Já se passaram 15 anos desde que Marc Andreessen desenvolveu o Netscape, o browser que dominava a web em seus primeiros dias. Derrotado pela...
Já se passaram 15 anos desde que Marc Andreessen desenvolveu o Netscape, o browser que dominava a web em seus primeiros dias. Derrotado pela Microsoft e pelo Internet Explorer nos anos 90, no episódio que ficou conhecido como a (primeira) Guerra dos Browsers, Andreessen está de volta. E pelo jeito quer vingança.
A Microsoft só encontrou um jeito para matar o projeto Netscape Navigator. Oferecendo o IE de graça junto com o Windows. Para uma empresa que só tinha um produto esse foi o tiro de misericórdia. Mas, essa guerra não foi exatamente uma "guerra fria". Depois de tentar comprar a empresa (segundo os executivos da Netscape) a criancice dos técnicos da MS chegou ao cúmulo de jogarem um ícone gigante do IE dentro da fonte da Netscape (o que simbolizou o fim da empresa e da guerra dos browsers).
Reparem que o que realmente decretou o fim da empresa não foi um diferencial tecnológico. Foi antes de tudo o uso de táticas mercadológicas. Os críticos viram nisso uma forma da MS garantir sua supremacia através de uma manipulação de seu monopólio do mercado de sistemas operacionais para PC (através da série Windows) e com isso prejudicar o próprio desenvolvimento tecnológico mundial.
Logo após a quebra da NS, a MS deteve 90% do mercado de navegadores e hoje enfrenta a concorrência de um navegador mais rápido, mais seguro, mais inovador e... melhor! Ainda não perdeu a supremacia do mercado mas já despencou para uma participação de 63% do market-share. Lançado em 2004, o Firefox, desenvolvido pela fundação sem fins lucrativos Mozila, já aboncanhou 23 por cento do bolo internáutico.
Mas essa briga não é para amadores, para se ter uma idéia a Google Inc. é considerada a maior força capaz de incomodar o reinado do IE. Pois ela resolveu sair do mundo das aranhas buscadoras e entrar de cabeça como mais um estaleiro de navegadores para web. Há dezoito meses, após uma maciça campanha de divulgação e repercussão em toda mídia especializada e leiga, seu Chrome só conseguiu cromar 2% do mercado, o que mostra o quanto é difícil conseguir a adesão dos usuários a um novo navegador e paradigma.
Na modestíssima opinião deste blogueiro o Google tinha que vir com um navegador que além de rápido para rodar aplicações web rodando Ajax (uma das mais fortes características do produto, apontada pela empresa) fosse bem maduro para interpretar o CSS, pelo menos no nível do Firefox. Imagino que isso seja terrivelmente difícil mas a empresa pode ter queimado um cartucho que mesmo que não desista da empreitada, poderá custar alguns milhões de doláres a mais para alcançar um nível de sucesso que não seja reconhecido pelos seus usuários como um monumental fiasco. Mas esse foi só o primeiro tiro da gigante de Mountain View. No mês passado ela anunciou um SO com o mesmo nome do navegador, Chrome, cuja principal função seria apoiar o seu browser.
A própria MS e a Apple, com o seu Safari, buscam aprimorar o seus produtos para estarem preparadas para defender seu próprio nicho de mercado e avançar sobre as linhas inimigas. Mas por que esse renovado interesse por um mercado onde fundamentalmente o software ofertado não pode ser vendido?
A questão é que ninguém pode se considerar totalmente a salvo nessa metamorfose ambulante que se tornou o mundo da tecnologia. A tecnologia atual aponta para um futuro não tão distante onde os softwares complexos e os dados serão processados na Web. A internet é hoje tão importante que o sistema operacional está se tornando um coadjuvante nesse paradigma onde o funcionamento do browser é a verdadeira estrela. Assim todos os players têm que se reposicionar e conquistar o seu espaço. Sob pena de se tornarem irrelevantes.
Depois de um retumbante e precoce sucesso, o Netscape foi obliterado pela Microsoft na chamada guerra dos navegadores na década de 1990, o que marcou o primeiro capítulo da história da Web.
O Netscape pode ter sido aniquilado, mas os seus desenvolvedores e executivos saíram bem ricos da empreitada (na verdade, quem pagou o pato dessa briguinha foram os investidores que compraram ações da empresa).
Hoje Andreessem é hoje um bem-sucedido investidor no Vale do Silício, e está apoiando uma start-up chamada RockMelt, cujo pessoal conta com alguns de seus colaboradores próximos, e de acordo com pessoas que detêm conhecimento sobre o seu investimento, está construindo um novo navegador da Internet.
Apesar de confirmar seu apoio a um empreendimento promissor, sem entrar em detalhes. Marc parece ter se arrependido ao comentar o pouco que revelou, dizendo não estar pronto para falar sobre qualquer aspecto da empresa.
Contudo, sugeriu que o novo navegador seria diferente, ao dizer que os outros browsers não acompanharam o ritmo da evolução da web.
Eric Vishria e Tim Howes, fundadores da RockMelt, são ambos ex-executivos da Opsware, empresa co-fundada por Andreessen e depois vendida à Hewlett-Packard em 2007 por cerca de US$ 1,6 bi. Tim também trabalhou na Netscape com Marc. Fora isso, Muito pouco se sabe acerca da empresa.
Nem é necessário dizer que o apoio de Marc tornou a Rockmelt foco de atenção e de intensa especulação. Afinal, se essa guerra não é para amadores, Marc é o mais veterano dos gladiadores. Conhece a fundo as táticas do inimigos e o minado terreno tecnológico onde quer fincar sua bandeira.
É emblemático que no site da empresa se veja apenas seu nome e um logotipo que parece ser a Terra toda rachada com lava emergindo de seu núcleo. Não parece ser a melhor escolha para um "bottom" de um pacifista.
Uma pista sobre sua estratégia: dizeres sobre a política de privacidade do site indicava que o navegador é destinado a ser associado de alguma forma com o site de relacionamento Facebook. Mas esse texto foi retirado da página depois que um repórter fez algumas perguntas para Eric Vishria.
A tal política mencionava que uma pessoa poderia usar um ID do Facebook para se logar no RockMelt, o que sugere que o navegador poderia ser adaptado para exibir atualizações do Facebook e outros recursos que os usuários usam ao navegar na web. Contudo não parece haver uma colaboração formal entre as empresas.
David Yoffie, professor da Harvard Business School, e co-autor de "Competing on Internet Time: Lessons From Netscape and Its Battle With Microsoft" (Competindo nos tempos da internet: lições da Netscape e sua batalha com a Microsoft), disse que fazer o browser mirar nos usuários do Facebook pode ser uma boa estratégia.
Fonte principal: CNET
A Microsoft só encontrou um jeito para matar o projeto Netscape Navigator. Oferecendo o IE de graça junto com o Windows. Para uma empresa que só tinha um produto esse foi o tiro de misericórdia. Mas, essa guerra não foi exatamente uma "guerra fria". Depois de tentar comprar a empresa (segundo os executivos da Netscape) a criancice dos técnicos da MS chegou ao cúmulo de jogarem um ícone gigante do IE dentro da fonte da Netscape (o que simbolizou o fim da empresa e da guerra dos browsers).
Reparem que o que realmente decretou o fim da empresa não foi um diferencial tecnológico. Foi antes de tudo o uso de táticas mercadológicas. Os críticos viram nisso uma forma da MS garantir sua supremacia através de uma manipulação de seu monopólio do mercado de sistemas operacionais para PC (através da série Windows) e com isso prejudicar o próprio desenvolvimento tecnológico mundial.
Logo após a quebra da NS, a MS deteve 90% do mercado de navegadores e hoje enfrenta a concorrência de um navegador mais rápido, mais seguro, mais inovador e... melhor! Ainda não perdeu a supremacia do mercado mas já despencou para uma participação de 63% do market-share. Lançado em 2004, o Firefox, desenvolvido pela fundação sem fins lucrativos Mozila, já aboncanhou 23 por cento do bolo internáutico.
Mas essa briga não é para amadores, para se ter uma idéia a Google Inc. é considerada a maior força capaz de incomodar o reinado do IE. Pois ela resolveu sair do mundo das aranhas buscadoras e entrar de cabeça como mais um estaleiro de navegadores para web. Há dezoito meses, após uma maciça campanha de divulgação e repercussão em toda mídia especializada e leiga, seu Chrome só conseguiu cromar 2% do mercado, o que mostra o quanto é difícil conseguir a adesão dos usuários a um novo navegador e paradigma.
Se alguém pudesse fazê-lo hoje, seria de se imaginar que a Google estaria melhor posicionada, mas é óbvio que eles obtiveram apenas ganhos pífios.
David Yoffie, professor da Harvard Business School e co-autor de "Competing on Internet Time: Lessons From Netscape and Its Battle With Microsoft"
Na modestíssima opinião deste blogueiro o Google tinha que vir com um navegador que além de rápido para rodar aplicações web rodando Ajax (uma das mais fortes características do produto, apontada pela empresa) fosse bem maduro para interpretar o CSS, pelo menos no nível do Firefox. Imagino que isso seja terrivelmente difícil mas a empresa pode ter queimado um cartucho que mesmo que não desista da empreitada, poderá custar alguns milhões de doláres a mais para alcançar um nível de sucesso que não seja reconhecido pelos seus usuários como um monumental fiasco. Mas esse foi só o primeiro tiro da gigante de Mountain View. No mês passado ela anunciou um SO com o mesmo nome do navegador, Chrome, cuja principal função seria apoiar o seu browser.
A própria MS e a Apple, com o seu Safari, buscam aprimorar o seus produtos para estarem preparadas para defender seu próprio nicho de mercado e avançar sobre as linhas inimigas. Mas por que esse renovado interesse por um mercado onde fundamentalmente o software ofertado não pode ser vendido?
A questão é que ninguém pode se considerar totalmente a salvo nessa metamorfose ambulante que se tornou o mundo da tecnologia. A tecnologia atual aponta para um futuro não tão distante onde os softwares complexos e os dados serão processados na Web. A internet é hoje tão importante que o sistema operacional está se tornando um coadjuvante nesse paradigma onde o funcionamento do browser é a verdadeira estrela. Assim todos os players têm que se reposicionar e conquistar o seu espaço. Sob pena de se tornarem irrelevantes.
Os dias de trabalho em condições de isolamento em seu computador praticamente se forão. Porque a Web se tornou tão central para o que fazemos, e o browser é a tecnologia que medeia nossa interação com a Web, o modo como o browser trabalha é realmente importante. Existe um grande espaço para inovação.
John Lilly. Chefe executivo da Mozilla
A volta de Andreessen
Depois de um retumbante e precoce sucesso, o Netscape foi obliterado pela Microsoft na chamada guerra dos navegadores na década de 1990, o que marcou o primeiro capítulo da história da Web.
O Netscape pode ter sido aniquilado, mas os seus desenvolvedores e executivos saíram bem ricos da empreitada (na verdade, quem pagou o pato dessa briguinha foram os investidores que compraram ações da empresa).
Hoje Andreessem é hoje um bem-sucedido investidor no Vale do Silício, e está apoiando uma start-up chamada RockMelt, cujo pessoal conta com alguns de seus colaboradores próximos, e de acordo com pessoas que detêm conhecimento sobre o seu investimento, está construindo um novo navegador da Internet.
Temos apoiado uma equipe muito boa.
Marc Andreessen. Em entrevista recente.
Apesar de confirmar seu apoio a um empreendimento promissor, sem entrar em detalhes. Marc parece ter se arrependido ao comentar o pouco que revelou, dizendo não estar pronto para falar sobre qualquer aspecto da empresa.
Contudo, sugeriu que o novo navegador seria diferente, ao dizer que os outros browsers não acompanharam o ritmo da evolução da web.
Há todo tipo de coisas que você faria diferente se você estiver construindo um browser a partir do zero.
Marc Andreessen
Eric Vishria e Tim Howes, fundadores da RockMelt, são ambos ex-executivos da Opsware, empresa co-fundada por Andreessen e depois vendida à Hewlett-Packard em 2007 por cerca de US$ 1,6 bi. Tim também trabalhou na Netscape com Marc. Fora isso, Muito pouco se sabe acerca da empresa.
Estamos muito em fases iniciais de desenvolvimento. Falar sobre isso, nesta fase, não é útil.
Eric Vishria. Um dos fundadores da RockMelt
Nem é necessário dizer que o apoio de Marc tornou a Rockmelt foco de atenção e de intensa especulação. Afinal, se essa guerra não é para amadores, Marc é o mais veterano dos gladiadores. Conhece a fundo as táticas do inimigos e o minado terreno tecnológico onde quer fincar sua bandeira.
É emblemático que no site da empresa se veja apenas seu nome e um logotipo que parece ser a Terra toda rachada com lava emergindo de seu núcleo. Não parece ser a melhor escolha para um "bottom" de um pacifista.
Uma pista sobre sua estratégia: dizeres sobre a política de privacidade do site indicava que o navegador é destinado a ser associado de alguma forma com o site de relacionamento Facebook. Mas esse texto foi retirado da página depois que um repórter fez algumas perguntas para Eric Vishria.
A tal política mencionava que uma pessoa poderia usar um ID do Facebook para se logar no RockMelt, o que sugere que o navegador poderia ser adaptado para exibir atualizações do Facebook e outros recursos que os usuários usam ao navegar na web. Contudo não parece haver uma colaboração formal entre as empresas.
Não temos conhecimento de qualquer detalhe sobre a RockMelt e seu produto.
Brandee Barker. Porta-voz do Facebook
David Yoffie, professor da Harvard Business School, e co-autor de "Competing on Internet Time: Lessons From Netscape and Its Battle With Microsoft" (Competindo nos tempos da internet: lições da Netscape e sua batalha com a Microsoft), disse que fazer o browser mirar nos usuários do Facebook pode ser uma boa estratégia.
Se você puder fazer com que milhões de usuários do Facebook pensem que esta é a melhor de fazer aquilo que eles fazem no Facebook, esta seria uma oportunidade para se aproveitar.
David Yoffie, professor da Harvard Business School e co-autor de "Competing on Internet Time: Lessons From Netscape and Its Battle With Microsoft"
Fonte principal: CNET
Tem tantas aplicações para explorar na web e esses caras gastam milhões em um novo navegador só para atrapalhar a vida dos programadores e fazer os usuários baixar outro aplicativo... sei lá... será que falta criatividade para esse povo com bolsos forrados de doletas? Acho estranho...
ResponderExcluirEu só usava o browser IE. Um dia fui obrigada a usar o Firefox e desde então não o larguei mais. É difícil acreditar que conseguirão fazer outro browser melhor que este.
ResponderExcluirSei não. Esses caras da NetScape só foram tirados do mercado por que achavam que tinham que vender seu navegador (a idéia do almoço grátis ainda não era muito aceita no meio) e a MS se aproveitou do poderio econômico e passou a dar o IE. Mas já se passou um bom tempo para eles terem aprendido bastante sobre a dinâmica do mercado de navegadores. Acredito que vale a pena aguardar um pouco para ver o que vem por aí.
ResponderExcluirPeace Existe um melhor do que o FireFox e é o Google Chrome ! Eu uso ele e o IE 8, são os melhores. Juniw está certo, para que criar um novo navegador? só para atrapalhar a vida dos programadores !
ResponderExcluirÉ mais vamos esperar para ver se realmente vai compensar este novo navegador ! Mas espero que não complique ainda mais a vida de nós PROGRAMADORES E DESIGNERS!
Eu só uso o chrome, acho ele perfeito.
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