Foi preciso uma situação de risco de vida para sacudir Ramsey Musallam, professor de Química, dez anos de "pseudo ensino" a entend...
Foi preciso uma situação de risco de vida para sacudir Ramsey Musallam, professor de Química, dez anos de "pseudo ensino" a entender o verdadeiro papel do educador: cultivar curiosidade (talvez seja o que Rubem Alves chamou de "professor de espanto"). Em uma apresentação engraçada e íntima, Musallam dá três regras para despertar a imaginação e aprendizado, e tornar os alunos interessados por como o mundo funciona.
Eu ensino Química.
(Explosão)
Tudo bem, tudo bem. Mais do que apenas explosões, Química está em todo lugar. Você já se pegou em um restaurante sonhando acordado mais de uma vez? Algumas pessoas acenam que sim. Recentemente, mostrei isso aos meus alunos, e pedi a eles para tentarem explicar por que isso ocorre. As questões e conversas que se seguiram foram fascinantes. Vamos ver este vídeo que Maddie do terceiro ano me enviou aquela noite.
(Barulho) (Risadas)
Bem obviamente, sendo o professor de Química de Maddie, adorei que ela foi para casa e continuou curiosa a respeito desta demonstração ridícula que fizemos em sala. Mas o que mais me fascina é que a curiosidade de Maddie levou-a a um patamar mais alto. Se você olhar dentro do copo, poderá ver um vela. A Maddie está usando a temperatura para ampliar este fenômeno a um novo cenário.
Saibam que perguntas e curiosidade como as de Maddie são imãs que nos atraem aos professores, e transcendem toda tecnologia ou jargões na educação. Mas se colocarmos estas tecnologias antes que o estudante pesquise, podemos estar nos furtando da nossa maior ferramenta como professores: as perguntas dos estudantes. Por exemplo, deslocar uma aula monótona da sala para uma tela de um dispositivo móvel pode poupar tempo de instrução, mas se o foco é a experiência de nossos alunos, será a mesma conversa fiada desumana apenas envolta em um roupagem chique. Mas se ao contrário tivermos a coragem de confundir nossos alunos, torná-los perplexos, e suscitar questões reais, através delas, nós, professores, temos a informação que podemos usar para fazermos consistentes métodos informativos de instrução combinada.
Então, deixando de lado o palavreado moderno, a verdade é que dou aulas há 13 anos, e foi necessário uma situação de perigo de vida para me acordar de 10 anos de pseudo-ensino e ajudar-me a perceber que as perguntas dos alunos são as sementes da verdadeira aprendizagem, não um currículo pré determinado que os proporcione um pouco de informação aleatória.
Em maio de 2010, aos 35 anos de idade, com uma criança de 2 anos em casa e o segundo filho a caminho, fui diagnosticado com um grande aneurisma na base da minha aorta torácica. Isto levou-me a uma cirurgia cardíaca. Este é o email do meu médico. Quando recebi isso, eu estava - em letras garrafais - absolutamente apavorado, certo? Mas encontrei momentos surpreendentes de conforto na confiança que meu cirurgião expressava. De onde esse cara tirou esta confiança, esta audácia?
Então quando eu perguntei, ele me disse três coisas. Primeiro, sua curiosidade o guiava a fazer perguntas difíceis sobre o procedimento, sobre o que funcionava e o que não. Segundo, ele engajava, e não temia, o famigerado processo de erros e acertos, o inevitável processo de erros e acertos. E terceiro, através de uma reflexão profunda, ele reuniu as informações que precisava para planejar e revisar o procedimento, e então, com uma mão firme, ele salvou a minha vida.
Absorvi muitas dessas palavras sábias, e antes de voltar à sala de aula naquele ano, escrevi três regras minhas que ainda utilizo no planejamento das minhas aulas. Regra número um: a curiosidade vem em primeiro lugar. As perguntas podem ser janelas para uma excelente instrução, mas não o contrário. Regra número dois: abrace a bagunça. Somos todos professores. Sabemos que aprender é difícil. E simplesmente porque o método científico está na página 5 da seção 1.2 do capítulo 1 daquele que sempre pulamos, certo, erros e acertos ainda podem ser uma parte informal do que fazemos todo dia na sala 206 da Escola Sacred Heart Cathedral. E regra número três: pratique a reflexão. O que fazemos é importante. Merece a nossa atenção, mas também merece a nossa revisão. Podemos ser cirurgiões de nossas salas de aula? Como se o que fazemos hoje poderá um dia salvar vidas. Nossos alunos, nosso mérito. E cada caso é diferente.
(Explosão)
Tudo bem. Desculpem. O professor de Química dentro de mim precisava extrair isso dentro do meu sistema antes de continuar.
Então estas são minhas filhas. À direita temos a pequena Emmalou -- família do sul. E, à esquerda, Riley. Riley se tornará uma mocinha em algumas semanas. Ela fará 4 anos, e todo mundo que conhece uma criança dessa idade sabe que elas adoram perguntar, "Por que?" Sim, por que. Eu poderia ensinar tudo a esta criança porque ela é curiosa a respeito de tudo. Todos nós já tivemos essa idade. Mas o desafio será para os futuros professores de Riley, aqueles que ela ainda conhecerá. Como eles incrementarão esta curiosidade?
Vejam, eu diria que Riley é uma metáfora para todas as crianças, e penso que o abandono escolar se apresenta de muitas formas - do aluno veterano que desistiu antes mesmo do ano começar ou aquela carteira vazia ao fundo de uma sala de aula numa escola secundária. Mas se nós como educadores deixarmos para trás este mero papel de disseminadores de conteúdo e abraçarmos um novo paradigma de cultivadores de curiosidades e indagações, poderemos trazer um pouco mais de significado para o dia a dia da escola e despertar a imaginação.
Muito obrigado.
(Aplausos)
[Via BBA]
Eu ensino Química.
(Explosão)
Tudo bem, tudo bem. Mais do que apenas explosões, Química está em todo lugar. Você já se pegou em um restaurante sonhando acordado mais de uma vez? Algumas pessoas acenam que sim. Recentemente, mostrei isso aos meus alunos, e pedi a eles para tentarem explicar por que isso ocorre. As questões e conversas que se seguiram foram fascinantes. Vamos ver este vídeo que Maddie do terceiro ano me enviou aquela noite.
(Barulho) (Risadas)
Bem obviamente, sendo o professor de Química de Maddie, adorei que ela foi para casa e continuou curiosa a respeito desta demonstração ridícula que fizemos em sala. Mas o que mais me fascina é que a curiosidade de Maddie levou-a a um patamar mais alto. Se você olhar dentro do copo, poderá ver um vela. A Maddie está usando a temperatura para ampliar este fenômeno a um novo cenário.
Saibam que perguntas e curiosidade como as de Maddie são imãs que nos atraem aos professores, e transcendem toda tecnologia ou jargões na educação. Mas se colocarmos estas tecnologias antes que o estudante pesquise, podemos estar nos furtando da nossa maior ferramenta como professores: as perguntas dos estudantes. Por exemplo, deslocar uma aula monótona da sala para uma tela de um dispositivo móvel pode poupar tempo de instrução, mas se o foco é a experiência de nossos alunos, será a mesma conversa fiada desumana apenas envolta em um roupagem chique. Mas se ao contrário tivermos a coragem de confundir nossos alunos, torná-los perplexos, e suscitar questões reais, através delas, nós, professores, temos a informação que podemos usar para fazermos consistentes métodos informativos de instrução combinada.
Então, deixando de lado o palavreado moderno, a verdade é que dou aulas há 13 anos, e foi necessário uma situação de perigo de vida para me acordar de 10 anos de pseudo-ensino e ajudar-me a perceber que as perguntas dos alunos são as sementes da verdadeira aprendizagem, não um currículo pré determinado que os proporcione um pouco de informação aleatória.
Em maio de 2010, aos 35 anos de idade, com uma criança de 2 anos em casa e o segundo filho a caminho, fui diagnosticado com um grande aneurisma na base da minha aorta torácica. Isto levou-me a uma cirurgia cardíaca. Este é o email do meu médico. Quando recebi isso, eu estava - em letras garrafais - absolutamente apavorado, certo? Mas encontrei momentos surpreendentes de conforto na confiança que meu cirurgião expressava. De onde esse cara tirou esta confiança, esta audácia?
Então quando eu perguntei, ele me disse três coisas. Primeiro, sua curiosidade o guiava a fazer perguntas difíceis sobre o procedimento, sobre o que funcionava e o que não. Segundo, ele engajava, e não temia, o famigerado processo de erros e acertos, o inevitável processo de erros e acertos. E terceiro, através de uma reflexão profunda, ele reuniu as informações que precisava para planejar e revisar o procedimento, e então, com uma mão firme, ele salvou a minha vida.
Absorvi muitas dessas palavras sábias, e antes de voltar à sala de aula naquele ano, escrevi três regras minhas que ainda utilizo no planejamento das minhas aulas. Regra número um: a curiosidade vem em primeiro lugar. As perguntas podem ser janelas para uma excelente instrução, mas não o contrário. Regra número dois: abrace a bagunça. Somos todos professores. Sabemos que aprender é difícil. E simplesmente porque o método científico está na página 5 da seção 1.2 do capítulo 1 daquele que sempre pulamos, certo, erros e acertos ainda podem ser uma parte informal do que fazemos todo dia na sala 206 da Escola Sacred Heart Cathedral. E regra número três: pratique a reflexão. O que fazemos é importante. Merece a nossa atenção, mas também merece a nossa revisão. Podemos ser cirurgiões de nossas salas de aula? Como se o que fazemos hoje poderá um dia salvar vidas. Nossos alunos, nosso mérito. E cada caso é diferente.
(Explosão)
Tudo bem. Desculpem. O professor de Química dentro de mim precisava extrair isso dentro do meu sistema antes de continuar.
Então estas são minhas filhas. À direita temos a pequena Emmalou -- família do sul. E, à esquerda, Riley. Riley se tornará uma mocinha em algumas semanas. Ela fará 4 anos, e todo mundo que conhece uma criança dessa idade sabe que elas adoram perguntar, "Por que?" Sim, por que. Eu poderia ensinar tudo a esta criança porque ela é curiosa a respeito de tudo. Todos nós já tivemos essa idade. Mas o desafio será para os futuros professores de Riley, aqueles que ela ainda conhecerá. Como eles incrementarão esta curiosidade?
Vejam, eu diria que Riley é uma metáfora para todas as crianças, e penso que o abandono escolar se apresenta de muitas formas - do aluno veterano que desistiu antes mesmo do ano começar ou aquela carteira vazia ao fundo de uma sala de aula numa escola secundária. Mas se nós como educadores deixarmos para trás este mero papel de disseminadores de conteúdo e abraçarmos um novo paradigma de cultivadores de curiosidades e indagações, poderemos trazer um pouco mais de significado para o dia a dia da escola e despertar a imaginação.
Muito obrigado.
(Aplausos)
[Via BBA]
Inspirador. i-Gostei
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