Às vezes ouvimos o argumento de que os países desenvolvidos acabaram com as florestas deles para se desenvolverem economicamente e agora que...
Às vezes ouvimos o argumento de que os países desenvolvidos acabaram com as florestas deles para se desenvolverem economicamente e agora querem preservar a nossa (nos mantendo subdesenvolvidos :-P ). Um recente estudo da Universidade de Queensland, Austrália, sobre florestas no Bornéu, mostra que o comércio de créditos de carbono poderia compensar a devastação combinando preservação com compensação econômica.
Segundo esse estudo, publicado na revista Conservation Letters, florestas tropicais de Bornéu, ameaçadas pelo avanço das áreas de cultivo para o óleo de palma, poderiam ser mais lucrativas se fossem deixadas como estão, tirando proveito de créditos de carbono a uma cotação entre 10 e 33 dólares por tonelada.
Liderados por Oscar Venter, cientistas da Universidade de Queensland analisaram dados de 808 concessões em Kalimatan, a parte indonésia da ilha de Bornéu, que cobre uma área de 8 milhões de hectares.
Como fruto dessa análise os estudiosos descobriram que, dessa área, 3,3 milhões de hectares são florestas em áreas de concessões que permanecem de pé, mas estão na iminência de serem convertidas em plantação.
Venter e sua equipe realizaram uma análise econômica tentando responder às seguinte questões: quanto custaria aos concessionários dos terrenos pararem o desmatamento e como pagar pelo faturamento perdido?
Compararam esses valores com os créditos de carbono instituídos por um programa da ONU, batizado de Redd (Reducing Emissions from Deforestation and Degradation, em português, redução de emissões por desmatamento e degradação), que recompensa os países em desenvolvimento que conservam suas florestas, em troca de títulos que empresas e países ricos poderiam comprar para atingir suas quotas de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Venter e seu time de pesquisadores usou dados de pesquisas de campo e de satélite para calcular a quantidade de carbono armazenado na área ameaçada, e em seguida estimaram o quanto de carbono seria liberado em 30 anos se toda a floresta fosse derrubada. Estipularam que seriam emitidas, no mínimo, 2,1 bilhões de toneladas de CO2. Esse número equivale a cerca de três anos do total de emissões da Austrália.
Então, a equipe de Vanter fez vários cenários para a produção de óleo de palma nesses 3,3 milhões de hectares de área sob risco de devastação, com níveis de compensação de 50 e 100 por cento.
Com cultivo em larga escala e compensação máxima, os créditos de carbono precisariam valer 33,44 dólares para que valesse a pena trocar os produtos de óleo por deixar a floresta intacta.
Com cultivos seletivos apenas em terras de qualidade mais alta, com compensação de 100 por cento, o ponto de equilíbrio seria de 19,62 dólares. Já com o índice de compensação em 50 por cento, o valor ideal cairia para 9,85 dólares.
O estudo apontou grandes benefícios desse sistema também para espécies ameaçadas, como orangotangos e elefantes pigmeus. As áreas sob eventual ocupação agrícola contêm 40 das 46 espécies de mamíferos ameaçadas em Kalimatan. Ainda segundo Venter.
Fonte:
Estadão
Segundo esse estudo, publicado na revista Conservation Letters, florestas tropicais de Bornéu, ameaçadas pelo avanço das áreas de cultivo para o óleo de palma, poderiam ser mais lucrativas se fossem deixadas como estão, tirando proveito de créditos de carbono a uma cotação entre 10 e 33 dólares por tonelada.
Liderados por Oscar Venter, cientistas da Universidade de Queensland analisaram dados de 808 concessões em Kalimatan, a parte indonésia da ilha de Bornéu, que cobre uma área de 8 milhões de hectares.
Como fruto dessa análise os estudiosos descobriram que, dessa área, 3,3 milhões de hectares são florestas em áreas de concessões que permanecem de pé, mas estão na iminência de serem convertidas em plantação.
Venter e sua equipe realizaram uma análise econômica tentando responder às seguinte questões: quanto custaria aos concessionários dos terrenos pararem o desmatamento e como pagar pelo faturamento perdido?
Compararam esses valores com os créditos de carbono instituídos por um programa da ONU, batizado de Redd (Reducing Emissions from Deforestation and Degradation, em português, redução de emissões por desmatamento e degradação), que recompensa os países em desenvolvimento que conservam suas florestas, em troca de títulos que empresas e países ricos poderiam comprar para atingir suas quotas de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Pode soar como um conceito estranho para alguém acostumado a cultivar óleo de palma que possa em vez disso cultivar créditos de carbono. Mas, se os números se equivalerem, presumo que seja uma mensagem que eles estariam abertos a pelo menos considerar.
Oscar Venter
Venter e seu time de pesquisadores usou dados de pesquisas de campo e de satélite para calcular a quantidade de carbono armazenado na área ameaçada, e em seguida estimaram o quanto de carbono seria liberado em 30 anos se toda a floresta fosse derrubada. Estipularam que seriam emitidas, no mínimo, 2,1 bilhões de toneladas de CO2. Esse número equivale a cerca de três anos do total de emissões da Austrália.
Então, a equipe de Vanter fez vários cenários para a produção de óleo de palma nesses 3,3 milhões de hectares de área sob risco de devastação, com níveis de compensação de 50 e 100 por cento.
Com cultivo em larga escala e compensação máxima, os créditos de carbono precisariam valer 33,44 dólares para que valesse a pena trocar os produtos de óleo por deixar a floresta intacta.
Com cultivos seletivos apenas em terras de qualidade mais alta, com compensação de 100 por cento, o ponto de equilíbrio seria de 19,62 dólares. Já com o índice de compensação em 50 por cento, o valor ideal cairia para 9,85 dólares.
O sistema Redd (redução de emissões por desmatamento e degradação) deverá ser incluído no novo tratado climático global que deve começar a valer a partir de 2013, e que será definido em uma reunião da ONU em dezembro em Copenhague, Dinamarca.
O estudo apontou grandes benefícios desse sistema também para espécies ameaçadas, como orangotangos e elefantes pigmeus. As áreas sob eventual ocupação agrícola contêm 40 das 46 espécies de mamíferos ameaçadas em Kalimatan. Ainda segundo Venter.
Fonte:
Estadão
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