Em mostra denominada "Noite Sagrada uma ova!", exposição na cidade de Colônia mostra que homenagear o nascimento de um menino jude...
Em mostra denominada "Noite Sagrada uma ova!", exposição na cidade de Colônia mostra que homenagear o nascimento de um menino judeu para o nazismo era impensável. Entre 1933 e 1945, sob o Terceiro Reich, o nacional-socialismo alemão colocou o Natal a serviço do partido e do poder, descristianizando-o. Alguns vestígios perduram até os dias atuais.
A precocidade para o treinamento militar despertada nos jovens
A mostra, uma iniciativa do Centro de Documentação Nacional-Socialista de Colônia, é um especial sobre o Natal na propaganda política e documenta a celebração natalina durante o Terceiro Reich. "Von wegen Heilige Nacht!" ("Noite sagrada uma ova!") será exibida até o dia 17 de janeiro de 2010.
Celebrar o nascimento de um menino semita, por mais que fosse como o Redentor cristão, era demais, impossível de adequar aos objetivos dos seguidores de Hitler (a Solução Final combinava mais com os crucificadores).
Assim, os ideólogos do partidos resolveram descaracterizar a festa, acabando com todo o simbolismo da tradição cristão.
Inicialmente os governantes do regime rebatizaram o Natal como "Julfest" e propagaram as raízes germânicas da celebração da luz no solstício de inverno (em 21 de dezembro). Todavia, para a maioria das famílias alemãs, o espírito cristão continuava predominante.
Assim, os nazistas reinterpretaram as clássicas imagens do Menino Jesus com José e Maria, seus pais dedicados e amorosos, como o estereótipo da família ariana, quase sagrada para o regime. O que na prática deslocava o foco natalino de Cristo para a família.
Enfeites natalinos em forma de granada
Apesar de indignada com as investidas do regime contra os símbolos da cristandade, a Igreja se mostrou impotente diante do rumo que as coisas tomaram.
Até a árvore de natal foi alijada de sua decoração tradicional. Trocaram as estrelas, anjos, sinos e frutas por cruzes suásticas e adornos no formato de canhões, granadas e aviões de combate. Nem mesmo as embalagens escapavam pois havia papel de presentes ilustrado com a simbologia nazista. Implicaram até com a estrela do topo. Ao invés de um anjo ou estrela no ápice da árvore, era colocado uma águia dourada de asas abertas, símbolo nacional alemão.
A suástica substituía adornos, como a estrela.
Mas a estrela foi o ornamento mais difícil de reprimir. O problema para o regime é que a estrela natalina tradicional de seis pontas lembrava demais a estrela de Davi. Uma estrela amarela que os judeus eram obrigados a levar para identificação imediata. Já a estrela de cinco pontas lembrava a estrela vermelha dos soviéticos, inimigos do "front" oriental. O jeito foi banir completamente esse tipo de forma geométrica.
Compositores ligados ao sistema também desconstruíram as músicas natalinas, retirando-se delas o caráter cristão.
Kirschbaum observa que uma das canções alteradas, Es ist für uns eine Zeit angekommen (Chegou um tempo para nós) continua popular. E quem até hoje a canta, até mesmo nas igrejas, na versão nazista, a princípio não sabe da história por trás da letra.
De acordo com o jornal Deutsche Welle, o Natal é, como na época do Terceiro Reich, um dos dias mais importantes e populares no calendário religioso alemão. Muitas das tradições, imagens e melodias cultivadas ao redor do mundo têm sua origem nos países de língua germânica. Estrelas cintilantes decorando a árvore, um angélico bebê louro, presentes embalados com esmero, canções entoadas por coros de igreja. Tudo isso fez e faz parte das festividades alemãs em torno do nascimento de Jesus Cristo.
Segundo Kirschbaum, com a atual exposição se tenta descobrir o que é possível aprender através do modo como os nazistas manipularam o imaginário natalino. E aguçar a percepção para os mecanismos em jogo.
É preciso que se compreenda que são as pessoas a configurar a história, e que a propaganda é usada para reescrevê-la.
No mais, podemos acrescentar que essas manipulações da opinião pública usando a máquina do Estado e a restrição da liberdade de expressão são forma históricas de sermos levados ao totalitarismo, à ditadura e a opressão.
Conhecimento para evitar ser levado pela onda
Vendo experiências como a que foi inspiradora do recomendadíssimo filme A Onda, temos conhecimento que as técnicas para essa manipulação são conhecidas e parece que temos até uma tendência a fazermos nosso contrato social sem ler.
Fazendo uma pesquisa rápida podemos constatar que o integralismo, uma ideologia de inspiração nazi-fascista surgida na década de 1930, ainda existe no Brasil, especialmente nos estados do Sul, e o site da Frente Integralista Brasileira conclama os brasileiros a se erguerem contra a chamada cleptocracia.
Os integralistas usam o sigma como um símbolo e a palavra tupi "anauê" para louvar o sigma. Além disso adotaram a camisa-verde como um uniforme e possuem como lema Deus, pátria e família. Temos aí vários elementos descritos no filme A Onda.
Momentos de crise econômica (em especial) e crise moral (em particular) levam a ascenção de movimentos radicias de direita e de esquerda. A história se repete mas a força deixa a história mal contada-tada-tada.
Fonte: Deutsche Welle
A mostra, uma iniciativa do Centro de Documentação Nacional-Socialista de Colônia, é um especial sobre o Natal na propaganda política e documenta a celebração natalina durante o Terceiro Reich. "Von wegen Heilige Nacht!" ("Noite sagrada uma ova!") será exibida até o dia 17 de janeiro de 2010.
Celebrar o nascimento de um menino semita, por mais que fosse como o Redentor cristão, era demais, impossível de adequar aos objetivos dos seguidores de Hitler (a Solução Final combinava mais com os crucificadores).
Assim, os ideólogos do partidos resolveram descaracterizar a festa, acabando com todo o simbolismo da tradição cristão.
Celebrar o nascimento de um judeu era impensável para os nazistas. Mas a festividade era popular demais para que se permitissem bani-la. Portanto, decidiram corrompê-la.
Jürgen Müller. Líder dos pesquisadores da exposição.
Inicialmente os governantes do regime rebatizaram o Natal como "Julfest" e propagaram as raízes germânicas da celebração da luz no solstício de inverno (em 21 de dezembro). Todavia, para a maioria das famílias alemãs, o espírito cristão continuava predominante.
Assim, os nazistas reinterpretaram as clássicas imagens do Menino Jesus com José e Maria, seus pais dedicados e amorosos, como o estereótipo da família ariana, quase sagrada para o regime. O que na prática deslocava o foco natalino de Cristo para a família.
Apesar de indignada com as investidas do regime contra os símbolos da cristandade, a Igreja se mostrou impotente diante do rumo que as coisas tomaram.
A reação da Igreja não foi muito pronunciada. Por volta de 1936-1937, o governo nazista era tão poderoso que sua possibilidade de resistir era mínima.
Jürgen Müller. Líder dos pesquisadores da exposição.
Até a árvore de natal foi alijada de sua decoração tradicional. Trocaram as estrelas, anjos, sinos e frutas por cruzes suásticas e adornos no formato de canhões, granadas e aviões de combate. Nem mesmo as embalagens escapavam pois havia papel de presentes ilustrado com a simbologia nazista. Implicaram até com a estrela do topo. Ao invés de um anjo ou estrela no ápice da árvore, era colocado uma águia dourada de asas abertas, símbolo nacional alemão.
Mas a estrela foi o ornamento mais difícil de reprimir. O problema para o regime é que a estrela natalina tradicional de seis pontas lembrava demais a estrela de Davi. Uma estrela amarela que os judeus eram obrigados a levar para identificação imediata. Já a estrela de cinco pontas lembrava a estrela vermelha dos soviéticos, inimigos do "front" oriental. O jeito foi banir completamente esse tipo de forma geométrica.
Compositores ligados ao sistema também desconstruíram as músicas natalinas, retirando-se delas o caráter cristão.
Algumas [canções] ganharam novas letras, outras foram completamente recriadas.
Barbara Kirschbaum. Funcionária do Centro de Documentação Nacional-Socialista de Colônia.
Kirschbaum observa que uma das canções alteradas, Es ist für uns eine Zeit angekommen (Chegou um tempo para nós) continua popular. E quem até hoje a canta, até mesmo nas igrejas, na versão nazista, a princípio não sabe da história por trás da letra.
Geralmente, os visitantes mais idosos ficam primeiro tocados pelas lembranças infantis que os objetos reavivam. Mas gradualmente veem o propósito por trás das coisas, algo de que não se davam conta quando eram jovens. E isso os assusta: perceber o uso que se fazia das coisas, e como suas crenças de criança eram usadas para os fins de propaganda.
Barbara Kirschbaum. Funcionária do Centro de Documentação Nacional-Socialista de Colônia.
Super chocado
De acordo com o jornal Deutsche Welle, o Natal é, como na época do Terceiro Reich, um dos dias mais importantes e populares no calendário religioso alemão. Muitas das tradições, imagens e melodias cultivadas ao redor do mundo têm sua origem nos países de língua germânica. Estrelas cintilantes decorando a árvore, um angélico bebê louro, presentes embalados com esmero, canções entoadas por coros de igreja. Tudo isso fez e faz parte das festividades alemãs em torno do nascimento de Jesus Cristo.
Os nazistas realmente impingiam seus pontos de vista radicais em todas as partes da vida. Havia até um joguinho de guerra para as crianças. Estou super chocado. Acho muito importante as pessoas de Colônia lembrarem o que aconteceu aqui, pois foi crucial, e não deveria cair no esquecimento.
Jonas Rahimi, 15 anos, estudante.
Segundo Kirschbaum, com a atual exposição se tenta descobrir o que é possível aprender através do modo como os nazistas manipularam o imaginário natalino. E aguçar a percepção para os mecanismos em jogo.
É preciso que se compreenda que são as pessoas a configurar a história, e que a propaganda é usada para reescrevê-la.
No mais, podemos acrescentar que essas manipulações da opinião pública usando a máquina do Estado e a restrição da liberdade de expressão são forma históricas de sermos levados ao totalitarismo, à ditadura e a opressão.
Vendo experiências como a que foi inspiradora do recomendadíssimo filme A Onda, temos conhecimento que as técnicas para essa manipulação são conhecidas e parece que temos até uma tendência a fazermos nosso contrato social sem ler.
Fascismo à brasileira
Fazendo uma pesquisa rápida podemos constatar que o integralismo, uma ideologia de inspiração nazi-fascista surgida na década de 1930, ainda existe no Brasil, especialmente nos estados do Sul, e o site da Frente Integralista Brasileira conclama os brasileiros a se erguerem contra a chamada cleptocracia.
Os integralistas usam o sigma como um símbolo e a palavra tupi "anauê" para louvar o sigma. Além disso adotaram a camisa-verde como um uniforme e possuem como lema Deus, pátria e família. Temos aí vários elementos descritos no filme A Onda.
Momentos de crise econômica (em especial) e crise moral (em particular) levam a ascenção de movimentos radicias de direita e de esquerda. A história se repete mas a força deixa a história mal contada-tada-tada.
Fonte: Deutsche Welle
Sempre aprendendo...
ResponderExcluir"Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada" (E. Burke)
ResponderExcluirNão sei qual é o pior regime. O nazismo ou o cristianismo.
ResponderExcluirDe onde vc tirou essas informações?
ResponderExcluirO Judeu não acredita em jesus Cristo não obstante os nazistas não teriam motivo para modificar o natal...sou formada em História e nunca ouvi sequer falar sobre isso!