Bactérias imunes a qualquer tipo de antibiótico pode nos levar ao período medieval, quando não havia penicilina e um simples arranhão em uma...
Bactérias imunes a qualquer tipo de antibiótico pode nos levar ao período medieval, quando não havia penicilina e um simples arranhão em uma roseira podia ser fatal.
Especialistas europeus alertam para o fato de que a incidência de infecções imunes às drogas atingiu níveis sem precedentes superando nossa condição atual de combatê-las com os remédios disponíveis.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é necessário um esforço conjunto urgente para a produção de novos medicamentos.
Sem essa ação, a humanidade pode ter que enfrentar um "cenário de pesadelo" global, de proliferação de infecções incuráveis, ainda de acordo com a OMS.
Todo ano, mais de 25 mil pessoas morrem na União Europeia em decorrência de infecções de bactérias que driblam até mesmo antibióticos recém-lançados.
O caso da superbactéria NDM-1, é um exemplo que ilustra bem o problema, ela chegou ao Reino Unido vinda de Nova Déli, Índia, por volta de 2010, e foi trazida por britânicos que fizeram tratamentos médicos na Índia ou no Paquistão.
Cientistas da Universidade de Cardiff, País de Gales, que identificaram a NDM-1 no ano passado, dizem que as bactérias resistentes contaminaram reservatórios de água de Nova Déli, o que significa que milhões de pessoas podem ter se tornado portadoras do micro-organismo.
A equipe do médico Timothy Walsh coletou 171 amostras de água filtrada e 50 de água de torneiras em um raio de 12 km do centro de Nova Déli, entre setembro e outubro de 2010.
O gene da NDM-1 foi encontrado em duas das amostras de torneira e em 51 das amostras de água filtrada.
Isso se torna mais preocupante porque, segundo a equipe de Walsh, o gene se espalhou para bactérias que causam diarreia e cólera, doenças facilmente transmissíveis por meio de água contaminada, como explicam os especialistas no artigo científico publicado na revista especializada Lancet Infectious Diseases.
A transmissão oral-fecal de bactérias é um problema global, mas seu risco potencial varia de acordo com os padrões sanitários. Na Índia, essa transmissão representa um problema sério [porque] 650 milhões de cidadãos não têm acesso a vasos sanitários, e um número provavelmente maior não tem acesso a água limpa.
Segundo ela, com o crescimento no número de viagens internacionais e de trocas comerciais no mundo, "as pessoas precisam estar cientes de que, até que todos os países enfrentem [o problema das superbactérias], nenhum país por si só estará seguro".
Autoridades sanitárias britânicas dizem estar monitorando a NDM-1, que, segundo registros oficiais, já contaminou 70 pessoas no país.
Os cientistas pedem ação urgente das autoridades globais para atacar as novas variedades de bactérias e para prevenir epidemias globais.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reforçou o controle sobre receitas médicas de antibióticos, em outubro do ano passado, na tentativa de conter o avanço da superbactéria KPC, que afetou principalmente hospitais.
KPC é a abreviatura de Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase. A KPC ganhou este nome porque a Klebsiella, uma bactéria que antes era comum, passou a produzir uma enzima (carbapenemase) capaz de anular medicamentos como penicilina, cefalosporinas e as carbapenemas.
Isso ocorre devido a uma estrutura genética móvel, chamada plasmídeo, presente em toda bactéria, que é capaz de se transferir de uma bactéria para outra. Depois de receber este código genético, a antes inofensiva bactéria Klebsiella passou a resistir aos remédios, por mais fortes que sejam.
A KPC Foi descrita e isolada pela primeira vez em um hospital da Carolina do Norte, EUA, em 2001. O primeiro surto aconteceu em agosto de 2003, em Nova York. No total, 47% dos pacientes afetados morreram.
Depois, a bactéria foi registrada em outros sete estados americanos e em pouco tempo já estava circulando por Israel, China e França. Em 2005, foi registrado o primeiro caso no Brasil. E foram registrados 111 casos de KPC confirmados e suspeitos em hospitais públicos e particulares no DF onde matou 18 pessoas. Além diso, matou uma pessoa no Paraná (onde já teria centenas de casos até agora) e infectou vários estados. Em Pernambuco morreram 5 pessoas e em São Paulo houve mais 24 óbitos em função da bactéria.
A Anvisa já restringiu a venda de antibióticos (obrigando as farmácias a reterem as receitas para a venda do medicamento) e tornou mandatório deixar disponível álcool em gel na beira dos leitos. Uma medida simples como higienizar as mãos poderia reduzir os casos drasticamente, mas mesmo os médicos não lavam a mão adequadamente.
A esta altura, o gene capaz de dar resistência à bactéria já havia passado para outras bactérias que antes eram inofensivas, como as pseudomonas, a Enterobacter e a Escherichia coli. Esses tipos de bactérias são tão ou mais presentes no Brasil e no mundo que a própria KPC. E matam mais, também. Lamentavelmente, a KPC está longe de ser algo incomum no Brasil ou no resto do mundo.
Fonte:
KPC não é mais mortífera que outras superbactérias - Veja
Humanidade está perdendo batalha contra superbactérias, dizem especialistas - R7
Bactéria KPC sob controle - Agência Brasília
[Via BBA]
Especialistas europeus alertam para o fato de que a incidência de infecções imunes às drogas atingiu níveis sem precedentes superando nossa condição atual de combatê-las com os remédios disponíveis.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é necessário um esforço conjunto urgente para a produção de novos medicamentos.
Sem essa ação, a humanidade pode ter que enfrentar um "cenário de pesadelo" global, de proliferação de infecções incuráveis, ainda de acordo com a OMS.
Todo ano, mais de 25 mil pessoas morrem na União Europeia em decorrência de infecções de bactérias que driblam até mesmo antibióticos recém-lançados.
O caso da superbactéria NDM-1, é um exemplo que ilustra bem o problema, ela chegou ao Reino Unido vinda de Nova Déli, Índia, por volta de 2010, e foi trazida por britânicos que fizeram tratamentos médicos na Índia ou no Paquistão.
Cientistas da Universidade de Cardiff, País de Gales, que identificaram a NDM-1 no ano passado, dizem que as bactérias resistentes contaminaram reservatórios de água de Nova Déli, o que significa que milhões de pessoas podem ter se tornado portadoras do micro-organismo.
A equipe do médico Timothy Walsh coletou 171 amostras de água filtrada e 50 de água de torneiras em um raio de 12 km do centro de Nova Déli, entre setembro e outubro de 2010.
O gene da NDM-1 foi encontrado em duas das amostras de torneira e em 51 das amostras de água filtrada.
Isso se torna mais preocupante porque, segundo a equipe de Walsh, o gene se espalhou para bactérias que causam diarreia e cólera, doenças facilmente transmissíveis por meio de água contaminada, como explicam os especialistas no artigo científico publicado na revista especializada Lancet Infectious Diseases.
A transmissão oral-fecal de bactérias é um problema global, mas seu risco potencial varia de acordo com os padrões sanitários. Na Índia, essa transmissão representa um problema sério [porque] 650 milhões de cidadãos não têm acesso a vasos sanitários, e um número provavelmente maior não tem acesso a água limpa.
Os antibióticos são uma descoberta preciosa, mas não lhes damos valor, os usamos em excesso e os usamos mal. [Por isso], agora há superbactérias que não respondem a nenhum remédio.
Zsuzsanna Jakab. Diretora regional da OMS para a Europa
Segundo ela, com o crescimento no número de viagens internacionais e de trocas comerciais no mundo, "as pessoas precisam estar cientes de que, até que todos os países enfrentem [o problema das superbactérias], nenhum país por si só estará seguro".
Autoridades sanitárias britânicas dizem estar monitorando a NDM-1, que, segundo registros oficiais, já contaminou 70 pessoas no país.
Os cientistas pedem ação urgente das autoridades globais para atacar as novas variedades de bactérias e para prevenir epidemias globais.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reforçou o controle sobre receitas médicas de antibióticos, em outubro do ano passado, na tentativa de conter o avanço da superbactéria KPC, que afetou principalmente hospitais.
KPC é a abreviatura de Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase. A KPC ganhou este nome porque a Klebsiella, uma bactéria que antes era comum, passou a produzir uma enzima (carbapenemase) capaz de anular medicamentos como penicilina, cefalosporinas e as carbapenemas.
Isso ocorre devido a uma estrutura genética móvel, chamada plasmídeo, presente em toda bactéria, que é capaz de se transferir de uma bactéria para outra. Depois de receber este código genético, a antes inofensiva bactéria Klebsiella passou a resistir aos remédios, por mais fortes que sejam.
A KPC Foi descrita e isolada pela primeira vez em um hospital da Carolina do Norte, EUA, em 2001. O primeiro surto aconteceu em agosto de 2003, em Nova York. No total, 47% dos pacientes afetados morreram.
Depois, a bactéria foi registrada em outros sete estados americanos e em pouco tempo já estava circulando por Israel, China e França. Em 2005, foi registrado o primeiro caso no Brasil. E foram registrados 111 casos de KPC confirmados e suspeitos em hospitais públicos e particulares no DF onde matou 18 pessoas. Além diso, matou uma pessoa no Paraná (onde já teria centenas de casos até agora) e infectou vários estados. Em Pernambuco morreram 5 pessoas e em São Paulo houve mais 24 óbitos em função da bactéria.
A Anvisa já restringiu a venda de antibióticos (obrigando as farmácias a reterem as receitas para a venda do medicamento) e tornou mandatório deixar disponível álcool em gel na beira dos leitos. Uma medida simples como higienizar as mãos poderia reduzir os casos drasticamente, mas mesmo os médicos não lavam a mão adequadamente.
A esta altura, o gene capaz de dar resistência à bactéria já havia passado para outras bactérias que antes eram inofensivas, como as pseudomonas, a Enterobacter e a Escherichia coli. Esses tipos de bactérias são tão ou mais presentes no Brasil e no mundo que a própria KPC. E matam mais, também. Lamentavelmente, a KPC está longe de ser algo incomum no Brasil ou no resto do mundo.
Fonte:
KPC não é mais mortífera que outras superbactérias - Veja
Humanidade está perdendo batalha contra superbactérias, dizem especialistas - R7
Bactéria KPC sob controle - Agência Brasília
[Via BBA]
Karaca! É um problema sério mesmo. Só que ficou mais difícil comprar remédio. toda temos que ir ao médico para pegar receita.
ResponderExcluirPor causa desse anônimo aí de cima é que estamos perdendo essa guerra. Antibiótico TEM que ser receitado pelo médico, as pessoas tomam por qualquer coisa.
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