Esta entrevista é um serviço de utilidade pública. Saiba tudo sobre a gripe suína e sua evolução no Brasil até o momento. Agora não se conta...
Esta entrevista é um serviço de utilidade pública. Saiba tudo sobre a gripe suína e sua evolução no Brasil até o momento. Agora não se contam mais números de casos, já estamos na fase do body count. Mas nada de alarme, o vírus não é tão feio como aparenta.
Mortes pela gripe suína por estado até 28 de julho de 2009. Fonte: Estadão (Citando o Ministério da Saúde)
É só uma mistura de ave com porco e gente. :-P Uma verdadeira quimera.
A epidemia era preocupante. Ninguém sabia do que se tratava e como se tratava. Aí houve o acidente com o avião da Air France, Michael Jackson morreu (e não foi de gripe. Embora o maior número de casos fatais da Influenza A é dos EUA) e a gente se assustou quando a gripe voltou ao foco das atenções. Ela não está mais contida. A praga se espalhou. Cadê meu Tamiflu? Calma, também não é para tanto.
A falta de informação qualificada pode gerar pânico e até aumentar as mortes em uma situação de epidemia. A sensação de que "estão escondendo algo" leva a uma situação que o perigo pode ser qualquer coisa. O que leva ao terror e a ondas e mais ondas de boataria e informações desencontradas. Pois foi isso que aconteceu nos anos 1970, no governo Médici, em plena ditadura militar. Como podemos ver nesse trecho selecionado da entrevista do médico epidemiologista José Cássio de Moraes ao blog Vi o Mundo:
Parece que dessa vez as autoridades resolveram, ao invés de esconder as informações, informar massivamente. É no twitter, no Orkut, no Jô etc. E se o negócio é espalhar a informação para combater a epidemia. O Brasil Acadêmico também está nessa, assista ao vídeo e depois vá lavar a mão:
Nessa parte da entrevista o ministro responde perguntas da platéia.
É só uma mistura de ave com porco e gente. :-P Uma verdadeira quimera.
José entrevistando José
A epidemia era preocupante. Ninguém sabia do que se tratava e como se tratava. Aí houve o acidente com o avião da Air France, Michael Jackson morreu (e não foi de gripe. Embora o maior número de casos fatais da Influenza A é dos EUA) e a gente se assustou quando a gripe voltou ao foco das atenções. Ela não está mais contida. A praga se espalhou. Cadê meu Tamiflu? Calma, também não é para tanto.
A falta de informação qualificada pode gerar pânico e até aumentar as mortes em uma situação de epidemia. A sensação de que "estão escondendo algo" leva a uma situação que o perigo pode ser qualquer coisa. O que leva ao terror e a ondas e mais ondas de boataria e informações desencontradas. Pois foi isso que aconteceu nos anos 1970, no governo Médici, em plena ditadura militar. Como podemos ver nesse trecho selecionado da entrevista do médico epidemiologista José Cássio de Moraes ao blog Vi o Mundo:
Viomundo – Em que ano as autoridades foram informadas de que havia epidemia de meningite no País?
José Cássio de Moraes – Em 1971 mesmo. Nós fizemos vários levantamentos e demonstramos cientificamente. As autoridades de saúde negaram a sua existência.
Viomundo – Por quê?
José Cássio de Moraes – O Brasil vivia a época do “milagre econômico”, e as autoridades consideravam a epidemia um fracasso. Logo, empanava o brilho do “milagre econômico”. Por isso, optaram por negá-la.
Viomundo – Essa informação era divulgada à população?
José Cássio de Moraes – Para nós, médicos de instituições públicas, já existia a lei da mordaça. Embora tecnicamente tivéssemos razão, não podíamos contradizer as autoridades. A palavra oficial era delas. Então, o que fazíamos? Dávamos entrevistas em off [o jornalista não cita a fonte] para jornalistas em quem confiávamos. Um deles era o Demócrito Moura, do Jornal da Tarde, já falecido, que fazia matérias de saúde. Assim, saíram algumas reportagens, mostrando que a versão oficial não era a única. Mas, claro, eram sempre e imediatamente negadas pelas autoridades.
Viomundo – E nos anos seguintes?
José Cássio de Moraes – Nós continuávamos a dizer que havia epidemia, as autoridades negando. É como se determinassem a inexistência da epidemia por decreto.
Viomundo – Enquanto isso o meningococo ...
José Cássio de Moraes -- Aí o x da questão. O meningococo é analfabeto – não sabe ler, muito menos decreto. O meningococo também não precisa de apresentação para conhecer outras pessoas nem de passaporte para viajar. Resultado: foi se espalhando. Na cidade de São Paulo, por exemplo, saiu das áreas pobres e invadiu as regiões mais ricas. Assim, a epidemia, inicialmente, restrita à cidade de São Paulo, avançou para outras regiões do Estado. Daí para o restante do Brasil. Aqui, ocorreram as taxas mais altas. Mas a doença se espalhou pelo Brasil inteiro.
Viomundo – Apesar do alastramento, as autoridades continuavam a negar?
José Cássio de Moraes – A palavra epidemia não chegava à população. Ela não existia no vocabulário das autoridades. Eles tratavam-na como ondas epidêmicas. Porém, ao atingir a população mais abastada financeiramente, a pressão cresceu. As reportagens – sempre em off – intensificaram-se à medida que a doença ia se aproximando da classe média e da elite. Ou seja, enquanto era doença de pobre, não tinha quase importância. Só ganhou mais espaço na mídia quando atingiu a população com maior poder de pressão.
Viomundo – A negação perdurou até quando?
José Cássio de Moraes – Junho de 1974. O Hospital Emílio Ribas – o único que tratava de meningite na cidade -- tinha 300 leitos, mas estava com 1.200 pacientes internados. Havia gente em corredores, em cima de pias, para tudo o que era canto. Aí, não foi possível mais se esconder. As autoridades, então, foram obrigadas a admitir publicamente que havia epidemia de meningite. Porém, como ela não existia oficialmente até aquele momento, faltava tudo: medicamentos, roupas de cama, funcionários em quantidade suficiente.
Viomundo – A população como reagiu?
José Cássio de Moraes – Entrou em pânico. Quando passava em frente ao Hospital Emílio Ribas, fechava o vidro do carro, do ônibus. Usava todo tipo de medicamento que se dizia que protegia contra a meningite. Por exemplo, a cânfora. Acabava sendo vítima até de charlatães. As pessoas não entendiam como as autoridades governamentais passaram anos dizendo que não havia epidemia e, de repente, ela acontecia com tamanha intensidade. As pessoas viviam dizendo “eu não acredito em mais nada”.
Trecho retirado do blog Vi o Mundo de Luiz Carlos Azenha
Parece que dessa vez as autoridades resolveram, ao invés de esconder as informações, informar massivamente. É no twitter, no Orkut, no Jô etc. E se o negócio é espalhar a informação para combater a epidemia. O Brasil Acadêmico também está nessa, assista ao vídeo e depois vá lavar a mão:
Apertando o Temporão
Nessa parte da entrevista o ministro responde perguntas da platéia.
Beijo na boca tá liberado.
José Gomes Temporão. Ministro da Saúde
A letalidade é muito parecida com a da gripe comum.
José Gomes Temporão. Ministro da Saúde
A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou nesta quarta-feira, 29, mais duas mortes causadas pela gripe suína. As vítimas são uma mulher, de 28 anos, portadora de Síndrome de Down, e um homem de 42 anos, auxiliar de escritório, que não apresentavam nenhuma outra doença que comprometesse o sistema imunológico. Ambos eram moradores de Passo Fundo e os óbitos ocorreram no dia 22 deste mês, no Hospital São Vicente de Paulo. Com esses casos, sobe para 60 o número de vítimas fatais no Brasil.
Brasil chega a 60 mortes confirmadas por gripe suína - Estadão
Maiores informações:
www.saude.gov.br
(0800-611997)
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