O brasileiro Miguel Nicolelis avança na terapia contra o mal de Parkinson ao tratar rato com estímulo elétrico na medula. Uma abordagem radi...
O brasileiro Miguel Nicolelis avança na terapia contra o mal de Parkinson ao tratar rato com estímulo elétrico na medula. Uma abordagem radicalmente diferente da anterior que usava implantes no cérebro. A técnica é menos invasiva, mais econômica e possibilitará, no futuro, acesso a todos que sofram da doença.
Dr. Miguel Nicolelis afirma: "vemos uma mudança quase imediata e dramática na capacidade funcional do animal quando o mecanismo estimula a medula espinhal".
Ele trabalha na Universidade Duke, na Carolina do Norte e o estudo foi publicado na revista Science. O estudo foi matéria de capa devido a pesquisa ser muito promissora, dentro de um ano se mantido em macacos os resultados colhidos em roedores, podemos ter teste em seres humanos.
A doença de Parkinson destroi as células do cérebro que produzem dopamina. A terapia atualmente empregada é o uso de medicamento, em pacientes que respondem a esse tratamento, que substitui a substância. Nas palavras de Miguel em entrevista à Rádio CBN: "depois de alguns anos os pacientes podem desenvolver tolerância a esse medicamento e existem efeitos colaterais das altas doses do medicamento. A partir de então a opção que me resta é um procedimento cirúrgico que por volta de 20 a 30% dos pacientes pode utilizar, que é um procedimento muito invasivo e que tem resultados bons". O método conseguido em animais, evita um procedimento cirúrgico demorado, que não é suportado por muitos pacientes, estimula uma região da medula espinhal, logo embaixo da vértebra, e que poderá permitir que todos os pacientes, sem distinção, sejam tratados desde o início da doença em combinação com o uso reduzido do medicamento minimizando a chance de desenvolvimento de tolerância à droga.
O uso de um método cirúrgico menos invasivo e uma redução da utilização de medicamentos com consequente redução dos efeitos colaterais já são fatores positvos de sobra para a celebração da nova técnica. Mas um terceiro fator chama a atenção dos meios científicos que é uma abordagem radicalmente nova no tratamento da doença.
"Estamos abordando a doença de Parkinson de uma forma sistêmica, olhando para o circuito motor como um todo e basicamente dizendo que a doença de Parkinson é uma doença da dinâmica desse circuito. Que é uma doença do tempo. De como os neurônios disparam no tempo. A medida que o paciente fica muito doente esses neurônios começam a disparam todos juntos criando uma onda de disparo que parece uma crise epiléptica. Isso ninguém havia posto em contexto ainda. O nosso método permite que esses neurônios deixem de disparar todos ao mesmo tempo, é como se a gente inserisse um pouco de ruído no sistema, e aí volte a disparar no padrão que eles disparam normalmente", explica Dr. Nicolelis, e conclui, "é esse avanço, teórico também, que está sendo destacado muito aqui, porque muda o ponto de perspectiva para se olhar para o cérebro com Parkinson".
Mas o Dr. Nicolelis não é uma celebridade que, a exemplo do que ocorre com alguns talentos futebolísticos, parece já haver esquecido seu país de origem, longe disso.
Palmeirense fanático, Nicolelis poderia vir a ser o primeiro brasileiro a ganhar o Nobel de Medicina e ter seu nome imortalizado na história da ciência e da tecnologia junto com outros ídolos tupiniquins como Santos Dummont ou César Lattes.
No ano passado, era forte candidato ao prêmio por ter desenvolvido um sistema que permitia a um símio controlar um robô com a mente, dando esperanças às pessoas paralizadas.
Rumores sobre uma possível indicação ao Nobel surgiram no final de 2007, quando Nicolelis foi chamado para dar uma palestra em conferência na fundação, em Estocolmo, na Suécia. O evento acontece apenas uma vez por ano sendo convidados somente quatro palestrantes e destes, uma parte considerável é ganhador ou futuro arrematador do Nobel. Embora não tenha sido agraciado naquela oportunidade (o prêmio ficou com um alemão, pela descoberta de um vírus causador do câncer cervical, e dois franceses, pelas suas descobertas sobre o vírus da imunodeficiência humana, o páreo é duro!) Dr. Miguel Nicolelis disse na época: "para mim, foi um orgulho muito grande ter sido convidado para dar aquela palestra. É um evento muito prestigiado e, no final, os quatro palestrantes assinam um livro histórico. Acho que fui o primeiro brasileiro a participar".
Continuaremos na torcida para que novas indicações surjam para nosso craque da neurociência. Afinal, Einstein não ganhou seu Nobel com a Teoria da Relatividade, a consagração veio a posteriori.
Miguel Nicolelis é também um ativista, no melhor sentido do termo. Está desenvolvendo no Brasil, em Macaíba, cidadela vizinha de Natal-RN, o Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN). O instituto, do qual é diretor, é um misto de laboratório de pesquisas e programa de inclusão social, uma vez que pretende ensinar ciência às crianças e ser um projeto piloto a ser espalhado e espelhado pelo país.
Em tempo, o título é só um trocadilho com o nome pelo qual é conhecida a doença, nada contra o respeitável James Parkinson, quem primeiro descreveu a doença em 1817.
Para saber mais:
Brasileiro cria estimulador de medula para ratos com Parkinson - Abril.com
Programa Globo Universidade de 07 de fevereiro de 2009 (vídeo com reprodução automática) - Globo Universidade
Miguel Nicolelis - O Irrelevante
Brasileiro é forte candidato para levar o Nobel de medicina - O Globo
Dr. Miguel Nicolelis afirma: "vemos uma mudança quase imediata e dramática na capacidade funcional do animal quando o mecanismo estimula a medula espinhal".
Ele trabalha na Universidade Duke, na Carolina do Norte e o estudo foi publicado na revista Science. O estudo foi matéria de capa devido a pesquisa ser muito promissora, dentro de um ano se mantido em macacos os resultados colhidos em roedores, podemos ter teste em seres humanos.
A doença de Parkinson destroi as células do cérebro que produzem dopamina. A terapia atualmente empregada é o uso de medicamento, em pacientes que respondem a esse tratamento, que substitui a substância. Nas palavras de Miguel em entrevista à Rádio CBN: "depois de alguns anos os pacientes podem desenvolver tolerância a esse medicamento e existem efeitos colaterais das altas doses do medicamento. A partir de então a opção que me resta é um procedimento cirúrgico que por volta de 20 a 30% dos pacientes pode utilizar, que é um procedimento muito invasivo e que tem resultados bons". O método conseguido em animais, evita um procedimento cirúrgico demorado, que não é suportado por muitos pacientes, estimula uma região da medula espinhal, logo embaixo da vértebra, e que poderá permitir que todos os pacientes, sem distinção, sejam tratados desde o início da doença em combinação com o uso reduzido do medicamento minimizando a chance de desenvolvimento de tolerância à droga.
O uso de um método cirúrgico menos invasivo e uma redução da utilização de medicamentos com consequente redução dos efeitos colaterais já são fatores positvos de sobra para a celebração da nova técnica. Mas um terceiro fator chama a atenção dos meios científicos que é uma abordagem radicalmente nova no tratamento da doença.
"Estamos abordando a doença de Parkinson de uma forma sistêmica, olhando para o circuito motor como um todo e basicamente dizendo que a doença de Parkinson é uma doença da dinâmica desse circuito. Que é uma doença do tempo. De como os neurônios disparam no tempo. A medida que o paciente fica muito doente esses neurônios começam a disparam todos juntos criando uma onda de disparo que parece uma crise epiléptica. Isso ninguém havia posto em contexto ainda. O nosso método permite que esses neurônios deixem de disparar todos ao mesmo tempo, é como se a gente inserisse um pouco de ruído no sistema, e aí volte a disparar no padrão que eles disparam normalmente", explica Dr. Nicolelis, e conclui, "é esse avanço, teórico também, que está sendo destacado muito aqui, porque muda o ponto de perspectiva para se olhar para o cérebro com Parkinson".
Mas o Dr. Nicolelis não é uma celebridade que, a exemplo do que ocorre com alguns talentos futebolísticos, parece já haver esquecido seu país de origem, longe disso.
Palmeirense fanático, Nicolelis poderia vir a ser o primeiro brasileiro a ganhar o Nobel de Medicina e ter seu nome imortalizado na história da ciência e da tecnologia junto com outros ídolos tupiniquins como Santos Dummont ou César Lattes.
No ano passado, era forte candidato ao prêmio por ter desenvolvido um sistema que permitia a um símio controlar um robô com a mente, dando esperanças às pessoas paralizadas.
Rumores sobre uma possível indicação ao Nobel surgiram no final de 2007, quando Nicolelis foi chamado para dar uma palestra em conferência na fundação, em Estocolmo, na Suécia. O evento acontece apenas uma vez por ano sendo convidados somente quatro palestrantes e destes, uma parte considerável é ganhador ou futuro arrematador do Nobel. Embora não tenha sido agraciado naquela oportunidade (o prêmio ficou com um alemão, pela descoberta de um vírus causador do câncer cervical, e dois franceses, pelas suas descobertas sobre o vírus da imunodeficiência humana, o páreo é duro!) Dr. Miguel Nicolelis disse na época: "para mim, foi um orgulho muito grande ter sido convidado para dar aquela palestra. É um evento muito prestigiado e, no final, os quatro palestrantes assinam um livro histórico. Acho que fui o primeiro brasileiro a participar".
Continuaremos na torcida para que novas indicações surjam para nosso craque da neurociência. Afinal, Einstein não ganhou seu Nobel com a Teoria da Relatividade, a consagração veio a posteriori.
Miguel Nicolelis é também um ativista, no melhor sentido do termo. Está desenvolvendo no Brasil, em Macaíba, cidadela vizinha de Natal-RN, o Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN). O instituto, do qual é diretor, é um misto de laboratório de pesquisas e programa de inclusão social, uma vez que pretende ensinar ciência às crianças e ser um projeto piloto a ser espalhado e espelhado pelo país.
Em tempo, o título é só um trocadilho com o nome pelo qual é conhecida a doença, nada contra o respeitável James Parkinson, quem primeiro descreveu a doença em 1817.
Para saber mais:
Brasileiro cria estimulador de medula para ratos com Parkinson - Abril.com
Programa Globo Universidade de 07 de fevereiro de 2009 (vídeo com reprodução automática) - Globo Universidade
Miguel Nicolelis - O Irrelevante
Brasileiro é forte candidato para levar o Nobel de medicina - O Globo
Tanto tempo se passou e não se fala da utilização desse procedimento por pacientes com Mal de Parkinson.Gostaria que existisse um canal de comunicação para ficarmos a par da evolução dessas pesquisas,já que mesmo vindo do RJ para Macaíba RN não consegui acesso a nenhuma informação satisfatória.Gostaria de estar ciente de tudo e se possível até participar no projeto junto as crianças como voluntária,sou educadora aposentada pela prefeitura do RJ.Gostaria também de saber se nos EUA já fazem esse procedimento.Se alguém souber de qualquer
ResponderExcluirTanto tempo se passou e não se fala da utilização desse procedimento por pacientes com Mal de Parkinson.Gostaria que existisse um canal de comunicação para ficarmos a par da evolução dessas pesquisas,já que mesmo vindo do RJ para Macaíba RN não consegui acesso a nenhuma informação satisfatória.Gostaria de estar ciente de tudo e se possível até participar no projeto junto as crianças como voluntária,sou educadora aposentada pela prefeitura do RJ.Gostaria também de saber se nos EUA já fazem esse procedimento.Se alguém souber de qualquer
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