Primeira defesa de doutorado no metaverso no Brasil

Doutorando fez a defesa de sua tese, “Agentes Inteligentes Virtuais”, no metaverso criado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada – IMP...

Doutorando fez a defesa de sua tese, “Agentes Inteligentes Virtuais”, no metaverso criado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada – IMPA.


Faixa preta em  taekwondo e apaixonado por matemática, Caio Lucas dos Santos Souza fez a defesa de sua tese de doutorado no IMPA, no início desse mês, pelo Metaverso, e na sala 232 do IMPA.

Filho de mãe costureira e pai músico, Caio é formado em engenharia da computação no Instituto Politécnico da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), onde fez mestrado em modelagem computacional, que fica em sua cidade natal, Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

“Durante o mestrado, meu co-orientador me indicou fazer um dos cursos de verão do IMPA, no caso de Computação Gráfica 2D. Foi sensacional. Também fiz um ‘tour’ pelo Visgraf. Isso me motivou a fazer doutorado no IMPA.”
Caio Lucas dos Santos Souza. Pesquisador

A tese foi orientada por Luiz Velho, pesquisador-líder do Visgraf (Laboratório de Computação Gráfica do IMPA). 

“Um dos caras mais importantes da computação gráfica no Brasil. Certamente não teria chegado tão longe sem a ajuda e dedicação dele.”

Intitulado “Agentes Inteligentes Virtuais”, e abordado pela coluna de Ancelmo Gois, do Jornal O Globo, – que equivocou-se ao dar a entender que se tratou de um trabalho de “mestrado” –, sua pesquisa aborda técnicas de aprendizado de máquinas, combinando gráficos e inteligência artificial em tempo real. Objetivava trazer à vida agentes que não fossem completamente robóticos e sem profundidade.

Doutorando Caio Lucas Souza defendendo sua tese no mundo real e no metaverso.

Souza descreve seu estudo, “Minha pesquisa envolve computação gráfica e inteligência artificial, com objetivo final de ter agentes inteligentes no mundo virtual, por exemplo personagens de jogos e outras mídias que interajam de forma diferenciada com o usuário. No meu caso específico, temos um cachorro virtual inteligente, que simula comportamentos de um cachorro real em realidade virtual”. 

O cachorro virtual criado por ele é definido como um agente autônomo, ou seja, que foi programado para aprender comportamentos como olhar para a pessoa que entra no ambiente do metaverso, correr atrás de um graveto, receber carinho e latir. Um dos rumos futuros apontados por Caio e seu orientador é a possibilidade de estudar o comportamento de um cachorro real para criar um avatar que aprenda com essa “observação”.

A defesa da tese no metaverso – ao fundo o detalhe do cachorro virtual (reprodução)

Pois além de ser um assunto interessante e atual essa se tratou da primeira defesa de tese de doutorado no metaverso. E com o requinte de ser um ambiente virtual de realidade compartilhada desenvolvido, desde 2021, pelo Visgraf (Laboratório de Computação Gráfica do IMPA) e pelo Centro Pi (Centro de Projetos e Inovação do IMPA), no qual os usuários interagem por meio de avatares, fazem longas reuniões, expõem trabalhos e até mesmo tiram selfies.

A defesa de tese no metaverso foi uma ideia que partiu de Luiz Velho, orientador do Caio e pesquisador-líder do Visgraf, e de Jorge Lopes, coordenador de projetos tecnológicos do IMPA.

“Uma coisa que o IMPA sempre faz é desbravar, de forma pioneira, as novas tecnologias! Estamos fazendo pesquisa e inovação sobre a ciência do futuro. A tese do Caio com certeza vai ser lida por muitas empresas e pesquisadores que estarão usando essas ideias daqui a alguns anos!”
Luiz Velho. Pesquisador do Visgraf

Para Caio, a experiência de apresentar a tese no metaverso foi muito empolgante, porque conseguiu colocar em prática os aprendizados do doutorado. 

“Foi ótimo ter desenvolvido a tese! Fizemos muita prova de conceito, mas sinto que conseguimos evoluir e entregar um trabalho legal.”
Caio Lucas dos Santos Souza. Pesquisador

Fonte: IMPA. Jornal O Globo
Visto no Brasil Acadêmico