Assassinos psicopatas são a base para alguns programas famosos de TV, mas o que os torna interessante? O neurocientista Jim Fallon fala sobr...
Assassinos psicopatas são a base para alguns programas famosos de TV, mas o que os torna interessante? O neurocientista Jim Fallon fala sobre tomografias e analises genéticas que pode trazer a tona o podre dessa natureza (e nutrição) dos assassinos. Numa trama muito estranha para ser ficção, ele compartilha sua historia familiar que torna seu trabalho perturbadoramente pessoal.
Em outubro de 2005, o laureado neurocientista James Fallon estava sentado em seu escritório, , vasculhando exames de pessoas com graves distúrbios psicológicos quando se deparou com a imagem de um cérebro de psicopata - e era o seu. Fallon, um professor de psiquiatria e comportamento humano da Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA, viveu os 58 anos de sua vida pensando ser um homem bem ajustado, com uma carreira admirável e uma família amorosa. Ele foi criado por ótimos pais e casou-se com seu primeiro amor, Diane, quem conheceu aos 12 anos e teve três filhos.
Por coincidência, na mesma época, Fallon também estava envolvido em um estudo sobre Alzheimer e realizou exames no próprio cérebros e de outros membros de sua família. Ao observar as imagens do projeto sobre Alzheimer, ele notou a imagem de um cérebro que revelava baixa atividade em partes responsáveis pela empatia, moral e auto-contrle, características básicas para o comportamento criminal. Curioso sobre a identidade do paciente, o especialista olhou o código da imagem e percebeu tratar-se de seu próprio exame.
Fallon, em seguida, foi submetido a uma bateria de testes genéticos, que mostraram que ele tinha uma predisposição para agressão, violência e a baixa empatia. O que o impede de se tornar um criminoso frio e sanguinário, todavia, é que ele não age conforme suas tendências agressivas.
Segundo a teoria de Fallon, sua capacidade de não agir com sua psicopatia está enraizada no amor incondicional que seus pais lhe deram.
Sou um neurocientista, professor da Universidade da Califórnia E nos últimos 35 anos, tenho estudado comportamento mas com a base de tudo nos genes passando por neurotransmissores, dopamina,coisas assim, até chegar em análise de alvo. Então é isso o que costumo fazer. mas por algum motivo, me envolvi com outra coisa recentemente. e isso surgiu quando um de meus colegas me pediu para analisar um monte de cérebros de assassinos psicopatas.
E essa seria uma palestra típica que eu daria. E a questão é, "Como você encontra com um assassino psicopata?" O que eu quero dizer com assassino psicopata são essas pessoas, esses tipos de pessoas. Então alguns dos cérebros que tenho estudado pertencem a pessoas conhecidas Quando recebo os cérebros não sei o que estou olhando. Foi um experimento no escuro. Eles me deram pessoas normais e tudo.
Então olhei mais ou menos 70 desses cérebros. E descobri e vi uma quantidade de fragmentos de dados. E olhamos para essas coisas teoricamente, com bases na genética, e lesão cerebral e interação com o meio, e exatamente como essa máquina funciona.
Então estamos interessados exatamente onde no cérebro, e qual é a parte mais importante do cérebro. Então temos estudado isso. A interação dos genes, o que é chamado de efeito epigenético, lesão cerebral e meio ambiente, e como eles estão amarrados. E como se tranforma em um psicopata e um assassino, depende exatamente quando a lesão ocorreu. na verdade o timing é algo muito preciso. Você tem tipos diferentes de psicopatas.
Então continuando. E aqui está, apenas para ter um padrão. O padrão é que aquelas pessoas, cada uma das que estudei, que eram assassinas e assassinas em serie, tinham lesão no cortex orbital. Que fica logo acima dos olhos, das orbitas. E também a parte interior das têmporas. Então este é o padrão que cada um deles tinha, Mas eles também eram um pouco diferente.. Também tinham outros tipos de lesão cerebral. O mais importante é que o principal gene de violência, é o gene MAO-A.
E tem uma variação desse gene que está presente na população normal. Alguns de vocês possuem esse gene, e está relacionado ao sexo. Está no cromossomo X. E dessa forma so pode ser transmitido pela mãe. E de fato isso é provavelmente porque na maioria das vezes homens, meninos, são assassinos psicopatas, são muito agressivos. Porque a filha pode receber um X do pai, um X da mãe, E fica um pouco diluido. Mas para um filho, ele só pode receber o cromossomo X da mãe.
E é dessa forma que isso é passado de mãe para filho. Tem a ver com excesso de serotonina durante o desenvolvivento. O que é bem interessante porque serotonina deveria relaxar e acalmar. Mas se você tem esse gene, dentro do útero seu cérebro é banhado em serotonina. Então todo o cérebro se torna insensivel à serotonina. E ela não terá mais efeito.
Eu dei esta mesma palestra em Israel, ano passado. e isso tem sim algumas consequências. Teoricamente significa que para que seja possível expressar esses genes de uma forma violenta, bem cedo, antes da puberdade, você tem que estar envolvido em algo realmente traumático, não um pouco de estresse, não basta ter tomado uns tapinhas ou algo assim mas realmente ver a violência, estar envolvido nela, em 3 dimensões. Certo? É assim que o sistema neuronal espelho funciona.
Então, se você tem esse gene, e você vê muita violência em determinada situação, esta é a receita para o desastre, desastre absoluto. E o que eu acredito que acontece nessas áreas do mundo, onde temos violência constante, você acaba tendo gerações de crianças assistindo toda essa violência. E se eu fosse uma moça jovem, em algum lugar com muita violência, uma menina de 14 anos de idade, e quisesse encontrar um parceiro, eu procuraria um cara agressivo, certo, para me proteger. Bem, o problema é que isso tende a concentrar esses genes. E agora tanto os meninos quanto as meninas recebem o gene. Então depois de varias gerações, e essa é a ideia, temos uma caixa de explosivos.
Essa era a ideia. Mas a minha mãe me disse, "ouvi dizer que você anda falando por ai sobre assassinos psicopatas. E você fala como se viesse de uma família normal." Eu disse, " Sobre que inferno você está falando?" Então ela me falou sobre nossa própria árvore genealógica. Claro que ela colocou a culpa no lado da família do meu pai. Esse foi um desses casos, porque ela não tem nenhum caso de violência em seu passado. Mas meu pai tinha.
Bem, ela disse, "Tenho boas e más notícias. Um de seus primos é Ezra Cornell, fundador da Universidade de Cornell. Mas a má noticia é que Lizzi Borden também é seu primo.
E eu disse, "ok, e daí? Temos Lizzi."
E ela disse, "Não, fica pior, leia esse livro."
O livro é esse "Killed Strangely", é um livro histórico. E o primeiro assassinato de uma mãe pelo filho, era meu tatatataravô. Ok, então esse é o primeiro caso de matricídio. E esse livro é bem interessante. Porque é sobre julgamento de bruxas, e como as pessoas pensavam no passado.
Mas não termina aí. Houveram mais sete homens no lado da família do meu pai, Começando naquele tempo, Cornell, eram todos assassinos. OK, mas tive um pequeno descanso.
(Risos)
Porque meu pai, e meus três tios, na Segunda Guerra Mundial, eram opositores conscientes, todos medrosos. Mas de tempos em tempos, surgem um Lizzie Borden, tipo três vezes a cada século, e já está na hora.
(Risos)
Então a moral da história é, pessoas com teto de vidro não deveriam jogar pedras. Mas isso é mais provável.
(Risos)
E tivemos que tomar uma atitude. Nossos filhos descobriram. E pareciam estar ok. Mas nossos netos vão ficar um pouco preocupados. Então começamos a fazer tomografias em todo mundo da família.
(Risos)
Fizemos tomografias, eletroencefalogramas e análises genéticas para saber onde estava o problema. O resultado foi, a única pessoa um filho e uma filha, irmãos, não se davam bem. E seus resultados eram exatamente os mesmos. Têm o mesmo cérebro, e o mesmo EEG. E agora são super unidos. Mas a noticia ruim vai surgir em algum lugar. E não sabemos onde vai ser.
Então essa é minha palestra.
(Risos)
Fonte: TED, Último Segundo
[Via BBA]
Reprodução/Daily Mail [via Último Segundo - IG] |
Em outubro de 2005, o laureado neurocientista James Fallon estava sentado em seu escritório, , vasculhando exames de pessoas com graves distúrbios psicológicos quando se deparou com a imagem de um cérebro de psicopata - e era o seu. Fallon, um professor de psiquiatria e comportamento humano da Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA, viveu os 58 anos de sua vida pensando ser um homem bem ajustado, com uma carreira admirável e uma família amorosa. Ele foi criado por ótimos pais e casou-se com seu primeiro amor, Diane, quem conheceu aos 12 anos e teve três filhos.
Eu estava olhando para muitas fotos, imagens dos cérebros de assassinos misturados com esquizofrênicos, depressivos e até outros normais.
Por coincidência, na mesma época, Fallon também estava envolvido em um estudo sobre Alzheimer e realizou exames no próprio cérebros e de outros membros de sua família. Ao observar as imagens do projeto sobre Alzheimer, ele notou a imagem de um cérebro que revelava baixa atividade em partes responsáveis pela empatia, moral e auto-contrle, características básicas para o comportamento criminal. Curioso sobre a identidade do paciente, o especialista olhou o código da imagem e percebeu tratar-se de seu próprio exame.
Eu nunca matei ninguém ou estuprei alguém. Então, a primeira coisa que pensei foi que talvez a minha hipótese estava errada, e que essas áreas do cérebro não são reflexo de psicopatia ou comportamento assassino.
Fallon, em seguida, foi submetido a uma bateria de testes genéticos, que mostraram que ele tinha uma predisposição para agressão, violência e a baixa empatia. O que o impede de se tornar um criminoso frio e sanguinário, todavia, é que ele não age conforme suas tendências agressivas.
Eu sou irritantemente competitivo. Eu não deixo meus netos ganharem jogos. Eu sou uma espécie de um escroto, e eu faço brincadeiras estúpidas para irritar as pessoas. Mas a minha agressão é sublimada. Eu prefiro bater em alguém em uma discussão do que vencê-lo na briga física.
Segundo a teoria de Fallon, sua capacidade de não agir com sua psicopatia está enraizada no amor incondicional que seus pais lhe deram.
Eu tive uma infância encantada, nunca foi abusado. Ninguém fez nada de ruim o suficiente para me transformar em um assassino. Isso mostra que os genes não são uma sentença de prisão.
Sou um neurocientista, professor da Universidade da Califórnia E nos últimos 35 anos, tenho estudado comportamento mas com a base de tudo nos genes passando por neurotransmissores, dopamina,coisas assim, até chegar em análise de alvo. Então é isso o que costumo fazer. mas por algum motivo, me envolvi com outra coisa recentemente. e isso surgiu quando um de meus colegas me pediu para analisar um monte de cérebros de assassinos psicopatas.
E essa seria uma palestra típica que eu daria. E a questão é, "Como você encontra com um assassino psicopata?" O que eu quero dizer com assassino psicopata são essas pessoas, esses tipos de pessoas. Então alguns dos cérebros que tenho estudado pertencem a pessoas conhecidas Quando recebo os cérebros não sei o que estou olhando. Foi um experimento no escuro. Eles me deram pessoas normais e tudo.
Então olhei mais ou menos 70 desses cérebros. E descobri e vi uma quantidade de fragmentos de dados. E olhamos para essas coisas teoricamente, com bases na genética, e lesão cerebral e interação com o meio, e exatamente como essa máquina funciona.
Então estamos interessados exatamente onde no cérebro, e qual é a parte mais importante do cérebro. Então temos estudado isso. A interação dos genes, o que é chamado de efeito epigenético, lesão cerebral e meio ambiente, e como eles estão amarrados. E como se tranforma em um psicopata e um assassino, depende exatamente quando a lesão ocorreu. na verdade o timing é algo muito preciso. Você tem tipos diferentes de psicopatas.
Então continuando. E aqui está, apenas para ter um padrão. O padrão é que aquelas pessoas, cada uma das que estudei, que eram assassinas e assassinas em serie, tinham lesão no cortex orbital. Que fica logo acima dos olhos, das orbitas. E também a parte interior das têmporas. Então este é o padrão que cada um deles tinha, Mas eles também eram um pouco diferente.. Também tinham outros tipos de lesão cerebral. O mais importante é que o principal gene de violência, é o gene MAO-A.
E tem uma variação desse gene que está presente na população normal. Alguns de vocês possuem esse gene, e está relacionado ao sexo. Está no cromossomo X. E dessa forma so pode ser transmitido pela mãe. E de fato isso é provavelmente porque na maioria das vezes homens, meninos, são assassinos psicopatas, são muito agressivos. Porque a filha pode receber um X do pai, um X da mãe, E fica um pouco diluido. Mas para um filho, ele só pode receber o cromossomo X da mãe.
E é dessa forma que isso é passado de mãe para filho. Tem a ver com excesso de serotonina durante o desenvolvivento. O que é bem interessante porque serotonina deveria relaxar e acalmar. Mas se você tem esse gene, dentro do útero seu cérebro é banhado em serotonina. Então todo o cérebro se torna insensivel à serotonina. E ela não terá mais efeito.
Eu dei esta mesma palestra em Israel, ano passado. e isso tem sim algumas consequências. Teoricamente significa que para que seja possível expressar esses genes de uma forma violenta, bem cedo, antes da puberdade, você tem que estar envolvido em algo realmente traumático, não um pouco de estresse, não basta ter tomado uns tapinhas ou algo assim mas realmente ver a violência, estar envolvido nela, em 3 dimensões. Certo? É assim que o sistema neuronal espelho funciona.
Então, se você tem esse gene, e você vê muita violência em determinada situação, esta é a receita para o desastre, desastre absoluto. E o que eu acredito que acontece nessas áreas do mundo, onde temos violência constante, você acaba tendo gerações de crianças assistindo toda essa violência. E se eu fosse uma moça jovem, em algum lugar com muita violência, uma menina de 14 anos de idade, e quisesse encontrar um parceiro, eu procuraria um cara agressivo, certo, para me proteger. Bem, o problema é que isso tende a concentrar esses genes. E agora tanto os meninos quanto as meninas recebem o gene. Então depois de varias gerações, e essa é a ideia, temos uma caixa de explosivos.
Essa era a ideia. Mas a minha mãe me disse, "ouvi dizer que você anda falando por ai sobre assassinos psicopatas. E você fala como se viesse de uma família normal." Eu disse, " Sobre que inferno você está falando?" Então ela me falou sobre nossa própria árvore genealógica. Claro que ela colocou a culpa no lado da família do meu pai. Esse foi um desses casos, porque ela não tem nenhum caso de violência em seu passado. Mas meu pai tinha.
Bem, ela disse, "Tenho boas e más notícias. Um de seus primos é Ezra Cornell, fundador da Universidade de Cornell. Mas a má noticia é que Lizzi Borden também é seu primo.
E eu disse, "ok, e daí? Temos Lizzi."
E ela disse, "Não, fica pior, leia esse livro."
O livro é esse "Killed Strangely", é um livro histórico. E o primeiro assassinato de uma mãe pelo filho, era meu tatatataravô. Ok, então esse é o primeiro caso de matricídio. E esse livro é bem interessante. Porque é sobre julgamento de bruxas, e como as pessoas pensavam no passado.
Mas não termina aí. Houveram mais sete homens no lado da família do meu pai, Começando naquele tempo, Cornell, eram todos assassinos. OK, mas tive um pequeno descanso.
(Risos)
Porque meu pai, e meus três tios, na Segunda Guerra Mundial, eram opositores conscientes, todos medrosos. Mas de tempos em tempos, surgem um Lizzie Borden, tipo três vezes a cada século, e já está na hora.
(Risos)
Então a moral da história é, pessoas com teto de vidro não deveriam jogar pedras. Mas isso é mais provável.
(Risos)
E tivemos que tomar uma atitude. Nossos filhos descobriram. E pareciam estar ok. Mas nossos netos vão ficar um pouco preocupados. Então começamos a fazer tomografias em todo mundo da família.
(Risos)
Fizemos tomografias, eletroencefalogramas e análises genéticas para saber onde estava o problema. O resultado foi, a única pessoa um filho e uma filha, irmãos, não se davam bem. E seus resultados eram exatamente os mesmos. Têm o mesmo cérebro, e o mesmo EEG. E agora são super unidos. Mas a noticia ruim vai surgir em algum lugar. E não sabemos onde vai ser.
Então essa é minha palestra.
(Risos)
Fonte: TED, Último Segundo
[Via BBA]
Deve ser legal descobrir isso kkkk
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