A famosa dupla inglesa, em turnê pelo país, fez uma canção homenageando o brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano pela polícia ...
A famosa dupla inglesa, em turnê pelo país, fez uma canção homenageando o brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano pela polícia em um metrô londrino. We Are All Criminals (somos todos criminosos) foi uma espécie de mea culpa musical. Ponto para o PSB. Mas por que a canção não foi tocada no show em solo brasileiro? Estranho, muito estranho.
Pet Shop Boys no Marina Hall em Brasília (domingo, 11/10/2009)
Assisti domingo ao show Pandemonium no Marina Hall em Brasília. Foi um revival desde os anos 80 (época em que passei a admirar o trabalho da dupla) em um show onde as cores e os cubos marcaram o visual (o que remetia a um ambiente que lembrava os videogames da era Atari e as formas do jogo Tetris) onde projetores de vídeo e dançarinos com cubos coloridos no lugar da cabeça ilustrava as canções de maior sucesso da dupla, como West End Girls, Domino Dancing, It´s a Sin e You´re Always On My Mind.
Com Neil Tennant cantando e seu parceiro Chris Lowe nos teclados eletrônicos, entrincheirado atrás de um painel de luzes quadradas com sua roupa de espelhos entretinham os espectadores de todas as idades com um show bem executado.
Mas achei que, no mínimo, a dupla campeã de vendagem de discos deveria citar o brasileiro, já que fizeram a canção em homenagem ao caso.
Ontem no Programa do Jô, a dupla foi entrevistada e o caso não foi mencionado. Lamentável.
Talvez a idéia fosse fazer um show mais light, sem despertar maiores paixões engajadas por parte do público (embora a dupla não tenha maiores escrúpulos ao mixar temas como homossexualismo e Guerra Fria).
Assim fica a pergunta no ar. Por que não incluíram a tal música no roteiro?
Dou todo o crédito por ser a única banda que eu conheço que fez a justa homenagem. Mas não incluí-la nas apresentações no Brasil parece um insensibilidade. Quem sabe eles nem saibam que Jean Charles era brasileiro (também, com um nome desse :-P).
Se no lugar de um brasileiro fosse um negro chamado OBAMA Bin Ladden, barbudo, de óculos escuro, com um volume debaixo do blusão (uma caixa de Kit Kat, talvez), com uma mochila da Al-Jazeera e um boné com os dizeres "Fuck the queen" e a Scotland Yard tivesse "pregado fogo" no suspeito. Bastaria o cara ter nacionalidade americana para ter todo tipo de homenagem, show de rock, desculpas do primeiro-ministro, pronunciamento da rainha, discurso do papa, afastamento do delegado, indenização milionária, se brincar até brasileiro estaria protestando.
Mas como quem morreu era brasileiro... Virou um incidente diplomático de menor importância.
Trailer do filme Jean Charles
Assim, sem essa menção da música nos shows brasileiros fica até parecendo que a homenagem que os PSB fizeram foi mais uma exploração comercial inspirada do que algo que reconforte a família da vítima ou os brasileiros.
Mas esse bloguinho não deixou passar. À família do Jean Charles fica a mensagem de que não esquecemos o sofrimento e o preconceito sofrido pelos brasileiros que vão tentar lá fora a vida que desistiram de obter aqui, além da injustiça na hora da reparação do dano (ainda que saibamos que esse tipo de dano é, de fato, irreparável).
Leia mais:
Pet Shop Boys lança música em homenagem a brasileiro morto por engano
Comunidade no Orkut - Jean Charles de Menezes
Assisti domingo ao show Pandemonium no Marina Hall em Brasília. Foi um revival desde os anos 80 (época em que passei a admirar o trabalho da dupla) em um show onde as cores e os cubos marcaram o visual (o que remetia a um ambiente que lembrava os videogames da era Atari e as formas do jogo Tetris) onde projetores de vídeo e dançarinos com cubos coloridos no lugar da cabeça ilustrava as canções de maior sucesso da dupla, como West End Girls, Domino Dancing, It´s a Sin e You´re Always On My Mind.
Com Neil Tennant cantando e seu parceiro Chris Lowe nos teclados eletrônicos, entrincheirado atrás de um painel de luzes quadradas com sua roupa de espelhos entretinham os espectadores de todas as idades com um show bem executado.
Mas achei que, no mínimo, a dupla campeã de vendagem de discos deveria citar o brasileiro, já que fizeram a canção em homenagem ao caso.
Ontem no Programa do Jô, a dupla foi entrevistada e o caso não foi mencionado. Lamentável.
Talvez a idéia fosse fazer um show mais light, sem despertar maiores paixões engajadas por parte do público (embora a dupla não tenha maiores escrúpulos ao mixar temas como homossexualismo e Guerra Fria).
Assim fica a pergunta no ar. Por que não incluíram a tal música no roteiro?
Dou todo o crédito por ser a única banda que eu conheço que fez a justa homenagem. Mas não incluí-la nas apresentações no Brasil parece um insensibilidade. Quem sabe eles nem saibam que Jean Charles era brasileiro (também, com um nome desse :-P).
Se no lugar de um brasileiro fosse um negro chamado OBAMA Bin Ladden, barbudo, de óculos escuro, com um volume debaixo do blusão (uma caixa de Kit Kat, talvez), com uma mochila da Al-Jazeera e um boné com os dizeres "Fuck the queen" e a Scotland Yard tivesse "pregado fogo" no suspeito. Bastaria o cara ter nacionalidade americana para ter todo tipo de homenagem, show de rock, desculpas do primeiro-ministro, pronunciamento da rainha, discurso do papa, afastamento do delegado, indenização milionária, se brincar até brasileiro estaria protestando.
Mas como quem morreu era brasileiro... Virou um incidente diplomático de menor importância.
Assim, sem essa menção da música nos shows brasileiros fica até parecendo que a homenagem que os PSB fizeram foi mais uma exploração comercial inspirada do que algo que reconforte a família da vítima ou os brasileiros.
Mas esse bloguinho não deixou passar. À família do Jean Charles fica a mensagem de que não esquecemos o sofrimento e o preconceito sofrido pelos brasileiros que vão tentar lá fora a vida que desistiram de obter aqui, além da injustiça na hora da reparação do dano (ainda que saibamos que esse tipo de dano é, de fato, irreparável).
Leia mais:
Pet Shop Boys lança música em homenagem a brasileiro morto por engano
Comunidade no Orkut - Jean Charles de Menezes
Acredito que os PSB saiba sim que o episódio ocorrera com um brasileiro. Acho que eles estavam envergonhados da sua polícia e não quiseram lembrar o episódio, deixando a noite mais agradável e apenas nos remetendo às lembranças de nossa juventude.
ResponderExcluirAdorei reviver grandes momentos que tive ao som das músicas dos PSB. O nome do show foi realmente apropriado (Revival)!
Que show!
Todo mundo cantando e dançando!
Ai! Ai! Vou sentir saudades!
Pô velho, julgar os PSB assim?
ResponderExcluirTipo, eles não tinham obrigação nenhuma de tocar essa música na turnê Pandemonium. Essa música é do CD Yes, mas do Special Edition. Então, não era obrigação deles tocar essa música. E, até onde eu sei, eles não divulgaram essa música sendo diretamente uma homenagem à Jean Charles. Eu estive no show aqui em Belo Horizonte, e desde o início da turnê eu já sabia as músicas que iriam ser tocadas! Eles divulgaram a turnê Pandemonium sendo uma turnê mais romântica, e com hits passados que fazem sucesso. Pra que lembrar de um acontecimento que nos magoou tanto? Não faz sentido, não acha?
E nós brasileiros temos que parar de nos reduzir. "Se no lugar de um brasileiro fosse um negro chamado OBAMA Bin Ladden, barbudo, de óculos escuro, com um volume debaixo do blusão (uma caixa de Kit Kat, talvez), com uma mochila da Al-Jazeera e um boné com os dizeres "Fuck the queen" e a Scotland Yard tivesse "pregado fogo" no suspeito".... Pra que essa comparação infeliz? Se eles não fizeram nada, não somos nós que vamos parar de trabalhar pra fazer um protesto... Estamos errados em tratar os imigrantes muito bem? Creio que não. Eles estão errados em tratar os imigrantes mau? Também creio que não, sempre fez parte da cultura deles, isso não muda de hoje pra amanhã.
Coisa pior é um traficante derrubar um helicóptero da polícia.
Uma hora a ficha cai e eles vão perceber o Brasil como um país, e não um terceirizado.
Os PSB estão aí até hoje, nos emocionando e fazendo músicas que nenhum outro duo ou grupo faz. Quem é o funk carioca perto dos PSB, ou o axé baiano.
Abraços a todos!
Duas besteiras eu li em apenas uma página, uma de uma pessoa perguntanso sobre a ausência de uma música no show e outra de um rapaz no comentário falando que a música em questão está no Yes Special Edition. Enfim, a música não foi tocada porque é apenas um B-SIDE que não foi lançado no novo álbum, somente no CD 1 do single Love Etc. Vamos pesquisar antes de postar algo.
ResponderExcluirA primeira besteira eu assumo: achar que um grupo que musical deveria ter aproveitado a oportunidade de angariar simpatia na terra do brasileiro assassinado na Inglaterra já que pareceu ter atitude ao dizer que "Nós Todos Somos Criminosos" lá na terra deles. Parece aquela propaganda onde os brasileiros reclamam das mazelas brasileiras, mas o argentino não podem apontá-las. Assim, o PSB não demonstrou a sensibilidade necessária para que os mais politizados e menos "fanatics" não achassem que a música era apenas um factóide para aparecerem na mídia, usando da tragédia alheia para promoção comercial, não interessa se é B-Side ou Main Stream. No Brasil, se é que eles sabem que o Jean Charles é brasileiro, era o caso de ser tocada. E não homenagear os tupinambás ensaiando 4 palavras em português ("To do" Béein? Obrígadú Brasília.) Na realidade eles não dão a mínima para o caso. Pena. Detalhe: eu até gosto do PSB. Mas que o show do AC/DC (que nem foi em BSB) vendeu na proporção de 20 para 1, isso vendeu. (Morumbi X Marina Hall) Ao dizerem que é a dupla que mais vendeu discos no passado, só podemos constatar que a dupla está decadente. #fail
ResponderExcluirdupla decadente?
ResponderExcluireu acho que o situação global que é decadente...lamento.
Nada contra o PSB como banda. Mas eu que vivi o auge da dupla não posso pensar o contrário. Deixou de ser hype para se tornar uma duplo de nicho.
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