museus nacionais. Em 29 de outubro de 1945, pressionado pelos militares, Getúlio Vargas renunciou.
O período de tempo que chamamos de Brasil Contemporâneo já tem mais de 60 anos. É muita história! Então, é melhor ir por partes. Antes disso, é importante dizer que houve um movimento que perpassou todo esse período: a intensa migração populacional entre as regiões brasileiras. E agora, que tal dividir o período em três blocos?
Quarta República (1946-1964)
Vamos ver primeiro o que aconteceu entre 1945 e 1964. Durante esses quase 20 anos, tivemos o otimismo dos anos JK, com a construção de Brasília, o desenvolvimento da indústria nacional, a instalação de grandes empresas multinacionais. Houve também a migração do campo para as cidades. Por outro lado, no cenário internacional, a Guerra Fria opunha Estados Unidos e União Soviética, conflito que influenciou ideologicamente as práticas políticas dos anos seguintes. No Brasil, essa situação entrelaçada a outros fatores, culminou com o Golpe Militar em 1 de abril de 1964. Nesses 20 anos, a vida cultural brasileira se agitava com Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Mazzaropi, Cinema Novo, diversas companhias de teatro em todo o país, TV Tupi, Bossa Nova, Jorge Amado, Carolina de Jesus, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda. Na educação tivemos e experiência da Escola Nova, com Anísio Teixeira, e o Plano Nacional de Alfabetização de Paulo Freire.
Ah, e é claro, que o povo brasileiro vibrava muito com os gols de Pelé e Garrincha e as nossas primeiras copas do mundo em 1958 e 1962.
Ditadura militar (1964–1985)
O Regime Militar deu continuidade e ampliou o modelo econômico de JK. Foi a época dos projetos ufanistas, como a Transamazônica e a Usina de Itaipu, e os grandes planos de integração nas áreas da saúde, educação, infraestrutura e telecomunicações. Crescemos economicamente, mas a custas de indicadores sociais muito baixos, uma dívida externa de 91 bilhões de dólares e uma inflação de 223% em 1984.
A vida urbana cresceu rapidamente e o meio rural viu surgirem os boias-frias. A ditadura militar durou 21 anos, que tiveram como resultado milhares de cidadãos presos e cerca de 500 mortos e desaparecidos em decorrência das ações de órgãos de repressão. Como resposta a essa situação, os mais diversos setores da sociedade civil se reorganizaram para reivindicar a volta da democracia: o movimento de mulheres, a defesa dos direitos indígenas, o movimento negro, o movimento estudantil
são exemplos de alguns dos setores sociais articulados à campanha das "Diretas já!"
Mas ao mesmo tempo, se assistiu ao surgimento de novos partidos políticos e a reorganização dos sindicatos. Entre os artistas, muita resistência à censura dos anos de chumbo e outras manifestações artísticas. Tivemos os Festivais de MPB da Record, Jovem Guarda, Tropicalismo, Chico Buarque e Plínio Marcos, João Cabral de Mello Neto. Não podemos esquecer do Chacrinha, Nelson Rodrigues, a Pornochanchada, Os Trapalhões, Dancing Days, Elis Regina, os Novos Baianos, Secos e Molhados, o Pasquim, Clarice Lispector, o Pixote, Show da Xuxa, o Punk Rock nacional.
E no esporte, o tricampeonato do México em 1970, e ainda ganhamos o nosso primeiro campeão mundial de Fórmula 1.
Nova República (1985-atual)
A Ditadura Militar acabou, porém o processo de redemocratização foi longo. Somente em 1988 tivemos a constituinte, e em 1989, a primeira eleição direta para presidente da república. E é importante destacar no mesmo período a consolidação da legislação ambiental. Os problemas da dívida externa e da inflação permaneceram.
Somente em 1994 houve êxito na estabilização da economia com a implantação do Plano Real. Essa política econômica teve como continuidade a privatização de empresas estatais, a desvalorização da moeda brasileira e o aprofundamento do desemprego. Em 2002, foi eleito o primeiro presidente de origem operária.
Nesse período, o Brasil foi crescendo. Passamos de quase 52 milhões de habitantes, em 1950, para cerca de 188 milhões em 2006. O país sediou eventos de repercussão internacional como a Eco 92, os Jogos Pan-americanos. Acompanhamos as vitórias de Ayrton Senna e Guga, o tetra em 94, o penta em 2002. Nas telecomunicações, exportamos novelas para diversas regiões do mundo. A nossa produção cultural ganhou força na área cinematográfica, com filmes como "Carlota Joaquina" e "Central do Brasil". A música Sertaneja e o Axé Music movimentam milhões de reais na indústria fonográfica. A juventude vê surgir o Rap e o Funk, e cada vez mais a tecnologia ganha espaço: internet, celular, redes sociais... a realidade cada vez mais virtual. Mas é claro que o século XXI não é só isso: tem muito mais em arte e cultura.
Houve um fortalecimento à preservação do patrimônio nacional, e a ampliação da legislação de incentivo à cultura.
Fonte: YouTube
[Visto no Brasil Acadêmico]
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