O Brasil deverá ter em no máximo dois meses sua primeira lista nacional de espécies exóticas invasoras, que não são de origem brasileira, ma...
O Brasil deverá ter em no máximo dois meses sua primeira lista nacional de espécies exóticas invasoras, que não são de origem brasileira, mas estão presentes em território nacional e representam uma ameaça real a seres vivos nativos do Brasil.
Uma espécie é considerada exótica quando é introduzida num habitat que não é o seu original. Para ser considerada invasora, ela precisa ser capaz de se reproduzir nesse novo ambiente sem interferência humana, podendo virar uma praga.
Como esses seres vivos não tem predadores naturais na sua nova casa, podem proliferar livremente, ameaçando outras espécies.
Bráulio Dias, diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, revelou que cinco estudos de diagnóstico de espécies exóticas e invasoras estão em fase de revisão e devem ser publicadas até julho.
Segundo o diretor, o número de espécies na lista talvez seja semelhante ao de uma lista preliminar de 2006, a qual relacionou 543 seres vivos.
Ainda sengundo Dias, essa listagem de âmbito nacional deverá ser usada como base para a elaboração de um plano nacional de combate às espécies exóticas e invasoras, que deve ser lançado no segundo semestre.
Até agora, o Ministério do Meio Ambiente vinha lidando com as espécies invasoras individualmente. Mas como os problemas se avolumaram, surgiu a necessidade de criação da lista.
Já existem iniciativas semelhantes a nível estadual. No mínimo quatro unidades da federação, a saber: Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Espírito Santo, já possuem listas estaduais. Divulgada no mês de maio, a do Rio de Janeiro contempla 226 espécies, entre elas a jaqueira e o mico-estrela.
Mas não é apenas em terra firme que o problema aparece. Nos mares, a relação carioca inclui o coral-sol (do gênero Tubastraea), uma espécie que prolifera rapidamente na região de Ilha Grande, ameaçando o coral-cérebro (Mussismilia hispida), espécie que, no seu estado natural, só ocorre na costa brasileira.
Aedes Aegypti: vetor de enfermidades graves como a dengue hemorrágica
Mas o problema não se resuma a uma questão conservacionista de espécies nativas. Muitas dessas espécies também causam inúmeros problemas à economia e à saúde humana.
Já íntimos dos brasileiros e invadindo nossa praia, o mosquito africano Aedes aegypti, causador da dengue, e o mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei), um molusco que incrusta instalações submersas de usinas hidrelétricas e fábricas, impedindo que funcionem normalmente, são pragas que ceifam vidas e recursos financeiros há anos.
Mexilhão-dourado
O mexilhão-dourado é um pequeno molusco bivalve (que possui duas conchas) originário da China,é uma das espécies "estrangeiras" que mais tem causado problemas no Brasil.
Mexilhões-dourado aderem à tubulação
O molusco chegou ao Brasil na água de lastro de navios e se reproduziu rapidamente, se espalhando por áreas de água doce e salgada. Para os usuários dos recursos hídricos, o mexilhão poderá provocar uma série de problemas:
Nas usinas hidrelétricas, o acúmulo dos mexilhões em áreas submersas pode até provocar a interrupção da geração de energia.
Problemas semelhantes ocorrem nos EUA e no Canadá, países nos quais o mexilhão-zebra se disseminou.
O problema levou o governo federal a lançar, em 2003, uma força-tarefa para controlar a disseminação do mexilhão.
Fonte:
Furnas
Estadão
Uma espécie é considerada exótica quando é introduzida num habitat que não é o seu original. Para ser considerada invasora, ela precisa ser capaz de se reproduzir nesse novo ambiente sem interferência humana, podendo virar uma praga.
Como esses seres vivos não tem predadores naturais na sua nova casa, podem proliferar livremente, ameaçando outras espécies.
Bráulio Dias, diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, revelou que cinco estudos de diagnóstico de espécies exóticas e invasoras estão em fase de revisão e devem ser publicadas até julho.
Segundo o diretor, o número de espécies na lista talvez seja semelhante ao de uma lista preliminar de 2006, a qual relacionou 543 seres vivos.
Esse é um tema novo na área ambiental, um assunto que está crescendo. Com mais informação disponível, fica mais fácil a discussão política sobre como lidar com o problema.
Bráulio Dias. Diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente
Ainda sengundo Dias, essa listagem de âmbito nacional deverá ser usada como base para a elaboração de um plano nacional de combate às espécies exóticas e invasoras, que deve ser lançado no segundo semestre.
Até agora, o Ministério do Meio Ambiente vinha lidando com as espécies invasoras individualmente. Mas como os problemas se avolumaram, surgiu a necessidade de criação da lista.
Já existem iniciativas semelhantes a nível estadual. No mínimo quatro unidades da federação, a saber: Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Espírito Santo, já possuem listas estaduais. Divulgada no mês de maio, a do Rio de Janeiro contempla 226 espécies, entre elas a jaqueira e o mico-estrela.
Mas não é apenas em terra firme que o problema aparece. Nos mares, a relação carioca inclui o coral-sol (do gênero Tubastraea), uma espécie que prolifera rapidamente na região de Ilha Grande, ameaçando o coral-cérebro (Mussismilia hispida), espécie que, no seu estado natural, só ocorre na costa brasileira.
Mas o problema não se resuma a uma questão conservacionista de espécies nativas. Muitas dessas espécies também causam inúmeros problemas à economia e à saúde humana.
Já íntimos dos brasileiros e invadindo nossa praia, o mosquito africano Aedes aegypti, causador da dengue, e o mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei), um molusco que incrusta instalações submersas de usinas hidrelétricas e fábricas, impedindo que funcionem normalmente, são pragas que ceifam vidas e recursos financeiros há anos.
Mexilhão-dourado
O mexilhão-dourado é um pequeno molusco bivalve (que possui duas conchas) originário da China,é uma das espécies "estrangeiras" que mais tem causado problemas no Brasil.
O molusco chegou ao Brasil na água de lastro de navios e se reproduziu rapidamente, se espalhando por áreas de água doce e salgada. Para os usuários dos recursos hídricos, o mexilhão poderá provocar uma série de problemas:
- invasão de tubulações de abastecimento de água, de drenagem pluvial e de captação para a agricultura irrigada;
- obstrução de sistemas de resfriamento de indústrias e usinas hidrelétricas;
- perda de estruturas flutuantes destinadas ao lazer por excesso de peso;
- prejuízo do funcionamento de motores dos barcos;
- perda de tanques-rede.
Nas usinas hidrelétricas, o acúmulo dos mexilhões em áreas submersas pode até provocar a interrupção da geração de energia.
Problemas semelhantes ocorrem nos EUA e no Canadá, países nos quais o mexilhão-zebra se disseminou.
O problema levou o governo federal a lançar, em 2003, uma força-tarefa para controlar a disseminação do mexilhão.
Fonte:
Furnas
Estadão
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